terça-feira, 19 de maio de 2009

O ROTEIRO DA VIDA DO APÓSTOLO PAULO

* A palavra que Lucas usou para apresentar Paulo a seus leitores (neanias) em 7.58 pode se referir a qualquer pessoa do sexo masculino de até 40 anos de idade. Isto indicaria que Paulo nasceu próximo ao início da era cristã.
* O pai de Paulo era judeu da tribo de Benjamim e fariseu (Fl. 3.5; At. 23.6), era cidadão romano e vivia no centro metropolitano de Tarso, Ásia Menor.
* Paulo herdou do seu pai o título de cidadão romano. Recebeu suas primeiras instruções religiosas por meio de sua família e depois teria freqüentado a escola da Sinagoga, como qualquer criança judia.
* Paulo tinha dois nomes, um em latim (Paulus), que denotaria sua cidadania legal romana, e outro em hebraico (Saulo), que seria usado na família e nos círculos judaicos.
* Paulo tinha uma irmã morando em Jerusalém (At. 23.16). Em certo período de sua vida ele foi enviado à Jerusalém para estudar a lei rabínica , sob a orientação do mestre Gamaliel (At. 22.3).
* Pelo fato de que era necessário um rabi ser casado e era uma vergonha um adulto não ser casado, é mais provável que Paulo fora casado. Como Paulo não faz nenhuma menção a uma esposa pressupõe-se que ele era viúvo. Atos 26.10, tem sido interpretado como uma indicação de que Paulo era membro do Sinédrio. Sendo o Sinédrio um conselho de “anciãos”, Paulo não teria idade para ser aceito como membro do mesmo. Atos 9.1,2 e 22.5 parece apresentar Paulo como sendo apenas um funcionário do Sinédrio.

- A CONVERSÃO DE PAULO – Há três narrativas desse evento em Atos: Uma narrada por Lucas (9. 3-19) e duas por Paulo (22.6 –16; 26.12-18).
* De Gálatas (1.17, 18) sabe-se que Paulo passou algum tempo em Damasco após a sua conversão, depois foi para a Arábia e retornou a Jerusalém após 3 anos. Foi recebido com suspeita pelos irmãos de Jerusalém, até que Barnabé o aceitou e apresentou aos apóstolos (At. 9.26,27). Uma trama dos judeus helenizantes contra a sua vida fez a igreja persuadi-lo a deixar Jerusalém. Voltou para Tarso (At. 9.28-30), onde passou aproximadamente 10 anos.
* Barnabé vai buscar Paulo emTarso, para ajuda-lo em um trabalho com os irmãos em Antioquia da Síria (At. 11.25). Atos 11.27-30 registra uma “visita na época da fome”a Jerusalém por Paulo e Barnabé, que não é mencionada em nenhuma outra parte do Novo Testamento.
10. Após o retorno de Antioquia, Paulo e Barnabé deram início a 1ª viagem missionária (At. 13.1-14.28). Esta viagem de fundação de igrejas foi limitada à Ilha de Chipre e às regiões da Ásia Menor sul-central, conhecidas como Panfília, Pisídia e Lícia . Ao retornarem a Antioquia, para relatar sobre o seu trabalho, Atos expõe o problema que os levou à Jerusalém (Atos cap. 15). Este mesmo evento é apresentado em Gálatas 2.1 como tendo acontecido quatorze anos após a saída apressada de Paulo daquela cidade, para Tarso.
* Na Segunda Viagem Missionária (At. 15.36-18.22), Paulo e Silas visitaram as igrejas anteriormente estabelecidas e viajaram para Trôade. Impedidos pelo Espírito Santo de continuarem pregando na Ásia Menor, foram para a Macedônia e Acaia onde fundaram igrejas. Em Corinto (Acaia), Paulo conheceu Prisca e Áquila, judeus que tinham sido expulsos de Roma por Cláudio (cerca de 49 d.C). Foi de Corinto que Paulo escreveu as duas cartas à igreja de Tessalônica (Macedônia). Depois de 18 meses em Corinto, Paulo foi acusado por Judeus descrentes perante Gálio, porém, ele foi inocentado das acusações, passou mais um pouco de tempo em Corinto e depois viajou via Éfeso e Jerusalém, para Antioquia da Síria, chegando lá em 52. d.C.
* A narrativa da 3ª viagem Missionária está relacionada quase que exclusivamente com o ministério de três anos de Paulo em Éfeso (Atos 19). Supõe-se que em Éfeso, Paulo tenha escrito pelo menos três cartas à igreja em Corinto: uma carta perdida (I Co 5.9), a I Coríntios canônica, e uma questionável carta “angustiosa” (II Co 2.4; 7.8). Após um tumulto em Éfeso Paulo foi para Troada e depois para a Macedônia . Lá escreveu II Coríntios. Prosseguindo para Corinto, Paulo escreveu Romanos (55-56 d.C.).
* Paulo foi preso em Jerusalém e enviado ao procurador Romano em Cesaréia (At. 23.12-35. Félix manteve Paulo numa prisão domiciliar por 2 anos. Com a chegada de Festo para substituir Félix, Paulo se utilizou do seu direito de cidadão romano e apelou para César. Paulo chegou em Roma em 58 d.C. (At 27.1-28.14). a partir de At. 28.30 tem sido entendido, que após dois anos de prisão Paulo teria sido posto em liberdade (60 d.C.). Nesse período na prisão Paulo escreveu as chamadas Epístolas da prisão: Filemon, Colossenses, Efésios, e Filipenses.
* Clemente de Roma (96 d.C.) escreveu que Paulo foi solto e pregou até “as extremidades do Ocidente”. Para um romano isto só poderia significar Espanha, a Península Ibérica.
* Das Epístolas Pastorais, sabe-se que Paulo voltou para o Oriente, passando por Creta, Éfeso, Trôade e Macedônia. Provavelmente da Macedônia ou de Corinto Paulo escreveu a Epístola de Tito. Em 19 de Julho de 64, Roma foi incendiada, e, para se livrar da culpa, Nero acusou os cristãos. Supõe-se que esse fato provocou um novo aprisionamento de Paulo. Segundo algumas tradições, Paulo foi decapitado pelas autoridades romanas em 29 de junho de 65.

