quinta-feira, 24 de março de 2011

PAULO TESTIFICA DE CRISTO EM ROMA – Lição -13

Em Atos 19.21,22 e 20.1-3 pode-se ver que Paulo deixou Éfeso e viajou para Corinto. Ele enviou irmãos de confiança adiante dele, a fim de persuadir as igrejas da Macedônia e de Acaia para coletarem uma oferta "para os pobres dentre os santos" de Jerusalém (Rm 15.26). Ele planejara ir a Jerusalém com a oferta, e depois, a Roma (At 19.21). Sentia que seu ministério no Oriente estava por terminar, e pensou em ir à Espanha (Rm 15.24). Passando através das áreas mencionadas, ele coletou as ofertas e estava se deslocando em Corinto por três meses antes de partir para Jerusalém. Talvez a delonga tivesse por fim solidificar sua permanência na igreja coríntia, em sucessão à época de conflito refletida na correspondência dirigida aos coríntios. Em Romanos, Paulo demonstra o seu grande desejo de visitar Roma e conseguir algum fruto de seu ministério entre os gentios, naquela cidade, como o teve em outros países gentios (1.13). Mas a visita a Roma seria apenas uma familiarização, porque ele queria prosseguir para a Espanha, a fim de ministrar lá. Portanto, Paulo escreveu que planejara ir a Jerusalém, com a "oferta de paz", e depois a Espanha, via Roma. Ele também achava que a igreja em Roma, em virtude do seu tamanho e fé, podia ajudá-lo na sua ida à Espanha (Rm 15.24). Ele queria que os irmãos participassem de seu ministério apostólico no Ocidente,em grande parte, como Antioquia havia sido para o ministério do Oriente.

A IGREJA DE ROMA

A capital do Império Romano justificava sua prerrogativa de ser a cidade principal, maior que Atenas, Alexandria e Antioquia. Embora situada na ocidental do mundo romano, ela mantinha ligações íntimas com as áreas mais remotas de seu domínio. Roma era a figura dominante em todas as questões imperiais: políticas, sociais, militares, comerciais e religiosas. Embora os primórdios da cidade estejam obscurecidos em mito e mistério, o calendário romano data de 753 a. C. A cidade estava situada a dezenove quilômetros da costa, o que a protegia de ataque marítimo. Seus muros rodeavam sete montes, entre dois dos quais (o Capitolino e Palatino) estava localizado o Forum, a sede administrativa do Império, Roma era a capital de um território que incluía todas as regiões fronteiriças do mediterrâneo, os países antigos do Oriente próximo e do Oriente Médio, a Bretanha e as partes do Nordeste da África. Roma foi construída através de conquistas e sustentada pelo gênio de sua força militar, competência administrativa e rapidez de comunicações. Para esta rapidez, muitas estradas excelentes foram construídas até as partes mais remotas do império, todas levando até Roma. Por causa de suas conquistas e empreendimentos comerciais, Roma era uma cidade de imensa riqueza. Pessoas de todas as partes do Império vinham a Roma para participar da vida extravagante na capital. Durante o primeiro século da era cristã, acima de 1.500.000 pessoas habitavam em Roma, das quais 800.000 eram escravos. A riqueza e a cultura romanas exigiam uma multidão de escravos domésticos. As pessoas que vinham à Roma, fossem livres ou escravas, traziam com elas sua base cultural e religião próprios. Grande parte dessa cultura e religião foi assimilada na cultura romana, mas grande parte também permaneceu separada e distinta. Embora o latim fosse a língua oficial, a língua comumente falada em Roma e no Império era o grego, a língua universal do comércio e das nações, a língua franca da época. Só pelo terceiro e quarto séculos é que o latim substituiu o grego como a língua comum do Império. Roma Administrava suas possessões, na maior parte, com igualdade e justiça. Seus exércitos mantinham as estradas relativamente livres de salteadores e rapidamente suprimiam qualquer rebelião incipiente. O primeiro século da era cristã foi a época da Pax Romana. Foi devido ao governo romano que o cristianismo foi capaz de se propagar livremente através do Império, nas primeiras décadas importantes da existência da igreja. Roma era o centro desse império, e Paulo escreveu à igreja o mais profundo de importância teológica e ética que se encontra em toda literatura, a Carta aos Romanos.

