Jesus viu no ensino a gloriosa oportunidade de formar os ideais, as atitudes e a conduta do povo em geral. Ele não se distinguiu primeiramente como orador, como reformador, nem como chefe, e, sim, como mestre. Vemos perfeitamente que ele não pertenceu à classe dos escribas e rabinos que interpretavam minuciosamente a Lei. Não. Ele ensinou. De forma alguma se distinguiu ele como "agitador da massa popular". Não comprometeu sua Causa com apelos em reuniões populares, com práticas ritualistas, ou com manobras políticas, não. Ele confiou sua Causa aos prolongados e pacientes processos de ensino e de treinamento. L. A. Weigle diz: "Jesus lançou mão do método educativo, e não do método de força política, ou de propaganda, ou do poder." E J. A. Marquis acrescenta: "A principal ocupação de Jesus foi o ensino. Algumas vezes ele agiu como curador, outras vezes operou milagres, pregou frequentemente; mas foi sempre o Mestre. Ele não se pôs a ensinar porque não tivesse outra coisa a fazer; mas, quando não estava ensinando, estava fazendo qualquer outra coisa. Sim, ele fez do ensino o agente principal da redenção. A ênfase que Jesus deu ao ensino ressalta do fato de em geral ser ele reconhecido como Mestre. "À luz dos Evangelhos, vemos que seus discípulos e contemporâneos o tornavam como mestre." Ele foi mesmo chamado Mestre, Professor ou Rabi; e tudo isto, traz em seu bojo a mesma idéia geral expressa por Nicodemos quando disse:: "Rabi, sabemos que és mestre vindo da parte de Deus" (João 3:2). Nos Evangelhos, Jesus é chamado mestre nada menos de quarenta e cinco vezes, e nunca se fala nele como pregador. L. J. Sherril diz que, somando-se todos os termos equivalentes a mestre, temos o total de sessenta e um.11 Norman Richardson anota que o vocábulo Mestre é usado sessenta e seis vezes na Versão King James; cinqüenta e quatro vezes é derivado da palavra grega que significa professor ou mestre.12 Fala-se em Jesus ensinando, quarenta e cinco vezes; e onze apenas pregando, e, assim mesmo, pregando e ensinando, como vemos cm Mateus 4:23 — "ensinando em suas sinagogas e pregando o evangelho do reino". Chamavam-no mestre não apenas os doze, mas também outros mais discípulos seus. Outrossim, Jesus a si mesmo se chamava Mestre, dizendo: "Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou" (João 13:13). Também dizia ser "a luz", vocábulo que traz a idéia de instrução. Nesta linha de pensamento, interessante é notar que João Batista sempre foi mais chamado pregador que mestre. Outra indicação desta ênfase sobre o ensino é. a terminologia empregada para descrever os seguidores e a mensagem de Jesus. Não são eles chamados súditos, servidores ou camaradas. A palavra cristão só é empregada três vezes em o Novo Testamento para caracterizá-los e assim mesmo uma vez como zombaria. No entanto, vemos a palavra discípulo, que significa aluno ou aprendiz, empregada 243 vezes, para referir-se aos seguidores de Jesus. A mensagem de Jesus diz-se ser ensino (39 vezes), e sabedoria (seis vezes), não dando tanto a ideia de preleção ou sermão. A expressão Sermão do Monte não é usada pelos escritores do Novo Testamento. Mateus apenas diz — "E ele se pôs a ensiná-los, dizendo..." (Mat. 5:2). Tal peça deve ser intitulada — O Ensino do Monte, e não O Sermão do Monte. Também se revela bem a ênfase do Mestre em ensinar no modo entusiasta e até agressivo pelo qual externou sua atividade educadora. Ele ensinava em qualquer lugar e a toda hora — no Templo, nas sinagogas, no monte, nas praias, na estrada, junto ao poço, nas casas, em reuniões sociais, em público e em particular. "Relutava mesmo em curar, preferindo aproveitar a oportunidade para apresentar sua mensagem." Mateus diz — "Andava Jesus por toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas deles, e proclamando as boas-novas do reino, e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo" (Mat. 4:23, tradução de Goodspeed). Toda a obra de Jesus estava envolta em atmosfera didática, e não tanto num ar de preleções ardentes, pois observamos que os ouvintes se sentiam à vontade para lhe fazer perguntas, e ele, por sua vez, lhes propunha questões e problemas. Ele preparou um grupo de mestres para que levassem avante sua obra. "No decorrer dos últimos dias de sua trabalhosa vida, ele se dedicou ao ensino e preparo do pequeno grupo de discípulos que a ele se agregara." E