quinta-feira, 23 de abril de 2009

SÍNTESE SOBRE O HINDUÍSMO (parte - 1)

Períodos históricos da Índia relacionados a sua evolução religiosa:

1- Período védico–Bramânico – até 600 a.C.
2- Período da reação antibramânica – de 600 a.C. – 300 d.C.
3- Restauração do bramânismo até a conquista mulçumana (300 d.C. ao século XI).
4- Período mulçumano-mongol (século XI – XIX ).
5- Período da dominação britânica ( século XIX).
A origem do hinduísmo remonta a 1500 a.C. Atualmente conta com mais de 500
milhões de aptos. Não é uma religião missionária, como ocorre com o cristianismo e o islamismo. Só são considerados híndus, aqueles que nascem como tal.

DEFINIÇÃO:
O hiduísmo é um sistema religioso eclético, pois abrange uma diversidade muito grande de crenças. “É uma religião de espetáculo, de mitos e de práticas mágicas como também uma religião profundamente interiorizada . . . é uma religião popular, mas também de sábios” (Tácito da Gama).
“Pela sua relação com todos os aspectos de vida, o hinduísmo tem mais expressão sócial do que religiosa propriamente. Modela a estrutura social, desde os atos comuns da vida diária e, inclusive, a literatura e a arte.” (J. cabral).

FONTES RELIGIOSAS:

OS VEDAS - Significa sabedoria ou conhecimento. ?Trata-se das escrituras mais antigas do hinduismo, composto durante um periodo de 4 mil anos, começando apartir 1.400 a.C.

DIVISÕES DOS VEDAS:
a) Rig-veda – Contém 1028 hinos (mantras), hinos de louvor as divindades.
b) Sama-veda – Toma mantras do Rig-veda. E são apresentados em formas de cânticos com acompanhamento.
c) Yajur-veda – Ou “veda das fórmulas”, fórmulas que acompanham a liturgia.
d) Athara-veda – De caráter mágico ou explicativo.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO HINDUISMO.
1) Adoração a natureza ( até o ano 1000 a.C.) – Vedismo
2) Hinduismo sacerdotal ( 1000 – 80 a.C.) - O bramânismo
3) Hinduismo filósofico ( 800 – 600 a.C.) - Os Upanixades
4) Hinduismo legal ( perto de 250 a.C. ) – As leis de Manu
5) Hinduismo devocional (perto do ano 1 d.C.) – As epopéias e os puranas
6) Hinduismo popular ( 1 – 250 d.C.)

VEDISMO

O BRAMÂNISMO – A religião primitiva evolui para um sistema de cerimônias e sacrifícios, sob a direção dos sacerdote brâmanes.

OS UPANIXADES – transmitem os ensinos em forma de discursos, parábolas, diálogos, máximas. Se os vedas sintetizaram o conhecimento, o dever e o poder de casta, os upanixades revelaram a elaboração doutrinária dos mestres e escolas, dentro de uma especulação filósofica. A religião desse período se caracteriza pela fixação do absoluto e pelo conceito de brahma. Brahma é definido como o ser supremo - absoluto, infinito, eterno, onipresente, impessoal, indescritível, neutro. Pode ser designado como espírito (Atman), alma do mundo, em que o ser humano deve realizar-se.
A salvação representa libertação do eu, libertado de toda metamorfose, da transmigração, completamente absorvido no Bramah-Atman. Os sacrifícios e magia são repudiados. O novo caminho para a liberação é o conhecimento que convida homem a realizar a ação espiritual dentro de si mesmo. A salvação, pois, seria obtida pela especulação filosófica. O caminho da sabedoria ser galgado através da prática da ioga, provocando êxtase consciente ou inconsciente; da devoção (Bhakti) e da renuncia absoluta (Satyam).

O HINDUISMO LEGAL – LEIS DE MANU – As três fases anteriores apregoavam a religião como sendo um assunto de oração, sacrifício ou de especulação filosófica. A salvação neste período seria obtido pela obediência as leis.
O código de Manu se tornou um elemento fundamental para o estabelecimento do hinduismo como religião permanente. É o mais reverenciado e influente entre os hindus. Alguns de seus preceitos morais assemelham-se ao cristianismo.

HINDUISMO DEVOCIONAL – Um dos livros mais apreciados neste período é o Bhagavad-gita. São 18 cânticos inseridos nesse 7º livro do mahabharata. É o mais conhecido, traduzido e meditado entre os livros hindus. Resume o essencial da sabedoria hindu. Consiste em um diálogo entre Krishna (um deus), a oitava encarnação de Vishnu, e o guerreiro Arjuna. Neste período a salvação pode ser alcançada pela devoção a deidade pessoal. Neste é enfatizado a prática da ioga para atingir o Brahma.

