quinta-feira, 30 de junho de 2011

O PROJETO ORIGINAL DO REINO DE DEUS – LIÇÃO 1

A palavra "reino" desperta muitas ambições em muita gente, até mesmo alguns dos discípulos se precipitaram ao manifestarem o desejo de obter posições privilegiadas no Reino. O Reino de Deus pode ser apresentado nas escrituras em duas dimensões diferentes, quando Jesus disse: “E curai os enfermos que nela houver, e dizei-lhes: É chegado a vós o reino de Deus”, Ele estava se referindo ao reino presente, o qual foi estabelecido nesse mundo por intermédio da graça dada por meio do Evangelho, tendo sido à igreja dada a função de ser agência desse reino, pois, ela gerencia a entrada e permanência de todas as pessoas que pela fé no evangelho de Cristo ingressam no Reino.( Lc 10.9). Porém, em Lc 22.18 “Porque vos digo que já não beberei do fruto da vide, até que venha o reino de Deus”, o Senhor Jesus faz uma referência a Reino apocalíptico, eterno, o qual já está preparado para igreja que foi comprada com o sangue do cordeiro conforme João pôde ver na revelação que foi dada para ele na Ilha de Patmos. Apesar de espiritual, o reino de Deus aqui não consiste apenas de palavras, sermões, doutrinas, teologias e discursos inflamados. Veja o que nos diz Paulo: “Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder” (I Co 4.20). É necessário deixar bem claro que o poder aqui mencionado é o poder de Deus e não do homem, porque o reino é de Deus e não do homem. A igreja não é o reino, mas é o principal agente espiritual do reino, e como tal ela está acima dos sistemas religiosos, acima das instituições humanas. A porta de acesso do reino de Deus é graça conferida através da obra vicária do Senhor Jesus, a oportunidade é franquiada para todos, tanto para entrar como para dar frutos no reino, tornar-se um cooperador ativo. Infelizmente, alguns estão tentando ser latifundiários no Reino de Deus, estão criando monopólios, estão privatizando a eclesiologia, estão promovendo a competição de mercado. O denominacionalismo no Brasil tem produzido muito mais para o reino dos homens do que para o Reino de Deus. Na atualidade existe uma corrida frenética por parte de muitas denominações e ministérios para conseguir espaço na mídia radiofônica e principalmente na redes de televisão. O argumento utilizado por todos é que a intenção é promover o "reino de Deus", porém, por trás do discurso religioso existe uma propaganda pessoal e institucional a qual revela, que para essas pessoas o reino de Deus se restringe aos seus sistemas dogmáticos, dos quais tais pessoas são muito bem servidas e estão gozando de ilimitados privilégios, vivendo como verdadeiros reis, e povo não passa de ingênuos súditos desses reinos de pastores presidentes, reinos de bispos, reinos de apóstolos, e porque não dizer o reino das pastoras. Quem se limita a esses universos denominacionais não está preocupado com o verdadeiro Reino de Deus, e sim com os seus alvos pessoais.

CONCEITOS DO REINO

Apesar de não se mostrar no Antigo Testamento a expressão "Reino de Deus", a idéia em si aparece em quase todas as suas partes. De igual modo, apesar de à parte dos Evangelhos Sinóticos o título ser usado raramente no Novo Testamento, toda a mensagem de Jesus se focaliza sobre o o Reino de Deus (Mc 1.14-15), e a idéia mesma se apresenta sob muitas formas diferente - por exemplo, como vida eterna no Quarto Evangelho e como misticismo em Cristo no caso de Paulo - Através de todo o Novo Testamento. Na verdade, tão penetrante e central é o conceito de Reino de Deus no pensamento do Antigo e Novos Testamentos, que se constitui num dos temas principais a manter os dois unidos. Em sua origem da realeza divina estava intimamente relacionada à crença de que Iavé era o protetor e governador de Israel. Desde o início do culto prestado por Israel a Iavé concebia-se Deus em termos de retidão. Desenvolveu-se entre os profetas a clara convicção de que o Deus de Israel era o Senhor de toda a terra, e predisseram eles o dia em todas as nações reconheceriam sua soberania. O Deus de Israel era o Criador "dos fins da terra"; Ele era o Juiz de todas as nações e de todas as gerações (Sl 145.13); Ele era o Salvador que redimiria Israel e as nações, e estabeleceria seu governo justo sobre toda a terra (Is 45.22,23; 49.6; 66.18-23). Até então Iavé só era conhecido de Israel, mas os profetas e os salmistas predisseram o dia em que, por meio de Israel, - ou no papel de soberano ou de servo de Iavé, - Ele estabeleceria sua realeza universal. Mediante um exame mais minucioso, descobrimos que a realeza de Deus é conhecida no Antigo Testamento de três diferentes modos. Em primeiro lugar, reconhece-se que Deus já é rei. Ele criou o mundo e o governa com retidão. Ele é o Senhor das nações e as usa, mesmo que elas não O conheçam, como instrumentos de sua vontade. É eternamente Deus, apesar de estarem os homens rebelados contra Ele. É soberano mesmo quando homens e nações atraem julgamento e ruína sobre si mesmos, ao desafiarem Sua vontade reta. "O Senhor...como rei presidirá para sempre" (Sl 29.10), e por entre o tumulto da luta contra o mal seus servos podem confiar nÊle, visto que mesmo agora Ele realiza "feitos poderosos": Ele cria, julga e redime e este mesmo Senhor "reinará por todo sempre" Êx 15.18; Sl 99.1-4). Em segundo lugar, a realeza de Deus está sempre presente de modo especial nas vidas daqueles que fazem a Sua vontade. Seu governo manifesta-se de modo mais completo por intermédio do homem reto que obedece à sua lei e dess forma toma sobre si mesmo o jugo do reino (Sl 1.1-3;74.12; Sl 23). Em terceiro lugar, a realeza de Deus é descrita como um reino futuro em que seu governo se manifestará de modo pleno sobre toda a terra. Este foi o aspecto do governo de Deus que encontrou expressão na esperança messiânica. Enquanto esta esperança foi expressa de vários modos no Antigo Testamento e no judaismo dos últimos tempos, era ela, na essência, antecipação da nova era quando Deus haveria de triunfar sobre o mal. Na sua expressão primitiva, tomou a forma de esperança política e nacional, pela qual Israel se tornaria vitorioso sobre seus inimigos e o primeiro reino de Israel seria restaurado. Fé na plena satisfação do Reino de Deus apoiava-se no conhecimento de sua manifestação parcial dentro da ordem histórica. Evidentemente, Jesus cria em todos estes três aspectos do Reino de Deus, mas separou o conceito de tudo que havia de nacionalismo nele, especialmente nas formas tradicionais de esperança messiânica. Transformou o conceito submetendo-o à sua própria compreensão de Deus e do propósito da vida humana. Emancipou o termo e deu-lhe sentido novo e mais profundo; todavia, não necessitou defini-lo, visto ser herança de Israel e assim serviu como ponto focal de sua própria mensagem.

