quinta-feira, 13 de maio de 2010

O CUIDADO COM AS OVELHAS – Lição 7












No mundo atual temos observado que os falsos pastores têm se multiplicado de forma vergonhosa, de tal maneira a promover um certo desconforto para aqueles que foram chamados por Deus para exercer esse ofício. Porém, está situação não é nova para aqueles que lidam e conhecem a fundo a Escrituras Sagradas, pois, em tempos muito remotos na história do povo de Deus essa infeliz realidade já foi vivenciada. No texto da lição em apreço no livro de Jeremias cap. 23.1,2 diz: " Aí de vós pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor. Portanto, assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: vós dispersastes as minhas ovelhas; e as afugentastes, e não as visitastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor". Os pastores de Judá haviam se revelado como verdadeiros mercenários, agindo de maneira totalmente indiferente para com a responsabilidade que tinha sido colocada em suas mãos, isto é, como pastores e líderes espirituais negligenciaram em ministrar os devidos cuidados sobre o rebanho que estava sobre os seus cuidados, e por causa disso promoveram prejuízos incalculáveis para o povo do Senhor. Tais lideranças cometem uma grande loucura que lhes custará muito caro, pois não ficarão impunes, o Senhor lhes visitará para dar-lhes a retribuição de suas maldades.

- EXISTEM GRANDES SEMELHANÇAS ENTRE OS DIAS DE JEREMIAS E OS NOSSOS

Quando a reforma religiosa de Josias começou, Jeremias , que tinha estado profetizando por aproximadamente cinco anos, cooperou com ela, Mas então, começou a ver que, em essência, nada se modificava na vida espiritual da nação. Por decreto, Josias pôde eliminar os ídolos da terra, mas não pôde eliminá-los do coração do povo. Sabemos que o reavivamento foi apenas um movimento popular temporário em virtude do que aconteceu quando o rei Josias morreu e seu filho Jeocaz assumiu o trono. O rei novo levou o povo de volta ao pecado anterior, e o povo o seguiu alegremente. Isso explica por que Jeremias foi maltratado durante tantos anos e por que a sua mensagem foi rejeitada: ele compreendeu a falsa religião dos seus dias e ousou proclamar a verdade, apesar de isso significar solidão, perseguição e martírio. Para os profetas e sacerdotes, ele era herege; para os políticos e o povo, traidor. A maioria do povo de Judá aderiu à corrente religiosa, mas Jeremias seguiu outra direção.

A religião ortodoxa da época de Jeremias era incrivelmente parecida com o cristianismo ortodoxo dos nossos dias. Em primeiro lugar, o que o povo dizia acreditar fazia pouca ou nenhuma diferença quanto o modo de viver. Tinham a forma popular de piedade (reputação), mas nessa piedade não havia poder moral ou espiritual (caráter). A religião prosperava enquanto o pecado da nação se intensificava e o julgamento de Deus amadurecia. Uma outra característica da religião de Jeremias com a de hoje, é que naquele momento a religião era um "grande negócio" e o ministério do templo estava prosperando. Os sacerdotes e falsos profetas comercializavam a popularidade da religião que dava às pessoas experiência suficiente para torná-las felizes, mas não torná-las consagradas. Uma outra semelhança se refere ao fato dos líderes religiosos serem homens gananciosos que usavam a religião para obterem lucros pessoais. Gabavam-se da sua prosperidade e da prosperidade do templo e da nação. Afinal, não eram eles o povo escolhido de Deus, e sua riqueza não era prova de sua fidelidade e benção divina? Jeremias diz: "Porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à ganância, e tanto o profeta como o sacerdote usam de falsidade" (Jr 6.13 e 8.10). "Mas os teus olhos e o teu coração não atentam senão para sua ganância" (22.17).

- EXISTEM PASTORES QUE FAZEM MUITAS COISAS EXCETO CUIDAR DAS OVELHAS

O Pr. Ricardo Gondim no seu livro "Fim de Milênio: Os Perigos e Desafios da pós-modernidade na Igreja" nos proporciona um texto muito rico sobre as situações nas quais muitos pastores têm perdido o foco da missão. Segue o texto com algumas adaptações:

- O Risco da profissionalização

Muitos pastores têm permitido que o mercado defina suas funções ministeriais. Como igreja, para sobreviver, necessita entender o mercado, o grande risco que ronda o pastor é o de também se entender com um "businessman". Já que a sociedade lhe menospreza como homem religioso, ele passa a buscar sua afirmação como um astuto agente de marketing. Esses líderes incorporam mais a figura do executivo do que a postura de pastor. Necessitam de salários astronômicos para manterem um status social elevado. No Brasil existem casos de mega-pastores que andam com guardas-costas armados, pois temem serem seqüestrados, como qualquer empresário. Aqueles que agem assim passam a crer que o desempenho é mais importante que o seu caráter e que a encenação sob os holofotes do palco vale mais do que seus posicionamentos diante de Deus. Isso gera pastores confiantes em si quando deveriam estar chorando e clamando por misericórdia.

- O Risco de se Tornar Construtor de monumentos

Alguns pastores acham que no dia que pastorearem uma igreja que tenha o maior "templo do mundo" alcançarão a respeitabilidade que carecem. Depois de sacrificar os crentes, para que contribuam pesadamente para a construção de um "elefante branco" alguns pastores caem na real de que construíram exatamente isso, um "elefante branco". Isso provoca um desprezo da sociedade. O homem secular não compreende como uma construção caríssima daquelas passa dias e dias fechada sem qualquer uso comunitário. Ele vê os pastores investindo muito dinheiro em mármore e não entendem porque as igrejas não gastam em benefício do povo.

- O Risco da política Eclesiástica

Alguns pastores, vendo-se desprezíveis pela sociedade, voltam-se para o pequeno mundo eclesiástico que participam. Lá, sentem-se importantes, recebem tapinhas nos ombros, disfarçam o sentimento reprimido de rejeição. Assim, transformam a igreja numa arena política em que os cargos, as eleições e a respeitabilidade de suas nomeações farão dele o homem público que poderia ter sido no mundo secular. Cada disputa política se reveste dos mesmos contornos que eleições mundanas. Cooptação de votos, clientelismo, discursos oportunistas, tudo igual. Em algumas denominações, pastores e presbíteros são consagrados às pressas para garantir a eleição. Em outras, existem truques diversos. No final de todas as tramóias tentam legitimar suas atitudes usando o Santo nome do Senhor em vão, ao afirmarem: "essa é a vontade do Senhor". Quão desastroso é esse recurso político. Os pastores, perdem toda a sintônia com as necessidades e com o pulsar da comunidade; ganham cargos e se firmam como uma elite política mas perdem a unção na palavra. Recebem aplausos humanos, porém consternam o olhar de Deus. Embriagados pela exuberância de suas próprias palavras, crêem ser vitais para o reino de Deus, não percebendo que a própria igreja lhes rejeita.

O texto do Pr. Ricardo Gondim é muito apropriado para o tema em pauta, pois, de forma muito objetiva apresenta uma realidade que já vem se configurando em nosso pais por vários anos. Estamos perdendo a referência dos pastores que priorizavam em seus ministérios, as necessidades de suas ovelhas, que não permitiam a dispersão das ovelhas e ainda que uma ovelha se desgarrasse ele deixava tudo que estiva fazendo para ir em busca da ovelha desgarrada, pois a essência do ofício pastoral era cuidar da ovelha. Pastores com essa perspectiva ministerial são uma minoria diante da multidão daqueles que estão priorizando imagem pessoal, status eclesiástico, poder econômico, poder eclesiástico e outras coisas do mundo secular. Alguns dias passados ouvi de Pastor que verdadeiramente cuida das ovelhas, dizer: "Para que eu quero o uma igreja com 5 mil membros, se eu não posso visitar mil". As nossas igrejas estão cheias de pessoas que são membros a vários anos e nunca receberam a visita do pastor, porque na verdade eles não tem pastor, tem um empresário, um empreendedor, o qual esses membros tem que se contentar em vê-lo pela televisão ou ouvi-lo pelo rádio, pois, o pastor "papa evangélico" é inacessível. As ovelhas estão se dispersando, porém, muitos desses pastores presunçosos não estão nem aí, porque dizem eles "sai um, chega dez", "saiu do nosso meio, porque não era um dos nossos", é dessa forma que demonstram o cuidado pelas ovelhas.

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