sexta-feira, 27 de agosto de 2010

JESUS – O CUMPRIMENTO PROFÉTICO DO ANTIGO PACTO - Lição 9

A palavra "Pacto" é a tradução literal do termo hebraico "BERITH", cuja a derivação é incerta, contudo o sentido mais certo é de "ATAR" (da palavra assíria "BERITU". Um pacto é, então, um compromisso ou ligação que cria novas relações antes inexistentes entre duas partes. Tem força de lei e pode ser bilateral ou unilateral. Quando Deus estabelece um pacto com o homem, impõe sua vontade em forma de ordenanças transformando o "Berith" (pacto) em "choq" (estado de ordenança), Ex 34.10; Is 59.21; Jr 31.36. Isto nos leva a concluir que o significado exato de "BERITH" não depende da etimologia da palavra, mas das parte envolvidas. Teologicamente, o pacto é em si o fundamento sobre o qual está edificada a doutrina da salvação. Sem ele não haveria a redenção do homem: "tão grande é a distância entre Deus e a criatura, que, embora as criaturas racionais lhe devam obediência como seu Criador , nunca poderiam fruir nada dele, como bem-aventurança e recompensa, senão por alguma voluntária condescendência da parte de Deus, a qual agradou-lhe expressar por meio de pacto". O pacto é, portanto, o plano de Deus e a garantia para o cumprimento da redenção do pecador.

As páginas do Antigo nos ensinam sobre os primeiros estágios da Revelação progressiva do Senhor, após a queda espiritual dos primeiros seres criados, Adão e Eva, Deus estabeleceu um projeto redentor para restaurar o homem e torná-lo em condições de poder estar novamente na sua presença. Porém, para que as pessoas pudessem crer e compreender os fundamentos da obra salvadora de Deus que tem seu ápice em Jesus Cristo, Ele utilizou a Lei (o antigo pacto), como um canal para transmitir através das gerações os vários aspectos que envolvem esse projeto redentor como também proporcionar uma auto-revelação do próprio Ser Divino. Portanto, podemos afirmar que qualquer pessoa que crer em Deus e na bíblia como a palavra divina, pela fé perceberá a harmonia que existe entre o Antigo e Novo Testamento, sendo o primeiro uma planta baixa do segundo. Sobre isso Paulo nos diz: "Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei" Gálatas 4.4. O tempo aqui não é "kronos" e sim "kairós", pois "kronos" é o tempo do homem , porque é o tempo quantitativo, enquanto Kairós é o tempo de Deus porque é o tempo qualitativo, apropriado. Sendo assim fica claro que A lei era o desdobramento do processo revelatório que haveria de atingir a sua plenitude em Jesus Cristo, que não somente cumpre todas as promessas do Antigo Testamento como também nos revela a essência do Ser de Deus conforme estar em Colossenses 2.9 "Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade", e ainda em Hebreus 1.3ª está escrito: "O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa...". Foi com base nessas afirmações que no Cap. 14 do Ev. de João quando Filipe disse: Senhor mostra nos o pai, Jesus lhe respondeu "tenho estado a tanto tempo com vocês, porém, vocês ainda não me conhecem". Em Jesus Cristo temos a conclusão da revelação progressiva do Senhor, o próprio Jesus deixou claro quando disse: "pai está tudo consumado". Os judeus do antigo testamento viviam na expectativa da promessa de um libertador, o Messias, isso é enfatizado por Jó que no auge do seu sofrimento ao se apegar a essa esperança "Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra" Jó 19.25. Todavia, a maioria da nação judaica permitiu que suas expectações humanas ofuscassem a visão espiritual, e por isso não foram capazes de reconhecer a Jesus como aquele que fora enviado por Deus, o redentor tão esperado por Jó e todos os demais.

No cap. 3 de Atos Pedro utiliza o texto de Deuteronômio 18.18,19, onde Deus promete suscitar um profeta semelhante a Moisés. Está era uma pergunta que as pessoas tinham em mente quando perguntaram a João Batista se ele era "o profeta" (Jo 1.21, 25). Alguns acham que Deuteronômio indica um cumprimento parcial em Josué (Um homem em está o espírito; Nm 27.18), Samuel e a linha dos profetas do antigo testamento. Mas não há dúvidas que o cumprimento foi em Jesus. De que modo Jesus foi semelhante à Moisés? Deus usou Moisés para apresentar o antigo pacto; Jesus apresentou o novo pacto. Moisés guiou a nação de Israel para fora do Egito e conduziu os israelitas ao Sinai onde Deus os chamou para si mesmo (para uma relação de pacto consigo mesmo, Êxodo 19,.4). Jesus tornou-se no novo e vivo caminho pelo entramos na santíssima presença de Deus. Moisés deu ordem a Israel para sacrificar um cordeiro; Jesus é o cordeiro de Deus. Moisés foi usado por Deus para operar grandes milagres e sinais; Jesus operou muitos milagres e sinais, mas os sinais de amor eram muito mais que os de julgamento. O livro de Hebreus 3.3-6 proclama essa superioridade de Cristo. Moisés advertiu as pessoas de que seriam excluídas se não recebessem e não obedecessem esse profeta. Assim, embora Deus seja bom, há uma penalidade para os que não se arrependem. Pedro enfatizou o significado da advertência de Moisés. Serão destruídos dentre o povo. Isto é, Deus não destruirá o seu povo como um todo, mas indivíduos podem perder-se.

Como já foi afirmado aqui, Jesus era o Messias prometido à nação de Israel : "Veio para o que era seu, e os seus não o receberam." João 1.11. E como tal Ele era cumprimento do Antigo Pacto, como o próprio Jesus afirmou: "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir.", isto não significa que Jesus estava em submissão as ordenanças, mas que nele foram cumpridas todas as exigências de Deus para o estabelecimento de um novo pacto, conforme diz Paulo na carta aos Romanos : "Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê." (Rm 10.4). Muitas pessoas têm levantado a questão se o próprio Jesus pensou de si mesmo como Messias. Sem dúvida que sim, As narrativas que se referem ao seu batismo e a sua tentação no deserto seriam sem sentido sobre qualquer outra presunção. O ponto quanto às tentações se baseia na questão sobre que espécie de Messias seria ele - um Messias segundo a ordem das expectativas populares, isto é um messias político, militar e nacionalista, ou um Messias espiritual, que tomaria a peito fundar um reino espiritual por meios espirituais, mesmo à custa do sofrimento e morte. É verdade que Jesus não pressionou suas pretensões como o Messias perante os discípulos; ele esperou que eles por si mesmos vissem algumas coisas. Quando porém, chegou a oportunidade, ele alegremente acolheu a confissão que eles fizeram dele como Messias. . Talvez não seria demasiado forte dizer que ele ansiosamente arrancou deles a confissão logo que o tempo amadurecera para isto. O sentido da entrada triunfal em Jerusalém, no encerramento do seu ministério, era que Jesus estava final e definitivamente se oferecendo a seu povo como seu Messias - não um Messias militar, mas um Messias manso e humilde, cavalgando um jumento.

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