quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO NO PENTECOSTES – Lição 3

De repente, sem prévio aviso, um som veio do céu como de um vento impetuoso ou m tufão. Mas era o ruído que enchia a casa e os envolvia, e não um vento real. O vento devia recordar-nos as manifestações divinas do Antigo Testamento. Deus falou a Jó dum redemoinho (Jó 38.1; 40.6); um forte vento oriental abriu o caminho através do mar Vermelho, ajudando os israelitas a escaparem do Egito pisando terra seca (Êxodo 14.21). O vento era também, símbolo freqüente do Espírito no Antigo Testamento (Ez 37.9, 10, e 14, por exemplo). Jesus também usou o vento para falar do Espírito (Jo 3.8). O ruído do vento indicava aos presentes que Deus estava para se manifestar, bem como seu Espírito, de uma forma especial. Aquele som era o de um vento que, trazendo poder, também falava do poder que lhes seria conferido conforme a promessa de Jesus em Atos 1.8, um poder para o serviço. Subitamente, apareceram línguas distribuídas como línguas. Alguma coisa que parecia uma porção de flamas se dividiu, e uma só língua, semelhante a uma labareda de fogo pousou sobre a cabeça de cada um, homens e mulheres. Na realidade, não havia fogo real, e ninguém se queimou. Mas o fogo e a luz eram símbolos comuns da presença divina, como no caso da sarça ardente (Ex. 3.2), e, também, na aparição do Senhor em fogo no Monte Sinai depois que o povo de Israel aceitou o Antigo Pacto (Êxodo 19.18). Alguns supõe que essas línguas constituíam um batismo de fogo purificador. Entretanto, os corações e as mentes dos 120 estavam já abertos à ressurreição de Cristo, já purificados, já cheios de louvor e alegria (Lc 24.52, 53), já responsivos à Palavra inspirada pelo Espírito (At 1.16), já unânimes. Mais do que purificação ou condenação, o fogo aqui significava a aceitação, por parte de Deus, do corpo da Igreja como o templos do Espírito (I Co 6.19). Assim, a Bíblia deixa claro que a Igreja já existia antes do batismo pentecostal. Hebreus 9.15, 17 mostra que foi a morte de Cristo que pôs em vigor o Novo Pacto. Desde o dia da ressurreição, quando Jesus assopro sobre os discípulos, a Igreja estava constituída como um Corpo da nova aliança. É importante notar que estes sinais precederam o batismo pentecostal ou os dons do Espírito. Não faziam parte dele, nem foram repetidos em outras ocasiões quando o Espírito foi derramado, Pedro, por exemplo, identificou o enchimento dos crentes na casa de Cornélio com a promessa de Jesus de que seriam batizados no Espírito, qualificando-o como o mesmo dom (At 10.44-47; 11.17). Mas o vento e o fogo não estavam presentes.

Este derramamento ou batismo no Espírito haveria de ser uma das bênçãos mais distintivas da nova época. Tanto que o apóstolo Paulo pôde descrever a nova era iniciada como “o ministério do Espírito” (2 Co 3.8). è claro que isto não quer dizer que o Espírito Santo não existia antes. O Espírito Santo é Deus e, portanto, eterno. Também não quer dizer que ele estava inativo antes. No Tempo do Antigo Testamento, ele estava incessantemente ativo – na criação e na preservação do universo, na providência e na revelação, na regeneração de crentes, e na capacitação de pessoas especiais para tarefas especiais. Mesmo assim, alguns profetas predisseram que nos dias do Messias, Deus concederia uma difusão liberal do Espírito Santo, nova e diferente, bem como acessível a todos (como veremos). Neste sentido Isaías falou do dia em que o Espírito seria “derramado sobre nós lá do alto” (32.5). Em Isaías 44.3 Deus prometeu: “Derramarei água sobre o sedento, e torrentes sobre a terra seca, “derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade,e a minha benção sobre os teus descendentes”. A mesma forma, em uma passagem mais conhecida, Deus disse: “E acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda carne” (Jl 2.28). João Batista, o último profeta da ordem antiga, resumiu esta expectativa em seu dito conhecido, que creditou o derramamento do Espírito ao próprio Messias: “Eu vos tenho batizado com AGU; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo” (Mc 1.8).

CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO (2:4)

O que Jesus prometeu como batismo é descrito aqui como um enchimento, isto é, uma experiência plena, satisfatória. Alguns tentam fazer distinção entre ser batizado no Espírito Santo e ser cheio. Realmente a Bíblia usa uma variedade de termos. Era também um derramamento do Espírito como Joel profetizou (At 2.17, 18, 33); o recebimento (aceitação ativa) de um dom (At 2.38); uma descida sobre (At 8.16; 10.44; 11.15); derramamento do dom (At 10.45) e uma vinda sobre. Com esta variedade de termos é impossível supor que o batismo seja algo diferente da plenitude. Realmente, desde que o Espírito Santo é uma Pessoa, estamos falando acerca de uma experiência que estabelece uma relação. Cada termo expressa algum aspecto da experiência pentecostal, e nenhum é capaz isoladamente, de expressar todos os aspectos daquela experiência. É claro também, que desde que eles estavam todos juntos e unânimes, que quando At. 2:4 diz que todos ficaram cheios, significa que isso se deu com os 120. Entre algumas das igrejas sacramentais, muitos supõe que somente os 12 apóstolos ficaram cheios. Entretanto, foram faladas mais de doze línguas. Depois, quando Pedro falou a um grande grupo em Jerusalém, disse que dom semelhante descera sobre os gentios, “que também dera a nós, ao crermos no Senhor Jesus Cristo”. Isto sugere que o Espírito desceu do mesmo modo, não somente sobre os doze, mas ainda sobre os 120 e também sobre os 3.000 que creram no dia de Pentecoste. Evidentemente, a experiência era e é para todos. Isto, entretanto, era novidade. No Antigo Testamento somente indivíduos escolhidos ficavam cheios.

Fonte: “O Livro de Atos – Stanley M. Horton

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