PAULO EM ROMA

Os capítulos finais de Atos contêm alguns dos mais comoventes escritos de toda Bíblia. O fato marcante é que, desde o momento em que Paulo é agarrado pela multidão revoltosa em Atos 21.30, ele nunca mais consegue viver em liberdade. Ele passa o restante do livro como um prisioneiro, aparentemente abandonado diante dos caprichos da justiça romana. Mas o modo como Lucas narra a história dá uma impressão totalmente distinta. Paulo não está subjugado e desamparado. O plano de Deus está se desenvolvendo. Paulo tem muitas oportunidades para testemunhar a uma enorme multidão em Jerusalém, ao Sinédrio judaico, a dois governadores romanos, ao Rei Herodes e sua esposa, a uma tripulação de passageiros de aproximadamente 300 pessoas num navio, ao governador de Malta e, através dele, a muitos outros habitantes da ilha, aos líderes de uma grande comunidade judaica em Roma, e, finalmente, a todos os que o procuram e ouvem na capital imperial. Paulo pode ter sido um prisioneiro, mas, como ele mais adiante expressa a Timóteo, "a palavra de Deus não está algemada" (2 Timóteo 2.9).

Em Roma Paulo foi entregue ao comandante da guarda pretoriana de Nero. Mas foi-lhe permitido morar à parte, acorrentado pelo pulso a um soldado que o guardava. Foi-lhe permitido alugar um apartamento, nele residindo nos dois anos que passou em Roma. Lucas e Aristarco também ficaram em Roma para ajudá-lo durante esse período (Col 4.10, 14;Fil 24). Felizmente o apartemento era grande bastante para considerável número de pessoas reunir-se, como se vê (At 28.23-25). Depois de três dias Paulo convocou os líderes judeus em Roma para virem ao seu apartamento. Inscrições romanas antigas mostram que havia várias sinagogas judaicas em Roma por esse tempo. Paulo contou-lhes então como veio a estar em Roma como prisioneiro. Enfatizou ele sua inocência e explicou por que apelou para Cesar, sendo cuidadoso em não mencionar nenhuma censura à nação judaica como um todo. O propósito de Paulo, entretanto, era fazer mais do que explicar por que estava ali. Ele queria testificar do fato de que era pela esperança de Israel que estava preso por uma cadeia. Os líderes judeus responderam que haviam recebido carta alguma da Judéia, nem tinha alguém trazido alguma notícia do julgamento de Paulo ou mesmo falado qualquer coisa má a seu respeito. A seguir expressaram o desejo de ouvir Paulo falar-lhes acerca de suas idéias. Entretanto, lês não se mostraram corteses para com os cristãos, pois chamaram o Cristianismo de seita que, em toda parte, era impugnada. A epístola de Paulo aos Romanos mostra que a igreja de Roma já estava estabelecida pelo A. D. 57, provavelmente, bem antes disso. Evidentemente estes líderes judeus tinham ouvido as críticas mas não se haviam dado ao trabalho de investigar. Os judeus, entre si, combinaram uma data e compareceram em elevado número a casa de Paulo. A estes deu ele explicação acerca do que tinha em mente, apresentando solene testemunho acerca do reino de Deus. Como sempre fazia nas sinagogas, usou os livros de Moisés e dos profetas para ensinar o evangelho e procurar persuadi-los de que Jesus é verdadeiramente o Messias. Continuou ele com esse ensino e essa pregação desde a manhã até a noite. Alguns se deixaram persuadir. Isto é, creram e aceitaram a mensagem e a exortação de Paulo. Outros não creram. Por estarem em desacordo, retiraram-se, mas não antes de Paulo dizer-lhes uma palavra final. Ele citou-lhes que o Espírito Santo, em Isaías 6.9, 10, disse aos seus ancestrais. Então acrescentou ele que a salvação de Deus estava, também, sendo enviada aos gentios. Essa não foi a última oportunidade de Paulo. Por dois anos inteiros teve condições de pregar e ensinar corajosa e livremente, recebendo todos os que vinham a sua casa. Era essa uma resposta a seus pedidos de oração enviados às igrejas por ele fundadas (Ef 6.19,20; Col 4.3,4). Até mesmo alguns da casa de Cesar se converteram (Fil 4.22). Isso, provavelmente aconteceu através do testemunho dado pelos soldados à guarda pretoriana ("palácio")(Fil 1.13).


