sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

POLÍTICA, UMA ILUSÃO EVANGÉLICA

Parlamentares evangélicos, em maioria, votam contra o aumento do mínimo para 560,00



Primeiro embate dos parlamentares evangélicos na Câmara (Ag. Estado)
Poucos dias após as eleições escrevi que este blog ficaria atento ao trabalho dos parlamentares evangélicos na Câmara dos Deputados e, sempre que necessário, não deixaria passar em branco qualquer notícia do interesse dos eleitores que lhes concederam através das urnas o direito ao exercício do mandato.

O primeiro embate foi a votação do aumento do salário mínimo. Em sua esmagadora maioria, 55 ao todo, os deputados federais, em votação nominal, votaram contra a emenda que o elevava para R$ 560,00, concordando, portanto, que ficasse em R$ 545,00 (quinze reais a menos), como aprovado em votação simbólica feita horas antes pelos líderes partidários. 11 foram favoráveis à emenda que concedia o aumento, enquanto dois se abstiveram e alguns poucos estavam ausentes da sessão.

Abaixo a lista dos que votaram contra. Os nomes em negrito pertencem à Assembléia de Deus, minha denominação, segundo a lista que consta no blog da Frente Parlamentar Evangélica.

  1. Anderson Ferreira (PE)
  2. André Sacharow
  3. Aguinaldo Ribeiro
  4. Antonio Bulhões
  5. Anthony Garotinho
  6. Antônia Lúcia
  7. Áureo
  8. Benedita Silva
  9. Cleber Verde
  10. Dr. Grilo
  11. Edinho Araújo
  12. Edmar Arruda
  13. Edivaldo Holanda Junior
  14. Eduardo Cunha
  15. Erivelton Santana
  16. Fátima Pelaes
  17. Filipe Pereira
  18. Georhe Hilton
  19. Heleno Silva
  20. Íris de Araújo
  21. Jefferson Campos
  22. Jhonatan de Jesus
  23. Josué Bengston
  24. Laercio Oliveira
  25. Lauriete - Assembéia de Deus (ES)
  26. Leonardo Quintão
  27. Liliam Sá
  28. Lincoln Portela
  29. Lourival Mendes
  30. Manato
  31. Marcelo Aguiar
  32. Mario de Oliveira
  33. Marcio Marinho
  34. Missionário José Olimpio
  35. Neilton Mulim
  36. Nilton Capixaba
  37. Otoniel Lima
  38. Oziel Oliveira
  39. Pastor Eurico (PE)-Assembéia de Deus
  40. Pastor Marco Feliciano
  41. Pastor Paulo Freire
  42. Professor Sétimo
  43. Pastor Ronaldo Fonseca
  44. Ronaldo Nogueira
  45. Sérgio Brito
  46. Sueli Vidigal
  47. Silas Câmara
  48. Sabino Castelo Branco
  49. Hidekazu Takaiama
  50. Vitor Paulo
  51. Walter Tosta
  52. Walney Rocha
  53. Washington Reis
  54. Zé Vieira
  55. Zequinha Marinho

A seguir a lista dos votos favoráveis à emenda que concedia o aumento para R$ 560,00, também com os nomes dos deputados pertencentes à Assembleia de Deus em negrito.

  1. Andreia Zito
  2. Arolde de Oliveira
  3. Bruna Furlan
  4. Fernando Francischini
  5. Henrique Afonso
  6. João Campos
  7. Jorge Tadeu Mudalen
  8. Onyx Lorezon
  9. Romero Rodrigues
  10. Ruy Carneiro
  11. Vaz de Lima

Abstiveram-se de votar: Lindomar Garçon e pastor Roberto de Lucena.

Rápida análise:

  1. A votação demonstra que a maioria dos deputados federais evangélicos pertence à base aliada do Governo.
  2. Tanto os que votaram contra a emenda quanto os que votaram a favor seguiram a orientação de seus partidos.
  3. Dos deputados vinculados à Assembleia de Deus, segundo a lista da Frente Parlamentar Evangélica, 18 votaram contra a emenda, dois favoráveis, um se absteve e um esteve ausente.
  4. O deputado João Campos, vinculado à Assembleia de Deus e presidente da Frente Parlamentar Evangélica, votou favorável, mas ressalte-se o fato de pertencer ao PSDB, que orientou os seus deputados a votarem a favor da emenda.
  5. Os parlamentares evangélicos perderam, a meu ver, uma grande chance de votarem unidos em favor do aumento, que faria justiça a milhares de brasileiros, mostraria a força da Frente Parlamentar Evangélica e lhe daria credibilidade para discutir de igual para igual outros projetos que interessam ao país, sem ater-se apenas à questão dos valores, que tem sido tema recorrente nas últimas legislaturas. Onde estavam as lideranças?
  6. Este fato explica, em parte, alguns dos motivos pelos quais renunciei ao Conselho Político da CGADB. É enorme a dificuldade de fazer com que os deputados de nossa denominação votem afinados numa mesma proposta, que, embora possa contrariar os interesses do Governo, poderia atender os interesses do país e dar a eles capacidade estratégica para discutir com igual peso os grandes temas da nação.
  7. Acho, por fim, que essa votação sinaliza como será o comportamento dos deputados federais evangélicos pertencentes aos partidos da base aliada: votarão sempre afinados com os interesses do Governo.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A CONVERSÃO DE PAULO – Lição 9


