sábado, 14 de abril de 2012

ÉFESO, A IGREJA DO AMOR ESQUECIDO - Lição 3

A cidade de Efeso era a capital da província conhecida como Asia Proconsular. Tinha acesso ao mar  pelo Porto Sagrado e pelo porto de Mileto, melhor que aquele, mas distante 48 Km. A cidade de Efeso era dotada de dois edifícios notáveis - o templo de Diana e o teatro. O templo era de Mármore polido, tinha 104m de altura e 50 de largura. O teto era sustentado por cento e vinte colunas, tendo cada uma delas 17,60m. Continha uma coleção das mais raras e belas esculturas. Levaram 120 anos para construir esse templo. O templo do sol, em Baalbeque, era incotestavelmente mais admirável. O teatro ficava ao lado oriental do monte Oreoso, e, como todos os teatros antigos, era descoberto. Comportava até 50 mil pessoas, sendo portanto, maior do que qualquer auditório público ou pavilhão de corridas nos países da atualidade. Perto do teatro, ao norte da cidade, existia um estádio, onde se realizavam as corridas, lutas entre feras e homens e feras. Nesse teatro, a assembléia popular se reunia para tratar dos negócios públicos. Foi para esse recinto que levaram Gaio e Aristarco, e foi ali que Paulo quis entrar, a fim de defender os seus companheiros. 

A IGREJA DE ÉFESO
Essa igreja ocupa um lugar importante no Apocalipse de João, nas epístolas de Paulo e nos Atos dos Apóstolos. No Apocalipse, essa igreja aparece em primeiro lugar na lista das que receberam  mensagem do Espírito. E louvada pelas suas obras, trabalho, paciência, disciplina, percepção, sofrimento e aversão para com os nicolaítas, mas censurada por ter deixado o seu primeiro amor. O seu amor nupcial com Cristo diminuíra e o seu zelo evangelístico se extinguíra. De todas as epístolas de Paulo, a que foi dirigida a essa igreja é onde mais doutrinas e deveres cristãos são discutidos; mais talvez, do que em qualquer outra seção do Novo Testamento. Os Atos dos Apóstolos em qualquer outra seção do Novo Testamento. Os Atos dos Apóstolos representam essa igreja como uma organização completa, bem aparelhada e trabalhando para Cristo. O arrependimento era praticado nessa igreja. O arrependimento abre a porta do coração a entrada de fé salvadora. E o martelo que quebra o coração de pedra, que a graça transformou em coração de carne. E o arado que abre o sulco na terra, onde se lança a semente do evangelho, que brota, cresce e produz em abundância. E a obra elementar e fundamental de salvação. Uma igreja segundo o N T prega e insiste na necessidade do arrependimento. O arrependimento não pode ser substituído por civilização ou mera educação moral: "Antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis" (Lu 13.3). Este é o aviso que precisa soar em todas as igrejas. Os resultados do evangelismo são mais permanentes quando a doutrina bíblica do arrependimento é pregada em seu lugar próprio e com a significação escritural. Uma igreja pode ter tudo quanto quiser, mas se os seus membros não tiverem ouvido e praticado o arrependimento, como o fez a igreja em Efeso, nunca poderá estar de acordo com o Novo Testamento. 

A FÉ EM CRISTO ERA PROFESSADA PUBLICAMENTE, POR PALAVRAS E PELO BATISMO

Os doze homens em Efeso foram logo batizados "pelo batismo de João", que não foi outro senão o de imersão.Não eram os convertidos de João Batista, porque Jesus aceitou o batismo de João e os seus primeiros discípulos já haviam sido discípulos de João. Não eram convertidos de Apolo, porque ele teria corrigido as suas idéias acerca de Jesus. Priscila e Aquila lhe haviam explicado mais claramente o caminho de Deus. Sem dúvida, eles foram convertidos pela pregação de alguém que fora convertido por algum discípulos de João. Nada sabiam do Pentecostes e do que nele sucedera. Paulo ampliou os seus conhecimentos, e, com eles estivessem ansiosos por obedecer em tudo, submeteram-se ao batismo pela segunda vez. Isto constitui um grande contraste com o proceder daqueles que se recusam a obedecer ao mandamento claro de Jesus. Este é o último batismo mencionado no livro de Atos. E tão claro e impressionante que deve ser o suficiente para ser tomado como exemplo. O batismo declara uma mudança que já se operou e hipoteca a lealdade ao Mestre. O batismo não tem a virtude de operar aquela mudança, indica simplesmente que ela já ocorreu. O batismo é um ato pelo qual o batizado simboliza a sua união espiritual com Cristo. E o uniforme dos que se alistaram sob a bandeira de Cristo e se propõe segui-lo. O fardamento não faz com que a pessoa que o veste se torne soldado; ele é, entretanto, o distintivo dos que juraram lealdade à bandeira da Pátria. 

A IGREJA EM ÉFESO ESTAVA REVESTIDA DO ESPÍRITO SANTO E NÃO COMUNGAVA COM O ERRO.

Depois que os referidos díscípulos foram batizados pela segunda vez, Paulo colocou sobre eles as suas mãos. O Espírito Santo veio sobre eles, falaram várias línguas  profetizaram. Essa é a última imposição de mãos e o último derramamento do Espírito que encontramos no livro de Atos dos Apóstolos. A imposição das mãos era a maneira de a igreja testemunhar e aprovar a obra de graça que fora efetuada pelo Espírito Santo. /foi praticada por Pedro e João em Samaria, por Ananias quando pôs as mãos sobre Saulo em Damasco, pelo presbítero quando ordenou a Timóteo, e quando a igreja em Antioquia enviou os dois missionários para as regiões longínquas. Excetuando os casos em Samária, Damasco e esse em Efeso, a imposição de mãos não acompanhava nem precedia o dom do Espírito Santo. 

