sábado, 29 de janeiro de 2011

SINAIS E MARAVILHAS NA IGREJA – Lição 5

Os milagres são uma realidade histórica, eles estão presentes em todas as épocas, registrados de maneira indubitável para o nosso conhecimento. A história do homem do homem está ornamentada com feitos extraordinários. Os milagres nunca cessaram, isto é reconhecido quando analisamos a história de uma forma geral, e a vida da igreja de modo específico, Igreja primitiva, Medieval, Reformada, Moderna, e Contemporânea, mostram-nos milagres. É verdade que eles não aconteceram uniformemente, aconteceram de formas diferentes, com maior ou menor intensidade em alguns lugares e outros não. E mesmo nos lugares onde aconteceram com maior intensidade, posteriormente cessaram, mas surgindo em outros lugares. Cremos que os milagres são atos extraordinários de Deus, intervindo na história para auxiliar o seu povo, em tempos de dificuldades, em perseguições, na pregação do Evangelho. Embora existam certos períodos de relativa ausência, isto se deve ao uso soberano da própria vontade de Deus, que é segundo Seu propósito. Por ISS não devemos limitar os milagres a épocas passadas, pois ao fazê-lo limitamos também os atos extraordinários de Deus. Embora muitos queiram afirmar que o mundo mudou também em relação aos milagres, e que estes são mais necessários, temos dificuldades históricas para sustentar tal afirmação. As atitudes em relação ao sobrenatural continuam as mesmas, por parte do homem sacrifícios são oferecidos aos demônios, de modo semelhante ao que contemplamos na história da igreja primitiva, sangue e animais são oferecidos em sacrifícios idólatras, existe uma busca contínua ao sobrenatural. Embora as pessoas sejam diferentes as atitudes são as mesmas, existem algumas diferenças é verdade! Mas também muitas semelhanças. Historicamente, os milagres estão presentes em todas as épocas. Na atualidade eles também estão presentes. Se não estão presentes em todos os lugares, se não acontecem diariamente, se não acontecem diante dos nossos olhos, não podemos negar a relevância do testamento histórico, não podemos negar a história, não podemos negar os milagres.

A TEOLOGIA E O MILAGRE

Apesar de um assunto que envolve questões etimológicas, terminológicas e cientificas, o assunto "milagre"é um assunto essencialmente teológico. As teologias sistemáticas não lhe atribuem relevantes destaques. O assunto milagres absorve apenas pequenos tópicos nas teologias sistemáticas. Na teologia dogmática os milagres recebem destaque apenas na teologia de Tomáz de Aquino. Como parte da teologia de forma integral envolve a teologia própria, a cristologia, a antropologia e a pneumatologia. Os período em que encontramos a maior parte dos escritos sobre milagres são: o período de Agostinho, o grande teólogo da Patrística, que viveu entre os anos 354-430 d.C. no norte da África. Neste período, encontramos nos escritos, deste teólogo pai da igreja, a mais completa opinião sobre milagres. Agostinho opina sobre a quase totalidade dos temas polêmicos sobre milagres. Estudar o pensamento de Agostinho sobre milagres é dos mais deslumbrantes assuntos da teologia desse período. O segundo período onde encontramos outra quantidade considerável de escritos sobre milagres é o final do Século Dezenove e o princípio do Século Vinte. Nesse período surgiram os mais famosos escritos sobre o tema "milagres". J>B. Mosley, B.B. Warfield, Johannes Wendland são teólogos reformados que nos deixaram muitos escritos sobre milagres. Estes trabalhos teológicos responderam às necessidades da época, mas novos fatos foram acrescidos à vida a igreja; o movimento pentecostal cresceu, surgindo inúmeros movimentos cuja a ênfase principal é o milagre, o mundo decepcionado com o fracasso da ciência, em oferecer-lhe plena satisfação espiritual, volta-se para o misticismo. O desafio cresceu, continua, urge a necessidade de esclarecimento bíblico correto, a necessidade de uma perspectiva sobre os milagres para os nossos dias.

DEFINIÇÃO TEOLÓGICA DO TERMO MILAGRE.

