domingo, 29 de março de 2009

CADEESO - PE (Pr. Robson Aguiar - Presidente)

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sexta-feira, 27 de março de 2009

OS EQUÍVOCOS DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE



OS EQUÍVOCOS DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

1º - ESSA TEOLOGIA DA ÊNFASE DEMASIADA AO TER

REFUTAÇÃO – As Escrituras revelavam que a grande prosperidade humana é o SER. (lendo as bem-aventuranças – Bem–Aventurado, sig. Feliz – voce percebe isso. Pois as bem-aventuranças descrevem a condição interior de um seguidor de Cristo e lhe promete bençãos futuras (Mt 5.1-16).
Lendo ainda Mateus 6>19-21, diz: “Não ajunteis tesouros sobre a terra...mas ajunteis tesouros no céu...porque onde estar o tesouro do homem ai estará também o seu coração.
Ainda falando sobre o ter, Jesus lembra aos ociosos, “Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros. Contudo vosso Pai celestial as sustenta. Porventura não valeis vós muito mais do que as aves?” (Mt 6.26). Deus não alimenta as aves por meios milagrosos de suprimento, mas por processos naturais que envolvem a terra e o uso que as aves fazem de suas faculdades.
De igual modo, o filho de Deus, embora em algumas ocasiões lhes aconteça milagres, normalmente é cuidado por meios naturais.
Então Jesus dá um conselho para todo aquele que lhe ouve: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino ( o reino do Pai celeste v. 32) e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).

2º ESSA TEOLOGIA ASSOCIA SUCESSO A ESPIRITUALIDADE

REFUTAÇÃO – As Escrituras mostram em I Tm 6.9-19, que a prosperidade só tem uma chance de ser uma benção:
Quando não é buscada com obsessão (v.9). “Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína, e na perdição”.
Quando não deposita a sua confiança no dinheiro (v.17). “Exorta aos ricos do presente século, que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua confiança na instabilidade da riqueza, mas em Deus que tudo nos proporciona ricamente para nosso prazer.
Quando ela existe para estimular a espiritualidade (v.18). “Que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir”.
Quando ela não impede a sua busca da verdadeira riqueza (v.19).”Que acumulem para si mesmo tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida”.

CRÍTICAS AO TRIUNFALISMO

Os dois braços de sustentação da teologia da prosperidade são a CONFISSÃO POSITIVA e o TRIUNFALISMO.
Enquanto a Confissão Positiva inverte os valores mais sagrados da fé em Cristo, o Tiunfalismo faz sua parte ocultando excessivamente as ordinárias ambiguidades humanas.
O Triunfalismo gera nas pessoas uma superestima falsa, baseada em confissões positivas.
Há alguns equívocos bem visíveis na exposição da tese triunfalista, eis algumas delas:
1º Supervaloriza o sucesso financeiro, passando a idéia de que a vitória cristã está sempre no TER.
2º Transforma o indivíduo num super-homem.
REFUTAÇÃO – Os Salmos de Davi revelam o lado frágil , amendrontado, temeroso, mesquinho e acovardado do homem segundo o coração de Deus.
A Bíblia não apresenta seus personagens humanos como super, mas sempre revela seu lado frágil, desconfiado e totalmente dependente.
3º Elimina virtudes cristãs, tais como perseverança, paciência e submissão, pela obsessiva visão de vitória.
REFUTAÇÃO – O ensino bíblico deixa claro que nem sempre Deus responde nossas orações, nem sempre as coisas saem como gostaríamos.
Mas ela deixa bem claro que a dor e a tribulação nos ensinam lições que jamais aprenderíamos se não passemos por tais situações (Jó 42. 1-5).

4º POSTULA A IDÉIA DE AMBIÇÃO COMO FORMA DE CULTO, CONFUNDINDO PROSPERIDADE COM PROPRIEDADE.