O REINO DE DEUS NO ENSINO DE JESUS

Pouco antes de haver Jesus dado início ao seu ministério público, aparecera João Batista no vale do rio Jordão proclamando que estava próxima uma grande crise e por isso convocava os homens ao arrependimento. Declarava que Deus estava para visitar os homens com julgamento, e dizia: "Já esta posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo" (Mt 3.10). A pá esta limpando a eira; o trigo será recolhido no celeiro e a palha será queimada em fogo inextinguível. Em vista do julgamento iminente, a existência do arrependimento assumiu nova urgência, visto que só ele - e não fato de alguém ser descendente de Abraão - seria válido no terrível dia do Senhor. Jesus foi atraido por João por causa da liderança profética deste e apresentou-se a ele para ser batizado. Na verdade, Jesus se considerou continuador da obra iniciada pelo seu predecessor. Enquanto Ele proclamava mensagem em muitos sentidos semelahante à de João, era ao mesmo tempo mestre independente desde o princípio. Parece que nunca se tornou discípulo do Batista, porque nunca praticou o rito do batismo, e o tipo de vida e o método de ensino que adotou estavam em vivo contraste com os de João. A passo que João descrever a consumação próxima do domínio de Deus primariamente como um terrível julgamento sobre o pecado, Jesus a proclamava como "boas novas". João havia repreendido severamente sua geração, dizendo-lhe: "Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura?" (Mt 3.7); Jesus, por sua vez, apresentava Deus desejoso de conceder aos homens as riquezas e alegrias do Reino: "Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino" (Lc 12.32). Apesar de o advento do Reino trazer consigo julgamento, e apesar de muitos estarem destinados a serem excluídos dele, traria a mais alta alegria e benção aos que nele fossem congregados. Para Jesus o Reino era de tão alto valor que a pessoa devia estar pronta a abrir mão de tudo que possuísse para entrar na sua posse. "O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no capo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, via, vende tudo o que tem, e compra aquele campo. O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas. e tendo achado uma pérola de grande valor, vendeu tudo o que possuía, e a comprou" (Mt 13.44-45). A bem-aventurança da vida do Reino é melhor descrita como vida eterna, mas isso não consiste em sobrvivência sem fim; antes, caracteriza-se por determinada qualidade de vida muito superior à desta idade. Entrada no Reino resulta em vida eterna; e assim; a vida eterna se torna posse atual para os que entram no Reino agora. Entretanto, sua realização aguarda a vida da nova era. Desse modo, Jesus afirma aos seus discípulos que os que deixarem bens e entes queridos receberão "já no presente o cêntuplo" e "no mundo por vir a vida eterna" (Mc 10.29-30). A primeira proclamação de Jesus e a que mais chama a atenção a respeito do Reino, foi que sua consumação estava próxima. Enquanto é aceitável que os primeiros cristãos exageraram o elemento apocaplíptico no seu ensino, é impossível compreender a carreira e o ensino de Jesus, a não ser reconhecendo que considerou o Reino primariamente como o domínio futuro de Deus, mas iminente. Sua mensagem estava carregada deste tema quando começou seu ministério público na Galiléia (Mc 1.14-15), e encontrava-se continuamente em seus lábios até à última ceia com os discípulos, quando fez a promessa de se reunirem de novo no Reino de Deus.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

AVIVA, Ó SENHOR A TUA OBRA!