O PÚLPITO ESTAVA IDONEAMENTE OCUPADO

Paulo era o pregador de Efeso, e pregou ousadamente na sinagoga durante três anos meses, discutindo e persuadindo os ouvinte acerca das coisas do Reino de Deus. pode-se dizer que Paulo, em Efeso era a fidelidade personificada. Era um pastor diligente, ensinando "publicamente" e de casa em casa" (At 20.20). Uma porção de anciãos, constituídos bispos pelo Espírito Santo, eram seus bons auxiliares. Ele sabia qual era o seu dever e cumpria-o bem. Os crentes o amavam porque criam nele. A sua despedida em Mileto foi a mais comovente que se podia imaginar. O púlpito do pregador é o seu trono. Ali ele deve reinar; mas, se quiser seguir o exemplo de Paulo, tem que andar também "de casa em casa". Um pastor visitante terá uma igreja que gosta de visitar também. O pastor que não visita, em algumas situações não consegue sequer lembrar os nomes de alguns membros da igreja. 

ERA UMA IGREJA COMPLETAMENTE SEPARADA DO MUNDO.
"Mas, como alguns deles se endurecessem e não obedecessem, falando mal do caminho, diante da multidão, apartou-se deles e separou os discípulos..." (At. 19.9). Havia uma linha de delimitação entre aquela igreja e o mundo. Ela tinha poder na comunidade, porque estabeleceu uma nova vida social, além de uma nova religião, e exigia que todas as relações entre as pessoas fossem orientadas segundo os princípios cristãos. O elemento mundano (os não convertidos), na igreja, arruina a própria vida da igreja. Os estranhos no meio do povo de Israel, no deserto, sentindo saudades das cebolas e das carnes do Egito, promoveram a dissensão e atraíram o castigo de Deus. Se uma igreja tem pouca influência no meio social, é porque esse meio social tem muita influência sobre ela. "...sai do meio deles e separai-vos, diz o Senhor..." (II Co 6.17). A igreja que exerce disciplina sobre seus membros suicida-se. A quando um membro do corpo está irremediavelmente infeccionado, é necessário amputá-lo, ou, do contrário, todo o corpo ficará infeccionado e morrerá. Uma igreja que, por exemplo, tenha no seu seio um ricaço que ela não possa chamar à ordem, quando é necessário, está em decadência. 
Ainda no tempo de João, muitos eram os falsos ensinadores e profetas. O apóstolo Paulo, aliás, já tivera problemas com eles (2 Co 11.13-15). Os tais buscavam dar autoridade aos seus falsos ensinos, chamando a si mesmos de apóstolos. Todavia, a igreja de Efeso não tolerava tais mestres, nem suas mensagens. A congregação permanecia pura na doutrina, crendo somente nos ensinos ministrados pelos apóstolos genuínos e pelo próprio Cristo. Pelo fato de Jesus ter honrado o A T, e ter transmitido seus ensinos diretamente a Paulo e aos demais apóstolos que escreveram o N T, temos de considerar toda a Bíblia como o nosso único fundamento de doutrina prática. "Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e pusestes à prova os que se dizem ser apóstolos e o não o são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste." Além do elogio, Jesus reconhece que os crentes em Efeso são infatigáveis no seu trabalho para o Reino de Deus. Eles têm uma força de vontade, um vigor e uma resistência constantes.  Por causa do nome de Cristo, suportaram pacientemente todos os obstáculos que aparecem em seu caminho. Vinham trabalhando só física, mas mental e espiritualmente. Estas dificuldades e oposições nunca os levaram a perder o zelo.


O PRIMEIRO AMOR FOI ABANDONADO
"Tendo, porem, contra ti que deixaste a tua primeira caridade. Lembra-te pois donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. Tens, porém, isto que aborreces as obras dos nicolaítas, e as quais eu também aborreço." (Ap 2.4-6).
Apesar de seu zelo e de seu trabalho árduo para o Senhor, os efésios tinham um sério problema. Haviam deixado, ou esquecido, o seu primeiro amor. O grego utilizado aqui, traz a idéia de um abandono espontâneo, uma deliberada desistência. Os crentes daquela igreja deram ao Senhor o seu serviço, mas não a si mesmos. Apesar de se empenharem no trabalho do Senhor do Senhor, já não tinham mais íntima comunhão com Ele. 
Três palavras destacam-se no versículo cinco "lembra-te", "arrepende-te", e "pratica". Ao lembrá-los de como haviam correspondido inicialmente ao amor do Calvário, mostra-lhes a que estado tinham chegado. Por isso precisavam urgentemente de arrependimento. "Arrepende-te" significa uma mudança de mente para que se produza nova atitude. A igreja precisava voltar à sua antiga atitude de amor. Aqueles crentes precisavam também voltar a "praticar as primeiras obras". Alguns pensam que isto significa que devamos voltar a repetir cerimônias religiosas tais como o batismo em água e a Ceia do Senhor. Mas isto conduzir-nos-ia a um frio formalismo se a atitude do coração continuasse a mesma. "primeiras obras" referem-se a um trabalho feito em resposta ao derramamento do amor de Cristo em nossos corações a fim de que se tornem plenos de compaixão. (Jo 15.8,9,12,17;Pe 1.22; Jo 4.11, 20-21). Se a igreja de Efeso não se arrependesse, poderia esperar por um julgamento certo. O "castiçal" seria removido de seu lugar, significando que a igreja seria tirada da presença de Jesus. Noutras palavras: Jesus não andaria mais no meio dela. 


FONTES: 
1. MacDaniel, Geo. W. - As igrejas do Novo  Testamento.
2. Horton, Stanley M. - Apocalipse.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A VISÃO DO CRISTO GLORIFICADO - Lição 2


No texto do Apocalipse temos uma das extraordinárias apresentação do Cristo vitorioso, a qual foi revelada através da visão dada ao apóstolo João. O objetivo dessa revelação é descrever o triunfo do Reino de Deus, quando Cristo voltar para estabelecer o seu reino na terra. Aqui temos uma escatologia de vitória para os fiéis e ensina que história terminará no julgamento do sistema instaurado neste mundo por Satanás (Ap. 1.17,18) e no reino eterno de Cristo e o seu povo (Ap. 20.4; 21.1-22.5). Nesta visão Cristo é apresentado a João como o Soberano dos reis da terra (1.5); o esposo e Cabeça da Igreja (2.1-3.22; 19.7-9); o Leão de tribo de Judá (5.5); o cordeiro que foi morto (5.6,12); o Sumo sacerdote (8.3-6) e o Rei e Juiz (19.11-20.15). 


