domingo, 13 de fevereiro de 2011

A PAROUSIA E A 2ª VINDA DE JESUS


Esse assunto tão querido à igreja primitiva e tão destacado no ensino e na pregação apostólica, nesse nossos dias de pensamento e teologia modernos tem sido renegado bem para o segundo plano. O ensino a respeito da volta de Cristo tem sido na história eclesiástica, muito semelhante ao pêndulo de um relógio, oscilando de um estremo para o outro. Nos dias em que o apostolo Paulo escreveu as suas duas cartas á igreja de Tessalônica, o pêndulo dessa doutrina se projetara até um desses extremos. Parece que alguns haviam chegado a conclusão de que a vinda de Cristo estava tão próxima quanto a única coisa que lhe competia fazer era abandonar o trabalho por sua própria subsistência e aguardar o sonido da trombeta que anunciaria a volta do Senhor. Paulo, entretanto, escreveu a segunda epístola para regular esse pêndulo e orientar seu fervor religioso para seus canais próprios.

Após os primeiros séculos o pêndulo passou ao outro extremo, parecendo mesmo que o mundo religioso perdeu a vista essa bendita esperança da igreja. Esse foi o caso durante o período lembrado “TEMPO DAS TREVAS” , Quando o papado e o sacerdotalismo reinavam, e mesmo algum tempo depois da reforma. Então começou a ser reavivada a doutrina da “Segunda Vinda”; o grito da meia noite ecoou em meio as trevas da supertição e do falso ensino , e a igreja começou a examinar e atiçar suas lâmpadas, preparando-se para o encontro com o noivo Jesus Cristo.

A segunda vinda de Cristo tem sido a expressão coroante , a estrela dalva , desde que a promessa de sua vinda lhes foi comunicada, ela os tem animado, fortalecido e encorajado. Nas horas mas escuras. Cristo e os apóstolos implataram nos corações dos primeiros crentes o ato de vida de Cristo e sua eminência como um motivo de vida piedosa e serviço fiel ao senhor Jesus Cristo.

Entre os primeiros discípulos do Senhor Jesus nasceu uma expectativa muito grande sobre quando seria o seu retorno para estabelecer o seu reino aqui neste mundo. Essa esperança era expressa através do termo grego "parousia", que significa presença, aparição. O termo era muito utilizado no mundo grego para falar sobre a visita de um governante ou até mesmo um rei. Essa esperança era muita enfatizada e influenciava profundamente a vida da igreja naqueles dias, pois, segundo alguns estudiosos, a maioria dos cristãos acreditava firmemente que Jesus retornaria ainda naqueles dias, alguns atribuem a isso o fato deles se disporem em desfazer-se de suas propriedades para ajudar nas necessidades da comunidade. Outro fato relacionado a influência da "parousia" tem a ver com questão que envolve a produção literária do Novo Testamento, atentando-se para o fato de que o primeiro evangelho só foi escrito aproximadamente 30 depois da morte de Jesus. Analisando esse caso, muitos estudiosos entendem que isso se deve ao fato da profunda certeza que os cristãos tinham acerca da vinda de Jesus em seus dias, sendo assim não havia necessidade fazer algun registro, pois haviam muitas testemunhas oculares dos fatos, as quais transmitiam tudo com muita fidelidade. Nos primeiros 30 anos de existência a igreja praticou a pregação e o ensino através da transmissão oral, a qual ficou conhecida como "KERIGMA".

Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. (II Tm 4.8). Segundo nos diz o apóstolo Paulo nesse texto, a vinda de Jesus não é somente uma doutrina a mais, e sim uma doutrina para ser amada. Porque em alguns momentos da história a igreja dá uma ênfase maior a essa esperança do que em outros?. Na minha perspectiva isso está muito relacionado a própria espiritualidade das pessoas em cada um desses períodos. Não podemos amar a vinda do Senhor se ainda temos um extremo apego as coisas e aos prazeres relacionados a nossa existência nesse mundo, pois vinda de Jesus é uma realidade que se contrapõe a qualquer situação de conforto e prazeres terrenos. O amor aos valores do mundo terreno nos distancia dos valores do Reino de Deus. Precisamos fazer uma reflexão e auto-análise para descobrirmos se de fatos amamos a vinda do Senhor, ou estamos apenas sendo retóricos quando afirmamos isso. Quando alguém é capaz de mentir, ofender, agir indiferentemente ao sofrimento do outro e se omitir diante de várias outras necessidades da igreja para não abrir mão de seus valores pessoais, essa pessoa demonstra que está muito preso ao mundo terreno, não tendo motivos para amar ou pregar sobre a vinda do Senhor. Para amarmos a vinda do Senhor temos que promover uma super desvalorização dos valores terrenos. Paulo diz aos colossenses: "Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus." (Col 3.1). Quando nos voltamos para os valores de cima, ficamos cheios de expectação pela vinda do Senhor, pois, nenhum acontecimento poderá ser mais extraordinário para nós. Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém. Ora vem, Senhor Jesus. (Ap. 22.20). A bíblia praticamente encerra sua mensagem com essa lembrança, devido ao fato da importância dessa promessa para nossas vidas. Não podemos perder essa expectação nem se sequer por alguns momentos, pois, o retorno Dele poderá acontecer a qualquer instante.

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