OS PERIGOS DO DESVIO ESPIRITUAL – LIÇÃO 2
INTRODUÇÃO
"Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manacial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas" (Jr 2.13).
Através de todo o texto bíblico encontramos várias figuras de linguagem que são utilizadas pelos autores sagrados com o propósito de nos ensinar algo sobre o Ser divino. No texto acima temos "manancial de águas vivas", esta é uma representação clara, objetiva e de fácil compreensão, pois todos sabem da importância e dos benefícios que uma fonte de águas vivas poderá gerar para um povo. Principalmente, quando esse povo está vivendo em um deserto. No contexto espiritual podemos afirmar que o mundo vive em um deserto, as almas dos homens estão sedentas, e por isso estão perecendo. Porém, Deus é a fonte de vida, só ele pode saciar a alma humana, a nossa vida depende Dele. Cristo estava pensando nessa figura de linguagem, quando se apresentou aos judeus como esse "manancial de águas vivas", ao dizer: "Se alguém tem sede, que venha a mim e beba" (João 7.37).
A expressão "manancial de águas vivas" também se refere a natureza abundante da vida que temos em nossa comunhão com Deus. Nesse texto temos o confronto de duas figuras de linguagem totalmente antagônicas, uma "cisterna rachada", que não retêm as águas, e um "manancial de águas vivas". Ao atentarmos para a diferença entre uma cisterna e uma fonte, observamos que uma cisterna é apenas um reservatório, um lugar para depositar águas; ela somente mantém ali o que é depositado. Uma água depositada numa cisterna por muito tempo, fica estagnada, muda de cor (fica rota), muda de gosto, cheira mal e se torna ofensiva à saúde das pessoas. Com uma fonte a situação é totalmente diferente, pois, existe um fluxo de águas constante. A água está sempre em movimento, o que faz com que ela seja sempre renovada. A fonte produz águas cristalinas, que nunca cheiram mal, produz alegria e vida para a alma sedenta. Temos um "manancial de águas" , por isso, nunca faltará água, porque a fonte é eterna. "Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que ti diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva." (Jo 4.10). Observe ainda o que Jesus diz a Mulher Samaritana "mas aquele que beber da água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna" (Jo 4.14).
A APOSTASIA DA NAÇÃO DE JUDÁ
Apostasia conforme o termo grego - αποστασια [apostasia] (Substantivo feminino). Do verbo αφιστημi [aphistêmi] "separar, abandonar" . Apostasia pode significar: rebelião, queda, deserção, abandono, afastamento. No contexto da fé, apostatar é mudar propositadamente de atitude, rebelando-se contra Deus, quebrando a aliança assumida com Ele. O apóstata não só deixa Deus, como comete adultério espiritual, trocando o verdadeiro Deus por algum ídolo ou qualquer outra coisa. Deus manda o profeta dizer ao povo, vocês não só me deixaram, o "manancial de águas vivas" mas me trocaram por "cisternas rachadas". Não devemos confundir apostasia com uma queda espiritual momentânea, pois, como a realidade tem nos mostrado, muitos cristãos são sufocados pelas lutas e adversidades que enfrentam e as alguns acabam sofrendo uma interrupção na caminhada da fé, porém, são novamente fortalecidos pela palavra do Senhor, erguem-se e continuam a suas carreiras. O verdadeiro aposta faz uma opção refletida e consciente no tocante sua deserção do caminho da fé, porque ele foi seduzido e enganado por palavras falsas, e por isso passou a desprezar a Palavra do Deus verdadeiro.
- JUDÁ FEZ UMA TROCA INACREDITÁVEL
(Adaptação de texto do livro: Mensagens do A. T. para os nossos dias. Page H. Kelly. Ed. Juerp, pgs. 139, 140)
O grande perigo do desvio espiritual se caracteriza pelo fato de que as pessoas perdem a noção de valor. Essa condição promove a queda e consequentemente a apostasia. A falta de uma vida Espiritual fez com Esaú trocasse a benção hereditária da primogenitura por um prato de comida. No Novo Testamento vemos o filho pródigo trocar o conforto da casa de seu pai por uma vida dissoluta, a qual lhe proporcionou muito sofrimento e constrangimento. Citei esses casos não exemplo de apostasia, mas como exemplos de desvio espiritual para mostrar que o ponto de partida para a apostasia é essa perda da noção dos valores espirituais.
