quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O MÉTODO DE INTERPRETAÇÃO HISTÓRICO-GRAMATICAL

Conforme o Dr. Louis Berkhof a renascença foi o marco inicial para que se desenvolve-se uma hermenêutica voltada para uma análise aprofundada dos textos sagrados. “A Renascença chamou a atenção para a necessidade de se recorrer ao original” (Berkhof, Louis. 1981). Na Europa, o empenho de dois homens, Reuchlim e Erasmo contribuíram grandemente para o desenvolvimento da interpretação gramatical das escrituras, tanto incentivando como publicando dicionários e gramáticas que vieram a facilitar os demais que procuravam trabalhar a interpretação das escrituras através do estudo dos originais.

O trato dos reformadores para com a Bíblia, principalmente no tocante ao fato de que aceitavam a mesma como a Palavra de Deus inspirada.

O método de interpretação de Lutero, consistia na rejeição ao método alegórico, pois o mesmo, só admitia o sentido literal das escrituras. Também procurou enfatizar o contexto e as circunstâncias históricas.

As características acima constituem a base da Hermenêutica da Reforma. Atentemos para a afirmação do Dr. Augustus Nicodemus “havia uma preocupação com o sentido óbvio, claro e simples da passagem e em resgatar as escrituras de uma interpretação alegórica. Os reformadores ensinavam que cada passagem das escrituras tem um só sentido, que é literal – não ser que o próprio contexto ou outro texto das Escrituras requeiram claramente uma interpretação figurada ou metafórica. Lutero constumava-se referir-se às alegorias dos escolásticos em termos como “fábulas nojentas”. Lutero recebeu uma grande ajuda de Melancton, o qual possuía muito conhecimento das línguas originais da escritura Sagrada. Melancton foi grande interprete da Bíblia. Segundo Berkhof, sua exegese era definida pelos seguintes pricípios: a) as Escrituras devem ser entendidas gramaticalmente antes de o serem teologicamente; e b) as Escrituras têm apenas um simples e determinado sentido.

O consenso que encontramos entre os estudiosos é que Calvino foi o maior exegeta da Reforma. Os princípios básicos da exegese de Calvino os utilizados por Lutero e Melancton, sendo que ele foi mais profundo de todos interpretes da Reforma. Calvino considerava como o dever fundamental de um interprete, que deixasse que “o autor diga o que realmente diz, ao invés de lhe atribuir o que pensamos que devia dizer” ( Cit. Berkhof, 1981).

A INTERPRETAÇÃO HISTÓRICO-GRAMATICAL COMO MÉTODO EXCLUSIVO DOS PRINCIPAIS REFORMADORES.

“A Reforma protestante foi em sua raiz um evento do domínio da hermenêutica. Para todos os assuntos da psicologia pessoal e social, da economia, da política e da mudança cultural, bem como da prática eclesiástica e litúrgica do fim da Idade Média, a Reforma (luterana e calvinista) oferecia uma correta interpretação do que a Bíblia queria dizer por graça.” ( Edward A. Dowey Jr. 1983). A tradição reformada têm confirmado o trabalho hermenêutico que foi iniciado pelos grandes reformadores, através das resoluções de seus concílios, os quais têm procurado preservar os princípios hermenêuticos estabelecidos com a reforma. “A esse respeito é muito interessante o capítulo segundo da Segunda confissão Helvética, intitulado, ‘Da interpretação das Escrituras sagradas, dos Pais Apostólicos, dos Concílios e das Tradições’. Este notável capítulo focaliza tanto o lado técnico da exegese como o movimento da história (pais, concílios e tradições) em que a Igreja vive como intérprete da Escritura. A necessidade de interpretação é tida como evidente em si mesma, juntamente com a necessidade de decisão entre interpretações rivais. O objetivo é o significado natural ou genuíno derivado das próprias Escrituras, exposto e aplicado à vida contemporânea.” ( Edward A. Dowey Jr. 1983).

A proposta exegética dos reformadores foi um tanto revolucionário para contexto polítco-religioso do século XVI. Lutero, Calvino, Melancton e outros procuravam enfaticamente chamar atenção para uma atividade hermenêutica voltada para o estudo das escrituras nas línguas originais, a análise do contexto cultural e as circunstâncias históricas, como também a comparação entre passagens semelhantes e diferentes, mais claras e obscuras. Grande oposição. “Se tal aplicação de técnicas de análise literária humanista ao texto da Escritura parece simples no século XX: O Concílio de Trento já havia canonizado a Vulgata Latina e condenado qualquer interpretação ‘contrária ao sentido que a santa Madre Igreja – a qual deve julgar o verdadeiro sentido e interpretação da sagrada Escritura”. ( Edward A. Dowey Jr. 1983).

Um comentário:

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