O CRISTO DA VISÃO DE JOÃO


 "Eu sou o Alfa e o Omega, o princípio e o fim, diz o Senhor que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso". (1.8). Esta afirmação revela a preexistência e divindade do Senhor Jesus e também ratifica a promessa que Ele havia feito a igreja quando aqui estivera exercendo o seu ministério terreno. Quanto á natureza eterna de Jesus, João já havia manifestado tal compreensão no cap. 1 do seu Evangelho: "No princípio era Verbo,e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez" (João 1.1,3). A crença na divindade de Deus é um pilar fundamental para o edifício da fé cristã. O Cristo glorificado antes de qualquer coisa Ele é Deus, é Eterno, é Soberano, é Rei dos reis e Senhor dos senhores. Esta é sem dúvida a principal condição para o estabelecimento de todos os demais atributos que João descreve a partir da visão recebida, para configurar de determinar a ampla glorificação do Senhor Jesus, o qual nem mesmo a morte pode detê-lo, porque Ele foi morto mas vive para todo sempre. Foi esse Cristo plenamente vencedor sobre o pecado e a morte que com a sua vitória conquistou para nós a vitoria para que fossemos também libertos do poder do pecado e sermos co-eternos com Ele. Durante o seu ministério terreno Jesus fala sobre seu retorno e suas palavras se harmonizam muito bem com o que João descreve, "Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória." Mateus 24:30. O próprio Jesus já havia se referido ao seu estado de glorificação, e que seria dessa forma que Ele retornaria para estabelecer o seu Reino aqui terra, não possibilitando aos homens e aos demônios qualquer chances em prevalecer contra Ele. Para os cristãos do primeiro século, os quais estavam vivendo sob constantes perseguições, injustiças e maus tratos, essa mensagem tem o propósito de confortá-los, confirmando e renovando a esperança da ressurreição e da vitória final sobre todo o mal que sempre os oprimiu. 

TEXTO EXTRAÍDO "APOCALIPSE" STANLEY HORTON
Enquanto João experimentava este especial e intensivo mover do Espírito, uma voz, a de trombeta, explode nos ares. O que lhe dirige a palavra identifica-se a si mesmo como Aquele que havia falado "Eu sou o Alfa e Ômega". A trombeta nos remete claramente a grande convocação do povo de Deus. No antigo testamento a trombeta era o instrumento utilizado para as santas convocações, nas quais o povo era chamado para se apresentarem diante de Deus. As trombetas também nos ensinam que  o Senhor Jesus vence todos os seus inimigos por meio do poder da sua palavra, pois, quando a voz do Senhor é soada contra os inimigos eles batem em retirada. "e sua voz como a voz de muitas águas... e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios" (1.15,16). Semelhantemente ao poder destruidor de um "tsunami" assim também será a voz do Senhor para todos àqueles que se rebelaram contra Deus. Em I Ts 4.16 Paulo no diz: "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus;...". Quando Paulo escreveu esse texto tinha como propósito promover consolação para aquela comunidade. Tanto para os leitores de Paulo como para os leitores do apocalipse essas palavras lhes trouxeram bastante ânimo, pois, isto era a confirmação de que tudo que eles estavam passando por causa da fé na Palavra do Senhor não seria em vão, porque em um momento programado por Deus, a trombeta de Deus convocaria a todos para serem co-participantes da vitória do nosso Cristo. Justiça de Deus seria definitivamente deflagrada no mundo e mau banido de uma vez por todas.
As vestes de Jesus, descritas nos versículos 1.3-15, indicam tanto o ofício sacerdotal quanto a dignidade real. O vestido longo até aos pés era idêntico aos dos sacerdotes,juízes, governantes e reis. O cinto de ouro puro, em volta de seu peito (Dn 10.5), é marca da realeza triunfante, que contrastava com o cinto de pano, ou de couro, usado pelos trabalhadores e servos. Ele é o Rei-Sacerdote profetizado no Antigo Testamento e também identificado como Jesus no livro de Hebreus (Hb 4.16; I Jo 2.1). A descrição dada nos versículos 14 e 15 aplica-se ao próprio Deus, especialmente ao poderoso Juiz e Governante do Universo. João procura deixar bem claro que todos os atributos do Pai, no A T são também atributos do Filho. Apesar de Jesus ser antes de todas as coisas (Cl 1.17), a ofuscante brancura dos seus cabelos (Dn cap. 7) representa pureza e santidade, e não velhice. Os olhos como "chama de fogo" (Dn 10.6) fala de sua profunda sabedoria e justo julgamento. Os pés "semelhantes ao latão reluzente, como se tivesse sido refinados numa fornalha", isto é, o polimento do bronze refinado no fogo falam-nos não somente da resistência, mas do altar de bronze do Tabernáculo (Ex 38.30), e, por extensão, do sacrifício de Cristo, pelo qual Ele triunfou sobre Satanás. As sete estrelas que Jesus tinha na sua destra representam os anjos que ajudam as igrejas ou, mais provavelmente, os líderes, ou pastores, das igrejas. Estar em suas mãos significa estar protegido, e muito mais do que isto, pois a mão direita é a da ação. Portanto, estas estrelas estão sempre prontas para serem usadas por Jesus. A face de Cristo é "como o sol, quando na sua força resplandece", isto é, quando se torna insuportável aos olhos humanos devido ao brilho de sua plenitude num dia de verão. Sua aparência após a ressurreição, quando seu corpo foi transformado e viu-se livre dos limites do tempo e do espaço, revela a plenitude de sua glória. E possível que a totalidade daquela glória só foi restaurada por ocasião da ascensão (Jo 17.5). Podemos ver que no caminho de Damasco, a resplandecente luz de sua glória foi suficiente para cegar Saulo (At 9.3,8). O que João vê é a plenitude da glória de Deus resplandecida no rosto de Jesus; esta mesma plenitude não foi permitida nem a Moisés ver (Ex 33.18-23, especialmente verso 22; compare Ex 34.29; Jz 5.31; Mt 13.43; 17.2). 