O termo avivamento sugere as mentes dos cristãos que a experiência com Deus nos proporciona uma existência de contínua renovação, de uma metamorfose que se configura numa sequência de melhorias do “Ser”, conforme palavras do Apóstolo, Paulo estamos num processo de modelamento para alcançarmos a estatura de varões perfeitos. O propósito dessa palavras iniciais é para deixar claro que o avivamento da Obra do Senhor não acontece de forma instantânea, não é um processo imediato, não se fundamenta por momentos “estanques”. A expressão que incorpora o tema: “Aviva, senhor a tua obra”, é demais significativa, pois o avivamento é um processo vertical e ascendente, isso significa que somente Deus pode promover o avivamento da obra Dele e nós apenas podemos participar como cooperadores Dele, nos apresentando conforme os requisitos da palavra de Deus para sermos considerados servos de Deus. O avivamento geralmente começa no contexto individual e depois alcança o coletivo. O avivamento de uma denominação está diretamente relacionado a experiencial individual dos seus, não é possível imaginar uma igreja que se diz avivada, cujos os membros não demonstram compromisso com a palavra do Senhor nas suas relações sociais. Cultos movimentados e com muitas manifestações emocionais podem muitas vezes não nenhuma relação com avivamento. As Reformas ocorridas com Neemias e Esdras nos ensinam que existem momentos que avivamento no meio povo de Deus não depende só de elaboração de uma liturgia atraente, mas de uma reestruturação da comunidade, da estrutura familiar, e de uma reflexão individual sobre o relacionamento com Deus, para que sejam revistos alguns conceitos. Até aceito que os pregadores possam contribuir nessa área, pregando mensagens específicas que promovam o despertamento espiritual na vida de muitas pessoas, porém, aquela mensagem, aquele culto é só mais um ingrediente do Espírito para nos ajudar. Todavia, tem existido muita ilusão nesse aspecto, alguns pregadores conhecidos como “avivalistas” ficam tão empolgados que perdem totalmente a noção de que são e do que estão fazendo, assumem uma postura de “showmans”, que se assemelha a muitos ídolos pop. Por outro lado podemos perceber que isso é produto de uma cultura religiosa do “imediatismo” na qual as pessoas estão mais em busca do “sentir” do que do “refletir”, talvez essa maneira de entender tenha uma influência inconsciente do liberalismo teológico que teve origem a partir do teólogo alemão Fridrich Schleiermacher que ensinava que tudo que importava era o sentimento, se o crente sentisse comunhão com Deus estava salvo, mesmo que não cresse no Evangelho. Infelizmente tenho que dizer que muitos eventos que algumas igrejas estão chamando de avivamento, não passa de uma mistura de fanatismo de uma parte e canalhiçe por parte daqueles que estão tirando vantagens da situação. Muitas dessas situações envergonham o evangelho, porque beiram ridículo, pregadores sem conteúdo se esguelando, dando gritos histéricos, suando mais do tampa de chaleira. Fico pensando, se essas pessoas dissessem as mesmas palavras sem imprimirem o mesmo esforço físico será que produziria o mesmo efeito na platéia, aqueles que são obcecados por tais situações podem até dizer que sim, porém, eu tenho certeza que uma grande maioria só produziria tédio e sono na platéia.

O MODELO BÍBLICO DE AVIVAMENTO -NEEMIAS 8

I - REAVIVAMENTO AO TEMPO DO REI JOSAFÁ

Josafá foi rei em Judá em c. de 870-845 a.C. Para conhecer mais detalhadamente como foi seu reinado, leia 2Cr 17: 1 a 21. Ele se preocupou com a segurança política do seu reino, fortalecendo-o por causa do perigo dos inimigos. Também promoveu uma reforma judiciária, nomeando juízes para todas as grandes cidades do reino, 2Cr 19: 5. Com isso deixou a Justiça mais acessível ao povo. Foi um administrador muito hábil.

Além dessa visão de administrador, o rei Josafá passou para a história também como um dos reis de Judá que promoveu reformas religiosas. Ele acabou com a adoração pagã. Sua estratégia para levar o povo a uma verdadeira reforma religiosa foi o ensino da Lei.

Josafá escolheu pessoas competentes e determinou que fossem de cidade em cidade, ensinando ao povo, 2Cr 17: 7-9. Como resultado, houve consciência de pecado e abandono da infidelidade.

II - REAVIVAMENTO AO TEMPO DO REI JOSIAS

O livro de II Crônicas 34 a 36 narra um dos maiores avivamentos jamais experimentados por Israel. Foi dirigido pelo jovem rei Josias (c. 639-609 a.C.), que assumiu o trono aos 8 anos de idade e morreu, em batalha, aos 39 anos. Aos 16 anos começou sua vida espiritual e aos 20 fez uma purificação geral em todo o reino de Judá.

Josias herdou uma nação cheia de ídolos, templos pagãos e bosques dedicados às falsas divindades: Baal, Milcom, Moloque, Astarote, culto aos astros, etc. O povo de Judá estava totalmente na idolatria. Mas, diante de tais abominações, Josias lutou contra a situação degradante e superou os problemas.

a) O valor da oração. Importante papel no reavivamento ocorrido ao tempo de Josias foi a oração. Ainda jovem, ele começou a buscar ao Senhor, 2Cr 34: 3. Consciente da idolatria existente em seu país, lutou contra esse pecado e destruiu todos os altares, v. 7.

b) A redescoberta da Palavra. Além da oração, a descoberta do Livro da Lei foi fundamental para a implementação das reformas, 2Cr 34: 14-18. Ao ouvir a leitura da Palavra do Senhor, o rei humilhou-se diante de Deus, v. 19. Depois, reuniu todo o povo e leu diante da multidão a Lei do Senhor, v. 30. Isso trouxe um grande avivamento espiritual.