ele os enviou aos confins da terra para que fizessem discípulos (para que matriculassem na escola de Cristo), a batizá-los (uma ordenança educadora) e a instruí-los na observância de todas as coisas que lhes tinha mandado (Mat. 28:19,20). Jesus cria muito e muito no ensino, requisito este indispensável a qualquer professor. Ele se dedicou ao ensino e sempre dignificou tal vocação. "A maior glória da profissão do mestre está no fato de haver Jesus Cristo escolhido ser mestre, quando se viu face a face com aquilo que tinha a realizar na vida." George H. Palmer percebeu bem este espírito, quando assim se expressou "Creio tanto no ensino que, se necessário fosse, pagaria pelo privilégio de ser mestre em.vez de receber algo por ensinar." (Price, J. M.A pedagogia de Jesus; o mestre por excelência. Tradução do Rev. Waldemar W. Wey – 3ª edição Rio de Janeiro – RJ – JUERP - 1980)
segunda-feira, 30 de maio de 2011
quinta-feira, 26 de maio de 2011
A PUREZA DO MOVIMENTO PENTECOSTAL- Lição 9
Já dizia um certo Pastor "a medida que a igreja cresce a uma tendência de aumentar também o pecado no meio do povo de Deus". Isto é o que vemos hoje no contexto pentecostal, não podemos negar que o movimento pentecostal constitui a maior igreja evangélica do pais, porém, esse estupendo crescimento que produziu muito para o Reino de Deus também trouxe uma série de dificuldades no que diz respeito a pureza desse movimento no Brazil. São poucos os cristãos que ainda alimentam o ingênuo entendimento de acreditar em tudo que seus líderes dizem e nas reais intenções dos tais. Devemos evitar os extremos e agir com desconfiança para com todos, por que ai incorremos no risco de cometermos algumas injustiças, porém, não podemos ficar alienados e permitir que algumas pessoas nos manipulem em nome de Deus, quando os interesses em questão são terrenos. As vezes o próprio de discurso de pureza e santidade tem sido utilizado como ferramenta de mobilização e alienação, porque tais "ensinos" funcionam como instrumentos inibidores evitando uma reflexão da realidade e prováveis questionamentos. Alguns líderes evangélicos apesar de se apresentarem totalmente anti-católicos, mesmo assim, no tocante a concepção sobre santidade defendem um conservadorismo que nada mais é do que uma herança católica. Embora sejam contra a Canonização, procuram imprimir na mente dos crentes que o "santo" é um indivíduo totalmente passivo, indiferente as questões sociais e políticas, predisposto a uma resignação e subordinação sem reflexão. O cerne dessa mentalidade é conceber a pureza do pentecostalismo a partir de costumes, tradições e manifestações carismáticas. A palavra do Senhor nos proporciona parâmetros necessários para vivenciarmos a fé pentecostal conforme a pureza que o Senhor requer do seu povo. Creio que o debate sobre a pureza nessa perspectiva vai se constituir num discurso de diversas arestas, pois, mais uma vez os evangélicos que tanto condenaram as tradições católicas, têm uma grande tendência em elaborar suas teologias partindo das suas concepções de costumes e não de uma pura reflexão do texto bíblico. Na perspectiva da teologia cristã o termo "pureza" deve encontrar sua plena identificação e significado no contexto das escrituras e em nenhuma outra ideologia humana. Todavia, as tradições religiosas que se desenvolveram na fé cristã até os dias modernos, têm sido fatores determinantes na forma dos dogmas de muitos cristãos evangélicos ao ponto de promover o comportamento dualístico que estabelece uma grande barreira em o profano e sagrado. Esse sectarismo religioso gerou uma igreja fragmentada, não só no meio evangélico em geral, como até mesmo entre alguns pentecostais que se entendem como mais "puros" do que outros. A compreensão defeituosa sobre o tema da santidade bíblica é promotora do "apartaid evangélico" em toda história da igreja evangélica nesse país, fato esse que tem impedido a coesão da comunidade evangélica na luta por mudanças sociais. Existem algumas denominações no Brasil que jamais se engajam em qualquer movimento social que visa defender os direitos da família e dos princípios morais, pois, são puros demais para se misturarem com os demais cristãos evangélicos, mesmo que não seja em contextos litúrgicos, porque preferem mostrar que são os "queridinhos de Deus" e podem muito bem resolver as coisas sozinhos.
