Denomina-se
Teologia Secular um movimento que foi evidenciado a partir da segunda metade do
século XX, logo após o término da segunda guerra mundial. Os seus protagonistas
foram teólogos americanos que estavam desencantados com o movimento liberal e
também com a neo-ortodoxia. Na análise dos seculares, estes movimentos estavam
ultrapassados, pois não tinham respostas eficazes para o homem de então, o qual
tinha alcançado um grande progresso tecnológico, todavia, permanecia num abismo
existencial, sendo incapaz de tratar com os principais problemas que envolvem a
existência humana.
Foi
exatamente este tipo de descrédito na religião de uma forma geral, que
favoreceu o estabelecimento da chamada teologia secular, que adotava uma
posição radical com relação aos principais pressupostos da fé cristã. Esta
aversão ao cristianismo convencional estava diretamente relacionado com o
contexto socio-político de então, pois, tanto os teólogos como a igreja,
ficaram totalmente impotentes diante da Segunda Guerra Mundial e também nada
proporcionaram a sociedade, no período pós guerra. Conforme o entendimento dos
teólogos da teologia secular.
A
Teologia Secular proclama uma associação com o mundo; se opõe ao comportamento
da religião tradicional, que pregava a separação do mesmo. Embora não tendo a
intenção de fazê-lo, Dietrich Bonhoeffer é considerado o principal precursor
das idéias que fundamentam este movimento.
O termo secularismo evoca a autonomia do
homem em relação ao transcendental. Caracteriza-se por um rompimento total e
definitivo com todos os tipos manifestações religiosas, ou até mesmo a
terminologia cristã que invoque o fato religioso.
“A palavra
secularizar tem vários sentidos comuns. No sentido mais elementar, indica um
processo mediante o qual as coisas , as pessoas, ou as instituições são
separadas do uso religioso ou da influência espiritual. Há um uso histórico do
termo, em que se conotava a transferência de imóveis ou recursos econômicos do
uso ou controle eclesiástico para o uso e posse civil. Assim ocorreu, por
exemplo, quando Henrique VIII “secularizou” as terras eclesiásticas ao
separá-las das igrejas abadias, mosteiros, e de outras instituições religiosas
e transferiu a posse de tais terras a governantes civis ou cidadãos
particulares. Napoleão fez coisa semelhante no caso de boa parte das terras
possuídas por instituições religiosas na Europa central. Um uso mais
especializado do termo é aquele que descreve a mudança da categoria de um
clérigo de “regular” ( ou seja pertencendo a uma ordem com regula, ou regra)
para um sacerdote comum ou “secular”, não obrigado por votos monásticos ou
outros.
Será percebido que a secularização,
ou a edificação de teologias seculares, subtende a separação radical da
teologia da sua reocupação histórica com as coisas sagradas. Além disto,
naturalmente, envolve uma reformulação da teologia em termos despidos de
dimensões transcendentes ou concepções sobrenaturais. Para tanto, é necessário
um procedimento duplo. Em primeiro lugar, há o despojar estruturado do
sobrenaturalismo cristão histórico, tirando suas qualidades essenciais; e, em
segundo lugar, há a edificação de um padrão de premissas teológicas
baseadas exclusivamente em preocupações
e considerações deste mundo”.[1]
[1] Stanley
Gundry. Teologia Contemporânea. pg 114
Nenhum comentário:
Postar um comentário