 

sábado, 19 de março de 2011

A TRAJEDIA NO JAPÃO E A POSTURA CRISTÃ

O mundo inteiro foi surpreendido no dia 11 de março com a notícia de que o Japão havia sido abalado e sacudido por um grande terremoto e um tsunami devastador subseqüente. A perda de vidas e a destruição de propriedades provavelmente será calculado por dias e até semanas para vir. Tragédia que viveu no Japão não é novidade. Os últimos anos têm visto os desastres naturais em todo o globo. Foi Jesus quem assinalou que a chuva não discrimina, que recai sobre todos. Tive o desprazer de ouvir alguns comentários e até pregações, enfatizando que a tragédia ocorrida no Japão seria uma ação divina para penalizar a nação japonesa em decorrência dos seus pecados contra Deus e a natureza, por isso achei importante postar aqui o que entendo que seja uma posição equilibrada, com relação a esses acontecimentos. A maioria de nós está muito distante da realidade que o povo do Japão enfrenta agora. Nos próximos meses - talvez anos - seus corações, mentes e os horários serão preenchidos com tristeza, luto, limpeza de reconstrução, e readaptação. Então, como cristãos, qual deveria ser o nosso olhar bíblico para para aqueles inundados numa tragédia como essa? Devemos simplesmente sentir pena? Ser gratos por não morarmos no Japão? Sair proclamando que isso foi a "mão de Deus", porque o Japão tem desrespeitado a natreza e a Deus. Creio que nenhuma dessas atitudes são convenientes nem compatíveis com a mensagem bíblica. Um lugar para começar é cultivar a empatia por aqueles estão sofrendo. Em um mundo saturado pela mídia e notícias que tende a acentuar o mau, é fácil esquecer que as caras na tela são reais, de carne e osso, seres humanos. O povo do Japão não é protagonista de mais um filme sobre uma catastrofe. Eles são indivíduos que compartilham as mesmas esperanças e aspirações que nós. Eles são reais e suas vidas foram despedaçadas. Precisamos parar e imaginar como nos sentiríamos se estivéssemos no lugar deles, sobrecarregados com uma devastação como essa. Outra forma de responder é orar por todos aqueles que estão lá sofrendo com as perdas e lutando para sobreviver. Realmente orar por eles. Sinceramente orar por eles. Isto, se formos coerentes, é tarefa fundamental. Outra maneira é contribuir com ajuda financeira e humanitária, quando as mesmas forem solicitadas e se tiverem ao nosso alcance.

Uma resposta mais introspectiva é perceber que a vida é incerta. A tragédia que observamos hoje bem poderia ser a dificuldade que eu você teremos que lidar amanhã. "Você não sabe mesmo o que o amanhã trará - o que será sua vida!" a Bíblia diz no livro de Tiago, que a qualquer momento os ventos podem soprar ao contrário, trazendo muitas mudanças no ambiente. Uma vez que, como diz a Bíblia, não sabemos o que a vida será daqui a 5 minutos, muito menos daqui a cinco anos, devemos viver cada dia focado no que é verdadeiramente importante. Como tal, devemos dar a nossa atenção para as prioridades de valor inestimáveis. Algo que não tem preço, que não há dinheiro que possa substituí-lo. Algo que se você perdesse mudaria toda a sua vida. Um item de valor inestimável é algo que nada pode substituir. A nossa fé em Deus e as nossas famílias são as prioridades de valor inestimáveis. Como prioridades de valor inestimáveis, nossa fé e nossas famílias merecem o máximo de tempo que pudermos dedicar a elas. Também devemos aproveitar todas as oportunidades, a cada dia, para expressar o nosso amor a Deus e ao nosso próximo. Num contínuo propósito de amar e praticar o perdão. Jamais abrigar maus sentimentos para com alguém, especialmente para com aqueles que estão sofrendo. Atente para o que disse o Salmista: "Ensina-nos a contar os dias com cuidado para que possamos desenvolver a sabedoria em nossos corações." Antes de emitirmos julgamentos precipitados, devemos nos colocar no lugar daqueles que sofrem e compartilhar dar dor deles. Sofrer com os que sofrem é uma atitude sabia e cristã, julgar precipitadamente é imprudência, e porque não dizer também que é uma atitude demoniaca.

