quinta-feira, 28 de outubro de 2010

ORANDO COMO JESUS ENSINOU – Lição 5

A oração é o principal canal pelo qual todos os podem tentar se comunicar com Deus, pois é ponto comum em quase todas as práticas religiosas. A maioria dos credos religiosos incentivam os seus adeptos para exercitarem a oração como um meio de comunicar a Deus suas petições e agradecimentos. O povo hebreu, principalmente no tocante aos profetas tinham a oração como uma necessidade constante em suas vidas, pois, através da oração mantinham uma estreita comunhão com o Senhor. No Antigo Testamento temos a oração como uma intensa atividade, porém, não encontramos um ensino especifico sobre como fazer isso, porém, o contexto do Novo Testamento revela uma necessidade de que os discípulos do Senhor Jesus fossem orientados com relação a praticarem um modelo de oração coerente com os princípios agora enfatizados pela Graça. No Antigo Testamento encontramos as vezes o Salmista orando e suplicando pela destruição dos seus inimigos, atitude não admitida no contexto da Graça que nos recomenda orarmos pelos nossos inimigos.

No Evangelho de Mateus 26.41 "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação..." Jesus nos apresenta a oração como antídoto contra a fraqueza espiritual, pois quando um cristão negligencia na prática da oração ele tende ficar fragilizado enfrentar a batalha espiritual, na qual ele é confrontado todos dias. De acordo com esse texto o êxito espiritual dos crentes está diretamente relacionado com sua vida de oração. As tentações de natureza carnal podem amenizadas e vencidas quando investimento mais tempo no altar da oração, Jesus disse que a carne é fraca, porém, se espírito estiver no comando de nossa existência na haverá lugar para que se manifestem os desejos e a sensualidade da carne. Portanto quando temos uma vida de oração ininterrupta nos sentimos mais atraídos pelas coisas espirituais do que pelas coisas mundanas que estão ao nosso redor tentando tirar a nossa concentração. A oração funciona como um agente de mortificação para as sensações da carne e por outro lado um agente de vivificação para a sensibilidade da alma e do espírito.

JESUS ENSINOU ALGUNS PRINCÍPIOS QUE DEVEM SER CONSIDERADOS NA ORAÇÃO (Mc 6.5-13)

Quero iniciar pelo princípio da DISCRIÇÃO, em Marcos 6.5 Jesus nos revela que existe muita oração que não passa de encenação, cujo os autores são meros atores de uma cena religiosa. Pois nessa perspectiva a intenção é chamar mais a atenção dos homens do que do próprio Deus, Sendo assim, observamos o emprego de técnicas vocais, retóricas bem elaboradas, repetições, expressões carregadas de uma tonalidade emotiva e assim por diante. O Senhor Jesus classificou isso como hipocrisia, farsa e engano. A verdadeira oração tem que apresentar discrição, isto é, precisamos adentrar uma dimensão na qual estejamos conscientes que estamos falando só com Deus e com mais ninguém. Existem pessoas que aproveitam o momento de uma oração coletiva para dar um recado para alguém ou até mesmo para se auto-justificar como fez o fariseu que foi reprovado pelo Senhor Jesus.

em segundo lugar Jesus ensina que a eficácia da oração não está diretamente relacionada com o muito falar. Algumas pessoas acham que devem contar histórias longas a Deus para no final manifestarem o seu desejo. Porem, Jesus ensina que essa atitude não é produtiva na oração, pois, a resposta de Deus não vem por causa do tamanho da extensão da conversa, não é pelo muito falar, não devemos pensar que possamos convencer a Deus com os nossos argumentos, porque o nosso Pai que está nos céus já conhece as nossas necessidades (Mc 6.8), se isso fosse possível teriamos que fazer um curso de persuasão para sermos bem sucedidos na oração. Aqui aprendemos o princípio da maturidade e objetividade. Não precisamos fazer rodeios para dizer a Deus o que queremos.

Em terceiro lugar aprendemos com Jesus que temos que iniciar a nossa plenamente conscientes do caráter pessoal de Deus, "Pai nosso" o qual mesmo pertecendo a dimensão celestial se relaciona com a nossa dimensão. E é uma relação paterna. A relação entre pai e filho se caracteriza por lado pelo compromisso de cuidar, amparar, proteger e pelo o outro lado em obedecer, confiar e manifestar total dependência. Então, a nossa oração precisa expressar sentimento que caracteriza o nosso estilo de vida diário o qual demonstra em todos nossos atos que somos totalmente dependentes do nosso Deus, e que não nos entendemos como pessoas auto-suficientes, não confiando na nossa própria capacidade.

A oração está condicionada a algumas leis espirituais. Jesus nos ensina que ela deve estar acompanhada de fé: "E tudo que pedirdes na oração, crendo, recebereis" (Mt 21.22). A mera repetição de frases feitas não pode receber resposta. A oração vazia de esperança perde completamente seu efeito. Se alguém ora para voltar a andar e não crê na possibilidade de andar novamente, seu pedido não será atendido. Para orarmos com poder, precisamos ter absoluta certeza do amor absoluto de Deus por nós. O apóstolo Tiago esclarece que devemos pedir sabedoria a Deus "(...) com fé, não duvidando; pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, que é sublevada e agitada pelo vento" (Tg 1.6). Não basta pedir; é necessário ter confiança inabalável. A nossa contribuição para que a oração seja atendida é a fé sem reserva na bondade e amor de Deus. A fé do cristão é a ponte que leva suas orações ao coração de Deus. Quem duvidar da bondade, da solicitude paternal e da constante prontidão de Deus em atender nossa súplica desconfia da palavra e da obra de Cristo. Rebaixa Deus ao plano dum homem suspeito e inconstante e destrói essa ponte que permite o atendimento de Deus às nossas petições. Aquele que vacila é semelhante à onda do mar, movida e agitada pelo vento. Que imagem mais triste a do cristão que, em vez de firmar-se em Deus, abre suas velas a todos os ventos de opinião! São pessoas que fenecem sob os primeiros raios causticantes do sol, por não terem raízes firmes na fé cristã (Lc 8.13).

Jesus também nos ensina que a oração deve estar acompanhada de obediência aos seus mandamentos: "Se vós permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será feito" (Jo 15.7). A comunhão intima com Cristo resulta em orações eficazes. A oração é uma expressão de força e crescimento espiritual. Sem esses alicerces ela tem pouco poder. A oração precisa estar vinculada a uma severa disciplina da vida diária. A eficácia na oração envolve uma união e uma harmonia tão íntima com Cristo, ao ponto de nada ser solicitado em contrário à mente de Cristo, e, por conseguinte, do Pai. Se não estamos desfrutando dessa tão íntima comunhão com Cristo, não recebemos poder através da oração. Somente quando nossa ligação com Cristo torna-se eficiente, sua maravilhosa promessa apresenta-se real e útil para nós.

O apóstolo João reproduz este ensino de Jesus em sua epístola: "E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é agradável à sua vista" (I Jo 3.22). A oração eficaz depende da santidade e da nossa comunhão com o Senhor, através de seu Santo Espírito. João expressa isso à maneira judaica "(...) porque guardamos os seus mandamentos".

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