O que isso nos ensina? Que sem Palavra não há avivamento. E também nos ensina que pretensos avivamentos que não se fundamentem nas Escrituras na verdade não procedem de Deus.


III - REAVIVAMENTO AO TEMPO DE NEEMIAS

Em Neemias 8 está uma das mais belas narrativas bíblicas sobre a relação entre Palavra de Deus e reavivamento. Durante 7 dias, de manhã cedo até ao meio-dia, Esdras e seus auxiliares abriram o livro da Lei, à vista de todo o povo, e davam explicações para que pudessem entender o que se lia, 8: 18. Essa leitura promoveu grande onda de arrependimento, avivamento e uma decisão de obedecerem à Palavra de Deus.

1. Interesse comum, desejo de ouvir e entender a Palavra de Deus, reverência e temor, vv. 1, 3, 18.

2. Homens, mulheres, entendidos ou não, compunham a congregação, v. 2. Não havia acepção de pessoas. O alimento da Palavra é para todas as pessoas, pois todos precisamos da bênção de Deus.

3. O exemplo da liderança, v. 4. Esdras fazia a leitura juntamente com seus auxiliares, os levitas e Neemias, que era o governador. A liderança estava à frente do povo e a leitura era feita de um púlpito construído para esta finalidade.

4. Respeito e temor diante da Palavra, v. 5. O povo colocou-se em pé em atitude de reverência a Deus e respeito à Sua Palavra.

5. Houve louvor e adoração a Deus, v. 6, por parte do dirigente Esdras e do povo. A criatura só presta verdadeiro culto a Deus e cresce espiritualmente quando se prostra e adora a Deus.

6. O entendimento claro da Palavra, vv. 7, 8. Os auxiliares de Esdras, Neemias, e os levitas explicavam ao povo o sentido da lei. Traduziam o seu significado para a linguagem inteligível do povo.

7. Resultados da leitura da Palavra, vv. 9 a 12 - A leitura da Bíblia produziu vários resultados. Entre eles:

Confissão, arrependimento e renovação do pacto;

Alegria e contentamento, porque haviam ouvido e entendido a Palavra, ficando em paz com Deus e nutridos espiritualmente.

Fonte:

Revista de Estudos Bíblicos Aleluia

quinta-feira, 16 de junho de 2011

CONSERVANDO A PUREZA DA DOUTRINA PENTECOSTAL – Lição 12

O apóstolo Paulo nos adverte ao obreiro Timóteo para ser cuidadoso com relação a doutrina, não permitindo nem tolerando qualquer tipo desvio da verdade das escrituras. Na perspectiva desta abordagem não existe um consenso no âmbito do cristianismo protestante, pois, apenas uma parcela do protestantismo entende os princípios da fé pentecostal como uma prática hodierna, pelo contrário, algumas denominações evangélicas até mesmo ensinam aos seus membros que o pentecostalismo é uma doutrina herética. Todavia, a doutrina pentecostal vai além do discurso bem elaborado que se fundamenta em vãs filosofias. Esta doutrina é legitimada tanto pelos fundamentos bíblicos e teológicos como por testemunhos vivos de pessoas transformadas e regeneradas pelo poder do Espírito Santo, os quais podem ser verificados nos dias atuais aos milhares e também na longa história do movimento pentecostal em todo o mundo. O crescimento do movimento trouxe muitos desvirtuamentos dos princípios bíblicos, muitas igrejas ditas pentecostais enveredaram pelo caminho do emocionalismo e do fanatismo religioso deixando de lado a Bíblia para dar ênfase ao discurso místico e visionário, fato que tem sido a causa da existência de muitos “cultos bizarros” nos quais as pessoas dizem que estão “cheias do Espírito”. Esse é na verdade o pseudo-pentecostalismo, são caricaturas da fé pentecostal. Até mesmo no ceio das igrejas consideradas autenticamente pentecostais existem ainda muitos casos de desequilíbrio emocional provocado pelo grande índice de analfabetismo bíblico. A maneira mais legitima de preservar a pureza da fé pentecostal é desenvolver o ensino teológico que leve a comunidade pentecostal a cultivar o hábito da reflexão bíblica, pois, é perceptível no meio pentecostal que grande maioria nem se quer ler regularmente a própria bíblia. Além de preservar os princípios bíblicos da fé pentecostal se faz necessário uma urgente busca pela maturidade da fé pentecostal, pois, tem muita gente vivendo o pentecostalismo do “você está sentindo alguma coisa ai”, deve ser um evangelho Alá Roberto Carlos “pura emoção”. Para preservarmos o pentecostalismo bíblico é fundamental que haja uma ênfase maior ao ensino teológico que nos proporcione uma experiência cristã baseada em profunda reflexão que nos torne aptos à responder com mansidão a qualquer um que pedir razão da nossa fé. Que haja menos pregadores gritadores, contadores de histórias, sensacionalistas, popstars evangélicos, e tenhamos mais mestres, mais professores, evangelistas natos, esses realmente contribuem para conservar a pureza da doutrina pentecostal.

