quinta-feira, 9 de junho de 2011

UMA IGREJA AUTENTICAMENTE PENTECOSTAL - Lição 11

Quais as referências que devemos nos apropriar para fundamentarmos a tese sobre uma igreja autenticamente pentecostal. Eu entendo que qualquer igreja que tenha a pretensão de estar dentro do projeto divino, ela precisa antes de tudo ser uma igreja verdadeiramente evangélica, isto é, que teve sua origem em uma profissão de fé sincera e baseada nos princípios dos Evangelho de Cristo. Quando Jesus disse à Pedro: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja..." todos nós interpretamos que a pedra da qual Jesus se referia como a base de sustentação e crescimento da igreja era Ele próprio. Porém, eu creio que nesse texto nos é apresentado um outro elemento que também é fundamental para autenticar a igreja do Senhor, estou me referindo a confissão feita por Pedro no contexto anterior do texto em pauta: "Tu és o Cristo o Filho do Deus vivo". Conforme as observações de Jesus, a confissão de Pedro procedia de uma revelação do Espírito Santo ao coração de Pedro. Portanto, o primeiro passo para a existência de uma igreja é que a mesma seja constituída de pessoas que experimentaram uma conversão real, conhecem e confessam a Cristo a partir da revelação do Espírito. Muitos analistas bíblicos têm afirmado que na prática Jesus criou a igreja quando começou a reunir os primeiros discípulos, e a oficializou verbalmente no momento registrado no Cap. 16 do Evangelho de Mateus, porém, a inauguração da igreja como agente do reino de Deus aqui na terra só teria acontecido no Cap. 2 de Atos dos Apóstolos, no dia de pentecostes. A experiência pentecostal pode ser compreendida como uma credencial que Deus entregou a igreja habilitando-a com autoridade para desenvolver a sua missão de anunciação e proclamação da Palavra de Reconciliação. Uma reflexão mais profunda do evento de pentecoste fará emergir a compreensão de que ser pentecostal tem muito mais relação com evangelização do que propriamente com a experiência carismática, por isso não necessitamos estar sempre produzindo um dom carismático para provar para as pessoas que somos pentecostais. O pentecostalismo bíblico também nos propõe uma vida de profunda reflexão do conteúdo escriturístico, todavia, muitos pensam que uma igreja só é autenticamente pentecostal, quando o seu discurso (quando existe), enfatiza constantemente testemunhos mirabolantes, revelações místicas, arroubos emocionais, e assim por diante. Quando se instala esse tipo de comportamento percebe-se que tal igreja que tenta ser pentecostal ao extremo, na verdade se distanciou da proposta pentecostal. O poder foi dado a igreja para que ela saísse e produzisse frutos, e não para que ficássemos nos deleitando entre quatro paredes, e achando que somos melhores que as demais igrejas que não tiveram a mesma experiência que nós. Uma outra característica da igreja autenticamente pentecostal é sua capacidade de vivenciar a dimensão do amor de Deus. Podemos amar todos os seres humanos sem nunca renegarmos os princípios absolutos da Palavra do Senhor, temos condições de nos relacionarmos com todas as pessoas sem participarmos dos pecados desse mundo. O pentecostalismo sectário e anti-social falha e se contradiz com os propósitos da doutrina pentecostal. O apóstolo Paulo ensinou que é o amor prático que autentica a ação dos dons carismáticos, porque se eles forem exercidos dissociados de uma realidade cristã embasada no amor, tais manifestações podem ser descartadas e classificadas como atos de hipocrisia ou fanatismo religioso. A igreja primitiva nos ensina que a ação pentecostal produziu na vida da igreja a intensificação da prática da piedade, porém, muitos confundem pentecostalismo com "ativismo religioso", e assim muitos não tem tempo para a prática da piedade porque estão muito ocupados na "obra do Senhor", assim como estavam os religiosos que passaram de largo pelo samaritano estava caído a beira do caminho de Jericó. Talvez algumas pessoas possam até me compreender mau, porém, acho que alguns aspectos o "ativismo pentecostal", o qual em parte tem sido importante para o estupendo crescimento denominacional no país, tem também um aspecto negativo e alienador que tem produzido um alucinante sentimento de competição, que por sua vez tem produzido uma grande quantidade de obreiros obcecados pelas posições eclesiásticas de destaque cujo o lema é: "trabalhar na obra do Senhor", porém desenvolvem uma visão física e institucional da igreja igual aos clérigos que levaram a igreja romana a ser o que é hoje. Esta realidade revela uma classe de lideranças que promovem um pentecostalismo invertido e sem harmonia com a proposta do pentecostalismo bíblico, é o que chamo de "pentecostalismo sem piedade", que só está interessado em tirar algo das pessoas e em oferecer muito pouco, apenas discursos inflamados, templos suntuosos, projeção da denominacional na mídia para massagear o ego dos membros e ao mesmo promover a imagem das lideranças, isso e mais outras ações ilusórias e destituídas de uma prática pastoral que oferece cuidados e assistência a ovelha ferida. Essa ausência de piedade em muitos crentes pentecostais é produto de uma prática pastoral distorcida por parte de muitos líderes que se dizem pentecostais, mas desconhecem os fundamentos de uma igreja autenticamente pentecostal.

