quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

DIETRICH BONHOEFFER


DIETRICH BONHOEFFER,

ESSE TEOLÓGO ERA CRENTE!


Bonhoeffer nasceu em 04 de fevereiro de 1906 na Alemanha. Seu pai era professsor, médico psiquiatra e também agnóstico como todos os seus irmãos. Com uma esmerada educação, bonhoeffer tornou-se um grande estadista. Em 1927 foi laureado no curso de teologia dogmática, pouco tempo depois iniciou o ministério pastoral, uma atividade que nunca separará da atividade teológica. Com a ascenção ao poder de Hitler em 1933 interrompeu sua carreira. Dois dias depois que Hitler tornou-se Chanceler, Bonhoeffer opôs-se a política nazista em um inflamado discurso pelo rádio, o qual foi interrompido antes do final. Por isso, teve que partir para Londres para pastorear a congregação alemã de lá. A medida que o tempo passava a perseguição foi se tornando cada vez mais intensa sobre ele, em 1937 foi fechado o seminário teológico para a Igreja da Confissão que ele dirigia. Em 1941 ele foi proibido de pregar, escrever ou publicar. Em 1939 entrou para o movimento de resistência alemã e trabalhou para o movimento de resistência alemã e trabalhou para a Contra-inteligência alemã. E por último Bonhoeffer envolveu-se profundamente numa conspiração cujos os objetivos eram assinar Hitler e derrubar o Estado Nazista. Em 1943 quando estava para casar-se, foi preso pela Gestapo, porém, as autoridades ainda tinham provas no nível de enlvovimento dele com a resistência. Em setembro de 1944 foi constatado e comprovado o Envolvimento de Bonhoeffer, fato que determinou o destino dele. Em 8 de abril de 1945, ele recebeu uma corte marcial sumária e na manhã seguinte foi executado, cinco dias antes da queda de Hitler, foi executado. Enquanto era levado para execução, Bonhoeffer disse: "Isto é o fim - para mim o começo da vida".


O livro mais famoso de Bonhoeffer, escrito antes da guerra, é O Custo do Discipulado (1937). É nessa Obra que ele faz uma aboradagem muita interessante sobre a graça barata e a cara. Essa distinção é muito importante e também atual no contexto cristão. "


A graça barata é a pregação do perdão sem exigir arrependimento, batismo sem disciplina na igreja, comunhão sem confissão, absolvição sem confissão pessoal. A graça barata é a graça sem discipulado, graça sem cruz, graça sem Jesus Cristo vivo e encarnado.... A graça (cara) é cara porque nos chama a seguir, e é graça porque ela nos chama a seguir Jesus Cristo. É cara porque custa ao homem a sua vida e é graça porque dá ao homem a única vida verdadeira. Ela é cara porque condena o pecado, e graça porque justifica o pecador. Acima de tudo, ela é cara porque ela custou a Deus a vida de seu Filho." (cap. 1).


Durante o período de encarceramento, Bonhoeffer teve o direito de escrever cartas para a família e amigos. O llivro Prisioneiro de Deus é uma coletânea dessas cartas, as quais revelam um coração cheio de amor, de fé e de coragem - um verdadeir heroi da fé.


O escritor Page H. Kelly nos revela o seguinte: "Na mesma prisão onde Bonhoeffer foi encarcerado havia, entre os outros prisioneiros de guerra, um alto oficial das forças armadas da Inglaterra. Quando este foi posto em liberdade, no fim da guerra, escreveu um livro, narrando suas experiências. Falando dos últimos dias de vida de Bonhoeffer, disse: "Bonhoeffer foi uma das poucas pessoas que tenho conhecido para quem Deus era uma constante realidade." Este oficial descreveu assim o seu último encontro com Bonhoeffer: "No domingo, di a 8 de abril de 1945, o Pastor Bonhoeffer dirigiu um breve culto com os presos, e falou de tal maneira que tocou os corações de todos os presentes. Mal havia terminado o seu sermão quando a porta se abriu e dois homens em trajes civis dirigiram-se a ele, e disseram: ´Prepare-se para acompanhar-nos´ Aquelas palavras terríveis - ´Prepare-se para acompanhar-nos´ - tinham uma só significação: a forca! Bonhoeffer olhou para mim e disse: ´Este é o fim... mas para mim é o começo da vida!´. No dia seguinte foi enforcado.


As cartas escritas na prisão revelam o amor que Bonhoeffer tinha para com a Bíblia. Das suas páginas recebia conforto e força para as horas difíceis. O livro mais citado é os Salmos. A passagem mais amada é Jeremias 45. Cinco cartas diferentes mencionam este capítulo, especialmente os versículos 4 e 5. Numa carta dirigida à mãe, da prisão de Berlim, ele escreveu "existe na Bíblia uma passagem que, segundo o meu modo de pensar, descreve com precisão a situação que estamos atravessando hoje. Jeremias 45: 'Assim diz o Senhor: Eis que estou a demolir o que edifiquei, e arrancando o que plantei, e isto em toda a terra. Busca tu para mesmo grandes coisas? Não as busques, Pois eis que estou trazendo o mal sobre toda a carne, diz o Senhor.'


Em fevereiro de 1944, Bonhoeffer havia abandonado toda a esperança de sair da prisão com vida. Mandou esta palavra a um amigo: 'Estou certo de que estamos na véspera de grandes decisôes. No decorrer das semanas vindouras teremos de ser muito corajosos. Teremos de nos manter prontos para enfrentar qualquer eventualidade que possa surgir. Estou curioso para saber como Deus intenciona resolver esses problemas que a nós nos parecem insolúveis. Devemos repetir cada dia as palavras de Jeremias 45.'


A última referencia que Bonhoeffer fez a Jeremias 45 encontra-se numa carta escrita em maio de 1944: 'Nunca, como hoje, temos compreendido que o mundo existe debaixo da ira e ao mesmo tempo debaixo da graça de Deus. Em Jeremias 45, o Senhor diz: 'Eis que estou demolindo o que edifiquei, e arrancando o que plantei, e isto em toda a terra. Busca tu para ti mesmo grandes coisas? Não as busques. Pois eis que estou trazendo o mal sobre toda a raça, diz o Senhor; porém te darei a tua vida por despojo em todos os lugares para onde fores.' Se conseguirmos preservar as nossas vidas no meio desta destruição, fiquemos satisfeitos com isto. Pois, se o próprio Criador está destruindo as suas obras, que direito temos de nos lamentar quando a destruição chega até nós? A tarefa que nos cabe não é a de seguirmos o amor próprio, mas a de nos salvarmos desta geração perversa, a de sobrevivermos, como tições tirados do fogo.".


Coloquei este texto com o propósito de despertar algumas pessoas que as vezes, na tentativa de justificar a sua falta de disposição para investir tempo e esforço no estudo da palavra, costumam fazer acusações contra a teologia sob o argumento que todo teólogo é incredulo, e por isso evitam a teologia para não perderem a fé. Talvez estas pessoas nunca tenham lido a biografia de Bonhoeffer, Lutero e dos próprios pais da igreja, que também eram teólogos.

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