REFUTAÇÀO – A Bíblia é bem clara ao revelar que prosperidade não é você ter tudo, mas ter o suficiente para sobreviver.
Prosperidade, segundo a Bíblia, é voce ter paz como todos; é voce ter sempre para sobreviver.
Mas é forma distorcida de ambicionar pelo ter. Por Ex: “É só pensar em algo, visualizando, ficando ‘grávido’ de um Mercêdes, uma mansão, um apartamento na cobertura do melhor condomínio, na beira mar...”é biblicamente absurdo.
Qualquer adepto do triunfalismo, deveria prestar mais atenção na vida do grande apóstolo dos gentios. Apesar de dedicar-se inteiramente a servir a causa do evangelho, e receber revelações das quais muitas vieram a ser doutrina para a igreja, teve uma vida de muitas tribulações e tristezas. Porém, nunca desistiu, ao contrário, sabia confortar mesmo se sentindo só. Gostaria de saber como um triunfalista entende Filipenses 4. 4 “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, alegrai-vos”. É inimaginável como esse grande batalhador da fé dependia da vontade de Deus na sua vida.

CRÍTICAS A CONFISSÃO POSITIVA
Ela distorce a fé bíblica.

1º A Confissão Positiva privilegia a fé “para ter” em detrimento da fé “para viver”. Depois que esse tipo de fé tomou o lugar da fé “para viver”, nunca mais os cristãos conseguiram experienciar a fidelidade da fé em Deus.
Porque viver pela fé não é apenas acreditar que Deus existe, mas é ter certeza que existimos para Deus.
2º A Confissão Positiva idolatra a fé por gerar ansiedade pelo ter. A ansiedade causada por não se ter é uma forma de idolatrar a fé; isso porque interpreta o êxito como graça, e a sua falta como condenação.
Aqui o mais torturante não é o fato de não se ter, mas sim o de não ter a fé que consegue as coisas.
3º A Confissão Positiva obriga Deus a fazer nossa vontade, baseada na idéia de que a fé é um poder que podemos utilizar a fim de influenciá-lo.
Quem imagina a fé dessa maneira pensa que pode mover a mão Deus na direção que quiser.

TEORIAS DA CONFISSÃO POSITIVA

1º INCUBAÇÃO (visualização) – Uma imagem mental direcionada a um alvo desejado. Assim se desejamos receber algo de Deus, devemos ficar “grávidos” do que desejamos até que o recebamos.
REFUTAÇÃO – A Bíblia fala em visão, e não em visualização.
2º PODER CRIATIVO DA PALAVRA FALADA – É a teoria de que nossa palavra é o material que o Espírito Santo usa para criar.
REFUTAÇÃO – Pelas Escrituras entendemos que só Deus tem poder para criar.
3º DIVINIZAÇÃO DO HOMEM – Alguns pregadores da Confissão Positiva pregam que o homem é uma divindade ou um semideus. Há algum tempo atrás Benny Hinn levou os membros de usa igreja a repetir depois dele a seguinte frase: “Eu sou um homem-Deus”.
4º Kenneth Hagin, escreve as seguintes heresias, algumas delas no seu livro, Zoe: A próxima vida de Deus. “Você não tem um Deus dentro de voce. Voce é um deus” e ainda diz “cachorros geram cachorros, gatos geram gatos; e Deus geras deuses”.
E prossegue dizendo “Mediante o novo nascimento, tornamo-nos membros bona fide da família cósmica original (ef. 3.15), verdadeiros filhos gerados de Deus (I Jo 3.2), co-participantes da natureza divina ( II Pe. 1.4 ) , gerados de Deus, impregnados de seus “genes” (Não está implicita nenhuma relação física ), chamados a semente ou “semêm” de Deus ( I Jo. 5:1, 18; I Pe. 1:3, 23 ), trazendo a hereditariedade divina.
Assim, mediante o novo nascimento – e falo reverentemente –tornamo-nos o “parente” da trindade, uma espécie de “extensão da divindade”.
“Jesus foi primeiramente divino e depois humano. E, na carne, ele foi um ser divino humano. Quanto a min, fui primeiramente humano como você, mas eu nasci de Deus. E, dessa maneira tornei-me um humano divino!”