A palavra pentecostal biblicamente significa muito mais do que uma simples referência denominacional ou uma interpretação doutrinária. Mesmo divergindo da forma de crer no batismo com o Espírito Santo na vivência e prática dos dons carismáticos, não seria por causa disso que algumas igrejas poderiam deixar de ser consideradas pentecostais do ponto de vista bíblico. O apóstolo Pedro exclamou no dia de Pentecoste "arrependei-vos. E cada de vós seja batizado em nome de Jesus para remissão de vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo" (At 2.38). Assim, Pedro garantiu a todos que se arrependessem e cressem, e dessem testemunho público de sua fé penitente em Jesus, sendo batizados em seu nome, que receberiam gratuitamente de Deus dois presentes: o perdão de seus pecados e dom do Espírito Santo. A verdade é que o Dia de Pentecoste teve pelo menos dois significados, e muitos fazem confusão hoje em dia porque não entendem a distinção entre eles. Em primeiro lugar, este evento foi o último da atividade salvadora de Jesus: o derramamento do Espírito prometido há tanto tempo, subseqüente à sua morte, ressurreição e ascensão. Neste sentido, este dia deu início à nova era messiânica, a era do Espírito. Ele é singular em si, assim com a morte do Salvador não pode ser repetida, nem sua ressurreição e ascensão , nem o que precedem. Suas bênçãos, no entanto, existem para todos os que pertencem a Cristo. Desde aquele dia, todos os cristãos, sem exceção, tornaram-se participantes dessa nova era e receberam os dons do perdão e do Espírito Santo, que Cristo nos tornou acessíveis de sua morte, ressurreição, ascensão e derramamento do Espírito. Neste sentido os que se converteram no dia de Pentecoste, em resultado a pregação de Pedro são exemplos para todos os crentes subseqüentes. Porem o dia de Pentecoste tinha um outro significado, mais inesperado. Ele foi o cumprimento não só da expectativa geral do Antigo Testamento da vinda do Espírito, mas também das promessas especiais de Jesus Cristo no cenáculo, ditas primeiramente aos apóstolos, e cujo cumprimento haveria de capacitá-los para seu trabalho apostólico especial, de mestres inspirados e autorizados.

3 comentários:

  1. pentecoste ou pentecostal não deveria existir esse nome entre os cristão, pois,trata de uma festa judaica que significa pen:quinquagésimo 50 dias após pascoa portanto para mim é uma festa e não uma colocação para representar os dons, que no caso seria o evangelho pleno ou completo, pentecoste foi uma festa onde aconteceu o evento e não o nome do evento no caso o batismo com o espirito santo.

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  2. esse título deveria ser um evangelho completo.e não pentecostal.

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  3. Graça e paz Leandro, muito obrigado pela visita e também pelo seu relevante comentário.

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