quinta-feira, 17 de março de 2011

AS VIAGENS MISSIONÁRIAS DE PAULO – Lição 12

PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA

Uma vez mais o Espírito dá um pass e impulsiona a igreja a seguir adiante. Pode nos parecer natural que pessoas cheguem a tornar-se cristãs sem também ser judias, mas isto não é aceitável de modo absoluto para os primeiros crentes. Como Paulo e Barnabé em sua primeira empresa missionária, eles descobrem por experiência que, quando os judeus rejeitam o evangelho, "os gentios...regojizavam-se e glorificaram a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna" (13.48). O Espírito Santo parece requerer apenas que eles creiam no Senhor Jesus. Não exige deles que também se tornem judeus. No final de seu roteiro missionário. Paulo Barnabé alegremente concluem que Deus simplesmente "abrira os gentios a porta da fé" (14.27). Alguns, entretanto, admitem que a ação do Espírito Santo precisa de cuidadosa interpretação. Alguns deles chegam a Antioquia insistindo em que "se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos" (15.1). Assim, o episódio relatado por Lucas em Atos 15é ma conseqüência vital da missão recém-completada. Paulo e Barnabé são nomeados, juntamente com outros, para subirem a Jerusalém a fim de resolverem a questão com "os apóstolos e os presbíteros" (Atos 15.4): devem os gentios também tornar-se judeus para que sejam salvos?

É provável que por esse tempo Paulo escreve sua carta aos gálatas como uma circular enviada às igrejas que ele havia fundado em sua viagem missionária. A carta é uma defesa apaixonada do ponto de vista que também prevaleceu em Jerusalém – que nossa "justificação", ou aceitação, diante de Deus não depende de nossa obediência à lei, mas somente a Cristo, a quem estamos unidos pela fé. Com essa questão vital resolvida, a fundação é lançada para que o evangelho avance sem obstáculo "até aos confins da terra".

SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA

Esta viagem começa como um projeto para revisitar as igrejas fundadas na primeira viagem (15.36), porém novamente o Espírito Santo se antecipa, e em seguida os orienta. Em pouco tempo e seus companheiros decidem que devem levar o evangelho até à Grécia (16.10), e acabem ministrando sucessivamente em Filipos, Tessalônica, Beréia, Atenas e Corinto. Paulo permanece mais de dezoito meses em Corinto antes de finalmente retornar ao seu "lar", a igreja em Antioquia. Foi durante essa viagem que o ocorreu o incidente que ocasionou a separação entre Paulo e Barnabé. Esse incidente ajuda-nos a entender o segundo, que Lucas registra em Atos 15.36-40. Barnabé desejava que o jovem Marcos os acompanhasse na segunda viagem missionária; Paulo opôs-se à idéia. E a narrativa diz que "houve entre eles tal desavença que vieram a separar-se" (v.39). Não sabemos se Paulo e Barnabé voltaram a encontrar-se. Eles "concordaram em discordar" e empreenderam viagens, cada um para seu lado. Sem dúvida o evangelho foi desse modo promovido mais do que se tivessem permanecido juntos. Então "Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu...E passou pela Síria e Cilícia, confirmando as igrejas" (Atos 15.40,41). Depois de nova visita a Derbe, o último ponto visitado na primeira viagem, Paulo e seu grupo prosseguirem até Listra para ver seus convertidos nesta cidade. Aqui Paulo encontrou um jovem chamado Timóteo (At 16.1), e viu nele um substituto potencial para Marcos. O que aconteceu aqui redimiu Paulo de qualquer acusação de não se mostrar disposto a depositar confiança em homens mais jovens do que ele. Em 1 Tm 1.2 dirigiu-se ao jovem Timóteo "verdadeiro filho", e na segundo epístola fala dele como "amado filho".