O capítulo 9 do livro de Atos dos Apóstolos é sem dúvida "um divisor de águas" na estrutura literária desse livro do Novo Testamento. Pois, é notório o fato que até o capítulo 10 de Atos a ênfase maior é dada ao ministério do apóstolo Pedro, porém, a partir daí Lucas vai dedicar seu registro aos fatos relacionados a obra realizada pelo apóstolo Paulo. A conversão de Paulo está entre os principais e mais importantes fatos que constituem a história de toda igreja cristã. A experiência de Paulo antes da conversão nos mostra como a religiosidade sem conhecimento pode ser extremamente destrutiva, constituindo-se numa forte oposição a obra de Deus. Por lado observamos o intento de Deus em proporcionar uma oportunidade para que pessoas, que como Paulo, apesar de estarem lutando contra a verdade, pensam estar a serviço de Deus. Conhecendo Deus o zelo e a sinceridade de Paulo para com a religião e que o mesmo não agia apenas movido pela arrogância humana, mas com o propósito de agradar ao próprio Deus. O Senhor escolheu Paulo para ser o maior missionário da igreja primitiva, como também o maior teólogo dessa igreja, depois de Jesus, é óbvio. A chamada desse apóstolo nos proporciona um dos mais belos momentos do Novo Testamento, no qual o próprio Jesus aparece para Paulo em visão e fala diretamente com ele.

ATOS A CONVERSÃO DE SAULO (Paulo) (At 9.1-9)

"Saulo, porém, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote, e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, caso encontrasse alguns do Caminho, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém. Mas seguindo ele viagem e aproximando-se de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu; e caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Quem és Senhor? Respondeu o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; mas levanta-te e entra na cidade, e lá será dito o que há de fazer. Os homens que viajavam com ele ficaram emudecidos, ouvindo na verdade, a voz, mas não vendo ninguém. Saulo levantou-se da terra e, abrindo os olhos, não via coisa alguma; e, guiando-o pela mão, conduziram-no a Damasco. E esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu."

O termo "respirando" significa literalmente, aspirando. É um particípio grego (empneon), deixando claro que a perseguição empreendida por Paulo se caracterizava num ato contínuo. Damasco ficava a acerca de 225 quilômetros ao nordeste de Jerusalém, mas, mas naqueles dias, por estrada, o percurso chegaria provavelmente a 320 Km. Próximo ao fim da viagem, de repente Saulo foi cercado por um resplendor de luz do céu. Como Atos 26.13 mostra, a luz cercou-o continuando a brilhar com fulgor mais intenso que o sol do meio-dia. Saulo que provavelmente, estava andando, caiu ao chão, abatido. Então ele ouviu uma voz: "Saulo, Saulo, por que me persegues? Lucas, ao referir-se a Saulo, usa sempre a forma grega de seu nome (como o vers. 1, "Saulos"). Jesus usa a forma hebraica (Saoul), que o livro de Atos tem o cuidado de preservar aqui. Saulo, depois confirma que Jesus estava falando em hebraico (Atos 26.14). Saulo conhecia muito bem a Bíblia hebraica e reconheceu que manifestação devia ser divina. Mas a pergunta o confundia. Quem estava perseguindo além dos cristãos? Por isso perguntou: Quem és tu, Senhor? Alguns acham que isso quer dizer. "Quem é o Senhor?" usando a palavra senhor meramente como um termo de tratamento respeitoso. Mas em resposta a esta manifestação obviamente sobrenatural, a palavra não pode significar senão Senhor divino. A resposta veio imediata: "Eu (enfático) sou Jesus, a quem tu (enfático) persegues (continua perseguindo)." Perseguindo a Igreja, Saulo perseguia o Corpo de Cristo cujos membros individuais estão em Cristo. (Mt 25.40,45;Ef 1.23; 2.6). Então Jesus acrescentou: "Dura coisa te é recalcitar contra os aguilhões. Por esse resposta Jesus reconhecia que o motivo principal da perseguição de Paulo contra os cristãos estava em não ter ele resposta adequada para os seus argumentos. Era uma reação por meio da qual ele tentava resistir à convicção do Espírito Santo. Como um homem tangendo um boi, o Espírito Santo tinha estado levando Saulo para a verdade do evangelho, mas ele estava resistindo violentamente, escoiceando contra os aguilhões, a propagação do evangelho e a resposta dos crentes eram aguilhoes; os milagres que confirmavam a palavra eram todos aguilhões. Em tudo isso estava ele ferindo-se perigosamente. Isso não significa que Saulo estava consciente de que esses fatos eram aguilhões ou mesmo que ele percebesse não possuir bons argumentos contra os crentes. Ele estava só dominado pelo furor que não conseguia pensar senão em alguma coisa que pudesse detê-los. Mas agora que se via enfrentado por esse fato e por Cristo, não apenas como o homem Jesus mas como divino Senhor, ele simplesmente respondeu "Senhor, que farei?" Isto mostra uma completa mudança na atitude de Saulo, o que constitui evidência de genuíno arrependimento de sua parte.