quarta-feira, 28 de março de 2012

APOCALIPSE, A REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO - Lição 1

O último livro da Bíblia é sem dúvida o mais inspirador, pelo o fato de seu conteúdo ser o mais enigmático de todos os escritos do Novo Testamento. Com certeza todos os leitores da bíblia são quase unânimes em afirmar que este é um texto que apresenta um alto grau de dificuldade no tocante a sua compreensão. Por causa disso muitos têm negligenciado na leitura do Apocalipse, o que um fato lamentável, porque, fora dos Evangelhos e Atos, nenhum outro livro constitui tamanha fonte de fé e força para os crentes, na luta contra o mal. O apocalipse torna o céu tão real ao leitor que, na força de uma convicção bendita, ele recebe a coragem para continuar a batalha contra o mundo e todos os males. Nenhum outro livro, do Novo Testamento, apresenta tantos problemas como faz este último livro de nossa Bíblia. Para muitos, ele não é um "desvendamento",mas permanece sendo algo "algo" "oculto". E bem evidente que este livro pertence a uma categoria literária diferente da dos "históricos" (Evangelhos e Atos" ou "epístolares" (as Epístolas). A complexidade de seu tipo literário é evidente. Ele começa (1:4-6) e termina (2;1-3;22) como uma carta; contudo, é altamente simbólico. Mais do que qualquer outro livro, ele encaminha seus leitores ao futuro que Deus planejou para o mundo e para a igreja. Seu retrato de Jesus é um resumo convincente de todas asem, as coisas que os restantes livros do Novo Testamento escrevem sobre Ele. E, enquanto a maior parte dos livros do N T foi escrita para grupos específicos de cristãos. Apocalipse parece ter sido escrito conscientemente para toda a igreja, em todos os tempos e lugares. Assim, por todas estas razões, ele traz o N T a uma conclusão apropriada e altamente inspirada. 
Apocalipse teve uma história marcada por vicissitudes. Ele começou bem, porque desde meados do segundo século os cristãos acreditavam que o "João" que escreveu (1.4,9) era o apóstolo João. Porém, no terceiro século surgiram dúvidas. Ele é tão diferente do Evangelho de João, tanto pela linguagem como pelo conteúdo!-poderia realmente ser o mesmo autor? Por outro lado, naquela época vários grupos "facciosos" passaram a usar o Apocalipse em apoio de suas teorias excêntricas a respeito de Deus e do mundo, um processo que desde então se mantém incontestado. Por isso, os cristãos ortodoxos começaram a sentir que Apocalipse era um livro inseguro. Os reformadores João Calvino (não fez nenhum comentário sobre Apocalipse) e Martinho Lutero chegou a ser bastante crítico, ao fazer a seguinte afirmação sobre Apocalipse "Cristo não é ensinado nem reconhecido nele". (Texto adaptado. Homens com uma mensagem - John Sttot).

A NATUREZA DA LITERATURA APOCALÍPTICA

Muitos estudiosos incluem essa literatura nos "tratados para tempos difíceis". Esta literatura surgiu no período da história de Israel depois que a voz profética fora silenciada. Durante tempos de severa perseguição., livros apocalípticos surgiram na ausência de um profeta para responder à pergunta: "Por que o justo sofre?" Os livros apocalípticos pretendem ser uma revelação divina, geralmente através de um intermediário celestial, a alguma pessoa proeminente na história passada da nação, na qual Deus promete vingar seu povo sofredor, destruir toda impiedada e trazer paz duradoura. A diferença básica entre a profecia e o texto apocalíptico é que a profecia lidava com as obrigações éticas do período em que o profeta escreveu, ao passo que o texto apocalíptico centralizava-se num tempo no futuro, quando Deus iria intervir catastroficamente, para julgar o mundo e estabelecer a justiça. Há cerca de tantas definições da natureza desta literatura quanto há escritores sobre os livros deste gênero. Um método é definir o texto apocalíptico por três aspectos óbvios: forma, função e conteúdo. A virtude deste método é que que estes aspectos são bem evidentes. Cada um deste tem certas características, que precisam ser observadas. Estas são: 1) A forma, como tendo pseudonímia (ou anonímia), simbolismo, mitologia, orientação cosmológica, numerologia, (gematria), experiências extáticas, alegações de inspiração, visões (esotéricas), drama, empréstimos de outros apocalipses, alegoria e prosa. 2) A Função (ou propósito), como respondendo às necessidades que surgem das perseguições, resolvendo o problema colocado pela justiça de Deus e o sofrimento do homem (teodicéia), e expondo os objetivos do nacionalismo, uma filosofia pessimista da história, dualismo, divisão eônica do tempo e um mínimo de ensinos éticos e morais. Naturalmente, é observável imediatamente que cada escrito apocalíptico não teria todas estas características; alguns têm mais,outros menos. Mas os três aspectos são de importância na definição deste gênero. E também evidente, ao ler-se o texto apocalíptico, que um aspecto pode ser dominante sobre os outros dois. Geralmente, contudo, é o aspecto da forma que chama a atenção para este tipo de literatura.