Vivemos uma época de muitas contradições, é só observamos o que está acontecendo no contexto eclesiástico com várias lideranças pentecostais. Apesar da grande disputa pelo poder, convenções, cargos, campos, etc, a maioria está esta empenhando todos os esforços para dar sustentabilidade ao discurso sobre a pureza e integridade do seu grupo. Em alguns casos isso se torna uma tarefa tão difícil que se faz necessário promover a degradação da imagem de outros líderes, outras convenções, outras igrejas, para tentar se auto-elevar sobre a “carniça” do outro, é a estratégia das aves de rapina. O discurso no tocante a preservação da doutrina pentecostal, eu o tenho ouvido desde os primeiros dias da minha conversão, porém, tive a oportunidade de perceber que na maioria das vezes era retórica de líderes manipuladores ou em outras vezes, eram repetições de mentes alienadas que não possuíam discernimento das suas próprias palavras. A preservação da pureza da doutrina precisa antecipar-se a qualquer sistema denominacional, qualquer tradição evangélica, qualquer liturgia e qualquer sentimento e visão humana, porque antes de qualquer coisa, é necessário se processar no nosso consciente, na nossa mente renovada pelo Espírito, cujas as prioridades são as verdades da Palavra do Senhor independente de tradições e costumes. Podemos exemplificar isso utilizando a corrente elétrica. Mesmo que seja poderosa, a corrente não pode produzir luz se o filamento da lâmpada estiver quebrado. Não é que a companhia de eletricidade não a produza; de modo algum; a corrente simplesmente não consegue manifestar-se através da lâmpada. Da mesma forma, se nossa mente estiver fechada, o espírito não tem como se expressar nem poder para fazê-lo. Desse ponto de vista a doutrina pentecostal é muito mais do que uma simples elaboração teológica, é uma expressão de fé que se manifesta como produto de uma relação de intimidade com Deus. Se a mente do crente não for renovada, seu espírito não terá como preservar a verdade e Deus com certeza não irá usá-lo. Pedro explicou que os discípulos não estavam embriagados no dia de Pentecoste. Se estivessem embriagados, suas mentes não estariam lúcidas, não teriam espíritos abertos para serem usados por Deus. Até onde sei, todos aqueles que são grandemente usados por Deus são pessoas cujo espírito, mente, compreensão e pensamento são lúcidos. No tocante a preservação da doutrina pentecostal existe muito discurso e até mesmo algumas elaborações teológicas, todavia, isso não é suficiente se não houver lucidez por parte das lideranças envolvidas. Tem muita gente embriagado com questões terrenas, mesmo que discurso seja bíblico, a realidade tem mostrado que os objetivos são pessoais, tais obreiros não passam de ébrios que são incapazes de promoverem o equilíbrio no meio do povo, pois estão cambaleando. Para preservar as dádivas do Senhor é imprescindível que haja uma lucidez patente, como disse alguém: “Deus precisa de Homens e mulheres de fibra que tenham a cabeça no céu e os pés no chão”.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