Temos aqui as definições apresentadas por famosos biblicistas: A. Kuipper. "É a vida interpretando energia de Deus, quebrando todas as posições em face das desordens trazidas". Para Baker, "É um fenômeno efetuado por Deus, que arrastae desvia a sequência natural". Já o teólogo Shaffer diz"É o que osbrepassa o mundo físico, o conhecimento humano e poderes morais e, portanto, demonstra a agência do sobrenatural". E por fim temos Tomaz de Aquino "O nome de milagre vem de admiração. Tal qual surge ante a presença de efeitos cujas causas são desconhecidas".

Estas posições refletem influências filosóficas sofridas pelos respectivos autores em suas teologias. Expressões como "Violação das leis naturais" demonstram uma influência típica, do supranaturalismo, servindo servindo de um bom exemplo. Agostinho, por exemplo, discordava desta posição e argumentava contra a definição partindo do princípio de que Deus não precisa quebrar as suas próprias leis para realizar algo extraordinário, pois se assim o fizer está estabelecendo um princípio de desordem no mundo. A idéia de uma lei superior é característica da influência da terminologia presente na cultura enciclopedista do Século Doze onde predominavam as definições etimológicas, porém a definição etimológica grega, usada por Aquino PE incompleta. O milagre é mais do que espanto. É notório ainda que, estas definições históricas desconhecem o elemento espiritual, aludido pelos teólogos contemporâneos como milagre e de merecido destaque, pois, segundo Tomaz de Aquino, as transformações espirituais são os milagres. Na realidade, o tempo acrescentou novos elementos, o avanço semântico o termo exige uma nova definição que possa ser mais abrangente e completa. Portanto, definimos o milagre como: "Uma intervenção sobrenatural".

sábado, 22 de janeiro de 2011

O poder Irresistível da Comunhão na Igreja – Lição 4

Para iniciar nossa reflexão sobre Comunhão, entendendo que seja necessário nos atermos um pouco nos termos gregos "Koiné" e "Koinonia". Koiné foi o nome dado a uma variedade lingüística do idioma grego e significava "dialeto comum", pois essa era a variedade lingüística compartilhada pela maioria das pessoas nos primeiros séculos da existência da igreja Cristã. A Palavra kononia (que significa comunhão) é derivada do termo koiné, a partir dessa relação podemos dizer que a comunhão pode ser expressa entre dois ou mais seres humanos quando existirem entre ambos experiências que sejam compartilhadas de uma forma aprofundada. Nessa perspectiva observamos que o nível da comunhão de uma pessoa com Deus e com seus semelhantes será medido pela quantidade e extensão das coisas e situações que essa pessoa compartilha com ambos. A comunhão cristã pode ser ensinada por meio de um discurso bem elaborado, todavia se transforma numa prática pedagógica ineficaz quando não é acompanhada de uma práxis compatível. O poder da comunhão se expressa numa prática diária como resultado de um coração transbordante do amor de Cristo. É lamentável, mas temos que admitir que estamos vivendo numa época de muita hipocrisia, pois, temos muitos discursos inflamados nessa área, na qual pregadores eloqüentes, gritam, esbravejam para que os membros da igreja vivam em união "Ó quão bom e quão suave é os irmãos vivam em união.." esse talvez seja um dos Salmos mais citados nos chamados cultos de doutrina de muitas denominações, porém, as relações pessoais não são tão suaves, mas na verdade um tanto conturbadas, as que vivemos na maioria das denominações evangélicas da atualidade, caracterizando uma realidade muito antagônica. Neste domingo muitos estarão pregando uma "koinonia denominacional", como se fossem os únicos com o direito de ostentarem o título de "povo de Deus". Essa prática exclusivista e farisaica tem prejudicado tremendamente a visão de muitos servos de Deus, que devido a esse tipo de ensino deturpado, que visa muito mais a manutenção de interesses eclesiásticos (poder e dinheiro) do que o amadurecimento espiritual dos crentes, muitos crentes olham para irmãos de outras denominações com uma expressão de superioridade ou até mesmo de desprezo, pois foram ensinados que suas tradições, as quais confundem com doutrinas bíblicas, os tornam privilegiados diante de Deus. A parte mais triste é que tais atitudes não são externalizadas apenas por pessoas com pouco conhecimento bíblico, mas também por líderes de grandes igrejas, que de púlpito pregam "comunhão" e quase que simultaneamente chamam de inimigos e desviados, irmãos que ostentam o mesmo rótulo denominacional, só porque pertencem a uma outra convenção. A cada dia que passa estamos perdendo os "pontos comuns", e isso está concorrendo para uma gradativa fragmentação da igreja, estamos nos distanciando da visão de uma "igreja universal". Eu compreendo que para que sejam vencidas as barreiras denominacionais que permitam uma prática da koinonia bíblica, não é necessário nenhum um tipo de ecumenismo protestante, é necessário que as lideranças tenham suas visões do reino de Deus alargadas, a partir de uma profunda experiência com o amor de Deus, e assim estejam aptos para abrir de mão de muitos interesses baseados em puro egoísmo. A comunhão bíblica no âmbito da igreja como corpo de Cristo, pode desenvolvida a partir do momento em que aprendermos a lidar com as diferenças, respeitando-nos uns outros sem discriminarmos alguém por causa de um hábito ou costume que não nos agrada. Conforme apresentada pelo termo koinonia, nós temos uma boa orientação melhorarmos a nossa comunhão, só precisamos criar mais elos, situações que possam ser compartilhadas, nas quais teremos sempre a oportunidade de manifestarmos o amor de Cristo que habita em nós. Por outro lado quando estabelecemos barreiras e limites para nos relacionarmos com outros irmãos, estamos simplesmente andando na "contra-mão" da comunhão, promovendo dessa forma o esfacelamento e fragmentação do Corpo de Cristo. Poucas pessoas se arriscam em afirmar que o Corpo de Cristo restringe-se tão somente a denominação na qual eles estão inclusos, porém, as ações de muitos crentes nos levam a crer que realmente os tais acreditam nisso.