CARACTERÍSTICAS DA LITERATURA APOCALÍPTICA

A definição acima, apocalíptico, precisa ser desmembrada em uma definição mais conveniente, para caracterizar este tipo de literatura. Embora nem todos os estudiosos concordem quanto às características elementares básicas, as seguintes são pelo menos mais evidentes:
- ESCATOLÓGICA - Toda literatura apocalítica é escatológica, mas as duas coisas não são idênticas. São feitas, acertadamente, distinções entre as duas. A escatologia pode existir e frequentemente existe nos escritos básicos, separada em secções apocalípticas. A própria natureza contingente do pensamento escatológico faz com que a escatologia se preste à expressão apocalíptica (mitológica). Por outro lado, o apocalíptico é sempre escatológico, seja explícita ou implicitamente. A escatologia olha para um tempo futuro, quando Deus irromperá catastroficamente no mundo do tempo e do espaço, para julgar sua criação. Há uma distinção a ser feita entre profecia escatológica e o apocalíptico. Aquela predisse o futuro que deverá surgir do presente, ao passo que os apocaliptistas predisseram o futuro que deverá irromper no presente (H. H. Rowley, The Relevance of Apolyptic).
-SIGNIFICAÇÃO HISTÓRICA - O apocalíptico mantém a tensão entre a história e o éschaton. O apocaliptista escreve dentro de uma estrutura histórica para assegurar o leitor acerca da intervenção divina. isto é, caracteristicamente feito retraçando-se a história na forma de profecia, para falar às condições da época da escrita. Os elementos da situação histórica real são representados pelas imagens do livro. O conhecimento da situação histórica auxilia na interpretação da mensagem.
- UMA DEFESA RADICAL DOS JUSTOS - Uma das características mais óbvias do apocalíptico é vista na defesa radical do grupo perseguido, sempre identificado com os escolhidos de Deus, e com os quais sempre o escritor se identifica, como uma parte integrante. Surge a pergunta sobre por que o povo de Deus sofre, e a resposta é encontrada no dualismo, que é temporal e histórico. Há duas superpotências que se opõem, e ambas são sobrenaturais: Deus e Satanás. Com duas eras distintas, a presente está sob o controle das forças da impiedade, e, consequentemente, há um pessimismo acerca da presente situação histórica. E por esta razão que os justos sofrem. Existe pouco ou nenhum ensino moral e ético; estar no grupo escolhido é o bastante, pois o pior membro do grupo é muito melhor que a pessoa que não é do grupo.

A REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO DADA A JOÃO (Ap 1.1-3).

O próprio título do livro é a chave de sua mensagem: "A revelação de Jesus Cristo". O Evangelho de Mateus enfatiza Jesus como o filho de Davi, filho de Abraão, e com aquEle que haveria de cumprir as promessas e profecias entregues a Israel. Marcos chama Jesus de Filho de Deus, assim, mostra-o em plena ação. Lucas dirige sua mensagem ao gentio Teófilo a quem apresenta um Jesus que se importa com as pessoas com toda a ternura e divino amor. João,em seu Evangelho, volta ao princípio de tudo, quando Jesus estava com Deus Pai no trabalho da criação dos céus e da terra. O quarto evangelista prossegue reafirmando o poder e a deidade do Nazareno para confirmar a fé dos fiéis. Os atos e as epístolas dizem como Jesus continuou a trabalhar com poder e sabedoria através do Espírito Santo na Igreja. Obra esta que continua ainda hoje. O ambiente para que se completasse toda a revelação do Novo Testamento dá-se em Patmos, quando é confiado a João um novo, envolvente e dramático quadro de Jesus. "Revelação" (em grego apokalupsis significa "desvendar" , descobrir") descobre-nos as verdades sobre Jesus e os eventos que hão de preceder-lhe o retorno,incluindo os não revelados em profecias anteriores.
Este livro não é para todos os tipos de público. E dirigido aos "seus servos" (literalmente, "escravos"); é destinado àqueles que pertencem a Jesus, e estão totalmente comprometidos em servi-lo. As coisas reveladas, garantiu o Senhor Jesus, devem começar a acontecer rapidamente, sem demora. A João é enviado um anjo, que se identifica como "servo" de Deus. A maioria dos escravos naqueles dias constituída de pessoas que haviam sido capturadas na guerra. A semelhança delas, João e os outros crentes eram também prisioneiros de Cristo, pois haviam sido capturados ao exército de Satanás para se tornarem servos do Senhor Jesus. E bom observar o que Jesus disse aos seus discípulos na última ceia. Deste momento em diante, Ele não mais os chamaria servos ou escravos, mas amigos. Um nada confidencia aos seus escravos, mas aos seus amigos, abre o coração e expõe todos os seus planos (Jo 15.15). Esta era a forma como Jesus tratava a João e aos outros crentes; revela-lhes os planos de Deus. A revelação feita ao apóstolo vem sendo uma benção aos cristãos através da história da Igreja, especialmente em tempos de dificuldades e tribulações. Apesar de a palavra apóstolo não ser usada aqui, a tradição da Igreja Primitiva garante que o João que testemunha todas estas coisas era realmente o "discípulo a quem Jesus amava" (Jo 21.20). Escritores e pais da Igreja Primitiva testificam que João ministrou em Efeso, onde morreu no final do primeiro século. O bem aventurado do versículo três é a primeira das sete bençãos pronunciadas no livro. A referência ao ler (grego, anaginoskon) significa ler em voz alta. Isto implica numa leitura feita na igreja, onde os crentes se aglomeram para ouvir. As bençãos e bem-aventuranças vêm tanto sobre os leitores como os ouvintes, desde que guardem as palavras da profecia. As bençãos não vêm sobre leitores negligentes ou ouvintes desatentos, mas sobre aqueles que, amorosamente, obedecem aos preceitos e mandamentos encontrados no livro. (Texto extraído de "APOCALIPSE" - Stanley M. Horton).

quarta-feira, 21 de março de 2012

SOMENTE EM JESUS TEMOS A VERDADEIRA PROSPERIDADE - Lição 13

Depois de todos os títulos propostos durante o semestre creio que o tema em apreço é mais do que obvio. Tendo como tema geral a prosperidade em suas várias facetas, ao meu ver os desdobramentos desse tema, isto é, os títulos de cada lição foram em certos momentos um tanto redundantes, isto fez com que grande parte dos professores de escolas dominicais ficassem repetindo praticamente as mesmas coisas todos os domingos.  Claro que aqueles um pouco mais preparados foram capazes de extrair pontos diferenciados em cada uma das lições e assim proporcionar também um conteúdo diferenciado. Porém, a verdade é que esta dificuldade apresentada na escolha dos títulos da lições fez com que muitos professores dominicais ficassem ensinando aqueles postulados elementares sobre a teologia da prosperidade, os quais os membros da igreja já estão saturados em ouvi-los. Minha opinião tem como única finalidade contribuir para o aprimoramento do trabalho da escola dominical, na verdade eu nem procurei saber quem fez os comentários desse trimestre. Todavia, esse é apenas o meu ponto de vista, o qual tenho o total direito em manisfestá-lo, é claro que alguns concordaram, porém, muitos hão também de discordar, mas é por meio de um processo dialético que podemos construir e aperfeiçoar o conhecimento e assim ficarmos sempre mais próximos da verdade.