SAULO RECEBE INSTRUÇÕES PÓS-CONVERSÃO

O Senhor então lhe disse que se levantasse e entrasse na cidade de Damasco. Ali lhe seria dito tudo o que deveria fazer. Jesus, na realidade, disse mais coisas a Saulo na ocasião, mas Lucas não registra a fim de deixar o restante para Saulo dizer em sua defesa diante de Agripa (At 26.16-18). Em Gálatas 1.1, 11, 12, 16, Saulo também deixa claro que foi comissionado diretamente por Jesus, não por algum homem. Em outras palavras, ele era um apóstolo genuíno ou "enviado", enviado pelo próprio Jesus. Enquanto isso, os homens que viajavam com Saulo emudeceram, ouvindo a voz (o som) mas não vendo ninguém. Como diz Atos 26.14, eles todos caíram ao solo mas tiveram condições de levantar-se antes que Saulo o fizesse. Saulo, ao que parece, fechou os olhos por causa do contínuo resplendor, mas viu Jesus. Então, quando se levantou do chão, nada podia ver. Seus companheiros de viagem o levaram pela mão até Damasco. Ali ficou três dias sem poder ver, e não comeu nem bebeu coisa alguma.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

QUANDO A IGREJA É PERSEGUIDA – Lição 8

Qualquer cristão com um mínimo conhecimento sobre a história do cristianismo, vai concordar com o fato de que embora as perseguições tenham produzido muitas tribulações para o povo Deus, por outro lado funcionou como instrumento de despertamento, obrigando a igreja a viver numa total dependência de Deus. Em períodos de perseguições a comunhão espiritual tende a ser aprofundada, as necessidades emergentes forçam os crentes a dedicaram mais tempo na vida de intimidade com Deus, orando mais, jejuando mais, se humilhando diariamente na presença de Deus, não dando espaço para o orgulho pessoal, egoísmo, competições e tantos outros comportamentos que se constituem em grande vexame para muitas igrejas da atualidade. O iminente perigo produzido por uma perseguição gera unidade na igreja, as pessoas passam a entender melhor o quanto precisam umas das outras, e assim cria-se um ambiente verdadeiramente propício para a prática e manifestação do amor cristão, e não apenas discursos retóricos e contrários à realidade, como temos visto em grande dos contextos evangélicos desse país. Quando a igreja passa a viver uma fé conforme os parâmetros ensinados por Jesus, ela incorpora a identidade do seu próprio Mestre. A Igreja perseguida é uma igreja cujos os membros sempre foram muito parecidos com Jesus, por causa disso alguns deles chegaram até mesmo a serem confundidos com Jesus.

Infelizmente temos que admitir a triste realidade, que nós cristãos, em épocas de refrigério e tranqüilidade apresentamos uma forte tendência para acomodação e muitas vezes desvios grosseiros da verdade. Podemos citar o exemplo clássico e negativo do Rei Davi, que após ter vencido todos os seus inimigos, estando agora vivendo no conforto do seu palácio, deixou de ir para guerra, acomodou-se, e na sua ociosidade se esqueceu de dar continuidade a sua comunhão com Deus, caindo de forma desastrosa. Há um ditado popular que diz o seguinte: "mente desocupada é oficina do diabo", isto é, a ociosidade é algo muito perigoso, pois, a realidade tem demonstrado que isso realmente acontece. As perseguições sempre incitaram o povo de Deus a se ocuparem mais com atividades de interesse da alma, do que propriamente com aquelas inerentes ao bem estar aqui neste mundo. A igreja de Roma, sobre a qual não temos como determinar quem teria sido seu fundador, porém, podemos destacá-la pelo fato de ter sido abençoada com a obra missionário, do grande apóstolo do gentios. Paulo esteve por dois na cidade de Roma, embora em prisões, ele estava evangelizando e ensinando a igreja que ali já existia. Essa igreja foi muito perseguida, muitos cristãos foram jogados nas arenas para serem devorados pelas feras e ao mesmo tempo servir de espetáculo para uma população pagã que odiava todos os cristãos. Para termos uma idéia do que realmente aconteceu com os cristãos do 1° século na cidade de Roma eu vou transcrever um extrato do livro "As Catacumbas de Roma" de Benjamim Scott; "Encarando a oposição ao Cristianismo manifestada no reinado de Cláudio, a circunstância, narrada por Paulo, de que ninguém assistiu a ele na sua primeira defesa, mas que todos o desampararam quando teve de comparecer perante Nero, a presença de Judeus não convertidos naquele mesmo lugar e tempo, e por terem os judeus não convertidos dito: 'o que nós sabemos desta seita, e que em toda parte a impugnam' cremos que os cristãos, tendo ainda em conta sua a sua própria segurança, começavam a buscar refúgio da antipatia popular, da oposição judaica e da oposição do governo romano nesses esconderijos subterrâneos que se estendiam pelo menos até quinze milhas de Roma na direção da Via Ápia. Isto, é claro, não passa de mera suposição; mas poderia explicar como esses irmãos puderam encontrar com Paulo a uma distância tão grande de Roma. A tempestade da perseguição aos cristãos, tão repetidamente predita pelo seu Senhor e Mestre, estava prestes a começar. Antes do fim do reinado sanguinário do monstro Nero, eles, sem dúvida, foram compelidos a refugiarem-se nessas covas e cavernas da terra... o primeiro caso bem fundado de perseguição ocorreu sob o reinado de Nero, cerca do ano 64 da nossa era, após a primeira visita de Paulo a Roma. Tácito narra minuciosamente as circunstãncias; e, sendo pagão, encara o grupo cristão debaixo desse ponto de vista. No décimo ano do reinado de Nero, a cidade foi incendiada, ficando quase totalmente destruída; o fogo durou oito dias e dos seus catorze departamentos somente oito escaparam. Tal foi a indignação do povo que acusava Nero de ter lançado fogo propositadamente, que ele, para se livrar da ira popular, atribuiu o crime aos desprezados cristãos."

Durante todo esse período a igreja se mostrou uma coluna inabalável, os cristãos viviam uma profunda comunhão com Deus e uns com os outros, por meio da fé enfrentavam os seus algozes como muita ousadia, não temendo até mesmo a morte. Sabiam que iam morrer, porém, tinham plena confiança nas promessas de Deus, pois, tinham a total certeza que o lar celestial lhes esperava, e lá eles haveriam de receber a coroa da vitória. Todavia, quando a perseguição terminou e veio o período em que o imperador Constantino declarou o cristianismo a religião oficial do Estado, a igreja acomodou-se uma estreita relação de acomodação com o poder político e social, e a partir daí começou a perder a sua identidade, e assim tem sido até, essa união de igreja e estado nunca deu certo. Hoje é a igreja evangélica que está ambicionando o mesmo troféu estatal que um dia pertenceu a igreja romana, o qual a levou a ruína.

Hoje muitos evangélicos reclamam de perseguição por parte do mundo não evangélico, é verdade que existem algumas formas de perseguição, porém, nenhuma comparação pode ser feita com os períodos em que a igreja enfrentou perseguição de verdade. O que existe na verdade nos dias atuais, é uma certa cumplicidade da igreja evangélica com a ética do mundo. Digo isto, porque tenho visto grandes igrejas evangélicas nesse pais, as quais arrecadam grandes somas em dinheiro, não tem uma obra social relevante, não dão assistência nem aos seus membros, porém, estão ávidas pelo poder político, pois, têm se empenhado bastante para eleger candidatos nos vários escalões do governo, e o pior é que não tem, nem se quer um projeto que vise alguns benefícios sociais. A preocupação está relacionada apenas com status político da instituição, demonstrar o poder político de suas lideranças que visam se utilizar do tráfico de influências para fazer o que bem entendem, e muitos casos até mesmo legitimar ações ilegais. Existem lideranças que querem construir prédios sem obedecer a legislação em vigor, utilizar som de forma abusiva, publicidade sem a devida legalidade, e quando são autuados como infratores se justificam diante da comunidade dizendo que as autoridades estão perseguindo a igreja. Isso não passa de um pretexto para justificar o erro e também para manipular as pessoas, ou em alguns casos apenas a mania de perseguição que muitos crente têm. Sem falar nos muitos empregados relapsos que ostentam o estigma de evangélico, todavia, não são fiéis nas suas obrigações para com seus subordinados e quando sofrem alguma punição ficam propagando que estão perseguidos porque são crentes. Que o Senhor tenha misericórdia! não confundamos as consequências dos nossos erros com perseguição.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A PAROUSIA E A 2ª VINDA DE JESUS


Esse assunto tão querido à igreja primitiva e tão destacado no ensino e na pregação apostólica, nesse nossos dias de pensamento e teologia modernos tem sido renegado bem para o segundo plano. O ensino a respeito da volta de Cristo tem sido na história eclesiástica, muito semelhante ao pêndulo de um relógio, oscilando de um estremo para o outro. Nos dias em que o apostolo Paulo escreveu as suas duas cartas á igreja de Tessalônica, o pêndulo dessa doutrina se projetara até um desses extremos. Parece que alguns haviam chegado a conclusão de que a vinda de Cristo estava tão próxima quanto a única coisa que lhe competia fazer era abandonar o trabalho por sua própria subsistência e aguardar o sonido da trombeta que anunciaria a volta do Senhor. Paulo, entretanto, escreveu a segunda epístola para regular esse pêndulo e orientar seu fervor religioso para seus canais próprios.

Após os primeiros séculos o pêndulo passou ao outro extremo, parecendo mesmo que o mundo religioso perdeu a vista essa bendita esperança da igreja. Esse foi o caso durante o período lembrado “TEMPO DAS TREVAS” , Quando o papado e o sacerdotalismo reinavam, e mesmo algum tempo depois da reforma. Então começou a ser reavivada a doutrina da “Segunda Vinda”; o grito da meia noite ecoou em meio as trevas da supertição e do falso ensino , e a igreja começou a examinar e atiçar suas lâmpadas, preparando-se para o encontro com o noivo Jesus Cristo.