TRAGÉDIAS CAUSADAS PELA CONFISSÃO POSITIVA

Das muitas tragédias causadas por esse movimento citaremos aqui só algumas
A morte de Wesley Parkers um garoto diabético que seus pais não lhe medicava:
orientados pelo seu pastor que deveria insistir na confissão positiva.
Os pais foram julgados e presos.
O escândalo em Portugal sobre o movimento liderado pelo Sr. Jorge Tadeu, Pastor da
igreja Maná .
O exemplo de Hoberty Frreman , que começou a chamar a atenção da mídia devido as
mortes de crianças de sua igreja que foram proibidas de receber tratamento médico.

segunda-feira, 23 de março de 2009

ISRAEL E A IGREJA

A chamada dos doze discípulos por Jesus para participarem de sua missão tem sido amplamente reconhecida como um ato simbólico, no qual se demonstra a continuídade entre os seus discípulos e Israel. Que os doze representam Israel, pode ser demonstrado pela atuação escatológica que lhes é atribuida. Eles devem sentar-se nos doze tronos, "a julgar as doze tribos de Israel" (Mt 19.28; Lc 22.30). O reconhecimento de que os doze foram escolhidos para constituirem o núcleo do verdadeiro Israel não exclui a perspectiva de que o número 12 também implica numa vindicação de todo o grupo dos seguidores como o "qahal" (a congregação) de Jesus.
Os doze estão destinados a exercerem a função de regentes do Israel escatológico; mais já são recipientes das bençãos e poderes do Reino escatológico. Consequentemente, eles representam não somente o povo escatlógico de Deus, mas também aqueles que aceitam a presente oferta da salvação messiânica. Através da parábola vivida da escolha dos doze, Jesus ensinou que estava suscitando uma nova congregação para ocupar o lugar da nação que estava rejeitando a sua mensagem.
A expressão de Jesus em Mt 16.18,19, nos fala a respeito da criação de uma determinada oraganização ou instituição, não deve ser interpretada em termos da "ekklesia" característicamente cristã como o corpo e noiva de Cristo, mas em termos do conceito vétero-testamentário de Israel como povo de Deus. A idéia de "edificar" um povo é uma idéia do V.T.. Acresce o fato de que ekklesia é um termo bíblico que designa Israel como congregação ou assembléia de Yahweh, constituindo-se uma tradução da palavra hebraica "qahal". A pregação e ensino de Jesus permaneceu dentro do contexto total da fé e prática de Israel. Israel como nação rejeitou a salvação messiânica proclamada por Jesus, mas muitos a aceitaram. Dessa forma, Jesus considera seus discípulos assumindo o lugar de Israel como o verdadeiro povo de Deus.
A expressão a respeito da fundação da igreja é adequada ao ensino de Jesus e significa que ele considerou o círculo daqueles que receberam a sua mensagem como sendo os filhos do Reino, o verdadeiro Israel, o povo peculiar de Deus. Não há insinuação quanto a forma que este povo deve assumir. A declaração a respeito da disciplina na "igreja" (Mt 18.17) categoriza os discípulos como um grupo de comunhão distinto da sinagoga judaica, mas lança pouca luz sobre a forma de organização que o novo grupo de companheirismo deve assumir. A igreja como um corpo separado do judaismo, com a sua organização própria e ritos peculiares, é um desenvolvimento histórico posterior; mas é uma manifestação histórica de uma nova comunhão, que veio à existência, devido à atuação de Jesus, como o verdadeiro povo de Deus, o qual, tendo recebido a salvação messiânica, deveria assumir o lugar da nação rebelde como o verdadeiro Israel de Deus.

quarta-feira, 18 de março de 2009

ENIGMAS DA BÍBLIA - 2 (Norman Geisler)


GÊNESIS 19:8 - O pecado de Sodoma era o homossexualismo ou a inospitalidade?