- A FÉ CRISTÃ E O SEGREDO DA PROSPERIDADE
O conceito de prosperidade é algo que dispensa definições, pois, tal significado é acessível a qualquer indivíduo. Prosperidade e felicidade são duas palavras que se complementam no nosso projeto existencial. A prosperidade pode ser referida a situações especificas na vida de alguém, pois, uma pessoa pode ser prospera na vida profissional, mas não o é na vida afetiva, pode ser prospera na vida familiar, mas não é tão próspero na vida financeira, por isso, alguém pode ser muito próspero em algumas áreas da vida, mas por outro lado enfrenta o fracasso em alguma outra área, então isso gera um desiquilibrio emocional e insatisfação na vida daquelas pessoas cujo êxito na vida não é pleno. E um grande engano as pessoas pensarem que para serem felizes elas têm obrigatoriamente que realizarem todos os seus sonhos, nessa perspectiva a felicidade tem como  pré-requisitos muitas realizações. Todavia, a Fé Cristã discorda dessa proposição e nos ensina que a felicidade não está vinculada ao nosso êxito pessoal e sim ao tipo de relacionamento que temos com Deus. Porque é a presença de Deus em nós que nos torna prósperos em potencial, temos da parte de Deus uma promessa de triunfo diário, a qual se concretiza com exatidão na vida daqueles que se oferecem como sacrifício vivo para o Senhor. Vejamos o que nos diz o apóstolo Paulo: "E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e por meio de nós manifesta em todo o lugar a fragrância do seu conhecimento". 2 Coríntios 2:14 , confira também Romanos cap. 12.1,2. Este paradoxo da fé tem causado muita perplexidade para os incrédulos, que apesar de possuírem muitas riquezas e fama, não desfrutam de uma existência saudável, não têm paz nem tranquilidade, e mesmo tempo observam pessoas que não possuem aparante nada testemunharem acerca alegria e felicidade que desfrutam. Esse é o grande segredo da fé cristã, é que antes de conseguirmos qualquer coisa já temos a certeza de que somos abençoados e vitoriosos, pois, a nossa alegria consiste em servimos ao Senhor e cultivarmos os valores do reino de Deus, não nos embaraçando com os valores perecíveis, "Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele". 1 Timóteo 6:7. Na fé somos predestinados para vencer, portanto quando o cristão se apropria dessa promessa de Deus e aprende a viver em  total dependência isso já o faz uma pessoa prospera independente de qualquer situação aparente. Nenhuma filosofia ou sistema religioso poderá proporcionar tal segurança, paz, esperança e equilíbrio interior à semelhança da fé em Jesus Cristo. 

- JESUS É FUNDAMENTO DA PROSPERIDADE NA VIDA DO CRISTÃO. 
"Sem mim nada podeis fazer" esta frase dita pelo próprio Jesus resume a nossa assertiva. A prosperidade verdadeira de um ser humano tem o seu ponto de partida, quando o tal tem um encontro com Cristo e a partir de então decide serví-lo. Na sua obra vicária Jesus aniquilou o império da morte, isto é, neutralizador toda fonte maligna que intenta destruir a  felicidade humana. A bíblia nos ensina que sem Cristo o homem está morto nos seus delitos e pecados, o que significa dizer que o homem está totalmente impossibilitado de qualquer realização positiva diante de Deus sem atentar para o ato reconciliador e restaurador realizado pelo Senhor Jesus. O profeta Isaías profetizou acerca de Jesus dizendo que seria Deus forte; Príncipe da paz; Conselheiro; Pai da eternidade. Atentando para esses atributos podemos ter a plena certeza que com Jesus temos força suficiente para resistirmos ao mal como também superá-lo por meio da força do seu poder. Apesar das oposições que temos que enfrentar, a nossa alma estará sempre em paz, pois, a nossa luta não é contra as pessoas, mas contra as forças do mal que operam por meio delas. O cristão próspero jamais explodirá em fúria contra alguém, jamais permitirá que a desesperança se instale na sua vida, porque a paz de Cristo   produz temperança no coração. Também é fundamental para o cristão direcionar a sua vida conforme os conselhos que o Senhor Jesus concede por meio do Evangelho. Jesus se coloca a nossa disposição para nos orientar em todas as nossas tomadas de decisões na vida. Podemos afirmar com plena certeza que nem mesmo um chefe de estado tem uma assessoria tão poderosa e eficaz como um cristão. Para ser próspero o crente precisa tão somente ouvir Jesus, o conselheiro, cujos os conselhos nunca falham. 



sexta-feira, 16 de março de 2012

O PROPÓSITO DA VERDADEIRA PROSPERIDADE - Lição 12

Como verdadeiros filhos de Deus precisamos ter um olhar semelhante ao de Deus para com os principais aspectos  da vida e da nossa própria relação com Ele. O projeto de Deus para nos fazer pessoas bem sucedidas na vida é muito amplo e as vezes complexo.  Na carta aos Romanos cap. 8.28 está escrito "que todas as coisas contribuem conjuntamente para o bem daqueles que amam a Deus", isso parece nos ensinar que as lutas e adversidades da vida estão inclusas dentro desse projeto de prosperidade. O verdadeiro propósito da prosperidade é nos proporcionar os meios necessários para aprendermos a desenvolvermos uma atitude de submissão e dependência diante de Deus. O apóstolo Pedro nos apresenta alguns indicadores que fundamentam e caracterizam as bases da nossa prosperidade, pois, ele nos fala assim "Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade.  Amém. 2 Pe 3.18. O  alvo da  prosperidade cristã é nos levar ao pleno conhecimento da verdade da Palavra do Senhor. "Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade" I Tm 2.4. Deus deseja que toda prosperidade alcançada pelos homens resultem em glorificação ao Santo nome Dele, e foi pensando nisso que o apóstolo diz "quer comais, quer bebais façais tudo para a glória de Deus. Quando desfrutamos de qualquer coisa nessa vida de forma egoísta, pensando exclusivamente na nossa auto-satisfação, estamos nos desviando do verdadeiro objetivo da prosperidade que Deus tem nos proporcionado. 

OS ALVOS DA PROSPERIDADE NA VIDA CRISTÃ

1. Glorificar a Deus - Deus não nos prova tão somente nas tribulações, mas também na prosperidade terrena. Muitas vezes o sucesso de alguns crentes os tem levado a bancarrota espiritual. Pois, ao invés de se achegarem mais a Deus, tomam um caminho diferente, o caminho da auto-suficiência e do apego aos valores desta vida, desenvolvendo um sentimento de avareza e uma atitude egolátrica, deixando de glorificar a Deus para se auto-glorificarem. Analisando o ato criativo por esse aspecto descobrimos o sublime propósito de Deus na criação e redenção do ser humano, o que é expresso na carta aos efésios: "Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade; "Com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo". Efésios 1:11-12

2. Revelar a providência Deus - Um dos nomes dados pelos hebreus para Deus foi Jeová-Giré, o qual significa "Deus de providência". E foi por causa da tremenda providência de Deus que as páginas do Antigo Testamento estão repletas de homens que alcançaram grande prosperidade terrena sem em nenhum momento perder de vista a confiança em Deus. Abraão foi um patriarca muito abençoado por Deus e por isso alcançou um grande êxito na vida material, todavia, ele canalizou todo esse sucesso para estreitar a sua relação com o Senhor, o qual ele sabia plenamente ser a verdadeira fonte da prosperidade. Quando Abraão se dirigia ao monte Moriá para sacrificar Isaque, conforme Deus lhe havia ordenado, durante o percurso Isaque observou que Abraão havia levado todos utensílios necessários para o holocausto, porém, não estava visualizando o cordeiro. Então Isaque  questionou: "Então falou Isaque a Abraão seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos. Gênesis 22:7-8. Assim descobrimos que a prosperidade na vida do patriarca revelou o Deus que sempre providencia tudo para o seu povo. Talvez seja por causa disso que o Salmo 23 seja o mais conhecido de todos cristãos e pessoas de uma forma geral, E isso é justificado  pelo fato  deste salmo enfatizar prosperidade e providência. 

3. Neutraliza a avareza - A verdadeira prosperidade se fundamenta na valorização e preservação dos valores espirituais. A bíblia nos diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males, isto pode ser claramente observado na triste realidade que vivenciamos no dia-a-dia em que tomamos conhecimento das terríveis atrocidades cometidas por muitas pessoas, tendo como única finalidade a aquisição de valores materiais. As riquezas em si não são nem boas, nem más, porém, a forma de utilização de tais riquezas é que podem transformá-las em instrumento do bem ou do mal. Por outro lado o cristão que tem experimentado a verdadeira prosperidade conforme os parâmetros da palavra de Deus, procura utilizar os seus bens para promover o reino de Deus na terra, socorrendo os menos favorecidos, ajudando a obra de missões e diversas outras necessidades da obra do Senhor. 

sábado, 10 de março de 2012

COMO ALCANÇAR A VERDADEIRA PROSPERIDADE – lição 11


O termo prosperidade nos conecta com um universo de sinônimos bastante amplo, tais como: crescer, enriquecer, aprender, acumular, melhorar, multiplicar, realização, felicidade, conquista, e assim por diante.  Todas aspessoas vivendo em condições normais estabelecem alvos para suas próprias vidas com o propósito de desfrutar da vida da melhor maneira possível,  portanto, estabelecem-se condições para que alguém alcance um determinado patamar de realização.  O ato de prosperar é algo que acontece continuamente no decorrer da  existência de qualquer ser humano, e nessa busca por uma prosperidade consistente muitas pessoas têm se equivocado, porque acabam por enveredar por caminhos totalmente contraditórios a qualquer projeto de prosperidade, conforme nos diz SalomãoHá um caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte. Pv 16.25.  Jesus também se referiu ao caminho apertado e ao caminho espaçoso, deixando claro que o caminho para a verdadeira felicidade é estreito e apertado, propondo assim, que o modelo cristão para a verdadeira felicidade estabelece alguns pré-requisitos que não podem ser ignorados, pois qualquer prosperidade que não considere esses parâmetros é superficial e ilusória, portanto uma falsa prosperidade. O livro de Eclesiastes nos apresenta essa realidade de uma maneira muito objetiva e transparente, pois, esse texto nos mostra nos primeiros capítulos a existência de um ser humano que está em busca de uma vida de prosperidade na qual ele possa se sentir seguro de tal condição. Nessa busca ele passa a experimentar alguns caminhos, porém, o grande erro está no fato de que esse indivíduo não coloca Deus como o centro dos seus projetos, e então prossegue em uma série de tentativas frustradas, pois em cada uma delas ele chega a infeliz conclusão “tudo é vaidade”. A palavra vaidade nesse texto, de acordo com o original hebraico significa “vazio”, disso podemos inferir que a grande descoberta feita pelo “pregador” o protagonista do enredo de Eclesiastes, é que a uma existência que prescinde da realidade de Deus, jamais descobrirá o verdadeiro significado da vida exclusivamente pelo ato de existir autonomamente tentando prosperar sem a ajuda de Dele. Ainda que os investimentos sejam os mais extraordinários possíveis e haja um grande sucesso e projeção da personalidade do individuo, e isso é possível, em determinados períodos da existência humana acontecer como resultado de articulações puramente humana, lá no intimo do indivíduo existe uma alma  angustiada como uma prosperidade aparente, carente que não se satisfaz com tal prosperidade, e por isso está inquieta, porém, o salmista nos revela a solução, “Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face.” Salmo 42.5. Não existe prosperidade para aqueles que se alienam da realidade de Deus, isto se harmoniza perfeitamente com o que foi dito por um grande escritor “existe em cada homem um vazio do tamanho de Deus”. Em Eclesiastes o “pregador” passou por muitas desilusões e frustrações, porém, a busca dele foi compensadora porque ele acabou compreendendo o motivo da sua angustia interior e então ele não vacila e passa a fundamentar a existência no Deus que proporciona o verdadeiro significado à vida e promove a verdadeira prosperidade. A prosperidade humana destituída da comunhão é contraditada por uma profunda crise existencial, quanto maior for a prosperidade material, maior será a angustia da alma, o que com que muitos estejam a perguntar “por que está abatida ó minha alma?”, essa resposta só será alcançada quando o homem  estiver disposto a deixar Deus ocupar o centro da vida dele, pois, Deus não aceita ficar na periferia da vida de quem quer que seja.