A segunda vinda de Cristo tem sido a expressão coroante , a estrela dalva , desde que a promessa de sua vinda lhes foi comunicada, ela os tem animado, fortalecido e encorajado. Nas horas mas escuras. Cristo e os apóstolos implataram nos corações dos primeiros crentes o ato de vida de Cristo e sua eminência como um motivo de vida piedosa e serviço fiel ao senhor Jesus Cristo.

Entre os primeiros discípulos do Senhor Jesus nasceu uma expectativa muito grande sobre quando seria o seu retorno para estabelecer o seu reino aqui neste mundo. Essa esperança era expressa através do termo grego "parousia", que significa presença, aparição. O termo era muito utilizado no mundo grego para falar sobre a visita de um governante ou até mesmo um rei. Essa esperança era muita enfatizada e influenciava profundamente a vida da igreja naqueles dias, pois, segundo alguns estudiosos, a maioria dos cristãos acreditava firmemente que Jesus retornaria ainda naqueles dias, alguns atribuem a isso o fato deles se disporem em desfazer-se de suas propriedades para ajudar nas necessidades da comunidade. Outro fato relacionado a influência da "parousia" tem a ver com questão que envolve a produção literária do Novo Testamento, atentando-se para o fato de que o primeiro evangelho só foi escrito aproximadamente 30 depois da morte de Jesus. Analisando esse caso, muitos estudiosos entendem que isso se deve ao fato da profunda certeza que os cristãos tinham acerca da vinda de Jesus em seus dias, sendo assim não havia necessidade fazer algun registro, pois haviam muitas testemunhas oculares dos fatos, as quais transmitiam tudo com muita fidelidade. Nos primeiros 30 anos de existência a igreja praticou a pregação e o ensino através da transmissão oral, a qual ficou conhecida como "KERIGMA".

Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. (II Tm 4.8). Segundo nos diz o apóstolo Paulo nesse texto, a vinda de Jesus não é somente uma doutrina a mais, e sim uma doutrina para ser amada. Porque em alguns momentos da história a igreja dá uma ênfase maior a essa esperança do que em outros?. Na minha perspectiva isso está muito relacionado a própria espiritualidade das pessoas em cada um desses períodos. Não podemos amar a vinda do Senhor se ainda temos um extremo apego as coisas e aos prazeres relacionados a nossa existência nesse mundo, pois vinda de Jesus é uma realidade que se contrapõe a qualquer situação de conforto e prazeres terrenos. O amor aos valores do mundo terreno nos distancia dos valores do Reino de Deus. Precisamos fazer uma reflexão e auto-análise para descobrirmos se de fatos amamos a vinda do Senhor, ou estamos apenas sendo retóricos quando afirmamos isso. Quando alguém é capaz de mentir, ofender, agir indiferentemente ao sofrimento do outro e se omitir diante de várias outras necessidades da igreja para não abrir mão de seus valores pessoais, essa pessoa demonstra que está muito preso ao mundo terreno, não tendo motivos para amar ou pregar sobre a vinda do Senhor. Para amarmos a vinda do Senhor temos que promover uma super desvalorização dos valores terrenos. Paulo diz aos colossenses: "Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus." (Col 3.1). Quando nos voltamos para os valores de cima, ficamos cheios de expectação pela vinda do Senhor, pois, nenhum acontecimento poderá ser mais extraordinário para nós. Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém. Ora vem, Senhor Jesus. (Ap. 22.20). A bíblia praticamente encerra sua mensagem com essa lembrança, devido ao fato da importância dessa promessa para nossas vidas. Não podemos perder essa expectação nem se sequer por alguns momentos, pois, o retorno Dele poderá acontecer a qualquer instante.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

ASSISTÊNCIA SOCIAL, UM IMPORTANTE NEGÓCIO – Lição 7


Este é um tema no qual preciso confessar que tenho uma posição bastante crítica no que diz respeito a ação social da igreja evangélica em nosso pais, pois temos igrejas nesta nação que esbanjam o seu potencial econômico construindo templos suntuosos, comprando emissoras de rádio e televisão, fazendo campanhas de marketing caríssimas, pagando salários aos seus ministros, considerados altos para a realidade salarial do país, e outros investimentos de natureza semelhante. Todavia percebemos pouco interesse em se investir em obras sociais. Conheço igrejas com mais de 100 mil membros (pentecostal) que para tentar justificar um trabalho social tem umas duas escolinhas funcionando precariamente, um projetinho de ajuda a uma comunidade carente, um precário abrigo de velhos e outras coisas desse nível para constar nos relatórios sociais ou para serem usados como pretextos na hora de levantar ofertas. Lamento, mais no meu Estado as grandes igrejas evangélicas têm uma grande dívida para com a sociedade, pois, a obra social que muitos dizem fazer, não atende nem aos domésticos da fé. Muitas lideranças de igrejas têm espiritualizado a mensagem bíblica, e assim passaram ver as pessoas como se elas fossem constituídas apenas de alma e espírito, e o corpo não tivesse muita importância, agindo como se a função dos líderes eclesiásticos fosse apenas cuidar da parte espiritual. Essa atitude tem se constituído num grande equívoco, pois a palavra de Deus nunca faz essa distinção na constituição do ser humano. Deus olha para o homem na sua totalidade e trata com ele atentando para todas as necessidades desse ser que é corpo, alma e espírito. Quando Jesus disse que “nem só de viveria o homem”, Ele não quis dizer que o homem não precisa de pão, porém, que da forma que o pão material era fundamental para sua existência, assim também a Palavra do Senhor não poderia jamais faltar-lhe. Segundo o apóstolo Tiago, se alguém visitar um necessitado, orar por ele e ir embora sem praticar uma assistência social, procurando suprir as necessidades de tal irmão, esse ato religioso não tem nenhum valor diante de Deus, pois a devoção religiosa sem as obras é contrária a fé cristã.