UMA IGREJA AUTENTICAMENTE PENTECOSTAL - Lição 11

Quais as referências que devemos nos apropriar para fundamentarmos a tese sobre uma igreja autenticamente pentecostal. Eu entendo que qualquer igreja que tenha a pretensão de estar dentro do projeto divino, ela precisa antes de tudo ser uma igreja verdadeiramente evangélica, isto é, que teve sua origem em uma profissão de fé sincera e baseada nos princípios dos Evangelho de Cristo. Quando Jesus disse à Pedro: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja..." todos nós interpretamos que a pedra da qual Jesus se referia como a base de sustentação e crescimento da igreja era Ele próprio. Porém, eu creio que nesse texto nos é apresentado um outro elemento que também é fundamental para autenticar a igreja do Senhor, estou me referindo a confissão feita por Pedro no contexto anterior do texto em pauta: "Tu és o Cristo o Filho do Deus vivo". Conforme as observações de Jesus, a confissão de Pedro procedia de uma revelação do Espírito Santo ao coração de Pedro. Portanto, o primeiro passo para a existência de uma igreja é que a mesma seja constituída de pessoas que experimentaram uma conversão real, conhecem e confessam a Cristo a partir da revelação do Espírito. Muitos analistas bíblicos têm afirmado que na prática Jesus criou a igreja quando começou a reunir os primeiros discípulos, e a oficializou verbalmente no momento registrado no Cap. 16 do Evangelho de Mateus, porém, a inauguração da igreja como agente do reino de Deus aqui na terra só teria acontecido no Cap. 2 de Atos dos Apóstolos, no dia de pentecostes. A experiência pentecostal pode ser compreendida como uma credencial que Deus entregou a igreja habilitando-a com autoridade para desenvolver a sua missão de anunciação e proclamação da Palavra de Reconciliação. Uma reflexão mais profunda do evento de pentecoste fará emergir a compreensão de que ser pentecostal tem muito mais relação com evangelização do que propriamente com a experiência carismática, por isso não necessitamos estar sempre produzindo um dom carismático para provar para as pessoas que somos pentecostais. O pentecostalismo bíblico também nos propõe uma vida de profunda reflexão do conteúdo escriturístico, todavia, muitos pensam que uma igreja só é autenticamente pentecostal, quando o seu discurso (quando existe), enfatiza constantemente testemunhos mirabolantes, revelações místicas, arroubos emocionais, e assim por diante. Quando se instala esse tipo de comportamento percebe-se que tal igreja que tenta ser pentecostal ao extremo, na verdade se distanciou da proposta pentecostal. O poder foi dado a igreja para que ela saísse e produzisse frutos, e não para que ficássemos nos deleitando entre quatro paredes, e achando que somos melhores que as demais igrejas que não tiveram a mesma experiência que nós. Uma outra característica da igreja autenticamente pentecostal é sua capacidade de vivenciar a dimensão do amor de Deus. Podemos amar todos os seres humanos sem nunca renegarmos os princípios absolutos da Palavra do Senhor, temos condições de nos relacionarmos com todas as pessoas sem participarmos dos pecados desse mundo. O pentecostalismo sectário e anti-social falha e se contradiz com os propósitos da doutrina pentecostal. O apóstolo Paulo ensinou que é o amor prático que autentica a ação dos dons carismáticos, porque se eles forem exercidos dissociados de uma realidade cristã embasada no amor, tais manifestações podem ser descartadas e classificadas como atos de hipocrisia ou fanatismo religioso. A igreja primitiva nos ensina que a ação pentecostal produziu na vida da igreja a intensificação da prática da piedade, porém, muitos confundem pentecostalismo com "ativismo religioso", e assim muitos não tem tempo para a prática da piedade porque estão muito ocupados na "obra do Senhor", assim como estavam os religiosos que passaram de largo pelo samaritano estava caído a beira do caminho de Jericó. Talvez algumas pessoas possam até me compreender mau, porém, acho que alguns aspectos o "ativismo pentecostal", o qual em parte tem sido importante para o estupendo crescimento denominacional no país, tem também um aspecto negativo e alienador que tem produzido um alucinante sentimento de competição, que por sua vez tem produzido uma grande quantidade de obreiros obcecados pelas posições eclesiásticas de destaque cujo o lema é: "trabalhar na obra do Senhor", porém desenvolvem uma visão física e institucional da igreja igual aos clérigos que levaram a igreja romana a ser o que é hoje. Esta realidade revela uma classe de lideranças que promovem um pentecostalismo invertido e sem harmonia com a proposta do pentecostalismo bíblico, é o que chamo de "pentecostalismo sem piedade", que só está interessado em tirar algo das pessoas e em oferecer muito pouco, apenas discursos inflamados, templos suntuosos, projeção da denominacional na mídia para massagear o ego dos membros e ao mesmo promover a imagem das lideranças, isso e mais outras ações ilusórias e destituídas de uma prática pastoral que oferece cuidados e assistência a ovelha ferida. Essa ausência de piedade em muitos crentes pentecostais é produto de uma prática pastoral distorcida por parte de muitos líderes que se dizem pentecostais, mas desconhecem os fundamentos de uma igreja autenticamente pentecostal.

A palavra pentecostal biblicamente significa muito mais do que uma simples referência denominacional ou uma interpretação doutrinária. Mesmo divergindo da forma de crer no batismo com o Espírito Santo na vivência e prática dos dons carismáticos, não seria por causa disso que algumas igrejas poderiam deixar de ser consideradas pentecostais do ponto de vista bíblico. O apóstolo Pedro exclamou no dia de Pentecoste "arrependei-vos. E cada de vós seja batizado em nome de Jesus para remissão de vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo" (At 2.38). Assim, Pedro garantiu a todos que se arrependessem e cressem, e dessem testemunho público de sua fé penitente em Jesus, sendo batizados em seu nome, que receberiam gratuitamente de Deus dois presentes: o perdão de seus pecados e dom do Espírito Santo. A verdade é que o Dia de Pentecoste teve pelo menos dois significados, e muitos fazem confusão hoje em dia porque não entendem a distinção entre eles. Em primeiro lugar, este evento foi o último da atividade salvadora de Jesus: o derramamento do Espírito prometido há tanto tempo, subseqüente à sua morte, ressurreição e ascensão. Neste sentido, este dia deu início à nova era messiânica, a era do Espírito. Ele é singular em si, assim com a morte do Salvador não pode ser repetida, nem sua ressurreição e ascensão , nem o que precedem. Suas bênçãos, no entanto, existem para todos os que pertencem a Cristo. Desde aquele dia, todos os cristãos, sem exceção, tornaram-se participantes dessa nova era e receberam os dons do perdão e do Espírito Santo, que Cristo nos tornou acessíveis de sua morte, ressurreição, ascensão e derramamento do Espírito. Neste sentido os que se converteram no dia de Pentecoste, em resultado a pregação de Pedro são exemplos para todos os crentes subseqüentes. Porem o dia de Pentecoste tinha um outro significado, mais inesperado. Ele foi o cumprimento não só da expectativa geral do Antigo Testamento da vinda do Espírito, mas também das promessas especiais de Jesus Cristo no cenáculo, ditas primeiramente aos apóstolos, e cujo cumprimento haveria de capacitá-los para seu trabalho apostólico especial, de mestres inspirados e autorizados.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

PAISSANDU X REMO; BELÉM X BELENZINHO OU ASSEMBLÉIA DE DEUS X CGADB ?