O SEGREDO DA VERDADEIRA PROSPERIDADE

No mundo de todas as épocas sempre existiram muitos místicos, gurus, feiticeiros e também especialistas de outras áreas do saber humano têm se aplicado em criar fórmulas, teorias e instruções para capacitar as pessoas para se realizarem em suas vidas pessoais. No meio de tudo isso predomina o charlatanismo, o engano, a exploração do ser humano fragilizado. Tais procedimentos são encontrados também no contexto cristão evangélico, como é o caso da famigerada teologia da prosperidade que deturpa as escrituras e propõe um estilo de vida cristã focada nos valores materiais, aferindo a dimensão da prosperidade de um cristão a partir da quantidade de bens que ele possui, da vida confortável e exuberante. Para quem conhece a teologia da Bíblia não terá nenhuma dificuldade em concluir que tal proposta de prosperidade não se harmoniza com a doutrina cristã, pois, seus principais postulados são visivelmente conflitantes com a doutrina bíblica. Tal ideologia chega ao extremo de ensinar simpatias e até palavras mágicas para que as pessoas “reivindique”, exijam que Deus realize os caprichos, alimentando a ambição delas. Todavia, Jesus nos ensina em sua palavra que o reino de Deus não consiste de comidas e bebidas, isto é, de valores terrenos e materiais. Por isso, a nossa esperança deve estar fundamentada não naquilo que temos, mas naquilo somos a partir da nossa comunhão com Deus, porque é essa a condição que vai determinar a nossa felicidade eterna. O segredo dessa prosperidade é o mais simples possível, pois, nós precisamos fazer muito pouco, necessitamos só de atitude para permitir que Deus esteja no centro da nossa existência. No Salmo primeiro o escritor nos mostra que o segredo da prosperidade consiste em compromisso, fidelidade, valorização, apego e ação contínua na nossa vida com Deus. Pois, nesse texto diz: “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda os escarnecedores... antes o seu prazer na lei do Senhor e nela medita e dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto  aos ribeiros de águas.... e tudo quanto fizer prosperará”. Sem qualquer rodeio o salmista nos diz que a verdadeira felicidade é uma questão de renuncia e decisão. A verdadeira prosperidade  acontece quando alguém rompe com o mal e decide investir no conhecimento da verdade da Palavra do Senhor. A resposta de Deus a essa atitude é colocar diante do homem uma fonte permanente de prosperidade, a qual vai além da percepção humana. Quem se depara com essa prosperidade despreza as fantasias propostas pelo mundo. 

O QUE É TEOLOGIA SECULAR ?



Denomina-se Teologia Secular um movimento que foi evidenciado a partir da segunda metade do século XX, logo após o término da segunda guerra mundial. Os seus protagonistas foram teólogos americanos que estavam desencantados com o movimento liberal e também com a neo-ortodoxia. Na análise dos seculares, estes movimentos estavam ultrapassados, pois não tinham respostas eficazes para o homem de então, o qual tinha alcançado um grande progresso tecnológico, todavia, permanecia num abismo existencial, sendo incapaz de tratar com os principais problemas que envolvem a existência humana.
Foi exatamente este tipo de descrédito na religião de uma forma geral, que favoreceu o estabelecimento da chamada teologia secular, que adotava uma posição radical com relação aos principais pressupostos da fé cristã. Esta aversão ao cristianismo convencional estava diretamente relacionado com o contexto socio-político de então, pois, tanto os teólogos como a igreja, ficaram totalmente impotentes diante da Segunda Guerra Mundial e também nada proporcionaram a sociedade, no período pós guerra. Conforme o entendimento dos teólogos da teologia secular.
A Teologia Secular proclama uma associação com o mundo; se opõe ao comportamento da religião tradicional, que pregava a separação do mesmo. Embora não tendo a intenção de fazê-lo, Dietrich Bonhoeffer é considerado o principal precursor das idéias que fundamentam este movimento.
O termo secularismo evoca a autonomia do homem em relação ao transcendental. Caracteriza-se por um rompimento total e definitivo com todos os tipos manifestações religiosas, ou até mesmo a terminologia cristã que invoque o fato religioso.
“A palavra secularizar tem vários sentidos comuns. No sentido mais elementar, indica um processo mediante o qual as coisas , as pessoas, ou as instituições são separadas do uso religioso ou da influência espiritual. Há um uso histórico do termo, em que se conotava a transferência de imóveis ou recursos econômicos do uso ou controle eclesiástico para o uso e posse civil. Assim ocorreu, por exemplo, quando Henrique VIII “secularizou” as terras eclesiásticas ao separá-las das igrejas abadias, mosteiros, e de outras instituições religiosas e transferiu a posse de tais terras a governantes civis ou cidadãos particulares. Napoleão fez coisa semelhante no caso de boa parte das terras possuídas por instituições religiosas na Europa central. Um uso mais especializado do termo é aquele que descreve a mudança da categoria de um clérigo de “regular” ( ou seja pertencendo a uma ordem com regula, ou regra) para um sacerdote comum ou “secular”, não obrigado por votos monásticos ou outros.
            Será percebido que a secularização, ou a edificação de teologias seculares, subtende a separação radical da teologia da sua reocupação histórica com as coisas sagradas. Além disto, naturalmente, envolve uma reformulação da teologia em termos despidos de dimensões transcendentes ou concepções sobrenaturais. Para tanto, é necessário um procedimento duplo. Em primeiro lugar, há o despojar estruturado do sobrenaturalismo cristão histórico, tirando suas qualidades essenciais; e, em segundo lugar, há a edificação de um padrão de premissas teológicas baseadas  exclusivamente em preocupações e considerações deste mundo”.[1]


[1] Stanley Gundry. Teologia Contemporânea. pg 114