sexta-feira, 20 de agosto de 2010

JOÃO BATISTA - O ÚLTIMO PROFETA DO ANTIGO PACTO

Se multiplicam diariamente as pessoas assumem o título de profeta, fato já previsto pelas Escrituras Sagradas. Porém, a bíblia nos afirma categoricamente que o ministério profético foi encerrado com João Batista, portanto qualquer que afirme ser profeta terá justificar o sentido do uso do termo. Se alguém se diz profeta por ter exercido o Dom Profético com certa freqüência, eu diria que nesse plano todos os cristãos são profetas, pois, ninguém possui Dom Profético, porque os dons foram dados a igreja e não a indivíduos especificamente. Qualquer crente em comunhão com o Espírito Santo poderá ser usado por Deus com a manifestação de qualquer dos dons espirituais, conforme descritos nas epístolas de Romanos cap 12 e I coríntios 12. Por outro lado, se alguém também se auto-proclama profeta porque é um pregador da palavra de Deus, nesse sentindo também, qualquer cristão fiel a Deus poderá ser profeta, desde que se dedique a pregação da Palavra do Senhor. A verdade é que muita gente está reivindicando o "status de profeta" como uma forma de conquistar espaço e privilégios no meio do povo Deus e no mundo secular. Todavia, esses não passam de falsos profetas, cujo o ministério não cessou no tempo de João Batista, mas perdura até os dias atuais. João Batista defendia um principio, o qual eu costumo chamar de a "filosofia do Batista", o qual é bem definido pela frase "importa que Ele cresça e eu diminua", muitos querem ostentar o Status de profeta semelhante ao de João, porém, não estão comprometidos o esse princípio de auto-renuncia, que se configura na disposição para exercer um ministério de dores e sem privilégios, cujo o único objetivo é a Glória do Senhor.

João Batista foi o precursor de Jesus, enviado para preparar-lhe o caminho. João descendia de pais crentes piedosos e pertencia a uma geração sacerdotal, tanto por Isabel como por Zacarias, ambos descendentes de Arão, Lc. 1.5, ao mesmo tempo Isabel era prima de Maria , mãe de Jesus, que pertencia da Tribo de Judá. Estando Zacarias no exercício de suas funções sacerdotais, oferecia o incenso no templo de Jerusalém, anjo Gabriel apareceu-lhe para anunciar que ele seria pai de um filho que se chamaria João, que seria nazireu como Sãnsão e Samuel, que seria cheio do Espírito Santo, desde o ventre d sua mãe e que viria preparar o povo para o Senhor. Lc 1.8-17. João nasceu no ano 5 a. C. Passou os primeiros anos no deserto, perto de sua casa ao Ocidente do Mar Morto. No Ano 28 a. D. apareceu a pregar no deserto do Jordão. Começou anunciando uma nova dispensação, proclamando a vinda de um novo reino, O Reino de Deus e o batismo com o Espírito Santo, Mt 3.2,11, a fim de preparar o povo para receber a Cristo e mostrar que Ele era a união entre a antiga aliança e a nova aliança, como Cordeiro de Deus. Falava com clareza e grande fervor à enorme multidão que, de toda parte afluía para ouvi-lo. Insistia sobre a necessidade de pronto arrependimento, porque o Reino de Deus estava próximo. Os penitentes, depois de confessar os pecados, eram por ele batizados no Jordão, e por isso ficou conhecido como João Batista, que também tinha propósito de distingui-lo de vários outros homens com o mesmo nome "João". João batizava pecadores arrependidos, porém, ele estava consciente que não tinha poder para perdoar pecados, pois ele falava de outro profeta que viria após Ele, este sim teria o real poder para perdoar pecados como também para proporcionar o Batismo com o Espírito Santo. Ao comparar-se com Jesus, João disse: "Não sou digno de desatar a correia de das sandálias Dele". Mt 3.5-12. O ministério de João foi curto , mas o efeito foi enorme. Afinal pelo fim do ano 27, ou princípios de 28 a.D foi posto na prisão por haver denunciado a ilegitimidade das relações de Herodes o Tetrarca com a mulher de seu irmão Filipe, Lc 3.19,20. Quando se achava detido, entrou dúvida sobre o valor dos métodos de Jesus para o adiantamento de sua obra, e talvez, sentindo-se abandonado e esquecido, enviou dois dos seus discípulos a Jesus para saber se era ou não o Messias prometido. Em resposta , Jesus apelou para o testemunho das suas obras.Tendo em vista a presença de alguns partidos, Jesus aproveitou a oportunidade para dar um testemunho sobre a pessoa de João Batista. Mt 11.2-15. João era o maior de todos os profetas, por ter o privilégio de preparar o povo para o aparecimento de Cristo e apresentá-lo como Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O ódio da adúltera Herodias foi a causa da morte de João Batista. Ela persuadiu sua filha, que havia agradado a Herodes, dançando em sua presença e da sua corte, a pedir a cabeça de João a qual lhe foi dada. O corpo decapitado de João, foi em seguida tomado pelos seus discípulos que lhe deram sepultura. Josefo atribuiu a morte de João Batista ao ciúme de Herodes, devido à sua grande influência entre o povo. Diz também o escritor judaico, que a derrota do exército de Herodes na guerra contra o rei Aretas, que se deu logo depois, foi considerada como castigo divino por causa da morte de João. Diz ainda o historiador Josefo que o lugar onde esteve preso o Batista e onde foi decapitado é a fortaleza Maquereus que agora se nomeia por Makaur (Antg. 18.5,2). Esta fortaleza achava-se situada nas montanhas da parte oriental do Mar Morto.