O capítulo 2 do livro de Atos nos fornece as bases para uma experiência que se harmonize com os propósitos divinos. Atentemos para o foco da mensagem do apóstolo Pedro, a qual está centralizada não em torno do Espírito, mas em torno de Jesus. O derramamento pentecostal pretendia trazer um poderoso testemunho acerca de Jesus (Atos 1.8; João 15.26,27; 16.14). Pedro chamou atenção primeiro para o fato de que os habitantes de Jerusalém conheciam o homem de Nazaré, Jesus, e sabiam como Deus o tinha aprovado para o benefício deles por meio de milagres e prodígios e sinais. Estas são as três palavras usadas na Bíblia para milagres sobrenaturais. Elas se referem à variedade de milagres que Jesus operou, especialmente no templo nas ocasiões festivas (João 2.23; 4.45; 11.47). Este Jesus, diz Pedro, que vós, por meio de mãos iníquas matastes. Pedro não hesitou em declarar o povo de Jerusalém responsável pela morte de Jesus, embora também deixasse claro que Jesus foi entregue a eles pelo determinado conselho e presciência de Deus. No decorrer da mensagem Pedro usa a posição exaltada de Cristo para explicar a experiência pentecostal. Agora à destra do Pai, recebeu ele do Pai a promessa do Espírito Santo e derramou o Espírito, com os resultados vistos e ouvidos pela multidão – os 120 falando em outras línguas. O derramamento do Espírito Foi, também, evidência de que Jesus está ali, à destra do Pai, agora mesmo intercedendo por nós. Assim, podemos ser testemunhas de primeira mão quanto ao lugar onde Jesus está e o que ele está fazendo. A pureza do movimento pentecostal é sem dúvida uma bandeira para cumprir a grande comissão de proclamação do evangelho. O movimento pentecostal autêntico ocorre quando os crentes envolvidos se predispõem em obedecer e adorar ao Senhor espírito e verdade, sem tentar exercer algum tipo de controle na ação sobrenatural do Espírito Santo, permitir que esse poder divino corra um rio enchendo e purificando os corações. Se quisermos um pentecostalismo puro, bíblico, precisamos estar atentos para rejeitarmos as incontáveis invenções humanas que muitos tem introduzido no contexto da fé pentecostal. Não confundamos pentecostalismo puro com movimentos que dão uma ênfase rigorosa a usos e costumes, sem aqui querer desmerecer os costumes dessa ou daquela denominação, quero afirmar que a pureza do movimento pentecostal não se constitui apenas de elementos no campo das aparências, pelo contrário, tem muita coisa por ai que não passa de formalidade e hipocrisia. Também é importante saber que em sua essência a fé pentecostal não se fundamenta em experiências místicas, e sim numa experiência de profunda transformação do "ser", experiência esta que proporciona aos homens adentrarem a dimensão da divindade sem ser necessário se alienarem da sua realidade terrena.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
O GENUÍNO CULTO PENTECOSTAL – Lição 8
Não acredito em experiências frenéticas que se caracterizam por manifestações desequilibradas, por meio de atos e gestos insignificantes, gritos estéricos que não expressam o caráter e a sabedoria de Deus. Situações que não proporcionam conhecimento e nem crescimento espiritual. Muita gente após tais experiências fica pior do que antes, digo, com relação a prática dos princípios cristãos e a produção do fruto do Espírito. Uma grande contradição nesse aspecto é quando uma igreja pelo fato ser pentecostal "se acha" e os seus líderes agem preconceituosamente contra cristãos de outros credos e ainda pregam um tipo de exclusivismo denominacional, se auto-proclamando como a melhor igreja. Como alguém já disse, esse é um "pentecostalismo sem piedade", é um pentecostalismo presunçoso sem dúvida.