Eu acho que nesse ponto sobre a comunhão já existe ensino até mais do que necessário para cada de um de nós, o que falta em cada um, é coragem e força de vontade para renunciar alguns dos nossos valores pessoais em prol do próximo. O povo tem se frustrado diariamente dentro das igrejas, pois estão sempre percebendo a distancia que existe (no assunto da comunhão) entre o discurso e a prática. Apesar de ter abordado um aspecto um tanto negativo da prática da igreja atual, eu contínuo a cultivar a esperança de que possamos despertar para investirmos no desenvolvimento de uma comunhão que vá além dos contextos convencionais e denominacionais, pois, conheço alguns homens Deus nesse pais que comungam com esse ideal.

A palavra grega koinwnia aparece 20 vezes em o Novo Testamento (veja lista no final): em 12 ocasiões é traduzida por comunhão, em 4 por comunicação, 1 por dons, 1 por cooperação, 1 por dispensação e 1 por coleta. A palavra portuguesa “comunhão” vem do latim communione , que significa “ter algo em comum”. É o sentido primário desta palavra grega, uma vez que ela é derivada de koinoj (koinós - comum). Mostra o ideal da fé cristã, onde não deve haver um povo com doutrinas divergentes, ideais divergentes, deuses diferentes... É o ideal de Atos 2.44: “Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum”. E a unidade da Igreja, mostrada em Efésios 4.3 – 6: “procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz: há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos”. Porém é mais do que simples ideais em comum. A palavra também significa compartilhar. E este compartilhar pode ser demonstrado através da comunicação (“deste serviço” – 2 Co 8.4; “de suas aflições [de Cristo] – Fp 3.10; “da tua fé” – Fm 1.6; “comunicação [cristã, do evangelho]” – Hb 13.16). Este compartilhar também pode ser demonstrado pela preocupação profunda com o próximo, quando Paulo fala dos “dons” (contribuições) que os coríntios deram com liberalidade (2 Co 9.13) e da “coleta” que pareceu bem à Macedônia e à Acaia fazer para Jerusalém (Rm 15.26). Este compartilhar também fala de cooperação (Fp 1.5), de trabalhar juntamente com o seu irmão em Cristo para o crescimento da Obra. E este compartilhar também denota uma mordomia, um senso profundo de responsabilidade dos bens alheios (veja mais à frente o sentido de Lv 6.2 na Septuaginta), pois muitos fazem a palavra koinwnia derivar de oikonomia (oikonomia – mordomia). Por isto, em Ef 3.9 , alguns manuscritos trazem koinwnia e outros oikonomia (em português, optou-se em traduzir por “dispensação”, sentido que está mais próximo deoikonomia; na Versão Autorizada inglesa, usa-se fellowship – “companheirismo”, sentido mais próximo de koinwnia.