Quando o grupo de evangelista (dirigido de algum modo não especificado pelo Espírito Santo – Atos 16.6-8) chegou a Trôade e se pôs a comtemplar o outro lado da estreita península, deve ter ponderado sobre a perspectiva de avançar sua campanha ao continente europeu. A decisão foi tomada quando "à noite, sobreveio a Paulo uma visão, na qual um varão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos" (At 19.6). A resposta de Paulo foi imediata. O grupo navegou para a Europa. Muitos escritores têm sugerido que esse "varão macedônio" pode ter sido o médico Lucas. De qualquer maneira, parece que neste ponto ele entrou no drama de viagem, porque agora ele começa a referir-se aos missionários como "nós". A viagem continuou ao longo da grande estrada romana que corre para o Ocidente através das principais cidades da Macedônia – desde Filipos até Tessalônica, e de Tessalônica a Beréia. Durante 3 semanas, Paulo falou na sinagoga de Tessalônica; depois foi para Atenas, centro da erudição grega, e cidade onde dominava a idolatria (At 17.6). Incansável, ele partiu para Corinto). Sua primeira e grande missão no mundo gentio estendeu-se por quase 3 anos. Depois ele voltou a Antioquia.

TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA

Inclinamo-nos a pensar que Paulo tinha concebido a idéia de fazer de Éfeso o centro do ministério, à semelhança de Corinto (18.21). Ele faz isto agora, despendendo ali mais de dois anos. Éfeso era, como Antioquia, uma das maiores cidade do império e o foco da vida de uma grande área adjacente. Mas de novo o Espírito se interpõe e muda a mente de Paulo sobre tal estratégia: Roma! O itinerário um tortuoso pelo qual Paulo se decide (19.21) é provavelmente em consequência da coleta que levantou em favor da igreja em Jerusalém(por exemplo, Romanos 15.25-27): ele deseja levá-la pessoalmente até lá. Paulo está visivelmente preocupado com a visita a Jerusalém. Ele pede aos romanos que orem "para que eu me veja livre dos rebeldes que vivem na Judéia, e que este meu serviço em Jerusalém seja bem aceito pelos santos" (Rm 15.31). Lucas destaca este pressentimento ao relatar as mensagens proféticas que falam a respeito de sua prisão (20.22,23; 21.10-14). E por certo, logo ao chegar em Jerusalém, Paulo se vê em dificuldades com os judeus e cristãos-judeus que desaprovam profundamente seu evangelho desvinculado da lei mosaica.

sexta-feira, 11 de março de 2011

O PRIMEIRO CONCÍLIO DA IGREJA DE CRISTO – Lição 11

Os chamados Judaizantes, um grupo de cristãos que defendiam a prática dos rituais da religião judaica, incluindo a circuncisão, foram os principais motivadores para a realização do primeiro concílio da igreja em Jerusalém. Estas pessoas mesmo aceitando que o poder de Deus havia caído sobre os gentios, insistiam que estes deveriam ser circuncidados e submetidos sob o Antigo Pacto da Lei de Moisés; de outra forma não poderiam ser herdeiros das promessas futuras. Com isso também insinuavam que os gentios poderiam perder o que já haviam recebido, caso não aceitassem a circuncisão e não seguissem os regulamentos dos judaísmo. Este posicionamento dos judaizantes provocou severas e insolúveis contendas entre os irmãos, ao ponto de escolherem a Paulo e Barnabé juntamente com um grupo de irmãos a fim de irem a Jerusalém para se reunirem com os apóstolos, com o propósito de dirimir aquela polêmica que estava causando um grande desconforto na vida igreja. É provável que os mestres judaizantes já tivessem tentado espalhar seu ensino nas outras igrejas que Paulo havia estabelecido no sul da Galácia. Tendo de ir a Jerusalém, Paulo não podia ir a essas igrejas pô-las em ordem. Assim, parece evidente que, por esse tempo (A. D. 48, 49) o Espírito dirigiu e inspirou Paulo a escrever a epístola aos Gálatas.

A CONTROVÉRSIA EM DISCUSSÃO (At 15.6-12)

Congregaram-se pois os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto. E, havendo grande discussão, levantou-se Pedro e disse-lhes: Irmãos, bem sabeis que já há muito tempo Deus me elegeu dentre vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho e cressem. E Deus, que conhece os corações, testemunhou a favor deles, dando-lhes o Espírito Santo, assim como a nós; e não fez distinção alguma entre eles e nós, purificando os seus corações pela fé. Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar? Mas cremos que somos salvos pela graça do Senhor Jesus, do mesmo modo que eles também. Então toda a multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quantos sinais e prodígios Deus havia feito por meio deles entre os gentios.