EVIDÊNCIAS GENUÍNAS DO PODER PENTECOSTAL
Com certeza a principal evidência deve ser moral, não miraculosa, e reside no fruto do Espírito, não nos dons do Espírito. É do conhecimento de todos que os coríntios, que tinham sido batizados com Espírito Santo e ricamente dotados dos dons do Espírito, mesmo assim provaram ser cristãos "não espirituais", porque lhes faltava a qualidade moral do amor (I Co 3.1-4). Eles se vangloriavam de uma certa plenitude, o que fez Paulo escrever-lhes com um toque de sarcasmo: "já estais fartos" (cheios, 4.8)! Mas não era a plenitude do Espírito Santo. Se eles estivessem cheios do Espírito, obviamente teriam estado cheios de amor, o fruto do Espírito. O amor é o poderoso elo de união entre o fruto e os dons do Espírito. Isto não ocorre somente porque sem amor os dons são sem valor (I Co 13), mas também porque o amor requer os dons como equipamento necessário para poder servir outros. No único trecho em suas cartas onde o apóstolo Paulo descreve as conseqüências da plenitude do Espírito, elas são todas qualidades morais. Esta passagem é Efésios 5.18-21: "E vos não embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo, ao nosso Deus Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo. No texto grego este trecho tem dois verbos na forma imperativa ("não vos embriagueis com vinho", "enchei-vos do Espírito"), dos quais dependem quatro verbos que são particípios presentes (literalmente: "falando", "cantando e fazendo melodias", "agradecendo" e submetendo"). Em outras palavras, a ordem única de ser cheio do Espírito é seguida de quatro conseqüências descritivas da plenitude do Espírito Santo. A ordem de ser cheio é contrastada diretamente com a outra ordem de não se embriagar. A partir daí, algumas pessoas deduziram rapidamente que embriaguez e a plenitude do Espírito podem ser comparadas. Elas dizem que a plenitude do Espírito é um tipo de ebriedade espiritual; o apóstolo está contrapondo dois estados de embriaguez; física, através do vinho; e espiritual, pela plenitude do Espírito. Não é este o caso. É verdade que um bêbado está "sob a influência do álcool" e que, de maneira semelhante, pode-se dizer que um crente cheio do Espírito esteja sob o controle do Espírito. Também é verdade que no dia de Pentecoste, quando o Espírito concedeu aos 120 que falassem publicamente em outra línguas, alguns da multidão comentaram: "Estão embriagados" (At 2.13). Porém os que disseram isto evidentemente eram uma minoria; eles acharam que os discípulos estivessem bêbados porque não conseguiam entender nenhuma das línguas faladas; a maioria reagiu com surpresa, ao ouvir os galileus falarem de maneira inteligível idiomas nativos da Ásia e da África que a multidão podia entender. A interpretação errônea dada ao primeiro culto pentecostal da igreja partiu exatamente de pessoas religiosas, mas que desconheciam o poder de Deus. Tal fato continua acontecendo nos dias atuais, pois, são muitos os opositores do verdadeiro pentecostalismo, os quais as possuem muito conhecimento acadêmico, filosófico e até teológico, todavia, não sabem sobre o poder de Deus. Por lado, existe uma grande quantidade de cristãos sensitivos, que acham que para que um culto seja realmente pentecostal é necessário que aconteçam algumas performances recheadas de emoções, isto é, pessoas chorando, gemendo, gritando, pulando, marchando, outros profetizando (mesmo que seja mentira), outros falando em "mistério". Esse tipo de atitude tem sido um "prato cheio" para os inimigos da Fé pentecostal. Quando assisto na internet os vídeos chamado "RETETÉEE..", fico tentando entender o que se passa na cabeça dessas pessoas, pois, essas reuniões com danças (que se assemelham as religiões africanas), gritos estridentes, e tantas outras coisas assustadoras e antibíblicas, porém, eu acho que elas estão olhando para a manifestação do Espírito da mesma forma que aqueles homens que pensaram que os discípulos estavam embriagados.
