Existe
o provérbio popular que diz: “Quer saber
quem o homem, entregue poder para ele”. Quando observarmos as Escrituras
pensando nessa expressão, facilmente chegamos a conclusão que esse princípio é
aplicável na experiência em grandes proporções. Quando as pessoas assumem
posições de domínio elas passam sofrer pressões de todos os lados, as quais muitas
vezes tendem a moldar o próprio caráter de cada um. Todavia, o homem que tem
como modeladores do seu caráter os princípios e valores da Palavra de Deus jamais permitirá que o seu status e
conforto pessoal sejam priorizados em detrimento da verdade de Deus. Um dos
principais requisitos que o apóstolo Paulo apresenta para que alguém exerça o
ministério, é que o tal não seja avarento, pois, ele também diz que o amor aos
valores materiais é a origem de todos os males. Estamos presenciando uma
realidade muito triste nos tempos modernos, pois, abrir igrejas, construir
templos, comprar horário na televisão com pretexto de anunciar o evangelho virou
o grande negócio que proporciona muito retorno financeiro e também cria um
grande gabinete de empregos para parentes de todos os graus, amigos, e todos os
demais a quem o “imperador” quer favorecer. Estão substituindo a “visão
celestial” por “visão empresarial”, enquanto a primeira se preocupa com as almas dos homens investindo em evangelismo,
missões, ensino teológico e obra social, a segunda está gastando fortunas com
canais de TV (diga-se de passagem com um conteúdo que deixa a desejar); espaços super confortáveis com todas as
beneses da tecnologia para as lideranças,
enquanto muitos templos não tem um som com qualidade, não tem ventilação
apropriada, assentos confortáveis, e as vezes nem ao menos copo descartável
para alguém tomar água. As lideranças subalternas das congregações são pressionadas
a gastar o mínimo, pois, toda a arrecadação deve ser levada o tesouro central,
pois, o Eliasibe juntamente com Tobias e todos os seus parentes e amigos
precisam manter o seu luxo e conforto de
suas apartamentos luxuosos, seus carros importados, super planos de saúde, e
constates viagens “para atender o trabalho do Senhor” , mas que também envolve
umas comprinhas no shopping, um city tour e outras coisinhas desse tipo. Essa era a infame postura do ministério na
época em que Neemias esteve atuando em Jerusalém, o sacerdote Eliasibe era um líder
nepotista, interesseiro e imparcial (Ne 13.1-8), por isso fez parcerias com o
propósito de tirar proveito material da sua função como sacerdote ao procurar
beneficiar a si mesmo e aos seus próprios parentes. Infelizmente essa infame
prática do NEPOTISMO é praticada discaradamente na maioria das igrejas evangélicas
e demais instituições nesse pais.
O
LIDER E SUA RELAÇÃO COM O PODER
O
texto bíblico de Lucas 12.41-48 narra a conversa de Pedro com Jesus em lugar de
seus colegas, os discípulos. A preocupação de Lucas em narrar o fato deve-se à
sua preocupação com um problema permanente no movimento cristão. O poder tem a
tendência de corromper, especialmente em círculos religiosos onde o seu uso
pode ser santificado em nome de Deus. Pedro ao perguntar, dá oportunidade para
Jesus falar contra o abuso de liderança.
Primeiro, o Mestre se dirige aos discípulos, mas atinge a todos que se
ocupam dessa responsabilidade. Na realidade, Deus espera do mordomo (no caso, o
líder) fidelidade e prudência). O mordomo fiel e prudente usa os bens e ale
confiados conforme o desejo do seu Senhor, ou seja, o de cuidar daqueles por
quem é responsável. O interessante é notar que, como recompensa ao fiel, Deus
dá mais responsabilidade. No ministério, quanto mais fiel o ministro busca ser, mais tarefas se
colocarão à sua frete provando e comprovando a sua capacidade. A parábola continua e demonstra que o líder
enganado por falsa segurança devido à demora da volta do Senhor começa a
maltratar as pessoas (v.45). É o abuso do poder, e contra isso Jesus adverte os
seus. O cargo de ministro cristão, como é o nosso caso, é muito sério. Muitas
vezes, por não compreender a posição que ocupa, o ministro pode, em nome de
Deus, exercer autoridade em demasia, prejudicando as pessoas que lhe são
confiadas. E o ministro que conhece a vontade de Deus e não a cumpre é mais
culpado do que aquele que age por ignorância. Ser um ministro na casa do Senhor
não é honrar que se procura, mas tremenda responsabilidade, da qual se deve
desincumbir “com temor e tremor”. Quanto mais capacidade Deus dá aos líderes,
mais lhes é requerido. O ministro fiel é colocado sobre todos os bens (Mt
24.25) do seu Senhor. E que bem maior
temos nós, como ministros da casa do Senhor, do que pessoas que querem crescer
na maturação de sua personalidade global através de nossa atuação? Convém
lembrar que a parábola contém uma advertência especial para a liderança cristã
que usa a sua posição para adquirir vantagens pessoais, tentando ser senhores e
não servos. Isto se revela no exercício de uma tirania sobre os que não os
apóiam e sendo indulgentes para os que os apóiam.
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