Os apóstolos e os anciãos então se reuniram para considerar o assunto. Entretanto não era uma reunião secreta. O versículo 12 indica que uma multidão estava presente. A princípio houve muita discussão, não no sentido de contenda, mas o que havia era uma grande disposição para questionar e discutir com intenção de investigar o problema. Sabiamente, os líderes deixaram que as pessoas apresentassem os vários pontos de vista. Por fim, após um longo período de debate, Pedro levantou-se e lhes lembrou que, por escolha de Deus, ele levara o evangelho aos gentios (em Cesaréia) e eles creram. Então, Deus, que viu a fé em seus corações, testificou o fato de que eram crentes dando-lhes o Espírito Santo, como já fizera com todos os judeus crentes. Na sua prédica Pedro deixa claro que não era a circuncisão, nem a observância da Lei de Moisés, e sim um coração purificado pela fé , isso era tudo que era necessário para obter de Deus testemunho em favor dessa fé pelo derramamento do seu Espírito. As palavras de Pedro acalmaram a multidão a multidão, e ouviram eles em silêncio enquanto Barnabé e Paulo relatavam quantos sinais e maravilhas Deus operara por meio deles entre os gentios. Com isso eles davam a entender que os milagres mostravam o interesse de Deus no sentido de ganhar estes gentios para Cristo e estabelecê-los na fé. Como Paulo depois escreveu aos Coríntios, que pregou em demonstração do Espírito e de poder, poder operador de milagres, de maneira que sua fé não se firmasse na sabedoria de homens, mas no poder de Deus (I Co 2.4,5).

A PALAVRA SÁBIA DO APÓSTOLO TIAGO

Depois que Barnabé e Paulo terminaram, a multidão esperou até que Tiago quebrou o silêncio pedindo-lhes que ouvissem. Mas, neste pedido ele fala como um irmão, não como alguém que tivesse autoridade superior. Primeiro, chamou a atenção para o que Pedro disse, chamando Pedro pelo seu nome hebraico, Simão. Fez um sumário disso, dizendo que Deus, na casa de Cornélio, fez a sua primeira visita aos gentios para, dos gentios tirar um povo para o seu nome, um povo que honrasse o seu nome e fosse seu povo. Tiago, então fundamentou, suas palavras nos profetas, citando Amós 9.11,12, da Versão dos Setenta. Esta difere do hebraico substituindo "homens (humanidade, seres humanos)" por Edom. Na realidade, a palavra, no texto hebraico, podia ser lida "homem" (em hebraico, adam) em vez de Edom. Evidentemente, também, Tiago usou a reedificação do caído tabernáculo de Davi como paralelismo em relação à profecia da raiz de Davi. Embora a glória de Davi se tivesse desvanecido e seu reino caído, Deus levantaria a Messias dentre os descendentes de Davi e restauraria a esperança, não somente de Israel, mas dos gentios que haveriam de aceitar o Messias e tornar-se parte do povo de Deus. Esta era, como disse o profeta, a obra do Senhor que tem conhecido todas estas coisas desde o princípio do mundo, isto é, princípio dos tempos.