terça-feira, 10 de maio de 2011
OS DONS DE PODER - Lição 7
A igreja é uma instituição organizada e dirigida por seres humanos, porém, o que a diferencia das demais instituições e sociedades humanas é a sua origem divina. A igreja cristã foi fundada pelo próprio Jesus e Inaugurada no Dia de Pentecostes. O Senhor Jesus pediu ao aos primeiros discípulos que não se ausentassem de Jerusalém até que ocorresse o evento de Pentecostes, pois, tal experiência seria indispensável para que igreja pudesse realizar a sua missão. O poder espiritual é a marca distintiva da igreja de Cristo. O poder dado a igreja a partir da experiência pentecostal não ficou limitada aos primeiros cristãos, não existe nenhuma fundamentação bíblica para defendermos tal idéia. Os milagres operados pelos primeiros discípulos causaram grande impacto em todos lugares que a igreja alcançou nos primeiros séculos da era cristã. Os dons que aqui são destacados como “dons poder”, se referem aquelas manifestações que proporcionam soluções imediatas para situações aparentemente insolúveis, causando grande espanto e admiração por parte daqueles que presenciam tal acontecimento. Apesar da realidade contemporânea dos milagres, temos presenciado muita dificuldade nesse aspecto, pois, o misticismo e a necessidade das pessoas tem promovido uma busca doentia por experiências sobrenaturais que proporcionem prazer e bem estar pessoal. Por causa disso surgiram muitos mercenários que viram nessa fome do sobrenatural, um “mercado” muito promissor. O dom da cura tem sido o “carro chefe” da industria da fé para criar o seu marketing promocional, com o propósito de atrair os incautos e explorá-los financeiramente. Por que é que nenhuma igreja ou nenhum grande “homem de Deus” faz movimentos milagreiros sem pedir dinheiro?. Em nenhum momento encontramos Jesus, depois de ter realizado algum milagre, pedindo dinheiro as pessoas. Nos dias de hoje é muito raro, se porventura existir, alguém agindo como fez Eliseu diante do General Naamã após ter realizado um grande milagre, ao curar a lepra do general da Assíria. Naamã quis recompensar Eliseu pelo milagre que acabara de receber, porém, Eliseu recusou veementemente. Todavia, o auxiliar de Eliseu, Geazi foi atrás do General e fez o resgate de alguns presentes, por isso ele foi severamente punido. Infelizmente, na atualidade, o ministério de Eliseu foi ofuscado pelo ministério de Geazi, a maioria pensa como Geazi, pensam que podem tirar proveito das manifestações poderosas do Espírito. Porém, com relação a isso, eu descanso na Palavra do Senhor, pois, ninguém ficará impune, assim como Geazi que recebeu a devida recompensa. Paulo registrou em Gálatas 6.7 “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. No meu entendimento, essas pessoas que simulam milagres são piores do que aqueles que se declaram ateus. Muita gente se declara ateu por causa de uma formação inadequada, uma experiência traumática ou até por falta de conhecimento aprofundado do Evangelho. Mas, esses mercenários, vendedores de milagres, têm conhecimento do evangelho e até mesmo de Deus, porém, decidiram amar mais a si mesmos, e para ter uma vida de regalias, conforme a soberba de seus corações, escolheram brincar com a esperança das pessoas e com o sublime poder do Espírito Santo.
O DOM DA FÉ – Quase todos os que escreveram sobre os dons se referem ao dom da fé como o de “fé especial”. A razão para isto é que o dom da fé difere da fé salvadora e da fé cristã normal, sem a qual “é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6). Toda a fé é semelhante em sua natureza, mas o dom de fé especial difere das outras em grau e aplicação. O dom da fé é visto na operação da cura do coxo na porta do templo, registrada em Atos 3. Pedro teve a fé milagrosa para ordenar ao coxo que se levantasse e andasse em nome de Jesus. Donald Gee escreve, com respeito a esta fé. “Ela parecia vir sobre certos servos de Deus em tempos de crise ou oportunidade especial com tal poder que eles são tirados da esfera da fé natural ou comum em Deus e recebem uma certeza divina em suas almas que triunfa sobre tudo.” Jesus talvez estivesse descrevendo essa qualidade de fé quando disse aos seus discípulos: “Tende fé em Deus” (Mc 11.22). O grego de Marcos 11.22 diz literalmente: “Tenham a fé que Deus tem”. Jesus sugeriu no versículo seguinte que com esta fé divinamente concedida é possível dizer a um monte: “Ergue-te e lança-te no mar” e isso acontecerá. O monte simbolizava qualquer obstáculo aparentemente impossível para a missão da igreja.