Porém há um detalhe a mais todo especial neste compartilhar. Jamais haverá uma comunhão perfeita se não houver relações próximas profundas – um companheirismo.Embora em possa ter uma perfeita comunhão na fé com um irmão chinês, por exemplo, isto não se compara com o compartilhar que eu tenho com aquele irmão que estou sempre em contato aonde congrego. Este sentido dado à koinwnia é mais forte; tanto que, na Versão Autorizada inglesa , koinwnia é traduzida 12 vezes por fellowship (companheirismo). Entendendo koinwnia por este outro ângulo, os versículos que em português trazem “comunhão” ganham um novo e profundo entendimento... Por este motivo A Bíblia Na Linguagem de Hoje traduz 1 João 1.3 assim: “Contamos a vocês o que vimos e ouvimos para que vocês estejam unidos conosco, assim como nós estamos unidos com o Pai e com Jesus Cristo, o seu Filho”.


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO NO PENTECOSTES – Lição 3

De repente, sem prévio aviso, um som veio do céu como de um vento impetuoso ou m tufão. Mas era o ruído que enchia a casa e os envolvia, e não um vento real. O vento devia recordar-nos as manifestações divinas do Antigo Testamento. Deus falou a Jó dum redemoinho (Jó 38.1; 40.6); um forte vento oriental abriu o caminho através do mar Vermelho, ajudando os israelitas a escaparem do Egito pisando terra seca (Êxodo 14.21). O vento era também, símbolo freqüente do Espírito no Antigo Testamento (Ez 37.9, 10, e 14, por exemplo). Jesus também usou o vento para falar do Espírito (Jo 3.8). O ruído do vento indicava aos presentes que Deus estava para se manifestar, bem como seu Espírito, de uma forma especial. Aquele som era o de um vento que, trazendo poder, também falava do poder que lhes seria conferido conforme a promessa de Jesus em Atos 1.8, um poder para o serviço. Subitamente, apareceram línguas distribuídas como línguas. Alguma coisa que parecia uma porção de flamas se dividiu, e uma só língua, semelhante a uma labareda de fogo pousou sobre a cabeça de cada um, homens e mulheres. Na realidade, não havia fogo real, e ninguém se queimou. Mas o fogo e a luz eram símbolos comuns da presença divina, como no caso da sarça ardente (Ex. 3.2), e, também, na aparição do Senhor em fogo no Monte Sinai depois que o povo de Israel aceitou o Antigo Pacto (Êxodo 19.18). Alguns supõe que essas línguas constituíam um batismo de fogo purificador. Entretanto, os corações e as mentes dos 120 estavam já abertos à ressurreição de Cristo, já purificados, já cheios de louvor e alegria (Lc 24.52, 53), já responsivos à Palavra inspirada pelo Espírito (At 1.16), já unânimes. Mais do que purificação ou condenação, o fogo aqui significava a aceitação, por parte de Deus, do corpo da Igreja como o templos do Espírito (I Co 6.19). Assim, a Bíblia deixa claro que a Igreja já existia antes do batismo pentecostal. Hebreus 9.15, 17 mostra que foi a morte de Cristo que pôs em vigor o Novo Pacto. Desde o dia da ressurreição, quando Jesus assopro sobre os discípulos, a Igreja estava constituída como um Corpo da nova aliança. É importante notar que estes sinais precederam o batismo pentecostal ou os dons do Espírito. Não faziam parte dele, nem foram repetidos em outras ocasiões quando o Espírito foi derramado, Pedro, por exemplo, identificou o enchimento dos crentes na casa de Cornélio com a promessa de Jesus de que seriam batizados no Espírito, qualificando-o como o mesmo dom (At 10.44-47; 11.17). Mas o vento e o fogo não estavam presentes.