O título acima parece a princípio, um tanto sem significado, porém foi o que me veio a mente para tentar expressar a minha insatisfação com o que está acontecendo com relação as comemorações do centenário da Assembléia de Deus no Brasil. No último sábado ao assistir, numa emissora de rede nacional, os programas produzidos pelas lideranças que estão encarregadas pelos eventos comemorativos de maior vulto a nível nacional, percebi existir uma total indiferença de ambas as partes. As duas programações parecem até que estão tratando de situações diferentes, denominações distintas. Embora muitos prefiram se omitir sobre as razões que geraram e mantêm essa desagradável realidade para todos os assembleianos do país, a verdade é que as causas que motivam tudo isso já é do conhecimento das lideranças e até mesmo da maioria dos membros da igreja, isso se deve ao fato, que um certo mega-pastor já utilizou o seu programa para agravar mais ainda o quadro, ao expor de forma detalhada para mundo não cristão, questões que devem ser tratadas no âmbito eclesiástico. Creio que o profeta nunca se cala diante do erro, porém, é necessário ser ético para agir com sabedoria e prudência, para não colocar a boca no trombone tão somente com o propósito da auto-promoção, e construir um palco em cima do fracasso de alguns irmãos. Todavia, o que me fez escrever essas linhas, foi que ao assistir programação já mencionada, fiquei sabendo que em Belém do Pará vai acontecer duas grandes celebrações de encerramento do centenário, a mais autêntica, isto é, mais enraizada com os fatos históricos da denominação no meu ponto de vista é a promovida pelo templo central da Assembléia de Deus de Belém, a qual será no estádio de futebol conhecido como Mangueirão (o qual tem sido palco de muitas disputas entre o Remo e o Paissandu). A outra comemoração de encerramento apoiada pela CGADB, cujo o presidente é o Pr. José Wellington que é o presidente da A D do campo do Belenzinho em São Paulo, será realizada no estádio do grande rival da equipe do Paissandu, o clube do Remo. Essas duas equipes de futebol expressam um maiores símbolos de rivalidade no estado do Pará. Gostaria de afirmar com segurança que tal rivalidade, conforme o tema acima, só se aplica no contexto do futebol, porém, os últimos acontecimentos testemunham fortemente contra essa hipótese, os quais estão a disposição de todos que queiram conhecê-los por meio dos blogs, de vídeos do youtube e outras fontes. Alguém com o olhar místico poderia chamar isso de "ironia do destino", porém, um olhar bíblico nos revela que a história do povo de Deus está marcada por essas situações, nas quais as lideranças perdem o foco da unidade e preferem enfatizar determinadas partes do Reino e ao mesmo tempo privatizar Deus. Algo semelhante aconteceu nos dias de Salomão, o qual se apegou demais aos negócios terrenos e perdeu a noção no tocante aos interesses divinos, isso desagradou a Deus e fez com Ele levantasse uma outra liderança, Jeroboão, o qual também tornou-se egoísta e manipulador. A partir daí surgiu uma grande rivalidade no campo religioso. Jeroboão demonstrando uma grande insegurança quanto a sua liderança em Israel, tentou evitar que as pessoas fossem à Jerusalém para participar das festas religiosas, tentou criar eventos religiosos tão atrativos quantos os de Jerusalém. Está situação configurou uma rivalidade religiosa cujas as raízes estavam nas questões políticas que existiam entre dois homens, Salomão e Jeroboão. Na realidade muitas lideranças assembleianas tentam promover rivalidades entre o povo Deus, esforçando-se para imprimir na mente dos crentes que seus ministérios são os melhores e mais aceitos diante de Deus. Alguns líderes estabelecem até mesmo medidas opressivas para impedir os membros de suas igrejas de terem comunhão com crentes de outras denominações e até mesmo da própria denominação quando não pertencem a mesma convenção. Tem lideranças que só pensam na unidade da Assembléia de Deus no Brasil, nos momentos em que batem no peito e orgulhosamente dizem: "somos a maior denominação evangélica do Brasil". Assim como acontece entre as equipes de futebol, estamos alimentando a rivalidade, porque ninguém está disposto a ceder espaço para o outro, ninguém está querendo perder alguma coisa, a maioria está olhando para o outro como competidor e não como irmão. Essa situação parece até uma encenação de Mateus 20.20-27 " Então se aproximou dele a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-o, e fazendo-lhe um pedido. E ele diz-lhe: Que queres? Ela respondeu: Dize que estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino. Jesus, porém, respondendo, disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu hei de beber, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? Dizem-lhe eles: Podemos. E diz-lhes ele: Na verdade bebereis o meu cálice e sereis batizados com o batismo com que eu sou batizado, mas o assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence dá-lo, mas é para aqueles para quem meu Pai o tem preparado. E, quando os dez ouviram isto, indignaram-se contra os dois irmãos. Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo". Por mais que algumas pessoas digam que aqueles que estão realizando esses eventos não estão pensando em competição, é muito difícil confirmar essa teoria no campo da prática, é só procurar vivenciar alguns momentos com os grupos lá em Belém, para percebermos o espírito de rivalidade se instala em algumas pessoas as vezes de forma consciente e em grande parte como resultado de um processo da psicologia de grupo. O texto acima diz que os discípulos se indignaram com a atitude dos filhos de Zebedeu, e essa é realmente a palavra que expressa com exatidão o que muitos crentes assembleianos estão sentido sobre essas questões.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