AS CONCLUSÕES DO CONCÍLIO

A palavra de sabedoria do Espírito foi que eles não perturbassem os crentes gentios. É melhor escrever uma carta para que eles se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, das carnes de animais sufocados e do sangue. Estas coisas deviam ser solicitadas aos gentios, não para colocá-los debaixo de um fardo ou sob uma lista de regras. Antes, isso estava sendo feito em atenção aos crentes judeus e por causa do testemunho nas sinagogas em toda cidade onde eles tinham por gerações, remontando aos tempos antigos. Os dois primeiros pedidos – que se afastassem da contaminação, ou das coisas poluídas da idolatria, e de todas as formas de imoralidade sexual – eram por causa do testemunho judaico ao verdadeiro Deus bem como aos altos padrões morais que um Deus santo exige. Os gentios não deviam aproximar-se de coisa alguma relacionada com o culto aos ídolos que antes praticavam, nem que se tratasse de herança de família, e ainda que soubessem, como agora acontecia com eles, que tais coisas não tinham nenhuma significação e eram inócuas. Seus vizinhos idólatras poderiam interpretar mal e, daí, supor que o culto a Deus podia ser associado ao culto pagão ou às idéias pagãs. Os crentes gentios também precisava ser advertidos quanto aos elevados padrões morais que Deus requer. Eles procediam de uma tradição religiosa onda a imoralidade era aceita e mesmo estimulada em nome da religião. Exigia considerável ensino fazê-los compreender que as coisas que os demais praticavam estavam erradas. Em várias das epístolas de Paulo ele teve de tratar, com bastante severidade, dos problemas da imoralidade. (Rm 6.12,13, 19-23; I Co 5.1, 9-12; 6.13, 15-20; 10.8; Gl 5.19-21; Ef 5.3, 5; Col 3.5,6; ITm 1.9,10).

Os dois pedidos que vinham em segundo lugar visavam a promover a comunhão entre crentes judeus e gentios. Se havia alguma coisa capaz de embrulhar o estômago de um crente judeus, era o comer carne da qual não tivesse sido retirado todo o sangue, ou comer o próprio sangue. Se os crentes judeus iam ceder comendo alimento não permitido pela Lei nas casas dos crentes gentios, então os crentes gentios podiam ceder um pouco e evitar servir e comer as coisas que nenhum judeu, não importa quanto tempo ele já fosse cristão, podia tragar. Havia precedente para estes dois últimos pedidos porque muito antes do tempo de Moisés, bem antes de ser dada a Lei, Deus disse a Nóe que não comesse o sangue pois ele representa a vida. A mesma restrição na lei de Moisés considerava o sangue de Cristo e mostrava sua importância. Tiago, entretanto, não pôs em relevo esta tipologa. Antes de tudo era o interesse pela comunhão entre os judeus e os gentios que estava em jogo. Esta era uma espécie de sabedoria de que Tiago fala em sua epístola (Tg 3.17,18). Era pura, pacífica e moderada. A carta expressava claramente que a igreja de Jerusalém não estava ordenando que os crentes gentios devessem ser circuncidados e guardassem a Lei. Sua decisão de enviar homens escolhidos com seus amados, Barnabé e Paulo, surgiu quando estavam concordemente reunidos. E outras palavras, a decisão foi unânime. Além disso, Barnabé e Paulo eram ambos amados por eles. Assim, eles os recomendavam aos crentes gentios em Antioquia como homens que haviam exposto sua vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Judas e Silas pessoalmente confirmaram isso. Somente as coisas necessárias que pareciam boas ao Espírito e aos crentes de Jerusalém seriam pedidas deles. Se eles se guardassem dessas coisas, fariam bem. "Bem vos vá", literalmente, quer dizer "Fazei-vos fortes", mas se tornara uma frase usado no fecho de uma carta com o sentido de despedida ou adeus.

sexta-feira, 4 de março de 2011

O EVANGELHO PROPAGA-SE ENTRE OS GENTIOS – Lição 10

Em João 3.16 quando diz que "Deus amou o mundo..." fica claro a ilimitada extensão do amor divino, o qual abrange a toda sua criação. A nação judaica equivocou-se tremendamente nesse ponto, pois, pensam eles serem objetos exclusivos do amor de Deus. Podemos até admitir que eles foram privilegiados em ser escolhidos como povo peculiar para ser a testemunha de Jeová perante as nações pagãs, pois, era por meio deles que Deus queria levar o seu amor aos demais povos. Deus disse a Abrão: "Em ti serão benditas todas as famílias da terra", isso nos mostra que sempre esteve no coração de Deus manifestar o seu amor para com todos os homens. A igreja primitiva precisou ser impactada pelo poder do Espírito Santo para entender a extensão do plano de Deus para a salvação de todos os homens. Não entendendo porque alguns sistemas doutrinários insistem em ensinar que Deus teria excluído algumas pessoas, não dando-lhes a oportunidade de poderem crer para receber a salvação, essa posição é muito contraditória com o caráter de Deus, pois, o apóstolo Paulo nos diz: "Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade", se Ele fechou a porta para alguns, então Paulo deveriam dizer que Deus deseja que apenas aqueles que Ele escolheu antecipadamente cheguem ao pleno conhecimento da verdade. Deus não excluiu nenhuma pessoa do plano da salvação, sem antes dar a essa pessoa uma oportunidade de crer na obra redentora de Cristo.

