O capítulo 17 do evangelho de João tem sido denominado conforme o título proposto acima, fato aceito uma forma quase que unânime pela maioria dos estudiosos da Bíblia. Neste texto nos deparamos com próprio Cristo exercendo o oficio de um sacerdote por meio da oração de intercessão. Esta é uma porção das escrituras que nos proporciona bastante conforto e esperança, pois, a oração do Senhor Jesus em nosso favor continua tendo eficácia nos dias atuais. Nos momentos em que nos sentirmos fragilizados pelas adversidades que enfrentamos diariamente, é importante lembrarmos que o Senhor Jesus rogou ao pai para nos proteger e nos fortalecer para que fossemos sempre vencedores.
De acordo com o Dr. Scofield essa oração se constitui por sete pedidos (na tipologia bíblica 7 é número que aponta para a perfeição divina). Vejamos: 1) Pela glorificação de Jesus como Filho (v.1; comp. Fp 2.9-11); 2) Pela restauração da Glória Eterna (v.5); 3) pela proteção dos crentes contra o mundo (v.11) e contra o maligno (v.15); 4) pela santificação dos crentes (v.17); 5) para a unidade espiritual dos crentes (vs. 21-23); 6) Para que o mundo pudesse crer (v.21); 7) Para que os crentes pudessem estar com Ele no céu a fim de ver e partilhar de Sua própria glória (v.24). Nos vs. 1-5 o Senhor ora por Sí mesmo; nos vs. 6-19 Ele ora por seus discípulos; e nos vs. 20-26 Ele ora por todos os cristãos através do tempo. Talvez essa presença do número do 7 tenha sido proposital, para que tivéssemos a oportunidade de aprender que como cristãos e sacerdotes da casa de Deus, precisamos estar em harmonia com o divino propósito de Deus, o qual nos criou para louvor da Sua glória. O modelo desta oração estabelece princípios e objetivos que devem ser estabelecidos como os principais fundamentos da vida cristã. Deus somente é glorificado em nossas vidas, quando o nosso maior objetivo for glorificarmos ao Senhor no nosso viver, e isso só é possível quando nos despojamos de toda vaidade pessoal e priorizamos os interesses do reino de Deus, conforme se expressou o apóstolo Paulo "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim." Gálatas 2.20.
Entre os pedidos supracitados, um dos deles quero dar uma ênfase especial aqui nesse comentário. Jesus apresenta a unidade espiritual da igreja como uma característica fundamental que capacita a igreja como agente do reino de Deus. Essa unidade espiritual dos crentes é de fundamental importância para que os crentes possam testemunhar de Jesus Cristo diante do Mundo, pois, no vs.21 Jesus diz que a unidade tem poder para influenciar o mundo para crer que Ele foi enviado por Deus. A questão relevante aqui não é nenhuma unidade administrativa ou política, pois, tem muita gente pregando a unidade apenas dos seus sistemas denominacionais, porque a intenção destes é a ampliação dos seus impérios denominacionais com o objetivo de suplantarem os demais. Aqui eu gostaria de falar do meu contexto denominacional, a Assembléia de Deus do Brasil, embora digam ser a maior denominação do pais, eu diria que essa é uma teoria que não se sustenta diante dos fatos. O que temos na verdade são diversas Assembléias de Deus, não só pais, como dentro dos próprios estados. Existem estados em que grandes convenções conveniadas a convenção geral, preferiram priorizar interesses administrativos envolvendo espaço geográfico, autoridade eclesiástica, etc, em vez priorizar a unidade espiritual da igreja, estabelecendo assim uma situação contraditória e negativa para o crescimento do reino de Deus. Conheço fatos tremendamente negativos nesse contexto, os quais presenciei de perto, todavia, não vale a pena citar, até porque serviria de escândalo para algumas pessoas. Infelizmente, a presunção de determinados líderes tem promovido um espírito sectário no meio do povo de Deus, formando cristãos que as vezes parecem mais torcedores de time de futebol, que vestem a camisa de um time e se utilizam dos mais absurdos argumentos para dizer que o time deles é o melhor. Glória a Deus! Que Jesus não orou por um grupo religioso, por uma denominação, Ele orou por todos aqueles que haviam de que crer no nome Dele. E ainda na oração sacerdotal Ele deixou claro que o que nos identifica como povo de Deus é a unidade espiritual, portanto, quem promove algum tipo "nazismo" evangélico está na contra-mão do propósito que Jesus estabeleceu na sua oração sacerdotal.
A RELAÇÃO DE JESUS COM O PAI
Nessa oração Jesus menciona nome do Pai seis vezes. Quatro simplesmente como Pai e outras duas com qualificativos: Pai justo e Pai santo. Esta insistência em quase que só se dirigir a Deus diretamente como Pai é a marca registrada e distintiva de Jesus em relação a se ver como Filho unigênito de Deus. Ele não chama a Deus de Deus, de Onipotente, de Senhor dos exércitos, de Altíssimo, etc... Ele até faz menção ao nome de Deus com qualificativos especiais, como aqui na oração sacerdotal, onde ele chama a Deus de "o único verdadeiro" (Jo 17.3). No entanto, quando se trata dele falar com Deus, ele não sabe chamar Deus de outra coisa a não ser de Pai. Jesus se via como o grande herdeiro de Deus e fala sobre isto com a mais absoluta naturalidade. (Jo 17.7-10). (Fonte: Oração para viver e morrer – Caio Fábio)
JESUS DIZ O QUE ELE É PARA OS HOMENS
O que é fantástico sobre Jesus é que Ele não só sabe quem ele é para Deus, o Pai. Ele também sabe o que a sua vida e obra significam para os homens que o Pai lhe dera do mundo. Neste ponto, nós não vamos estar considerando "os homens" numa perspectiva geral, ampla, mas apenas no que tange à relação de Jesus com aqueles aos quais ele chamou em sua oração como sendo os "homens que me deste do mundo". Para esses, Jesus se vê numa relação absolutamente especial e sem paralelos no resto da humanidade. Sendo assim, pode-se questionar profundamente todas as teologias que não fazem distinção entre os discípulos de Jesus e o resto da humanidade. Ora, refiro me especialmente às teologias de libertação que chamam o povo de Deus de todos os oprimidos social e economicamente, sem levar em consideração o fato que a Bíblia deixa claro que conquanto a maioria dos discípulos de Jesus venham sempre de entre os pobres, no entanto, os pobres não são, inerentemente à sua pobreza, discípulos automáticos de Jesus. Ou seja: A maioria dos discípulos de Jesus são pobres, mas a maioria dos pobres não são discípulos de Jesus. Desta forma, se deve fazer distinção clara entre a humanidade – ainda que a parte sofredora da humanidade – e o que chamou em sua oração de "os homens que me deste do mundo". (Fonte: Oração para viver e morrer – Caio Fábio)
Pois é Irmão realmente existe hoje na igreja (e posso falar também da Assembléia de Deus pois sou membro dela) muito partidarismo, pessoas que pregam conforme a plateia. Pessoas que estão querendo apenas status, crescimento e infelizmente o que temos vistos nos cultos de hoje em dia é uma mesmice. Os pregadores não pregam mais sobre salvação ( Céu e inferno), o que vemos muito é a teologia da prosperidade e estamos vivendo uma grande falta de amor uns para com os outros, é cada um por si e Cristo por todos.
ResponderExcluir