DONS DE CURAR – Embora seja inferido que todos os “espirituais” são charismata (dons), o termo é na verdade associado somente a estes dons de curas. No grego, ambos os termos, “dons” e “curas”, são plurais. Esse fato pode sugerir que existem muitos dons de cura para diferentes moléstias, ou que cada exercício do poder de cura é um dom separado. A maioria dos evangelistas e pastores que tiveram grandes ministérios de oração pelos doentes afirmaram não possuir dons de cura. Ninguém teve certamente um ministério de cura para todas as pessoas doentes. Jesus curou todos os que se aproximaram dele em certas ocasiões, mas foi limitado em outras pela falta de fé por parte do povo (Mt 13.58). Do que temos certeza é que Deus fez provisão para que a cura física fosse um ministério da sua igreja e que os dons de cura iriam operar juntamente com a fé. A cura e tão comum no ministério de Jesus e no dos apóstolos que uma igreja sem o dom de “curas” pareceria bastante afastada do padrão bíblico. Além dos dons de cura, todos os presbíteros (pastores) devem estar prontos a ungir com óleo todos os doentes que pedirem e orar por eles através da oração de fé. Deus prometeu levantar o enfermo e perdoar seus pecados (Tg 5.14-16). Na grande comissão registrada por Marcos (Mc 16.15-18), Jesus prometeu que sinais seguiriam os ministérios que dessem testemunho do evangelho da salvação. Um dos sinais seria que os doentes iriam restabelecer-se após a imposição de mãos dos crentes. Enquanto durasse a pregação a cada criatura, os sinais seguiriam os que cressem, inclusive o da cura milagrosa dos doentes. A cláusula “aqueles que crêem” sugere que os sinais ou “dons” não deveriam ser exercidos pelos apóstolos apenas, mas por todos os que tivessem fé. No mandamento e promessa de Jesus, a “imposição de mãos” deveria ser a expressão externa da fé e amor por parte dos que orassem e mostraria que Deus usa os crentes fiéis como um canal do seu poder. A unção com óleo, segundo Tiago, cap. 5, também envolvia a imposição de mãos, com o óleo simbolizando a obra do Espírito Santo. Quando Jesus enviou os doze discípulos para ministrar, eles, segundo Marcos, “curavam numerosos enfermos, ungindo-os com óleo” (Mc 6.13). O crente é o veiculo do poder, mas a cura é obra do Espírito.
O DOM DE OPERAÇÃO DE MARAVILHAS – A operação de milagres é a tradução do energemata dunameon, que é literalmente interpretado como “operação de poderes sobrenaturais”. Como acontece com os “dons de curas”, ambos os termos são plurais. Este não é um dom que torna a pessoa um “milagreiro”. Ao que parece, de acordo com a pluralidade das expressões, cada milagre ou manifestação sobrenatural de poder é operado através de alguém com o dom da fé (veja Mt 17.20; 21.20-22). O que é um milagre? “Um evento ou ação que contradiz aparentemente as leis cientificas conhecidas, sendo portanto julgado proveniente de causas sobrenaturais, especialmente de um ato de Deus.” No Novo Testamento, os eventos de origem sobrenatural são chamados “milagres, prodígios, sinais” (At 2.22; 2.43; 6.8; 8.13;Hb 2.4). Os termos gregos traduzidos como “milagres, prodígios e sinais” são dunameis, terata e semeia. Eles significam literalmente “eventos do poder divino”, “eventos que produzem admiração” e “eventos que significam algo” (sobre Deus ou suas obras). É interessante notar que o termo “prodígio” jamais é empregado sozinho, mas sempre associado ao termo “sinal”. Deus não manifesta o seu poder só para causar admiração, Ele sempre tem um propósito ou ensina alguma coisa com os seus milagres: “...dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres, e por distribuições do Espírito Santo segundo a sua vontade”. (Hb 2.4). Exemplos de milagres são: a libertação sobrenatural da prisão (At 5.18-20;12.5-10; 16.23-30);a cegueira de Elimas, o mágico (At 13.8-12); o transporte instantâneo de Filipe de Gaza para Azoto (At 8.39,40); a ressurreição de Dorcas (At 9.36-42) e de Êutico (At 20.9-12); e o fato de Paulo ter removido do braço uma víbora venenosa sem ser mordido (At 28.3-5). A cura dos doentes e a expulsão de espíritos demoníacos podem ser classificados como dons de milagres quando o sinal tem grande valor, como por exemplo, no caso de Paulo em Éfeso, em que resultou uma enorme conquista de almas. “E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos quais as enfermidades fugiam das suas vítimas e os espíritos malignos se retiravam” (At 19.11,12); e no caso de Pedro em Jerusalém, quando só a sua sombra caindo sobre os enfermos já produzia cura (At 5.12-15).