UMA BREVE ANALOGIA ENTRE JOÃO BATISTA E OS PROFETAS ELIAS E JEREMIAS

O profeta Malaquias anunciou a vinda de Elias, antes do grande e terrível dia do Senhor, para converter o coração dos filhos a seus pais. Embora os Kardecistas insistam em dizer que João era a reencarnação de Elias, ele próprio negou com muita veemência que não era Elias em pessoa, Jo 1.21; definiu a sua missão e os seus característicos, citando simplesmente Is 40.3. Porém, ele veio no espírito e poder de Elias, Ml 4.5,6; comp. Lc 1.17, era o mensageiro enviado para aplainar o caminho do Senhor diante de Cristo, Ml 3.1 comp. Mc 1.2. Jesus aplicou essas predições a João Mt 11.10, 14 ; 17.12, 13. Havia semelhanças entre os dois homens até no modo de vestir, que pela simplicidade e rudeza simbolizava o desprezo do mundo com os seus refinamentos; as maneiras e os hábitos de vida eram próprios a homens que viviam nos desertos e não nos palácios dos reis, 2 Rs 1.8 ; Mt 3.4; 11.8 ; Mc 1.6. Assim como Elias enfrentou ao Rei Acabe (I Rs 18.17,18), denunciando o pecado e a corrupção desse soberano, João Batista também não se omitiu e protestou contra o pecado e desmandos das autoridades de sua época. Por causa de seus enfrentamentos e suas mensagens contundentes, ambos foram sistematicamente perseguidos, se sentiram um pouco desolados e abandonados, porém, foram consolados e confortados pelo Senhor.

Jeremias e João Batista , é interessante observarmos alguns pontos de semelhança entre esses dois profetas. Nascidos para ser sacerdotes, ambos foram chamados para ser profetas. Muitas pessoas se tivessem a opção para escolher entre os ofícios, provavelmente escolheria ser sacerdote, pois o sacerdote tinha uma tarefa menos árdua, ele podia cumprir sua tarefa sem jamais prestar atenção às noticias do dia, mas não profeta. Esse tinha de saber o que estava acontecendo. O sacerdote possuía segurança; o profeta era vulnerável. O sacerdote podia calar-ser; o profeta tinha de entregar a mensagem de Deus, quisesse o povo ouvi-la ou não. O principal dever do sacerdote era preservar o passado e proteger a situação do momento. Mas o dever do profeta era interpretar o presente à luz do passado e então dar uma orientação que ajudasse garantir o futuro. João Batista e Jeremias desafiaram a situação do momento. Ousaram anunciar que Deus estava produzindo abalos e preparava-se para fazer mudanças! As pessoas que desejavam uma religião confortável não reagiram de bom grado a esse tipo de mensagem. O profeta precisa ter uma postura radical quando estão em jogo os princípios absolutos de Deus, e assim agiram esses dois profetas, pois estavam conscientes que a função do profeta é atingir a raiz dos problemas e solucioná-los. Foi por isso que João clamou: “Já está posto o machado à raiz das árvores” (Mt 3.10); e foi por isso que Jeremias denunciou os falsos profetas que aplicavam o bálsamo quando deveriam ter realizado a cirurgia (Jr 6.13,14).

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