quinta-feira, 5 de abril de 2012

A VISÃO DO CRISTO GLORIFICADO - Lição 2


No texto do Apocalipse temos uma das extraordinárias apresentação do Cristo vitorioso, a qual foi revelada através da visão dada ao apóstolo João. O objetivo dessa revelação é descrever o triunfo do Reino de Deus, quando Cristo voltar para estabelecer o seu reino na terra. Aqui temos uma escatologia de vitória para os fiéis e ensina que história terminará no julgamento do sistema instaurado neste mundo por Satanás (Ap. 1.17,18) e no reino eterno de Cristo e o seu povo (Ap. 20.4; 21.1-22.5). Nesta visão Cristo é apresentado a João como o Soberano dos reis da terra (1.5); o esposo e Cabeça da Igreja (2.1-3.22; 19.7-9); o Leão de tribo de Judá (5.5); o cordeiro que foi morto (5.6,12); o Sumo sacerdote (8.3-6) e o Rei e Juiz (19.11-20.15). 


O CRISTO DA VISÃO DE JOÃO


 "Eu sou o Alfa e o Omega, o princípio e o fim, diz o Senhor que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso". (1.8). Esta afirmação revela a preexistência e divindade do Senhor Jesus e também ratifica a promessa que Ele havia feito a igreja quando aqui estivera exercendo o seu ministério terreno. Quanto á natureza eterna de Jesus, João já havia manifestado tal compreensão no cap. 1 do seu Evangelho: "No princípio era Verbo,e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez" (João 1.1,3). A crença na divindade de Deus é um pilar fundamental para o edifício da fé cristã. O Cristo glorificado antes de qualquer coisa Ele é Deus, é Eterno, é Soberano, é Rei dos reis e Senhor dos senhores. Esta é sem dúvida a principal condição para o estabelecimento de todos os demais atributos que João descreve a partir da visão recebida, para configurar de determinar a ampla glorificação do Senhor Jesus, o qual nem mesmo a morte pode detê-lo, porque Ele foi morto mas vive para todo sempre. Foi esse Cristo plenamente vencedor sobre o pecado e a morte que com a sua vitória conquistou para nós a vitoria para que fossemos também libertos do poder do pecado e sermos co-eternos com Ele. Durante o seu ministério terreno Jesus fala sobre seu retorno e suas palavras se harmonizam muito bem com o que João descreve, "Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória." Mateus 24:30. O próprio Jesus já havia se referido ao seu estado de glorificação, e que seria dessa forma que Ele retornaria para estabelecer o seu Reino aqui terra, não possibilitando aos homens e aos demônios qualquer chances em prevalecer contra Ele. Para os cristãos do primeiro século, os quais estavam vivendo sob constantes perseguições, injustiças e maus tratos, essa mensagem tem o propósito de confortá-los, confirmando e renovando a esperança da ressurreição e da vitória final sobre todo o mal que sempre os oprimiu. 

TEXTO EXTRAÍDO "APOCALIPSE" STANLEY HORTON
Enquanto João experimentava este especial e intensivo mover do Espírito, uma voz, a de trombeta, explode nos ares. O que lhe dirige a palavra identifica-se a si mesmo como Aquele que havia falado "Eu sou o Alfa e Ômega". A trombeta nos remete claramente a grande convocação do povo de Deus. No antigo testamento a trombeta era o instrumento utilizado para as santas convocações, nas quais o povo era chamado para se apresentarem diante de Deus. As trombetas também nos ensinam que  o Senhor Jesus vence todos os seus inimigos por meio do poder da sua palavra, pois, quando a voz do Senhor é soada contra os inimigos eles batem em retirada. "e sua voz como a voz de muitas águas... e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios" (1.15,16). Semelhantemente ao poder destruidor de um "tsunami" assim também será a voz do Senhor para todos àqueles que se rebelaram contra Deus. Em I Ts 4.16 Paulo no diz: "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus;...". Quando Paulo escreveu esse texto tinha como propósito promover consolação para aquela comunidade. Tanto para os leitores de Paulo como para os leitores do apocalipse essas palavras lhes trouxeram bastante ânimo, pois, isto era a confirmação de que tudo que eles estavam passando por causa da fé na Palavra do Senhor não seria em vão, porque em um momento programado por Deus, a trombeta de Deus convocaria a todos para serem co-participantes da vitória do nosso Cristo. Justiça de Deus seria definitivamente deflagrada no mundo e mau banido de uma vez por todas.
As vestes de Jesus, descritas nos versículos 1.3-15, indicam tanto o ofício sacerdotal quanto a dignidade real. O vestido longo até aos pés era idêntico aos dos sacerdotes,juízes, governantes e reis. O cinto de ouro puro, em volta de seu peito (Dn 10.5), é marca da realeza triunfante, que contrastava com o cinto de pano, ou de couro, usado pelos trabalhadores e servos. Ele é o Rei-Sacerdote profetizado no Antigo Testamento e também identificado como Jesus no livro de Hebreus (Hb 4.16; I Jo 2.1). A descrição dada nos versículos 14 e 15 aplica-se ao próprio Deus, especialmente ao poderoso Juiz e Governante do Universo. João procura deixar bem claro que todos os atributos do Pai, no A T são também atributos do Filho. Apesar de Jesus ser antes de todas as coisas (Cl 1.17), a ofuscante brancura dos seus cabelos (Dn cap. 7) representa pureza e santidade, e não velhice. Os olhos como "chama de fogo" (Dn 10.6) fala de sua profunda sabedoria e justo julgamento. Os pés "semelhantes ao latão reluzente, como se tivesse sido refinados numa fornalha", isto é, o polimento do bronze refinado no fogo falam-nos não somente da resistência, mas do altar de bronze do Tabernáculo (Ex 38.30), e, por extensão, do sacrifício de Cristo, pelo qual Ele triunfou sobre Satanás. As sete estrelas que Jesus tinha na sua destra representam os anjos que ajudam as igrejas ou, mais provavelmente, os líderes, ou pastores, das igrejas. Estar em suas mãos significa estar protegido, e muito mais do que isto, pois a mão direita é a da ação. Portanto, estas estrelas estão sempre prontas para serem usadas por Jesus. A face de Cristo é "como o sol, quando na sua força resplandece", isto é, quando se torna insuportável aos olhos humanos devido ao brilho de sua plenitude num dia de verão. Sua aparência após a ressurreição, quando seu corpo foi transformado e viu-se livre dos limites do tempo e do espaço, revela a plenitude de sua glória. E possível que a totalidade daquela glória só foi restaurada por ocasião da ascensão (Jo 17.5). Podemos ver que no caminho de Damasco, a resplandecente luz de sua glória foi suficiente para cegar Saulo (At 9.3,8). O que João vê é a plenitude da glória de Deus resplandecida no rosto de Jesus; esta mesma plenitude não foi permitida nem a Moisés ver (Ex 33.18-23, especialmente verso 22; compare Ex 34.29; Jz 5.31; Mt 13.43; 17.2). 

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