terça-feira, 3 de maio de 2011

DONS QUE MANIFESTAM A SABEDORIA DE DEUS – Lição 6

A partir de um entendimento superficial e literal do tema proposto, poderíamos afirmar que todos os dons manifestam a sabedoria e o poder de Deus, todavia, o título da lição se propõe discorrer sobre um grupo de dons que estão diretamente relacionados com a ciência de Deus, isto é, a infinita sabedoria do Eterno Deus, a qual é capaz de perscrutar todas as coisas, nada pode ficar em oculto diante Dele. Quando paramos para refletir sobre a excelência da Sabedoria de Deus ficamos totalmente deslumbrados e sem expressões para definirmos a dimensão e profundidade tal ciência. Foi desta forma que o apóstolo Paulo se sentiu quando em dado momento esteve refletindo sobre a infinita sabedoria do Ser Divino,encheu-se de admiração e então fez a seguinte exclamação: “O profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!” (Rm 11.33). Diante da infinitude do saber de Deus nos sentimos extremamente limitados e passamos a compreender que ninguém pode questionar os projetos de Deus. Quando o ser humano aponta alguma incoerência nas atitudes do Senhor é porque sabedoria finita do homem muitas vezes não consegue alcançar a elevada sabedoria de Deus, isso foi categoricamente afirmado pelo profeta Isaías, quando ele nos diz: “Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos. (Isaías 55.9). A partir de I Corintios 12 podemos enfatizar que o dom da palavra de sabedoria, o dom da palavra de conhecimento e o dom de discernimento de espíritos são os dons que operam exclusivamente no campo da sabedoria divina.

A PALAVRA DA SABEDORIA – Este não é o dom de sabedoria em geral, mas o dom de uma “palavra de sabedoria”.Todavia, em si mesmo, não é necessariamente um dom vocal. “Palavra” (logos) é definida como “conceito”, “idéia”, “ditado”, “assunto em pauta”, “razão”, “narrativa” ou “doutrina”. Se a idéia de “pronunciamento” estivesse em foco, a palavra grega rhema teria sido provavelmente usada em vez de logos. Em conjunto com a profecia, a “palavra de sabedoria” poderia funcionar como dom vocal. É provável que seja este o dom que operou em Estevão em Atos 6.10: “E não podiam sobrepor-se à sabedoria e ao Espírito com que falava”. Atos 15 registra a primeira reunião da igreja apostólica para resolver uma disputa. A conclusão a que chegaram é expressa como segue: “Pois pareceu bem ao Espírito Santo e nós não vos impor maior encargo além destas cousas essenciais...” (At 15.28). O pensamento do Espírito Santo foi provavelmente transmitido aos apóstolos por uma “palavra de sabedoria”. Embora “sabedoria” tenha muitos significados, usada em contraste com “conhecimento” talvez signifique um critério de “conduta ou ato prático”. Na vida da igreja local há circunstâncias em que decisões importantes precisam ser tomadas quanto a um curso de ação. A operação de Deus de uma “palavra de sabedoria” pode fornecer a orientação do Espírito (I Co 2.13-16).

PALAVRA DA CIÊNCIA OU DO CONHECIMENTO – Este dom de uma palavra do conhecimento pode estar contido na declaração de Paulo em I Co 1.15: “...porque em tudo fostes enriquecidos nele, em toda palavra e em todo conhecimento...” Se a “palavra de sabedoria” dá percepção à igreja para uma ação prática, a “palavra do conhecimento” deve trazer à luz os princípios da doutrina que formam a base para essa ação. Este dom pode levar a verdade bíblica à atenção da igreja, ou revelar fatos necessários para nova ação. Paulo estava seguro de que o conhecimento espiritual operava na igreja quando disse: “E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros” (Rm 15.14). João provavelmente exerceu o dom de uma palavra do conhecimento para discernir as condições espirituais das sete igrejas às quais escreveu em Apocalipse 2 e 3. Esses dons da palavra de sabedoria e palavra de conhecimento são para guiar a igreja no sentido do conhecimento e ação, e não para orientação pessoal. Silas era um profeta, mas não há registro de que tivesse dado instruções a Paulo em suas decisões. Quando Paulo não sabia para onde ir em Trôade, Deus deu-lhe a visão de um homem da Macedônia chamando-o para pregar na Grécia; Silas, porém, estava com ele na ocasião. Os dons são dados para exortar, edificar, e consolar a igreja reunida. Os dons de revelação estão em harmonia com a Palavra de Deus, jamais contradizendo seus ensinamentos, pois a Palavra inspirada é chamada de “mais confirmada palavra profética” (2 Pe 1.19).

DOM DE DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS – “Discernimento de espíritos” vem do grego diakriseis pneumaton. O termo grego deakreisis é definido como “discernir”, “discriminar” ou “distinguir”. A forma verbal é usada em Hebreus 5.14: “Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal”. Paulo emprega várias vezes o verbo em I Corintios; em 6.5 ele emprega para indagar se eles não tinham ninguém “que possa julgar no meio da irmandade?” (quando a quem tinha razão). Em 11.29 Paulo usa a palavra para repreender os irmãos de Corinto que não haviam discernido o corpo do Senhor (discernindo o significado do pão da comunhão para a saúde e cura do corpo). Evidentemente, o dom de discernir espíritos é a capacidade de discernir a fonte de uma manifestação espiritual, se é o Espírito Santo, um mau espírito, ou simplesmente o espírito humano. Em Corintios 14.29, Paulo diz: “Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem (discernir – diakrino). “Isto parece insinuar que alguém com o dom de discernimento deveria estar presente ao ser usado o dom de profecia. Ao que tudo indica, o dom de discernimento em Corinto era tão comum quanto o de profecia “...e os outros (plural) julguem (discirnam). “Todos os crentes cheios do Espírito, são até certo ponto, capazes de julgar operações de dons vocais no sentido de serem ou não espiritualmente edificados para o corpo. O exercício de dons não é infalível; se um pronunciamento (profecia ou interpretação de línguas) não for recebido, o orador não deve ficar ofendido ou negar-se a aprender, mas deve orar humildemente pedindo maior sensibilidade ao Espírito e mais sabedoria no uso de seu dom. Por outro lado, os crentes devem atender à advertência de Paulo em I Tessalonicenses 5.19,20: “Não apagueis o Espírito. Não desprezeis profecias." O ensino bíblico cuidadoso sobre os dons espirituais evitará manifestações imaturas e mal-orientadas, de um lado; e medo, desconfiança e o apagar do Espírito, de outro. Deve ser notado que o dom de “discernimento de espíritos” não é o de julgar as pessoas, mas sim o espírito por trás da manifestação, se é santo, maligno ou humano.

Um conhecimento aprofundado sobre o que a Bíblia ensina no tocante aos dons espirituais é suficiente para capacitar os cristãos para julgar e descartar muitas das falsas manifestações nessa área. Nas igrejas pentecostais não faltam aqueles que buscam destaque na comunidade, destacando-se como pessoa carismática, que fala de forma objetiva com Deus, conhece os mistérios de Deus de uma forma especial, isto é, que está constantemente em contato com o sobrenatural, tendo sempre alguma revelação para pronunciar. Todavia, os admiradores e seguidores dessas pessoas, são aqueles cristãos que não lêem bíblia e geralmente não submissos as lideranças da igreja. A experiência tem nos mostrado que essas tentativas de imitar e manipular os dons que manifestam a sabedoria de Deus, tem sido muito doloroso, tanto para aqueles que assim fazem, como para aqueles que passam a dar crédito a essas mentiras.

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