Qualquer cristão, por mais simples que seja, está habilitado para fornecer uma definição coerente sobre oração. Pois, esta é uma prática imprescindível na vida religiosa daqueles que têm uma experiência real com Deus. De uma forma objetiva todos podem dizer que orar é simplesmente "falar com Deus", pois também é dessa forma que o Salmo 4.3 conceitua a oração "Sabei que o Senhor separou para si aquele que é piedoso; o Senhor me ouve quando clamo a ele". Segundo Caio Fábio "Do ponto de vista bíblico orar é ora-ação. É desencadear poderes no interior humano e no céu os quais se transformaram em ações as mais eficazes na terra. É ato de conspiração com o mais forte de todos os aliados. É subverter situações e dar um golpe de estado nas coisas imutáveis".
A oração é o derramar de modo sincero, consciente e afetuoso o coração ou a alma diante de Deus, por meio de Cristo, no poder e ajuda do Espírito Santo, buscando as coisas que Deus prometeu, ou que são conforme a sua palavra, com fé e submissão à vontade de Deus". "(John Bunyan).
A oração é a experiência religiosa mais comum entre os seres humanos. Ela é o cérebro da religião. È pilastra principal de toda piedade humana. È a essência da fé cristã. Lutero afirmou que aquele que não ora ou não invoca a Deus na hora da necessidade, certamente não o considera como Deus, nem lhe dá a honra que lhe é devida". Pela prática a oração podemos medir com segurança o grau de religiosidade de uma pessoa. Isto é possível, porque a oração é o elemento central do comportamento religioso.
"A oração genuína e total nada mais é do que o amor", definiu Agostinho. Nas palavras de O. Hallesby, a essência da oração é abrirmos a porta de nossas vidas para o Cristo ressurreto: "Eis que estou à porta e bato; se alguém(...) abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo" (Ap 3.20). Orar é pedir a Deus que entre em nossa condição humana, e em todas as nossas muitas necessidades e inunde a nossa insensibilidade espiritual com seu poder ressuscitador.
A oração, portanto, é uma relação interpessoal. Ela é um chamado de pessoa para pessoa; por isso, exige uma resposta. Podemos afirmar que a oração é a línguagem universal da religião em toda parte. Ela expressa o desejo da alma, proferido ou inexprimido. Em todas as épocas, em todos os países, entre todas as tribos primitivas ou sofisticadas, membros de igrejas elevam em oração, até o trono de Deus, suas mais profundas aspirações religiosas. Não restam dúvidas sobre o fato de a oração ser uma linguagem da experiência religiosa. Assim como as aves cantam e os leões rugem para exprimir emoções e fazer sinais para outros, o ser humano expressa a Deus suas necessidades, sucessos e fracassos por meio da oração. Assim como a respiração é indispensável para o corpo, a oração é igualmente indispensável para a vida espiritual do ser humano. Apesar de encontrarmos na Palavra de Deus uma definição para o fenômeno da oração, seu poder é demonstrado na vida dos filhos de Deus em qualquer parte das Escrituras. Suas experiências com Deus estão registradas para nossa edificação espiritual. Suas vidas são verdadeiros exemplos para nós na atualidade.
Vários são os termos usados na Bíblia Sagrada para descrever a experiência de oração "clamar a Deus" (Sl 130.1); "elevar a alma a Deus" (Sl 25.1); "Buscar o rosto de Deus" (Sl 27.8); "Prostrar-se diante do Senhor" (Sl 95.6); "derramar perante o Senhor o nosso coração" (Sl 62.8); "suplicar, orar, interceder, agradecer" (i Tm 2.1); "invocar o nome do Senhor" (Sl 116.4); "dobrar os joelhos perante o Pai" (Ef 3.14); e "esperar diante do Senhor" (Hb 10.22,23). A Bíblia Sagrada é o grande livro-texto sobre a oração. Na prática da oração colocamos à prova suas grandes e preciosas promessas e comprovamos sua fidelidade.