Será que alguém trocaria uma mansão de 25 milhões de dólares em Nova York por um casebre em alguma comunidade carente do Brasil, é obvio que qualquer criança responderá que não!. Assim fica melhor para nos voltarmos para o nosso texto (Jr. 2. 13). Pois, no caso do povo de Judá, essa não seria a resposta apropriada, porque esse povo praticou uma ação inacreditável, eles trocaram um manancial de águas correntes por cisternas rotas e rachadas. Se alguém fizesse isso forma literal poderíamos dizer que o tal não estaria com o seu juízo em estado perfeito. Por outro lado, atitude desse povo se processa no campo da fé e da religião, da mesma forma podemos dizer que espiritualmente, Judá cometeu a maior de todas as loucuras. No capítulo 2 Jeremias começa com Deus relembrando o bom relacionamento que tinha com Israel quando saiu do Egito. "Assim diz o Senhor: Lembro de ti, da tua afeição quando eras jovem, e do teu amor quando noiva, e de como me seguias no deserto, numa terra em que não se semeia. Então Israel era consagrado ao Senhor, e era as primícias da sua colheita; todos os que o devoravam se faziam culpados; o mal vinha sobre eles, diz o Senhor" (VV. 2 e 3). Mas tão logo saiu do deserto e entrou na terra de Canaã, Israel fez uma coisa inacreditável. Israel abandonou a Deus, a fonte de águas vivas. Esta é uma ação realmente inacreditável quando comparamos Israel com os seus vizinhos. Eles nunca conheceram o verdadeiro Deus. Os seus deuses eram ídolos, deuses de madeira e de pedra, deuses não existentes. Com tudo isto, os pagãos eram mais fiéis aos seus deuses de madeira e de pedra do que Israel era ao Deus vivo. Veja o que diz Jeremias: "Passai ás ilhas de Quitim, e vede; e enviai a Quedar, e atentai bem, e vede se sucedeu coisa semelhante. Houve alguma nação que trocasse os seus deuses, posto não serem deuses? Todavia o meu povo trocou a sua glória pelo que é de nenhum proveito. Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai verdadeiramente desolados, diz o Senhor" (2:10-12).
Entre todas as nações, somente Israel trocou o seu Deus. Trocou a vida pela morte. Trocou riquezas pela pobreza. Trocou a fonte pela cisterna. Por que Israel fez tal coisa? A razão principal foi que Israel foi atraído pela religião dos cananeus quando o povo entrou na terra de Canaã. Vindo do deserto, Israel trouxe uma religião que era austera e exigente. O Deus de Israel era um Deus santo, um Deus justo, um Deus zeloso. A primeira exigência que ele fez foi que aqueles que o adorassem não deveriam ter nenhum outro deus senão ele. Ele também exigiu que o seu povo fosse santo e sem mancha em sua relação com ele, e que fossem honestos e justos no seu tratamento uns com os outros. A religião que exigia dedicação total. A religião do Deus de Israel era uma religião que não permitia indecisão. Entretanto a religião dos cananeus era uma religião confortável, uma religião de conveniência. Os cananeus adoravam muitos deuses, mas não eram fiéis a nenhum deles. Os seus deuses exigiam pouco dos seus adoradores, e lhes permitiam a satisfação de todos os seus desejos sensuais, em nome da religião. Desde o primeiro contato com a religião dos cananeus, os israelitas foram tentados a trocar a religião exigente dos seus antepassados por uma religião mais conveniente.
Portanto os Israelitas abandonaram a Deus porque o seu culto era difícil demais. Eles desejavam a coroa, mas sem a cruz. Quando perceberam que Deus era exigente e queria consagração absoluta da parte do seu povo, então decidiram procurar um deus menos severo e uma religião menos dura.
CONTINUA, AGUARDE.........
Olá! Graça e Paz. Passando para conhecer seu espaço e parabenizá-lo pelos bons conteúdos. Um fim de semana de muitas conquistas em Deus. Se quiser nos visitar será uma alegria.
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