A RESPONSABILIDADE PARA COM AS OUTRAS PESSOAS

As Escrituras expressam de formas múltiplas e objetivas que todos somos responsáveis uns pelos outros, fugir a essa responsabilidade é negligenciar numa tarefa que foi entregue a cada homem pelo próprio Deus. Vejamos o que aconteceu com Caim. Após ter assassinado o seu irmão, Caim ouviu a voz de Deus: “Caim onde está o teu irmão”, porém ele respondeu “Acaso sou eu guardador do meu irmão”. Essa resposta demonstra o descaso de Caim para com a responsabilidade que Deus lhe entregara, a qual era cuidar do seu irmão. Infelizmente tem muita gente em muitas igrejas que estão morrendo por falta de cuidado, e alguns estão até mesmo sendo mortos por causa da inveja, do egoísmo e da avareza de outros. Todavia, a Palavra do Senhor continua cobrando daqueles que têm negligenciado no que diz respeito ao cuidado com o semelhante, o Senhor continua nos perguntando “onde está o teu irmão?”, o que você fez para ele, e o que você fez com ele ?. Tenhamos muito cuidado, porque a Bíblia nos diz que: “aquele que sabe fazer o bem e não o faz peca”. Não confundamos fé bíblica com religiosidade, os fariseus eram as pessoas mais religiosas da época de Jesus, porém, eles não praticavam a fé bíblica, porque sobre estas pessoas, Jesus fez a seguinte afirmação: “vocês me honram com os lábios, mas seu corações estão longe de mim”. O amor cristão é altruísta, e se caracteriza por uma constante preocupação com o bem estar do nosso semelhante. A presença do amor de Cristo em nossos corações nos conscientiza da grande responsabilidade que temos de nos empenharmos em promovermos o bem para beneficiarmos as pessoas de uma forma geral.

A responsabilidade não é meramente proteger vidas inocentes; também inclui fazer o bem positivo em prol dos outros. Segundo Jesus e o ensino do Antigo Testamento devemos ser responsáveis para amar o nosso próximo como a nós mesmos. Jesus disse que o amor é a essência da lei moral (Mt 22.39). Até mesmo disse que a totalidade da moralidade do Antigo Testamento podia se reduzida à Regra Áurea (Mt 7.12). Exemplos específicos daquilo que significa amar aos outros não faltam nem na vida nem nos ensinos de Cristo. As Epístolas do N. T. abundam de exortações para os cristãos cuidarem uns dos outros e dos de fora. Paulo escreveu: “Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” (Fp 2.4). Outra vez: “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6.2, 10). A primeira Epístola de João é muita explícita no que diz respeito `a responsabilidade do cristão no sentido de amar aos outros. (3.17, 18), como também a de Tiago (1.27). Em síntese, o homem é moralmente responsável pelos demais homens. Ele é o guardião do seu irmão.

A RESPONSABILIDADE PARA COM OS IRMÃOS NA FÉ

Paulo conclamou aos gálatas: Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (6.10). O próprio Paulo estava muito ativo em levantar uma oferta para os santos pobres em Jerusalém (Rm 15.26).João, semelhantemente ressaltou a providência para as necessidades dos irmãos, e escreveu: “ora, aquele que possuir recursos deste mundo e vir seu irmão padecer necessidade e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus ( I Jo 3.17). Tiago é igualmente firme na ênfase sobre a providência para os irmãos: “Se um irmão ou irmã estiverem carecidos de roupa, e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: “ide em paz, aquecei-vos, e fartai-vos”, sem contudo, lhe dardes o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?” (Tg 2.15,16). A responsabilidade social do cristão, quanto ao amor além da sua própria família, começa com a família de Deus. Esta verdade também é subentendida no cuidado da igreja primitiva com suas próprias viúvas (At 6.1; I Tm 5.9ss). A responsabilidade social do cristão começa com a sua própria pessoa, continua com a sua família, depois com os irmãos na fé e se estende para com todas as pessoas. Como filhos de Deus somos encarregados de praticarmos o bem para com todas as pessoas sem jamais excluir qualquer pessoa.