terça-feira, 3 de maio de 2011
DONS QUE MANIFESTAM A SABEDORIA DE DEUS – Lição 6
A partir de um entendimento superficial e literal do tema proposto, poderíamos afirmar que todos os dons manifestam a sabedoria e o poder de Deus, todavia, o título da lição se propõe discorrer sobre um grupo de dons que estão diretamente relacionados com a ciência de Deus, isto é, a infinita sabedoria do Eterno Deus, a qual é capaz de perscrutar todas as coisas, nada pode ficar em oculto diante Dele. Quando paramos para refletir sobre a excelência da Sabedoria de Deus ficamos totalmente deslumbrados e sem expressões para definirmos a dimensão e profundidade tal ciência. Foi desta forma que o apóstolo Paulo se sentiu quando em dado momento esteve refletindo sobre a infinita sabedoria do Ser Divino,encheu-se de admiração e então fez a seguinte exclamação: “O profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!” (Rm 11.33). Diante da infinitude do saber de Deus nos sentimos extremamente limitados e passamos a compreender que ninguém pode questionar os projetos de Deus. Quando o ser humano aponta alguma incoerência nas atitudes do Senhor é porque sabedoria finita do homem muitas vezes não consegue alcançar a elevada sabedoria de Deus, isso foi categoricamente afirmado pelo profeta Isaías, quando ele nos diz: “Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” (Isaías 55.9). A partir de I Corintios 12 podemos enfatizar que o dom da palavra de sabedoria, o dom da palavra de conhecimento e o dom de discernimento de espíritos são os dons que operam exclusivamente no campo da sabedoria divina.
A PALAVRA DA SABEDORIA – Este não é o dom de sabedoria em geral, mas o dom de uma “palavra de sabedoria”.Todavia, em si mesmo, não é necessariamente um dom vocal. “Palavra” (logos) é definida como “conceito”, “idéia”, “ditado”, “assunto em pauta”, “razão”, “narrativa” ou “doutrina”. Se a idéia de “pronunciamento” estivesse em foco, a palavra grega rhema teria sido provavelmente usada em vez de logos. Em conjunto com a profecia, a “palavra de sabedoria” poderia funcionar como dom vocal. É provável que seja este o dom que operou em Estevão em Atos 6.10: “E não podiam sobrepor-se à sabedoria e ao Espírito com que falava”. Atos 15 registra a primeira reunião da igreja apostólica para resolver uma disputa. A conclusão a que chegaram é expressa como segue: “Pois pareceu bem ao Espírito Santo e nós não vos impor maior encargo além destas cousas essenciais...” (At 15.28). O pensamento do Espírito Santo foi provavelmente transmitido aos apóstolos por uma “palavra de sabedoria”. Embora “sabedoria” tenha muitos significados, usada em contraste com “conhecimento” talvez signifique um critério de “conduta ou ato prático”. Na vida da igreja local há circunstâncias em que decisões importantes precisam ser tomadas quanto a um curso de ação. A operação de Deus de uma “palavra de sabedoria” pode fornecer a orientação do Espírito (I Co 2.13-16).