- ORDEM DE COMPOSIÇÃO DAS EPÍSTOLAS PAULINAS - Romanos é a mais extensa e Filemom a mais curta. As nove primeiras são dirigidas a sete igrejas diferentes, e as quatro últimas, a três indivíduos diferentes. Segundo Broadus David Hale, as cartas de Paulo foram escritas na seguinte ordem: 1) Epístolas escritas durante a 2ª viagem (49-52 d.C.): I e II Tessalonicenses, de Corinto. 2) As Epístolas escritas durante a 3ª Viagem (52-56 d.C.): I Coríntios (Éfeso); II Coríntios (Macedônia); Gálatas e Romanos (Corinto); 3) Escritas de Roma, durante o 1ª encarceramento (58-60 d.C.): Efésios, Filipenses, Colossenses, Filemom.; 4) As Epístolas Pastorais (62-65 d.C.): I Timóteo (Macedônia; Tito (Macedônia ou Corinto) II Timóteo (Roma, 2º encarceramento).

sábado, 2 de maio de 2009

SÍNTESE SOBRE O HINDUÍSMO ( parte II )

CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS:
DHARMA- É uma norma ética geral e individual específica de um grupo, determinando o comportamento social e a práxis religiosa.
KARMA – A palavra vem da raiz sânscrita Kar (fazer) e significa ação. Trata-se de uma retribuição moral às ações humanas. Quando alguém contraria o Dharma, isso é atribuído a um karma negativo que obriga a prisão da existência em várias encarnações.

TRANSMIGRAÇÃO – SAM SARA – Ciclo de reencarnações até alcançar a liberação da alma (Atman) para se unir ao Brahma, a alma universal. O atman é o princípio vital,a alma ou consciência. Os hindus se referem ao Jiva como instrumento interno que acumula todas as percepções e sensações, conscientes e inconscientes – Todo o Karma: esse Jiva vai passando de nascimento a nascimento até se dissolver. Isso poderá ser alcançado pelo próprio esforço, pela ascese e meditação ou mediante a graça divina.
Os caminhos para a liberação: o caminho da ação (ascese e rituais), o caminho do saber e o caminho do Amor ao ser divino.