PROBLEMA: Há quem argumente que o pecado de Sodoma e Gomorra tenha sido a inospitalidade, e não o homossexualismo. A base para isso é o costume cananeu que garante proteção a quem esteja sob o teto de alguém. É dito que Ló se referiu a esse costume quando disse: "nada façais a estes homens, porquanto se acham sob a proteção de meu teto" (Gn 19:8). Assim, Ló ofereceu suas filhas para satisfazer àquela irada multidão, de forma a proteger as vidas dos visitantes que estavam sob o seu teto.
Alguns ainda alegam que o pedido daqueles homens da cidade para "conhecer" (Gn 19:5) significa simplesmente "ser apresentado", sem nenhuma conotação sexual, porque a palavra hebraica correspondente ao verbo "conhecer" (yada) geralmente não tem conotação sexual (cf. SI 139:1).
SOLUÇÃO: Embora seja verdade que a palavra hebraica para "conhecer" (yada) não signifique necessariamente "ter relacionamento sexual", no contexto da passagem de Sodoma e Gomorra, ela obviamente tem este significado. Isso é evidente por várias razões. Primeiro, em dez de cada doze vezes que esta palavra aparece em Gênesis, ela se refere à relação sexual (cf. Gn 4:1,25).
Segundo, o sentido da palavra "conhecer" é o do conhecimento sexual, neste mesmo capítulo. Pois Ló refere-se às suas duas filhas virgens dizendo "que ainda não conheceram homens" (Gn 19:8, SBTB), sendo este um óbvio emprego da palavra com o sentido sexual.
Terceiro, o significado de uma palavra descobre-se pelo contexto em que ela aparece. E o contexto nesse caso é certamente o sexual, como indicado pela referência à perversidade daquela cidade (18:20), bem como por serem as virgens oferecidas para aplacar-lhes a lascívia (19:8). Quarto, "conhecer" não pode ter o sentido de simplesmente "ser apresentado a alguém", porque no caso houve uma referência a "não façais mal" (19:7). Quinto, por que oferecer as filhas virgens, se o intento deles não era sexual? Se os homens tivessem pedido para "conhecer" as filhas virgens de Ló, ninguém duvidaria das intenções lascivas deles.
Sexto, Deus já tinha determinado destruir Sodoma e Gomorra, como Gênesis 18:16-33 indica, mesmo antes do incidente ocorrido em 19:8. Conseqüentemente, é muito mais razoável admitir que Deus havia pronunciado juízo sobre aquelas duas cidades pelos pecados que eles já vinham cometendo, isto é, por causa do homossexualismo, do que por um pecado que eles ainda não tinham cometido, a inospitalidade.

terça-feira, 17 de março de 2009

O EVANGELHO DE JOÃO


O EVANGELHO DE JOÃO.

O Evangelho de João foi descrito como o livro mais fácil e mais difícil de se entender da Bíblia. O grego de João é de estilo simples, contudo, jamais impreciso.
Durante os últimos cinquenta anos, o Ev. de João foi objeto de exame crítico e extensiva especulação por estudiosos que tentaram resolver os problemas joaninos. Alguns estudiosos argumentaram que esse evangelho pressupõe um cenário judaico, enquanto outros afirmam ser pressuposto um cenário grego. O fato de que o escritor estava familiarizado com os costumes judaicos, incluindo festas e geografia, dá a impressão de que o Evangelho foi escrito por um judeu para os judeus. Por outro lado, o uso, por João, dos termos luz, vida e verdade parece ter uma afinidade com o pensamento filosófico, e são numerosas as expressões paralelas na literatura helênica (grega).
A U T O R I A - Ë geralmente aceito que este evangelho tenha sido escrito por uma testemunha ocular. O discípulo a quem Jesus amava e que estava presente à última ceia e, finalmente, à crucificação e ao túmulo vazio, é o mesmo “que dá testemunho destas coisas” Jo 21:24. Estes fatos a respeito da testemunha ocular advogam a autoria de João o apóstolo.
Através de Irineu, temos a maior evidência externa de que a autoria do 4º Evangelho foi atribuída ao apóstolo João. Irineu afirmou: “Depois João, o discípulo do Senhor, que se inclinava sobre o seu peito, ele mesmo produziu seu evangelho, quando morava em Éfeso, na Ásia”. A autoridade de Irineu está baseada em Policarpo, que afirmou ter sido “instruído pelos apóstolos, e teve relações familiares com muitos que haviam visto a Cristo, e também fora designado Bispo pelos apóstolos na Ásia, na igreja de Esmirna, a quem também vimos em nossa juventude, pois viveu muito...” Nos últimos anos de seu ministério, João trabalhou na Ásia e publicou o Evangelho em Éfeso. Uma vez que o reinado de Domiciano continuou até 96 d.C. e Trajano tornou-se imperador em 98 d.C., o apóstolo João deve Ter vivido até quase o final do primeiro século. Ele pode ter escrito seu evangelho em qualquer época entre 60 e 100 d.C.. É geralmente preferida uma data próxima ao final de seu ministério por aqueles que se prendem à autoria joanina. Foi escrito, provavelmente, entre 85 d.C. e 95 d.C.
F O N T E S - A crítica literária chegou à conclusão que, enquanto se torna duvidosa a identificação clara das fontes, produz-se alguma evidência de que o autor realmente usou fontes. Parece que se o autor realmente se valeu de fontes, ele próprio as escreveu. O evangelista extraiu de fontes orais independentes e originais que não estão, na maior parte, ligadas às fontes dos Sinóticos. Há grande evidência em favor do ambiente palestino para esta tradição, e, mais uma vez, podemos voltar à crença de que João, o Filho de Zebedeu, um dos doze, está por trás deste evangelho. Clemente de Alexandria preservou a tradição de que João, ao ver que alguns dos fatos históricos do ministério de Jesus haviam sido reduzidos à forma escrita (presumidamente os Sinóticos), sendo induzido pelo Espírito Santo e impelido por seus colegas, escreveu outro evangelho, que era mais espiritual em seu teor.