A RESPONSABILIDADE SOCIAL PARA COM OS POBRES

A igreja tem a obrigação de cuidar dos pobres e não explorá-los como muitos têm feito. A primeira igreja em Jerusalém pediu a Paulo “que nos lembrássemos dos pobres,” disse ele, “o que também me esforcei por fazer” (Gl 2.10). Em cumprimento desta incumbência, Paulo escreveu: “Por que aprouve à Macedônia e a Acaia levantar uma coleta em benefício dos pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém” (Rm 15.26). Até antes deste tempo, quando havia fome em Jerusalém, “Os discípulos, cada um conforme as suas posses, resolveram enviar socorro aos irmãos que moravam na Judéia” (At 11.29). Tudo isso era furto da responsabilidade social que predominava naquelas comunidades cristãs do primeiro século. A Antigo Testamento abunda em exortações acerca dos pobres. A lei de Moisés ordenava que os cantos e as espigas dos campos fossem deixados para os pobres e estrangeiros (Lv 19.9). Era ordenado, ainda mais: “Se teu irmão empobrecer, e as suas forças decaírem, então sustentá-lo-ás” (Lv 25.35; Dt 15.15). Uma benção especial é prometida aos que dão aos pobres: “Quem se compadece do pobre ao Senhor empresta, e este lhe paga o seu benefício” (Pv 19.17). Outra vez: “Bem-aventurado o que acode ao necessitado” (Sl 41.1). Os profetas eram campeões dos pobres, Isaías escreveu: “Aí dos que decretam leis injustas, dos que escrevem leis de opressão, para negarem justiça aos pobres, para arrebatarem o direito aos aflitos do meu povo...” (10.1-2).

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA NA IGREJA- Lição 6

As nossas experiências diárias nos revelam claramente que a disciplina é fundamental para uma existência harmônica de qualquer grupo social, e também de suma importância para o êxito individual. Onde a disciplina não e considerada existe uma plataforma para que se estabeleça a anarquia e caos. A disciplina ajuda na definição dos papéis sociais, fazendo com que cada indivíduo desempenhe a sua função de uma forma que contribua para funcionando da engrenagem social. A disciplina produz maturidade e prudência nos indivíduos, pois toda pessoa que procura obedecer normas que visam o bem da maioria expressam consciência de coletividade, entendendo que as suas atitudes podem beneficiar ou prejudicar os demais. A pessoa indisciplinada caracteriza-se pelo tipo de gente cuja característica principal é o egoísmo e uma tremenda falta de conhecimento da vida. A disciplina é um instrumento de correção que visa o melhoramento do caráter dos indivíduos, o qual deve ser utilizado em qualquer processo educativo. No processo disciplinar muitas vezes se faz necessário penalizar o infrator, isto é, aquele que não obedeceu as normas estabelecidas como pré-requisitos para se atingir os alvos desejados.

A lição de hoje está focada em Atos 5.1-11 o qual diz respeito ao relato sobre Ananias e Safira. Um caso clássico no Novo Testamento de uma medida disciplina que foi adotada para um casal que maquinou uma mentira relacionada à venda de uma propriedade. Ao ler esse texto muitos podem até interpretar que a punição imposta ao casal, seja devido ao fato deles terem se negado a entregar todo o valor da venda da propriedade, o que não é correto pensar dessa forma. É necessário observamos que ninguém era constrangido para vender suas propriedade e entregar o dinheiro aos apóstolos, tudo era feito espontaneamente. O que realmente aconteceu com Ananias e Safira pode ser explicado pela pergunta que o apóstolo Pedro fez para Ananias "Por que Encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo..." , então, percebemos claramente que o texto trata do desfecho de um caso que possuía profundas raízes, as coisas não aconteceram do dia para a noite. O casal aqui mencionado se deixou enganar pelos ardis de satanás, o qual os induziu a avareza e por causa disso cometeram o terrível sacrilégio, de premeditarem uma mentirem contra o próprio Espírito Santo. O pecado de Ananias e Safira não foi somente o de ter retido parte do dinheiro da propriedade, porém, a tentativa de enganar o próprio Deus, tendo em vista que os apóstolos eram autênticos representantes de Deus, por isso, mentir para eles representava mentir ao Espírito Santo.

Podemos dizer que o episódio descrito no texto em apreço é algo de natureza inédita, pois, não encontramos nenhum outro caso no Novo Testamento em que alguém tenha recebido uma punição tão imediata como conseqüência do pecado praticado. Observando este aspecto entendemos que a situação em si não se apresenta nas Escrituras como um método disciplinar para os dias atuais. O "por quê?" de Deus escolhido aquele casal nos deixar tal exemplo de disciplina, aplicando uma tão severa punição, apenas podemos dizer que não cabe a nós questionarmos os atos soberanos do Criador. Mesmo que nunca tenhamos visto mentirosos sendo desmacarados por homens de Deus e sendo sentenciados a uma morte fulminante, podemos afirmar com toda certeza que os princípios disciplinares que se apresentam nesse episódio ainda permanecem com total validade. A punição aplicada a Ananias e Safira foi fundamental para aquela igreja que estava no seu processo de formação e precisava urgentemente aprender que a desobediência a Palavra do Senhor e a insubordinação às suas lideranças poderia trazer-lhes conseqüências fatais. O desfecho do caso casou em toda igreja o impacto desejado pelo Espírito Santo "Sobreveio grande temor a toda a igreja e a todos os que ouviram estas coisas". Não devemos nesse caso, confundir temor com medo e pavor, pois trata-se de um temor baseado em reverência e confiança na justiça e no amor de Deus. A partir daí todos passaram a ser mais cuidadosos em suas vidas espirituais, para não pecarem contra Deus e também não viessem sofre nenhuma conseqüência produzida por seus próprios pecados. Esse caso repercutiu não só no meio da igreja, mas também entre todos que ouviram sobre isto, parece que até mesmo pessoas de fora da igreja foram contagiadas por esse temor, se não se converteram pelo menos para a ter muito respeito pelo povo de Deus.

