A Palavra do Senhor é o manual de instrução para nos instruir acerca de todos os procedimentos para desenvolvermos a nossa vida espiritual. Entre muitos exercícios espirituais que a Bíblia nos recomenda está a oração. Algumas pessoas acreditam que para recebermos as coisas da parte de Deus só precisamos pedir com fé, concebendo a fé como uma profunda convicção na existência de Deus, e também que Ele está sempre disposto a realizar a vontade daqueles que assim procedem. Nesta perspectiva fé e crença mística se confundem. Porém, quando Jesus disse que tudo que pedíssemos com fé no nome dele, haveríamos de receber, ele está nos dizendo que Deus assume um compromisso de atender todas as solicitações, isto é, as orações dos cristãos, que estejam em plena sintonia com os princípios da Palavra do Senhor que dão sustentação aos fundamentos da fé bíblica, que é muito mais do um simples acreditar que Deus existe e pode realizar muitas coisas. A oração eficaz precisa ser embasada por um conhecimento bíblico que proporciona sabedoria ao coração, pois, Tiago nos diz que muitas vezes oramos e não recebemos por não pedimos com sabedoria. "Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites." (Tiago 4.3), Tiago nos ensina nesse texto que a oração como simples ato litúrgico da religião não corresponde ao modelo bíblico de oração que agrada ao Senhor". O primeiro segredo de uma oração sábia, é que ela é proveniente de um coração humilde e quebrantado diante de Deus. Tiago diz que Deus não suporta as pessoas presunçosas e vaidosas, que muitas vezes chegam a pensar que podem utilizar a oração para alcançarem os seus intentos egoístas. Nessa perspectiva aprendemos que para praticarmos uma oração sábia é necessário que antes aprendamos a cultivar a humildade conforme as Santas Escrituras.
No Antigo Testamento no Cap 6 de II Crônicas temos a oração de Salomão, o qual podemos apresentar como um grande exemplo de um homem que desenvolveu uma forma de orar que muito agradou ao Senhor, e foi a partir de uma oração sábia que Salomão alcançou o favor do Senhor. Um dia Deus apareceu em Sonho para Salomão dando-lhe a oportunidade pedir o que ele quisesse, porém ele pediu apenas sabedoria para governar o povo de Deus. Com essa atitude Salomão demonstrou que o seu coração estava voltado para os valores do Reino de Deus, ele não agiu de forma egoísta priorizando as suas necessidades pessoais, não estava muito preocupado com o seu próprio conforto pessoal. Com Salomão aprendemos o tipo de postura adequada na oração, para que as nossas palavras diante de Deus possam ter um efeito positivo.
Quando nos apresentamos na oração com uma postura humilde, conseqüentemente vamos nos utilizar de outro elemento muito importante no ato de orar, a confissão, pois todos nós somos pessoas imperfeitas e sujeitas a tropeçarmos diariamente em alguma coisa, por isso, vamos expressar a nossa necessidade do perdão e da misericórdia do Senhor. A confissão está presente em quase todo tipo de oração, pois quando oramos estamos confessando nossa finitude e nossa dependência de Deus. O ponto de partida da confissão é a profissão que Jesus é Deus. Esta confissão não pode ser apenas de meras palavras. Precisa ser o resultado de uma convicção profunda de que ele é a nossa única esperança e salvação eterna. No âmago dessa espécie de confissão profunda encontra-se a idéia de que não podemos atingir a salvação por nossos próprios recursos. Somos inteiramente dependentes de Jesus Cristo nosso Senhor e Salvador. No Evangelho de João encontramos uma promessa de Jesus Cristo que nos ajuda a esclarecer a necessidade de profissão de fé em seu nome; " E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o pai seja glorificado no filho. Se pedirdes algumas coisa em meu nome, eu o farei" (Jo 14.13,14). Quando oramos em nome de Cristo, estamos confessando nossa fé que ele é o Senhor, que tem poder para fazer o que pedimos, se esta for a sua vontade. A profissão inclui a sujeição da nossa vontade à de Deus.
Antes de pedirmos ao Senhor sobre determinado assunto, é preciso entregar-lhe toda honra e toda glória. Quando desistimos dos direitos, e desejamos a todo custo que apenas a vontade de Deus seja feita e que toda glória lhe seja dada. Então estamos prontos a receber de forma persistente a ele em oração. A alegria toma conta de nós quando participamos da glória de Deus "justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, por quem obtivemos também nosso acesso pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus" (Rm 5.1,2). Ao fazermos a vontade de Deus, abrimos mão do plano imperfeito que temos em favor do comando perfeito do Senhor.
Precisamos estar muito atentos com relação ao tipo de oração que podemos rotular de uma "oração sábia", pois existem muitos místicos que estão por ai se auto-proclamando "mestres da fé", e ensinando para as pessoas algumas fórmulas mágicas, um tipo de "abra-cadabra" evangélico. Dizem estes falsos mestres, que as pessoas precisam apenas acreditar e utilizarem as palavras certas, tais como: "eu decreto... eu determino... declaro...profetizo.. rejeito..., e tantas outras. Porém, tudo isso é um grande engano que ao se apropriar de uma técnica chamada de "sugestionamento psicológico" explora o emocional das pessoas para manipulá-las. A oração sábia e eficaz é assimilada por uma vida de compromisso e intimidade com o Senhor por meio de um discipulado contínuo no princípios bíblicos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário