terça-feira, 1 de junho de 2010

O CULTO NO NOVO TESTAMENTO.

As mudanças do culto no novo testamento só foram realizadas com o estabelecimento oficial do cristianismo em contraste com o judaísmo. No tempo de Herodes, o grande, filho de Herodes Antipatro, a quem Júlio César, imperador romano, no ano de 47 a.C., escolheu para governar a Judéia. Herodes, o grande, anunciou a construção de um terceiro templo em Jerusalém. Sacerdotes, especialmente treinados, foram designados para acompanhara as etapas desta construção, a fim de terem a certeza de que o novo templo estaria de acordo com a planta dada a Moisés.

Durante as perseguições e exílios de Israel, muitos dos judeus estavam muito distantes de Jerusalém para cultuarem. Mas eles não deixaram de cultuar e estabeleceram os cultos nas sinagogas locais. Os cultos então, nos tempo de Jesus eram realizado nas sinagogas e no templo. Jesus e os apóstolos participaram de ambas (Mt: 4.23; 23.6; 23.1; 12.6; At: 15.21; 17.17; 26.11). No templo eram realizadas as festas mais importantes em Israel, e todo o ritual de sacrifícios mosaicos. Nas sinagogas eram realizados os cultos no dia de sábado, estudo da lei, orações, leituras dos profetas e as bênçãos.

Com a ascensão de Cristo, os cristãos tomam uma nova postura no sistema de culto. Eles trocaram as sinagogas judaicas pelo templo e pelas casas dos crentes. Em todo o novo testamento tem-se uma infinidade de textos que demonstram estas reuniões (Lc: 24.53; 2.46; 5.42; 20.7,8; I Co: 16.19; Fl: 2).

Enquanto que no judaísmo o local, e o ritual eram extremamente seguidos, na nova aliança uma outra roupagem revestiu o culto cristão.

Tem-se uma passagem clássica quanto a ordem de culto no novo testamento. Em conversa com a mulher samaritana (Jo: 4), Jesus descreve as diretrizes diferenciadoras do culto cristão. Esta nova ordem deveria ser seguida por todos os cristãos e em todas as épocas.

Jesus encontra a mulher samaritana junto ao poço. Ele lhe oferece água viva, a qual ela deseja. Mas Jesus traz a tona alguns problemas que ela estava enfrentando nos seus dias: já tivera cinco maridos, e o que agora estava vivendo não era o seu. Ao ouvir isto, ela muda totalmente o foco da conversa, e passa da moralidade para a religião, perguntando se o lugar certo para a adoração era em Samaria ou Jerusalém (Jo: 4.20). Jesus inicia sua resposta afirmando que dias chegariam que nem naquele monte, nem em Jerusalém o pai seria adorado. Apesar disto Jesus se alinha aos judeus dizendo que eles adoram o que não conhecem; nós (os judeus) adoramos o que conhecemos, por que a salvação vem dos judeus (Jo: 4.22). Nestes aspectos, pode-se tirar a conclusão de que conhecimento conta na hora do culto. Os samaritanos, e por implicação todo o povo, precisam olhar para os judeus, em particular para o livro dos judeus (velho testamento), a fim de aprenderem como adorar a Deus. Então Jesus repete a substância do verso 21 acrescentando: “mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o pai em espírito e em verdade; Deus é espírito, e importa que os verdadeiros adoradores o adorem em espírito e em verdade”. (Jo: 4.23,24).

Jesus, neste texto, acaba com todo o ritual do velho testamento em centralizar a adoração em lugares e coisas. Ele está marginalizando o aspecto exterior e está dando importância ao interior. Se o lugar não tem mais importância, todo o sistema está ultrapassado. Em Jerusalém ficava o templo com os sacerdotes, o altar e os sacrifícios. Contra todas estas formas exteriótipas e tipológicas da verdadeira adoração, surge um novo pacto de adoração que é agora oferecido em ‘espírito e em verdade’. Isto significa que, por Deus ser espírito, a adoração deveria ser realizada no coração, espírito e motivações corretas (em espírito), e estar de acordo com a revelação divina (em verdade). Isto implica dizer que, na adoração, há o lado do coração e o lado do conteúdo, da forma. Ambos são inseparáveis e necessários. Simplesmente não interessa apenas sinceridade, mas a forma de expressão é um item necessário. Vários exemplos de sinceridade são demonstrados em toda a bíblia em relação à adoração, mas muitos deles foram reprovados (Gn: 4. 2 – 7; I Rs: 18.25 – 29).

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