quinta-feira, 14 de julho de 2011

A VIDA DO NOVO CONVERTIDO – Lição 3

O “Novo nascimento” é um dos ensinos de maior clareza do Novo Testamento, o qual também foi pré-figurado no Antigo Testamento nos ensino dos profetas hebreus. Jesus foi claro e objetivo quando instruiu a Nicodemos acerca do principal requisito para que uma criatura possa adentrar as esferas do Reino de Deus. Jesus diz a este líder da religião judaica que era necessário que a pessoa experimenta-se uma mudança radical em seu “ser”, para a partir daí começar a viver uma existência em uma dimensão do “ser” completamente diferente. Paulo ensina que a vida do novo convertido se configura num salto que é dado numa dimensão da existência totalmente desconhecida para o neo-converso, pois as antigas referências existências que ele possui já não tem muita utilidade, porque tudo muda com a conversão, muda o ser “se alguém está em Cristo Nova criatura é”, muda a realidade de vida “as coisas velhas já se passaram e tudo se fez novo”. De acordo estes ensinos também podemos dizer a que a vida do novo convertido se caracteriza por uma palavra “novidade”, porque ele passa a viver em novidade de vida. Todas as situações existências se processam por meio da ótica da fé e da justiça do Evangelho de Cristo. Paulo nos ensina que o Justo viverá da fé e isso significa renunciar a auto-suficiência para suprir suas próprias necessidades e também realizar sonhos pessoais. Viver pela fé significa para o novo convertido um total desapego e desconfiança para com os sistemas provedores desse mundo, e assim transcender a própria razão acreditando que a doação e manutenção da vida está na dimensão do Deus criador de todas as coisas e dessa maneira encontrar o próprio sentido e alegria de sua existência. Para o novo convertido o amor e a verdade são os grandes fundamentos da sua nova realidade, porque tais virtudes constitui o divisor de águas entre a sua vida nova e a antiga, por isso ele se fortalece diariamente da verdade da palavra de Deus de forma objetiva pela leitura da Bíblia e pelo ensino da igreja, e também de forma indireta, observando como os crentes mais antigos aplicam essa verdade em suas vidas. É também o Amor de Deus que é derramado no coração do novo convertido que faz com ele se sinta realmente amparado e seguro, por outro lado o amor manifesto pelos irmãos na fé é de grande importância para o novo crente porque lhe proporciona uma vida comunitária e familiar entre pessoas nas quais ele pode confiar e compartilhar as suas lutas e vitórias sem nunca dar lugar para solidão. A nova vida em Cristo apresenta uma liberdade aparentemente paradoxal, tendo em vista que o neo-converso é livre mais simultaneamente também é prisioneiro. A teologia paulina enfatiza que por meio de Cristo somos libertos da ditadura do pecado, o evangelista João também diz “Se o filho vos libertar verdadeiramente sereis livres”. Portanto a vida do novo convertido se distingui por uma total e ampla liberdade, isto significa dizer que este indivíduo não está mais escravizado pelo pecado, ele agora tem a liberdade de escolher entre servir a Deus ou cometer alguma transgressão, porém, se assim o fizer estará trocando a liberdade que há em Cristo pela escravidão do pecado. A aparência paradoxal está no fato de que o novo convertido só é livre para viver na total dependência de Cristo e completamente leal a Ele, foi em alusão a essa realidade de aparência paradoxal que em alguns momentos Paulo afirmou que era livre, porém, em outros ele disse ser servo, escravo e prisioneiro de Cristo.

O NOVO CONVERTIDO E A POSSE DO ESPÍRITO SANTO

A vida do novo crente se caracteriza, pois, pela posse do Espírito como realidade atual e presente. Paulo vê nesse dom os “primeiros frutos”. O Espírito é que cria a nova vida. É também o Espírito o autor da unidade que liga os cristãos uns aos outros em comunhão. Ele opera nos homens para que produzam ceifa ética de “amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gl 5.22,23). Para Paulo, como para o autor do Quarto Evangelho, o Espírito é o instrumento da revelação que guiará os homens no conhecimento mais profundo de Deus sendo, também, a fonte sempre presente de força moral para o cristão. Estes e muitos outros frutos do Espírito falam, de algum modo, da futura consumação da obra da salvação, tanto no crente em particular, como na ordem total criada. Apesar de estar ele convencido que a dádiva do Espírito ao crente no momento em que crê em Cristo é quase axiomática, Paulo considera a salvação como processo progressivo. Em princípio a salvação torna-se real no momento m que alguém crê em Cristo e o Espírito lhe é concedido pelo Salvador, mas Paulo reconhece claramente que as paixões do homem e seu orgulho não se submetem repentinamente. A luta contra a “carne”, ou desejos maus, continua no espírito do próprio crente, mas a presença do Espírito de Cristo é garantia de que a carne será submetida e o Espírito triunfará, caso o crente permaneça fiel. E assim Paulo está plenamente “certo de que aquele que começou a boa obra em nós há de completá-la até o ao dia de Cristo Jesus”, e ele mesmo lhes escreve aos filipenses, não como já tendo ganho Cristo ou atingido a perfeição, mas como aquele que prossegue para conquistar o prêmio (Fp 1.6; 3.12-13). Entendida em termos religiosos de comunhão pessoal com Cristo, a salvação pode ser posse atual em meio a todas as provações e alegrias desta vida. Considerada exclusivamente do ponto de vista da realização deste alvo, seria muito melhor morrer e estar com Cristo (Fp 1.23). Compreendida em termos morais de se tornar “conforme à imagem de seu Filho” (Rm 8.29) e de serem feitos “santos, inculpáveis e irrepreensíveis” (Cl 1.22), a salvação é processo pelo qual se transforma o caráter. Como tal, tem ela início aqui e agora na vida do novo convertido, mas também aguarda sua realização final no mundo por vir.

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