HINDUISMO POPULAR – Este período reserva a estrutura estabelecida até então, e inclui duas grandes epopéias: Mahabarata ou “a grande guerra Bharata” e Ramayana ou “a corrida do Deus Rama”, além de oito ou dez puranas.
O hinduismopopular reuniu regras anteriores, criou inúmeras seitas e divulgou a idolatria, possuía muitos templos e santuários para a devoção individual, estimulando as peregrinações a locais espalhados por toda a Índia.

PRINCIPAIS TENTATIVAS DE REFORMAS
1- Mahavira, filho de Rajá hindu, em 557. Seu esforço deu origem ao Jainismo.
2- Gautama Buda, 525 a.C. – Protestava contra o sistema de castas fixas, a salvação,
depende de pagamento aos sacerdotes, excesso de especulação, as cerimônias e a linguagem ininteligível dos hinos sagrados. Daí surge o Budismo.
3- Ram mohien Roy ( 1772 – 1833 ), foi o primeiro hindu a traduzir parte do upanixades
para o inglês. Escreveu uma coleção sobre o novo testamento. Realizou a primeira tentativa de reformar o hinduismo com base do conhecimento do cristianismo.
4- Mohandas Karam Chand Gandhi (1869-1948). Foi cognominado Mahatma (grande
alma). Os upanixades e o Bhagava – gita Eram seus livros de cabeceira. Fundou uma escola monástica onde os alunos dedicavam tempo às orações, à meditação, à leitura
dos evangelhos, do Bhagavad-gita e do corão, além de cantarem hinos cristãos e cânticos hindus. Gandhi participou ativamente da vida política de seus pais e tomou parte de todos os movimentos em prol da independência nacional. Lutava para diminuir a miséria dos intocáveis (o povo pobre). Unindo o cristianismo as filosofias da Índia, praticou um sincretismo característico do neo-hinduismo. Se tornou herói nacional.

HINDUISMO MODERNO – O hinduismo moderno é um fenômeno ativo e complexo. A Índia atual é um estado onde a descriminação religiosa, que só existe no íntimo das pessoas, talvez pelo efeito das castas. Estas castas foram abolidas oficialmente, mas ainda marcam o comportamento individual e social.
O que existe a Índia é uma pluralidade inumerável de comunidades familiares, cada qual praticando seus cultos dentro da tradição herdada. É essa pratica tradicional que justifica as crenças e os ritos. A religião familiar pouco exige do indivíduo. Não há “mandamentos da lei de Deus”, no sentido bíblico da expressão, nem mandamentos da igreja. O que existe é uma devoção individual, uma responsabilidade religiosa cultivada pessoalmente – segue-se a norma eterna –o Dharma – espécie de moral existente no coração de cada.
Existe algumas regras, tais como: Adultério, assassinato e o roubo são pecados, honrar pai e mãe confere méritos.
E existem atitudes específicas dos hindus como: respeito à vaca, devoção a muitas divindades, crença na eficácia dos ritos.

CONTINUA...........

2 comentários:

  1. Querido irmão e professor Vicente,

    A Paz do Senhor!

    Obrigado por ter lido, gostado e postado um comentário no meu blog acerca do artigo: "Contos de pregador ou contos de pescador?".

    Infelizmente, o senhor está certo, muitas "igrejas" estão mergulhadas na superficialidade e hipocrisia, contudo, cabe a nós, amantes da Palavra, não levarmos as nossas mãos na "bacia" dos covardes.

    Que o Soberano continue a vos iluminar.
    Parabéns pelo blog: Reflexões Teológicas

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  2. Vicente

    Muito obrigado pela visita ao meu blog. Na verdade este nosso Brasil só vai melhorar quando houver uma verdadeira converção, ou seja uma mudança de vida e de valores. Estamos perdendo nossos valores cristãos.

    A TV já apresenta o adultério, o homexessualismo, e outras coisas abomináveis como normais.

    Isto é totalmente contra a lei de Deus.

    Como os profetas no Antigo Testamento chamavam a atenção dos governantes quando se afastavam dee Deus, nós Cristãos também temos que fazer o mesmo nos dias de hoje.

    Que Deus abençoe o seu trabalho. Estamos precisando muito que o Brasil se volte para o Senhor.

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