P R O P Ó S I T O - O autor afirmou que escreveu o Evangelho “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”
(Jo 20:31)> Esta declaração expressa o objetivo primário de uma fé evangélica. Os que creram em Jesus como Messias não entenderam sua verdadeira natureza e qual era sua herança Nele. O Cristo é o Filho de Deus, o Rei ungido. Donald Guthrie chama a atenção para o fato de que somente no 4º evangelho o título “Messias” é preservado em sua forma transliterada. O Título é usado para descrever Jesus logo no início do Evangelho, indicando que a intenção do autor era que seus leitores entendessem o caráter messiânico de Jesus. O propósito de João era afastar seus leitores da dependência da lei, e da especulação gnóstica , para o “caminho, a verdade, e a vida”. Além do propósito primário, podemos encontrar na composição desta obra, outros objetivos como: Evangelísticos; Eclesiásticos; Apologéticos; e Polêmicos. Dentro do propósito de João estão também as seguintes Ênfases Teológicas: REVELAÇÃO – DEUS – CRISTOLOGIA – SOTERIOLOGIA e ECLESIOLOGIA.

F U N D O H I S T Ó R I C O
- O pensadores religiosos do 1º século de Alexandria, Jerusalém, Èfeso e Atenas foram confrontados com a natureza da realidade última, e como a “causa não causada”, de Aristóteles, se relacionava com o universo material. Alguns gregos haviam concluído que a existência material é imperfeita e, portanto, má. Os judeus criam que Deus é santo e, portanto, estando bem afastado do homem, que é pecador. O Deus transcendental dera ao homem a lei de Moisés, para orientá-lo, e os anjos, como servos do Deus transcendental, para ministrarem suas necessidades físicas e espirituais. O evangelho de João afirma que o Deus Santo se relaciona com a existência material, através de seu Filho Jesus Cristo, que é o Criador do mundo material e que se relacionou com a sua obra de criação, assumindo a forma de um corpo material e vivendo como o homem. O 1º século pela emergência das heresias dos gnósticos, e seus confrontos com o cristianismo verdadeiro. O GNOSTICISMO foi um movimento que grassou no seio do cristianismo primitivo começando já no 1º século, e que: 1) dava ênfase ao conhecimento de uma verdade de natureza mais elevada e especial que somente os iluminados recebiam de Deus; 2) ensinavam que a matéria é inerentemente má; 3) negavam a humanidade real de Jesus.

