sexta-feira, 24 de junho de 2011

AVIVA, Ó SENHOR A TUA OBRA!

O termo avivamento sugere as mentes dos cristãos que a experiência com Deus nos proporciona uma existência de contínua renovação, de uma metamorfose que se configura numa sequência de melhorias do “Ser”, conforme palavras do Apóstolo, Paulo estamos num processo de modelamento para alcançarmos a estatura de varões perfeitos. O propósito dessa palavras iniciais é para deixar claro que o avivamento da Obra do Senhor não acontece de forma instantânea, não é um processo imediato, não se fundamenta por momentos “estanques”. A expressão que incorpora o tema: “Aviva, senhor a tua obra”, é demais significativa, pois o avivamento é um processo vertical e ascendente, isso significa que somente Deus pode promover o avivamento da obra Dele e nós apenas podemos participar como cooperadores Dele, nos apresentando conforme os requisitos da palavra de Deus para sermos considerados servos de Deus. O avivamento geralmente começa no contexto individual e depois alcança o coletivo. O avivamento de uma denominação está diretamente relacionado a experiencial individual dos seus, não é possível imaginar uma igreja que se diz avivada, cujos os membros não demonstram compromisso com a palavra do Senhor nas suas relações sociais. Cultos movimentados e com muitas manifestações emocionais podem muitas vezes não nenhuma relação com avivamento. As Reformas ocorridas com Neemias e Esdras nos ensinam que existem momentos que avivamento no meio povo de Deus não depende só de elaboração de uma liturgia atraente, mas de uma reestruturação da comunidade, da estrutura familiar, e de uma reflexão individual sobre o relacionamento com Deus, para que sejam revistos alguns conceitos. Até aceito que os pregadores possam contribuir nessa área, pregando mensagens específicas que promovam o despertamento espiritual na vida de muitas pessoas, porém, aquela mensagem, aquele culto é só mais um ingrediente do Espírito para nos ajudar. Todavia, tem existido muita ilusão nesse aspecto, alguns pregadores conhecidos como “avivalistas” ficam tão empolgados que perdem totalmente a noção de que são e do que estão fazendo, assumem uma postura de “showmans”, que se assemelha a muitos ídolos pop. Por outro lado podemos perceber que isso é produto de uma cultura religiosa do “imediatismo” na qual as pessoas estão mais em busca do “sentir” do que do “refletir”, talvez essa maneira de entender tenha uma influência inconsciente do liberalismo teológico que teve origem a partir do teólogo alemão Fridrich Schleiermacher que ensinava que tudo que importava era o sentimento, se o crente sentisse comunhão com Deus estava salvo, mesmo que não cresse no Evangelho. Infelizmente tenho que dizer que muitos eventos que algumas igrejas estão chamando de avivamento, não passa de uma mistura de fanatismo de uma parte e canalhiçe por parte daqueles que estão tirando vantagens da situação. Muitas dessas situações envergonham o evangelho, porque beiram ridículo, pregadores sem conteúdo se esguelando, dando gritos histéricos, suando mais do tampa de chaleira. Fico pensando, se essas pessoas dissessem as mesmas palavras sem imprimirem o mesmo esforço físico será que produziria o mesmo efeito na platéia, aqueles que são obcecados por tais situações podem até dizer que sim, porém, eu tenho certeza que uma grande maioria só produziria tédio e sono na platéia.

O MODELO BÍBLICO DE AVIVAMENTO -NEEMIAS 8

I - REAVIVAMENTO AO TEMPO DO REI JOSAFÁ

Josafá foi rei em Judá em c. de 870-845 a.C. Para conhecer mais detalhadamente como foi seu reinado, leia 2Cr 17: 1 a 21. Ele se preocupou com a segurança política do seu reino, fortalecendo-o por causa do perigo dos inimigos. Também promoveu uma reforma judiciária, nomeando juízes para todas as grandes cidades do reino, 2Cr 19: 5. Com isso deixou a Justiça mais acessível ao povo. Foi um administrador muito hábil.