OS GENTIOS NA CASA DE CORNÉLIO

Os gentios na casa de Cornélio receberam a Palavra de Deus. Isto significa que a receberam de bom grado, reconheceram sua verdade, e aceitaram sua mensagem de arrependimento, perdão e salvação. Essa era uma notícia preciosa e, para alguns dos judeus, provavelmente não era uma boa notícia. Uma notícia assim viajava depressa e alcançou os apóstolos e os demais irmãos em Jerusalém antes da volta de Pedro. Quando ele chegou, "os que eram da circuncisão" (que, por esse tempo, incluíram todos os crentes em Jerusalém, porque eram todos judeus prosélitos plenos), estavam prontos para atirar-se a ele. Imediatamente disputaram com ele por entrar na casa de homens incircuncisos e, pior, ainda, comer com eles. O fato de que estes crentes estavam perturbados patenteia-se em não usarem a palavra costumeira para "não circuncidado". Em seu lugar eles usaram uma palavra da gíria por demais depreciativa para os gentios. È muito provável, também, que umas das razões pelas quais estavam perturbados era o medo de que a ação de Pedro pudesse encerrar o período de paz que estavam gozando, provocando os judeus não-convertidos contra eles.

Pedro, então, passou a explicar-lhes tudo por ordem, isto é, desde o momento em que tivera a visão em Jope. Ele acrescenta que o lençol desceu bem perto dele de modo que lhe foi possível olhar e inspecionar o conteúdo sem possibilidade de engano. Ele foi cuidadoso, também, em apontar para as seis testemunhas que estiveram em sua companhia em Cesaréia e que ele trouxera consigo a Jerusalém (Vers. 12). Como uma prova a mais da direção de Deus, acrescenta que o anjo disse a Cornélio que Pedro falaria palavras pelas quais Cornélio e toda a sua casa seriam salvos. Então, sem repetir o sermão que pregou em Cesaréia, Pedro lhes disse que, logo que começou a falar, o Espírito Santo desceu sobre eles "como também sobre nós". Isto é, tão real e tão evidentemente como sobre os 120 sobre os 3000 no dia de pentecoste, "no princípio". Alguns escritores procuram evitar mencionar aqui "como no dia de pentecoste" (At 2.4), que visto que não houvera nenhuma descida ou derramamento do Espírito em cumprimento da profecia de Joel até então.

Pedro, então, prosseguiu dizendo que Deus deu a estes gentios o mesmo dom que havia dado aos crentes judeus. "Mesmo", no grego, significa igual ou idêntico. Isto é significativo porque a evidência convincente não foi o vento ou o fogo. Eles precisavam de uma evidência convincente, e a única evidência convincente dada era o fato de falarem eles em outras línguas e magnificarem (darem glória) a Deus. Os gentios não tiveram de perguntar se tinham realmente recebido este poderoso derramamento. Eles sabiam. Pedro e as testemunhas não disseram "eu penso" ou "eu suponho" ou mesmo "eu espero" ou "eu acredito" que estes gentios foram batizados no Espírito Santo. Eles sabiam. Seguramente, no meio de toda a controvérsia e discussão acerca do Espírito Santo hoje, precisamos da mesma evidência convincente. Desde que Deus deu aos gentios o dom do Espírito, para Pedro o recusar-se a aceitá-los seria resistir a Deus – e, quem era ele – e quem é qualquer pessoa – para fazer tal coisa? Nem os crentes judeus de Jerusalém podiam resistir a Deus. Os fatos relacionados com o caso silenciavam todas as suas antecipadas objeções; eles eram bastante sensíveis ao Espírito e à Palavra para glorificar a Deus e reconhecer que Deus havia dado, mesmo aos gentios, arrependimento para vida. Ainda mais especificamente, Deus aceitara o arrependimento deles e dera-lhes vida espiritual sem que tivessem de ser circuncidados; o batismo no Espírito Santo trouxe o testemunho para isso.