COM RELAÇÃO AOS SINÓTICOS - Com exceção da narrativa da paixão, somente cinco narrativas do 4º evangelho são encontradas nos Sinóticos. A matéria especial encontrada no Evangelho de João é muito difícil de encaixar-se nas narrativas dos Sinóticos. Ao passo que os Sinóticos contêm dizeres incisivos e parábolas de Jesus, João incluí longos discursos, que parecem refletir uma teologia desenvolvida da igreja no final do 1º século. Uma parte do importante material Sinótico que falta em João incluí as narrativas do nascimento virginal, o batismo, a tentação, a transfiguração de Jesus, a cura dos endemoniados e leprosos, as parábolas, a instituição da Ceia do Senhor, e a sua agonia no Jardim. É possível que o autor pressupunha que seus leitores já estivessem familiarizados com estas omissões, com base nas razões teológicas. C.K. Barret sugere que João apanhou as narrativas dos Evangelhos Sinóticos, destacou-as de seus contextos e as teceu na forma estrutural teológica de seu evangelho. Ele acredita que o desejo de João era salvaguardar o verdadeiro significado das narrativas. Portanto, ele as despiu de sua individualidade histórica para que não fossem mal interpretadas. Embora tenhamos que concordar que de certa forma João complementa os Sinóticos, não podemos afirmar que esse tenha sido um dos objetivos principais do autor.

domingo, 1 de março de 2009

ENIGMAS DA BÍBLIA - 1 (Norman Geisler)

GÊNESIS 1:26 - Por que a Bíblia usa o plural da primeira pessoa, quando Deus se refere a si mesmo?
PROBLEMA: Os eruditos cristãos e judeus afirmam que Deus é um só. Com efeito, a histórica confissão de fé de Israel é tirada de Deuteronômio 6:4, que diz: "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor". Entretanto, se Deus é um só, por que este versículo em Gênesis traz o plural da primeira pessoa?
SOLUÇÃO: Têm sido dadas muitas explicações no decorrer da história. Alguns comentaristas dizem que esse foi meramente um caso em que Deus estava se referindo aos anjos, Mas isto é improvável, já que no versículo 26 ele diz: "Façamos o homem à nossa imagem" e que o versículo 27 esclarece: "criou Deus... o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou", não à imagem dos anjos.
Outros têm declarado que o plural refere-se à Trindade. No NT (por exemplo, Jo 1:1) está claro que o Filho estava envolvido na criação dos céus e da terra. Gênesis 1:2 indica ainda que o Espírito Santo também estava envolvido no processo da criação. Entretanto, estudantes da gramática hebraica destacam que o plural é requerido simplesmente porque a palavra empregada no original para "Deus" é elohim, que é uma palavra no plural ("Também disse Deus [elohim, no plural]: 'Façamos [no plural] o homem à nossa [no plural] imagem' "). Conseqüentemente, argumentam eles, esta afirmativa não pode ser usada para provar a doutrina da Trindade.
Ainda outros têm afirmado que o plural é empregado como uma figura de linguagem, chamada plural majestático. Com este emprego, Deus estaria falando a seu respeito de maneira a indicar que todo o seu poder e sabedoria majestáticos estariam envolvidos na criação do homem.
Como foi observado, o uso do plural é feito em concordância com a palavra hebraica elohim (no plural), a qual é traduzida por "Deus". O fato de o substantivo "Deus" ser plural no hebraico não quer dizer que haja mais de um Deus, ou que seja uma referência a Deus como sendo um grupo de astronautas extraterrestres. Há um grande número de passagens no NT que se referem a Deus com o substantivo grego correspondente theos, que é uma palavra singular e também é traduzido como "Deus" (Mc 13:19; Jo 1:1; Ef 3:9; etc).
O plural da palavra hebraica propicia um sentido mais abrangente, mais majestático ao nome de Deus. Convém observar, entretanto, que o NT ensina com clareza que Deus é uma Trindade (Mt 3:16-17; 2 Co 13:13; 1 Pe 1:2) e, embora a doutrina da Trindade não seja completamente desenvolvida no AT, ela é vislumbrada em muitas passagens (cf. SI 110:1; Is 63:7,9-10; Pv 30:4).