Além dessa visão de administrador, o rei Josafá passou para a história também como um dos reis de Judá que promoveu reformas religiosas. Ele acabou com a adoração pagã. Sua estratégia para levar o povo a uma verdadeira reforma religiosa foi o ensino da Lei.

Josafá escolheu pessoas competentes e determinou que fossem de cidade em cidade, ensinando ao povo, 2Cr 17: 7-9. Como resultado, houve consciência de pecado e abandono da infidelidade.

II - REAVIVAMENTO AO TEMPO DO REI JOSIAS

O livro de II Crônicas 34 a 36 narra um dos maiores avivamentos jamais experimentados por Israel. Foi dirigido pelo jovem rei Josias (c. 639-609 a.C.), que assumiu o trono aos 8 anos de idade e morreu, em batalha, aos 39 anos. Aos 16 anos começou sua vida espiritual e aos 20 fez uma purificação geral em todo o reino de Judá.

Josias herdou uma nação cheia de ídolos, templos pagãos e bosques dedicados às falsas divindades: Baal, Milcom, Moloque, Astarote, culto aos astros, etc. O povo de Judá estava totalmente na idolatria. Mas, diante de tais abominações, Josias lutou contra a situação degradante e superou os problemas.

a) O valor da oração. Importante papel no reavivamento ocorrido ao tempo de Josias foi a oração. Ainda jovem, ele começou a buscar ao Senhor, 2Cr 34: 3. Consciente da idolatria existente em seu país, lutou contra esse pecado e destruiu todos os altares, v. 7.

b) A redescoberta da Palavra. Além da oração, a descoberta do Livro da Lei foi fundamental para a implementação das reformas, 2Cr 34: 14-18. Ao ouvir a leitura da Palavra do Senhor, o rei humilhou-se diante de Deus, v. 19. Depois, reuniu todo o povo e leu diante da multidão a Lei do Senhor, v. 30. Isso trouxe um grande avivamento espiritual.

O que isso nos ensina? Que sem Palavra não há avivamento. E também nos ensina que pretensos avivamentos que não se fundamentem nas Escrituras na verdade não procedem de Deus.


III - REAVIVAMENTO AO TEMPO DE NEEMIAS

Em Neemias 8 está uma das mais belas narrativas bíblicas sobre a relação entre Palavra de Deus e reavivamento. Durante 7 dias, de manhã cedo até ao meio-dia, Esdras e seus auxiliares abriram o livro da Lei, à vista de todo o povo, e davam explicações para que pudessem entender o que se lia, 8: 18. Essa leitura promoveu grande onda de arrependimento, avivamento e uma decisão de obedecerem à Palavra de Deus.

1. Interesse comum, desejo de ouvir e entender a Palavra de Deus, reverência e temor, vv. 1, 3, 18.

2. Homens, mulheres, entendidos ou não, compunham a congregação, v. 2. Não havia acepção de pessoas. O alimento da Palavra é para todas as pessoas, pois todos precisamos da bênção de Deus.

3. O exemplo da liderança, v. 4. Esdras fazia a leitura juntamente com seus auxiliares, os levitas e Neemias, que era o governador. A liderança estava à frente do povo e a leitura era feita de um púlpito construído para esta finalidade.

4. Respeito e temor diante da Palavra, v. 5. O povo colocou-se em pé em atitude de reverência a Deus e respeito à Sua Palavra.

5. Houve louvor e adoração a Deus, v. 6, por parte do dirigente Esdras e do povo. A criatura só presta verdadeiro culto a Deus e cresce espiritualmente quando se prostra e adora a Deus.

6. O entendimento claro da Palavra, vv. 7, 8. Os auxiliares de Esdras, Neemias, e os levitas explicavam ao povo o sentido da lei. Traduziam o seu significado para a linguagem inteligível do povo.

7. Resultados da leitura da Palavra, vv. 9 a 12 - A leitura da Bíblia produziu vários resultados. Entre eles:

Confissão, arrependimento e renovação do pacto;

Alegria e contentamento, porque haviam ouvido e entendido a Palavra, ficando em paz com Deus e nutridos espiritualmente.

Fonte:

Revista de Estudos Bíblicos Aleluia

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