ASSEMBLÉIA DE DEUS 100 ANOS DE PENTECOSTES – Lição 10


Igreja Assembléia de Deus originou-se no Brasil através da visão missionária transmitida a dois cristãos da igreja Batista da Suécia, Gunnar Vingren e Daniel Berg. Os mesmos se conheceram em Chicago, por ocasião de uma conferência. Um Cristão americano por nome Olof Uldin, teve um sonho, no qual pode ver nitidamente o nome "Pará". Foi este acontecimento que determinou a viagem missionária de Gunnar Vingren e Daniel Berg para o Brasil. Essa é uma igreja que nasceu de sonho dado por Deus. GUNNA VINGREN nasceu em 1879 na Suécia, em 1903 se transferiu para os Estados Unidos, onde crusou teologia no Seminário Teológico Batista Sueco, em Chicago. Antes de vir ao Brasil recebeu um chamado para fazer missões na Índia mas não aceitou. Neste período vivenciou a experiência pentecostal do batismo com o Espírito Santo, o que acarretou na sua saída da igreja Batista. Retornou a Suécia em 1932, deixando a igreja com dois mil membros sob a liderança de Samuel Nystrom. Morreu em Estocolmo em junho de 1933. DANIEL BERG nasceu na Suécia em 1844, viajou para os Estados Unidos em 1902, tendo em mente apenas a sua realização profissional. Em visita a sua terra natal, ouviu sobre a experiência de um amigo de infância que havia recebido o batismo com o Espírito Santo, o que passou a desejar e a buscar em oração, tendo alcançado a experiência em 1909. Chegou a participar da comemoração do jubileu de ouro das Assembléias de Deus no Brasil no estádio do Maracanãzinho no Rio de Janeiro. O Pastor Paulo Leivas Macalão colocou em sua lapela uma medalha de ouro comemorativa do jubileu. Em 1963, aos 79 anos passou para a eternidade. Gunnar Vingren e Daniel Berg chegaram a Belém do Pará em 1910, foram acolhidos por um cristão presbiteriano, posteriormente pela igreja Batista. Após terem adquirido um pouco de domínio da língua portuguesa passaram a divulgar a doutrina pentecostal entre a comunidade Batista, logo algumas irmãs testemunharam a experiência pentecostal do batismo, o que provocou uma revolução na igreja, por isso foram convidados a se retirarem da igreja juntamente com mais 19 irmãos que foram excluídos. Esse grupo se organizou em igreja na residência de um irmão, em 18 de junho de 1911. Denominou-se inicialmente "MISSÃO DE FÉ APOSTÓLICA". No dia 18 de janeiro de 1918, foi registrada oficialmente como Assembléia de Deus.

PRINCIPAIS DOGMAS DA IGREJA

- SOBRE DEUS – Cremos em um só Deus, que é santo, criador de todas as coisas , soberano, eterno, subsistente em três pessoas: O Pai, O Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29).

-SOBRE A BÍBLIA – Cremos na inspiração divina e plenária da Bíblia. Bem como na sua infalibilidade e inerrância, com única regra de fé normativa para a vida e o caráter dos cristãos. (2 Tm 3.14-17)

- SOBRE O PECADO – Cremos que o pecado degenerou o homem e, como conseqüência, destitui-o da glória de Deus e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo o podem restaurar a Deus (Rm 3.23; At 3.19).

-SOBRE A SALVAÇÃO – Cremos na salvação presente, imediata, completa e perfeita e na justificação do homem recebidas gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo. (At 10.43; Rm 3.24-26; Hb 5.9; 7.25).

- SOBRE O BATISMO NAS ÁGUAS – Cremos no batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determino o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12).

- SOBRE A SEGUNDA VINDA DE JESUS – Cremos na segunda vinda prémilenial de Cristo, em duas fases distintas. A primeira, invisível ao mundo, para arrebatar a sua igreja da terra, antes da grande tribulação; a segunda, visível e corporal, com sua igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos. (Zc 14.5; Its 4.16,17; ICo 15.51-54;Jd 14; Ap 20.4).

- SOBRE O JUÍZO VINDOURO – Cremos no juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis (Ap 20.11-15).

-SOBRE A VIDA ETERNA – Cremos na vida eterna de gozo, de justiça e felicidade para os fiéis e de tristeza para os infiéis (Ap 20.11-15).

Inquestionavelmente a Assembléia de Deus é a mais antiga e maior igreja pentecostal desse país. Durante esse século de existência essa igreja cresceu muito e se fez presente em quase todos os recantos da nação, por causa disso, muitas pessoas costumam dizer que: "onde tiver coca-cola tem Assembléia de Deus". Todavia, o crescimento também proporcionou uma série de problemas, com os quais as lideranças têm se debatido na atualidade. O mais lamentável desses conflitos está relacionado com as comemorações do centenário, pois, enquanto uma parte está resignada para festejar em Belem do Pará onde tudo começou, outros estão decididos por realizar outras comemorações em outros contextos. Até o mais simples dos crentes pode perceber que o cerne da questão é política, e não doutrinária ou estrutural. Se isso tivesse acontecido no Ano do jubileu eu gostaria de saber qual teria sido a opção do Daniel Berg, apoiaria a festa de Belém ou a de São Paulo?