Este derramamento ou batismo no Espírito haveria de ser uma das bênçãos mais distintivas da nova época. Tanto que o apóstolo Paulo pôde descrever a nova era iniciada como “o ministério do Espírito” (2 Co 3.8). è claro que isto não quer dizer que o Espírito Santo não existia antes. O Espírito Santo é Deus e, portanto, eterno. Também não quer dizer que ele estava inativo antes. No Tempo do Antigo Testamento, ele estava incessantemente ativo – na criação e na preservação do universo, na providência e na revelação, na regeneração de crentes, e na capacitação de pessoas especiais para tarefas especiais. Mesmo assim, alguns profetas predisseram que nos dias do Messias, Deus concederia uma difusão liberal do Espírito Santo, nova e diferente, bem como acessível a todos (como veremos). Neste sentido Isaías falou do dia em que o Espírito seria “derramado sobre nós lá do alto” (32.5). Em Isaías 44.3 Deus prometeu: “Derramarei água sobre o sedento, e torrentes sobre a terra seca, “derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade,e a minha benção sobre os teus descendentes”. A mesma forma, em uma passagem mais conhecida, Deus disse: “E acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda carne” (Jl 2.28). João Batista, o último profeta da ordem antiga, resumiu esta expectativa em seu dito conhecido, que creditou o derramamento do Espírito ao próprio Messias: “Eu vos tenho batizado com AGU; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo” (Mc 1.8).

CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO (2:4)

O que Jesus prometeu como batismo é descrito aqui como um enchimento, isto é, uma experiência plena, satisfatória. Alguns tentam fazer distinção entre ser batizado no Espírito Santo e ser cheio. Realmente a Bíblia usa uma variedade de termos. Era também um derramamento do Espírito como Joel profetizou (At 2.17, 18, 33); o recebimento (aceitação ativa) de um dom (At 2.38); uma descida sobre (At 8.16; 10.44; 11.15); derramamento do dom (At 10.45) e uma vinda sobre. Com esta variedade de termos é impossível supor que o batismo seja algo diferente da plenitude. Realmente, desde que o Espírito Santo é uma Pessoa, estamos falando acerca de uma experiência que estabelece uma relação. Cada termo expressa algum aspecto da experiência pentecostal, e nenhum é capaz isoladamente, de expressar todos os aspectos daquela experiência. É claro também, que desde que eles estavam todos juntos e unânimes, que quando At. 2:4 diz que todos ficaram cheios, significa que isso se deu com os 120. Entre algumas das igrejas sacramentais, muitos supõe que somente os 12 apóstolos ficaram cheios. Entretanto, foram faladas mais de doze línguas. Depois, quando Pedro falou a um grande grupo em Jerusalém, disse que dom semelhante descera sobre os gentios, “que também dera a nós, ao crermos no Senhor Jesus Cristo”. Isto sugere que o Espírito desceu do mesmo modo, não somente sobre os doze, mas ainda sobre os 120 e também sobre os 3.000 que creram no dia de Pentecoste. Evidentemente, a experiência era e é para todos. Isto, entretanto, era novidade. No Antigo Testamento somente indivíduos escolhidos ficavam cheios.

Fonte: “O Livro de Atos – Stanley M. Horton

sábado, 8 de janeiro de 2011

A ASCENÇÃO DE CRISTO E A PROMESSA DE SUA VINDA – Lição 2

O Evangelho de Lucas encerra-se com um grupo convicto de crentes. Jesus "Lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras" (Lucas 2.45). Eles já não eram um grupo facilmente disperso de discípulos, mas um corpo comissionado, unido, devoto, esperando ser revestido com poder do alto (Lucas 24.46-53). Em outras palavras, eles já eram a igreja. Como está claro em Hb 9.15-17, a morte de Cristo e o derramamento de seu sangue puseram em vigor o Novo Pacto. Assim, os crentes que, diariamente, estavam no templo, especialmente nas horas de oração (Atos 3.1), bendizendo (dando graças) a Deus, constituem já um Corpo do Novo Pacto.

Segunda: a obra de Deus não terminou com a ascenção de Cristo. O livro de Atos mostra o que Jesus continuou a fazer e ensinar pelo Espírito Santo através da igreja.