PRINCIPAIS DIVINDADES
Presume-se que no hinduismo haja 33 milhões de deuses.
VISHNU (o preservador) – Trata-se de uma divindade cósmica ( energia benéfica, que atravessa o mundo em forma de eixo).
KRISHNA – É a 8ª reencarnação de Vishnu (Avatara). Representa a única forma pela qual Deus é acessível aos homens e possuí absoluta transcedência.
SHIVA (o destruidor)- Uma das representações iconográfica mais conhecida de Shiva é a de um deus com três cabeças: significando criação, conservação e destruição e com três olhos ( significando passado, presente e futuro). Para os seguidores de Shiva, a destruição do mundo é mais importante do que a sua construção; a destruição significa a liberação da alma das candeias da existência.
BRAHMA – É pouco cultuado pela massa dos fiéis por representar o absoluto, o uno original. É o centro, A origem de toda a criação. Aparece em posição secundária nos Bramânes, nos sutra e nos puránas. É descrito no Mahbarata como criador, o senhor do universo, auto-gerado não nascido. Garante a ordem cósmica e concilia os deuses. Institui normas e leis para orientar os homens, depois que pecaram. Como onisciente, é representado por quatro cabeças e quatro mãos, lembrando as quatro eras cósmicas. O Brahma é neutro, sem atributos sem figura, sem função, e onipresente mas não pode ser conhecido. É um ser trancedente. Brahma pode ser um ser, consciência e felicidade.
A GRANDE MÃE – É a manifestação da parte feminina de Shiva. É conhecida como Durga Kali
(a grande negra). É a deusa mais presente na literatura e na iconografia hinduista.

MITOS:
Fundamentan-se nos poemas épicos, Mahbharatae Ramayana; os principais são: o do diluvio e da origem do linga. ( Tácito pg.29)
No sapathabramana, Manu aparece coo salvador e refundador do gênero humano.

CONCEPÇÕES MÁGICAS
A cerimônia de oferta ( puja), constitui-se de uma homenagem do fiel e ritual para efeitos mágicos, com recitação de fórmulas poderosas, andar em círculos, aspersão purificadora, etc. A palavra pronunciada durante os rituais possui grandes efeitos em todos os atos mágicos. São mantras utilizadas ainda hoje, constituídas sílaba ou palavras místicas que traduzem uma idéia de salvação ou idéia cósmica. A yantra é a equivalente visualizada do mantra, e é constituída de um desenho, figura ou imagem ritualmente composta, que representa uma realidade divina, magicamente eficaz. A yantra pode assumir caratér mandala.

TEMPLOS E IMAGENS
A construção, a forma e o valor do templo possuem significado místico. O templo é um local sagrado, onde o centro inicial do universo é reconstruído. O iniciado pode através da contemplação, obter conhecimento, liberação e salvação no templo.
O templo e o santuário de Deus, o centro de peregrinações ou o lugar para o culto público em certas solenidades do calendário liturgico.
O hindu precisa tirar o calçado ao entrar no templo. Banha-se na piscina do templo para se purificar.
A difusão das imagens no hinduísmo teve como finalidade tornar a presença divina mas próximas dos fiéis. A estatua é o símbolo da presença divina. No custo popular, a estátua é a figura visível da divindade.

SISTEMA DE CASTAS
Constitui a organização social da religião hindu. Suas principais divisões são quatro; porém existem diversas subdivisões, formando mais de 2 mil castas – As quatro principais são:
1) os bramânes, abrangendo sacerdotes e intelectuais; 2) os xátrias, que são os governantes e os guerreiros; 3) os vaixás, que são os agricultores e artesãos; 4) os sudras, que são os inferiores.
“alguém afirmou que “a casta é uma instituição social que encontrou uma justificativa religiosa”. No livro de Manu está escrito: “para que o mundo se desenvolvesse, ele (Brahma, o criador) fez nascer de sua boca os brâmanes; dos brações os xátrias; de suas coxas os vaixãs, e de seus pés os sudras.uma quinta casta seria a dos párias ou intocavéis, gente sem casta, sem status religioso.