A IGREJA PODE DISCIPLINAR E NÃO JULGAR

Ananias e Safira foram julgados pelo Senhor e receberam a punição devida pelo pecado Deles. Somente Deus pode aplicar sentenças justas para aqueles cometem pecados, pois, por mais severa que seja a sentença aplicada, ela sempre será justa, porque Deus jamais comete injustiças. A Bíblia nos diz em II Co 11 que nós precisamos nos julgar a nós mesmos para não sermos julgados pelos Senhor, isto significa que se quisermos evitar o severo julgamento do Senhor, o qual só exerce o juízo Dele depois de ter longamente exercido a graça, precisamos exercitar a auto-disciplina por meio de uma continua auto-avaliação, "Examine-se pois, o homem a si mesmo" , porém , quando alguém peca e fica fora da vontade do Senhor, a igreja que pode aplicar a disciplina sobre esta pessoa, tal ato disciplinar não deve ter como propósito único de punir e julgar. Todavia, disciplina da igreja deve funcionar com o propósito terapêutico, isto é, a disciplina é como se fosse o bisturi do médico, o qual para eliminar um determinado mal antes precisar antes ferir o paciente, pois, é o único meio de arrancar o mal que está profundamente arraigado, vai gerar algum incômodo para o paciente, porém, no futuro ele agradecerá pela cura. A disciplina na igreja deve ser exercida com a atitude de que estamos tratando de "um soldado ferido", portanto é necessário agir com amor, respeito, valorização ao indivíduo, porque somente assim este soldado vai ser beneficiado com a força da auto-estima e consequentemente a vontade de ser curado. Infelizmente a disciplina em muitas igrejas está funcionando como um veneno letal que está matando aqueles que foram feridos e estão a beira da morte. Porém, se negligenciarmos em nossa auto-avaliação e ainda desprezarmos a disciplina da igreja, não escaparemos do julgamento do Senhor, na Carta aos Hebreus está escrito "horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo", pois diante Dele nada passará impune. Ainda II Co 11 está escrito que muita gente fica fraco, doente e até morre antes do tempo por causa de pecado, então, observe que os princípios de julgamento aplicados a Ananias e Safira ainda têm validade

A PALAVRA GREGA PARA DISCIPLINA : KATARTIZEIN

O principal significado prático de Katartizein pode ser encontrado em Gálatas 6.1, que em algumas versões é traduzida pela palavra "restaurar", referindo-se a algum irmão que foi surpreendido em alguma falta. Se procurarmos nos aprofundar no campo semântico de Katartizein vamos descobrir alguns significados que nos ajudarão a compreender corretamente o método e propósito da disciplina na igreja. No grego clássico, esta palavra tem uma ampla gama de significados, entre eles ajustar, colocar em ordem, recuperar. Em alguns contextos se referia a ação de "equipar um homem ou habilitar algo para um determinado propósito. No N. T. esse termo aparece em Mt 4.21; Mc 1.19 e diz respeito aos discípulos "remendando suas redes", a idéia é que as redes estavam sendo preparadas para um uso futuro. Já em Lucas 6.40 estar relacionado com "equipar" , aqui diz que o discípulo não pode estar mais equipado do que o seu mestre. E Também Rm 9.22 Katartizein tem o mesmo sentido de estar equipado. Em 2 co 13.11 e I Pe 5.10 katartizein é traduzido como "aperfeiçoar". A antiga versão Reina Valera traduz em I Co 1.10 por " estar perfeitamente unidos" . Nesse caso Katertizein é utilizado com o propósito de unificar os elementos discordantes na igreja de Corinto. A idéia poderia ser de ajustar e recompor os membros deslocados e acalmar e pacificar os elementos facciosos.

Quando aplicamos tudo que foi dito sobre Katartizein a disciplina da igreja, emergem idéias sumamente significativas. 1) Fica claro que a disciplina nunca foi um castigo para purgar pecados, nem uma simples vingança contra o malfeitor. 2) A disciplina que dizer "recuperar" a um homem "restaurá-lo", a disciplina reconhece ao homem mais como um "pobre ferido" do que como um pecador deliberado. 3) Disciplinar uma pessoa é "equipá-la" para que ela possa enfrentar e vencer as tentações que a derrubaram, por isso é função da igreja não somente aplicar um castigo, mas preparar as pessoas para viverem conforme os princípios cristãos.