PALAVRA DA CIÊNCIA OU DO CONHECIMENTO – Este dom de uma palavra do conhecimento pode estar contido na declaração de Paulo em I Co 1.15: “...porque em tudo fostes enriquecidos nele, em toda palavra e em todo conhecimento...” Se a “palavra de sabedoria” dá percepção à igreja para uma ação prática, a “palavra do conhecimento” deve trazer à luz os princípios da doutrina que formam a base para essa ação. Este dom pode levar a verdade bíblica à atenção da igreja, ou revelar fatos necessários para nova ação. Paulo estava seguro de que o conhecimento espiritual operava na igreja quando disse: “E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros” (Rm 15.14). João provavelmente exerceu o dom de uma palavra do conhecimento para discernir as condições espirituais das sete igrejas às quais escreveu em Apocalipse 2 e 3. Esses dons da palavra de sabedoria e palavra de conhecimento são para guiar a igreja no sentido do conhecimento e ação, e não para orientação pessoal. Silas era um profeta, mas não há registro de que tivesse dado instruções a Paulo em suas decisões. Quando Paulo não sabia para onde ir em Trôade, Deus deu-lhe a visão de um homem da Macedônia chamando-o para pregar na Grécia; Silas, porém, estava com ele na ocasião. Os dons são dados para exortar, edificar, e consolar a igreja reunida. Os dons de revelação estão em harmonia com a Palavra de Deus, jamais contradizendo seus ensinamentos, pois a Palavra inspirada é chamada de “mais confirmada palavra profética” (2 Pe 1.19).
DOM DE DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS – “Discernimento de espíritos” vem do grego diakriseis pneumaton. O termo grego deakreisis é definido como “discernir”, “discriminar” ou “distinguir”. A forma verbal é usada em Hebreus 5.14: “Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal”. Paulo emprega várias vezes o verbo em I Corintios; em 6.5 ele emprega para indagar se eles não tinham ninguém “que possa julgar no meio da irmandade?” (quando a quem tinha razão). Em 11.29 Paulo usa a palavra para repreender os irmãos de Corinto que não haviam discernido o corpo do Senhor (discernindo o significado do pão da comunhão para a saúde e cura do corpo). Evidentemente, o dom de discernir espíritos é a capacidade de discernir a fonte de uma manifestação espiritual, se é o Espírito Santo, um mau espírito, ou simplesmente o espírito humano. Em Corintios 14.29, Paulo diz: “Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem (discernir – diakrino). “Isto parece insinuar que alguém com o dom de discernimento deveria estar presente ao ser usado o dom de profecia. Ao que tudo indica, o dom de discernimento em Corinto era tão comum quanto o de profecia “...e os outros (plural) julguem (discirnam). “Todos os crentes cheios do Espírito, são até certo ponto, capazes de julgar operações de dons vocais no sentido de serem ou não espiritualmente edificados para o corpo. O exercício de dons não é infalível; se um pronunciamento (profecia ou interpretação de línguas) não for recebido, o orador não deve ficar ofendido ou negar-se a aprender, mas deve orar humildemente pedindo maior sensibilidade ao Espírito e mais sabedoria no uso de seu dom. Por outro lado, os crentes devem atender à advertência de Paulo em I Tessalonicenses 5.19,20: “Não apagueis o Espírito. Não desprezeis profecias." O ensino bíblico cuidadoso sobre os dons espirituais evitará manifestações imaturas e mal-orientadas, de um lado; e medo, desconfiança e o apagar do Espírito, de outro. Deve ser notado que o dom de “discernimento de espíritos” não é o de julgar as pessoas, mas sim o espírito por trás da manifestação, se é santo, maligno ou humano.
Um conhecimento aprofundado sobre o que a Bíblia ensina no tocante aos dons espirituais é suficiente para capacitar os cristãos para julgar e descartar muitas das falsas manifestações nessa área. Nas igrejas pentecostais não faltam aqueles que buscam destaque na comunidade, destacando-se como pessoa carismática, que fala de forma objetiva com Deus, conhece os mistérios de Deus de uma forma especial, isto é, que está constantemente em contato com o sobrenatural, tendo sempre alguma revelação para pronunciar. Todavia, os admiradores e seguidores dessas pessoas, são aqueles cristãos que não lêem bíblia e geralmente não submissos as lideranças da igreja. A experiência tem nos mostrado que essas tentativas de imitar e manipular os dons que manifestam a sabedoria de Deus, tem sido muito doloroso, tanto para aqueles que assim fazem, como para aqueles que passam a dar crédito a essas mentiras.