Em Atos cap. 1:2,3 está claro que Jesus não foi assunto aos céus antes de haver dado mandamentos através do Espírito Santo e seus apóstolos escolhidos. A palavra "apóstolos" aqui pode não estar limiada aos Doze, mas pode incluir outros "enviados" comissionados por Jesus (como os 70 foram em Lucas 10.1). Inclui, evidentemente, aqueles aos quais Jesus se apresentou pessoalmente depois de seu sofrimento, dando muitas provas infalíveis (provas positivas, sinais seguros, evidência iniludível e convicente) de que estava vivo.

Nestas apresentações ele deixou claro que não era um espírito ou um fantasma. Eles o tocaram. Ele mostrou-lhes as mãos e os pés, dizendo sou "eu mesmo" (Lucas 24.28-43). Durante um período de 40 dias ele os procurou repetidas vezes. Não eram visões. Eram aparições objetivas, reais, pessoais de Jesus. Eles o reconheceram e aprenderam Dele, com real compreensão, as verdades concernentes ao reino de Deus. Agora eles compreendiam como a Cruz e a Ressurreição eram ambas necessárias para nossa salvação. Ambas eram revelações do poder e do amor de Deus.

A PROMESSA DO PAI ( 1.4,5)

O Evangelho de Lucas condensa os 40 dias após a ressurreição e salta para a exortação final dos 120 que permanecerem em Jerusalém até que recebam a promessa do Pai, que Jesus mesmo tinha dado (Lc 24.49; Jo 14.16; 15.26; 16.7,13).

Em Atos 1.4 Lucas vai, de novo, à ocasião imediatamente anterior à ascenção. Jesus estava reunido com eles. O grego dá entender que ele estava participando de uma refeição com eles. Naquela ocasião ele repartiu a ordem, enfatizando que eles não deviam ausentar-se de Jerusalém. Isso era muito importante. O dia de Pentecoste teria tido pouco efeito se apenas dois ou três deles tivessem permanecido em Jerusalém.

O Evangelho de Lucas atinge seu clímax com a ascensão de Cristo. Lucas 24.50 indica que Jesus levou seus seguidores ao Monte das Oliveiras do lado oposto a Betânia. Enquanto os abençoava foi elevado ao céu (isto é, levado gradualmente, não arrebatado). Atos acrescenta que isso aconteceu "estando eles com os olhos fitos no céu". Eles não estavam sonhando; realmente o viram subir. Então, uma nuvem, não uma nuvem comum, mas, sem dúvida, uma nuvem glorioso como a do shekinah do Antigo Testamento, o envolveu. O grego pode bem dar a entender que a nuvem se formou por baixo dele e ele a fez elevar-se para fora de suas de suas vistas. Mas não se limitou ele a deixar a superfície da terra, pois ascendeu para tomar lugar à mão direita do Pai, e ainda está corporalmente presente no céu. Estevão o viu ali (At 7.55).

Depois que Jesus desapareceu, os discípulos ainda ficaram ali, espantados, com o olhar fixo nos céus para onde ele tinha ido. De repente, dois varões vestidos de branco apareceram junto deles. O branco fala de pureza. Embora, aqui, não sejam chamados anjos, geralmente se admite que o fossem. Os anjos são espíritos, mas, na Bíblia, em geral aparecem como homens. Os anjos perguntaram aos discípulos, varões galileus, porque estavam contemplando o céu. Isso implica que eles estavam perscrutando com os olhos como se esperassem ver dentro do céu para onde Jesus havia ido. A primeira vinda de Cristo estava cumprida;sua obra de redenção, completa. Muito tempo passar-se-ia antes (Mt 28.20). Por agora, ele lhes havia deixado uma missão, um trabalho a executar. Ele lhes dera instruções para esperarem em Jerusalém pela promessa do Pai e por poder para serem testemunhas. Eles devem obedecer com a garantia de que ele voltará. A promessa de sua vinda é tão enfática quanto podia sê-lo. Esse Jesus há de vir assim, da mesma maneira como o vistes ir. Ele já lhes dissera que voltará nas nuvens (Mc 13.26). Em seu sofrimento ele se identificou com o Filho do Homem de Daniel 7.13,14, de quem Daniel fala que está vindo com as nuvens. Não surpreende o fato de que sua volta continua a ser uma das motivações mais importantes para a vida cristã. (Jo 3.2,3).


 

FONTE: O Livro de Atos (Stanley M. Horton)