A NECESSIDADE DA ORAÇÃO
Se Deus já conhece as minhas necessidades, por que devo orar? Será que devo amolar a Deus com detalhes insignificantes da minha vida particular, se existem questões de muito maior importância no mundo? A resposta que encontramos é que Deus deseja dialogar conosco. Ele tem interesse por nós. Da mesma forma que anelamos por nossos filhos compartilharem conosco os detalhes corriqueiros de seu dia, também Deus anela por ouvir de nós os menores detalhes de nossa vida. Podemos enumerar outras razões: orar é um mandamento divino (Mt 7.7,8); a verdadeira oração exige temor a Deus (Jo 9.31); a oração revela e produz humildade (Dn 9.17-19); a oração nos convence de que aquilo que recebemos veio das mãos de Deus, gerando em nós a gratidão (1 Cr 29.14); através da oração descansamos (Sl 37.1-7); descobrimos os tesouros de Deus (Cl 2.1-3); a oração libera benções de Deus (Jo 15.7).
ELEMENTOS HISTÓRICOS DA ORAÇÃO
INVOCAÇÃO – O primeiro elemento da oração é a invocação do nome do ser divino e seus atributos pessoais. Geralmente esta invocação da presença de Deus é feita com frases exclamativas como: "ouve-me!"; ouve-nos!" ; "ouve a nossa voz!"; "ouve a nossa súplica!", ou frases semelhantes. Geralmente a pessoa acrescenta ao nome de Deus um título que expressa uma relação social para com ele. Desta forma os títulos mãe, pai, senhor, substituem o nome de Deus que está sendo invocado. Na invocação, as pessoas comumente fazem menção ao local da habitação onde encontra-se a divindade: "Ó Deus que estás nas alturas". Um outro fator interessante na invocação é que, geralmente, o deus invocado pelo adorador é uma possessão dele. O pronome "nosso" apresenta uma idéia sectarista. O Deus invocado é apenas daquela tribo ou daquele povo.
QUESTIONAMENTO – A oração primitiva acentua com freqüência um grito de protesto ou questionamento do orador. Transparece a insatisfação do homem que ora com relação à divindade a quem ora. Na oração primitiva o homem defende sua inocência e reclama por estar sendo punido injustamente. Esta característica da oração primitiva torna-se mais evidente diante dos mistérios do sofrimento e da morte.
PETIÇÃO – A petição é o ponto central da oração primitiva. "O homem primitivo ora quase exclusivamente por coisas úteis ou que contribuem para sua felicidade pessoal. Mesmo quando ele ora por algo de valor estético e social, como às vezes o faz, há sempre em sua oração um toque de hedonismo egoístico. Nas petições do homem primitivo, a vida e a saúde são preocupações primárias. A colheita e o rebanho são extremamente valorizados, pois representam a sua própria sobrevivência.
INTERCESSÃO – O homem primitivo já apresenta a preocupação com o bem-estar dos demais membros de sua tribo ou família. Esta preocupação leva-o a interceder por ele. Esse estágio da oração é adiantado, e, portanto, não encontramos com muita freqüência no homem primitivo.
MEIO DE PERSUASÃO – A oração era usada pelo homem primitivo como um meio de convencer a divindade a favorecê-lo. Através da oração ele procurava levar a divindade a aceder a seus desejos. A base de sua oração persuasiva estava na perfeição moral,. Quando sua alegação tornava-se descabida, por causa das evidências de seu comportamento, ele recorria à compaixão de Deus. A expressão "tem misericórdia de mim" é uma forma comum de persuasão na oração.
AÇÃO DE GRAÇAS – Desde os tempos mais remotos os homens já apresentam este ato de piedade e devoção de agradecer ao seu deus ou divindade o benefício recebido. A atitude de ação de graças é seqüela natural à oração de petição. Após receber alguma coisa da parte de Deus ou divindade o homem primitivo apresentava sua gratidão.
Muito interessante o estudo bíblico do pastor sobre oração vou usar como mentário na minha monografia.
ResponderExcluir