SÁBADO
OU DOMINGO?
Devido
a muitos fatores, constantemente nós que não somos sabatistas sofremos deles
concernente ao domingo. Eles dizem que nós guardamos erradamente o domingo.
Segundo eles, a guarda do domingo é o selo da besta de apocalipse, baseado na
interpretação de Ap 13.16 –18; 14.9-12.
O primeiro a perceber esta relação foi o sabatista José Bates. Há um
mal-entendido nesta questão. Nós não guardamos o domingo, pois não temos nenhum
texto no Novo Testamento que nos obrigue a tal atitude, e nem tão pouco ele é
um mandamento. Então nos parece que estas considerações que são feitas com
relação ao domingo não tem nenhuma validade, pois nunca a igreja evangélica
publicou isso como se fosse um dogma.
Talvez estas acusações sejam feitas a um grupo de cristãos não sabatistas,
mas que defendem a idéia da observância do domingo em lugar do sábado na nova
aliança. Mesmo reconhecendo esta idéia por parte deste grupo de cristãos,
podemos afirmar que tais pessoas não guardam o domingo a semelhança que que os
judeus guardavam o sábado na antiga aliança. Existem alguns textos considerados
como clássicos, que são usados por este grupo não sabatistas, para afirmarem a
observância do domingo em lugar do sábado. Os textos são: At 20.1-7; I Co
16.1,2; Ap 1.10. Além destes, os que falam sobre a ressurreição de Cristo são
usados como argumentos em favor desta substituição. Analisando estes textos à
luz à luz de seus contextos, verificaremos que a igreja nunca criou a guarda do
domingo em lugar do sábado. Estes textos dão indício de que a igreja se reunia
no domingo. Mas nenhum deles afirma que o dia do Senhor fora mudado. Comecemos com Atos 20. O texto nos fala que,
após Paulo sair de um tumulto incitado por um ourives chamada Demétrio,
despediu-se dos discípulos e partiu para a Macedônia (At 20.1). Depois foi até
a Grécia onde passou três meses (At 20.2) e voltou para a Macedônia. Depois dos
dias dos pães asmos, ele foi de Filipos para Troas (At 20.6). No primeiro dia
da semana, o domingo, eles se reuniram para partir o pão. O partir do pão, no
livro de atos e em todo o novo testamento, tem o significado da celebração da
santa ceia (At 2.42,46; 20.7; I Co 10.16; 11.24). Com certeza eles creram, pois
o partir o pão era designativo para a santa ceia. O verbo traduzido para nossa
língua: “falando com eles”, ou “exortava-os”, no grego é o imperfeito “dielegeto” (dielegueto),
que é originalmente traduzido como ensinar, instruir. Não podemos negar de
maneira nenhuma que era um culto, pois este verbo é usado em outros textos para
expor a idéia de ministração em cultos (At 17.2). A problemática deste texto é
saber se esta reunião era comum, ou foi uma necessidade que surgiu, pois Paulo
estava partindo no outro dia (At 20.7). Acreditando na realização permanente
deste culto nos domingos, temos um grande indício de que a igreja primitiva
celebrava seus culto neste dia. Porém, os que não acreditarem assim, deverão
perceber que temos mais textos da igreja se reunindo nos primeiros dias da
semana do que tendo a sua reunião aos sábados, ou melhor, não temos nenhum
texto, em todo o novo testamento que indique o povo de Deus do Novo Testamento
se reunindo nos sábados. O mesmo problema é apresentado em I Co 16.1,2. Paulo
solicita que a igreja em Corinto providencie uma coleta como foi ordenado às
igrejas da Galácia. Paulo indica o primeiro dia para a igreja executar esta
tarefa, mas no verso 2, como apresenta o texto, percebemos que ele dá a
indicação que esta coleta seja feita no primeiro dia para que os coríntios não
fizessem quando ele fosse tem com eles. Por mais uma vez não sabemos se a
igreja se reuniu no primeiro dia para realizar meramente esta coleta, ou se
este dia era o dia constante da reunião deles. Voltamos mais uma vez a dizer,
mesmo que este texto não indique uma constante reunião no primeiro dia da
semana, o domingo, temos pelos menos alguma indicação de que algum culto fora
realizado neste dia, em contraste com nenhuma citação de culto realizado no sábado.
Por fim temos o texto de apocalipse 1.10. João estava exilado na ilha de Patmos
por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus (Ap 1.9). Dize-nos o
texto que João estava em espírito no dia do Senhor. A expresão “dia do Senhor”
é muito usada em toda a escritura (Is 2.12; Jr 46.10; Ez 30.3; Jl 1.15; 2.11;
Am 5.18; Zc 14.1; Fl 1.16; Ts 5.2; II Pe 3.10; Ap 1.10), porém em Ap 1.10, ela
tem uma forma diferente de apresentação. Enquanto que nos outros textos a forma
grega é “huera
kurio” (rêmera kyriu),
literalmente, dia do Senhor; a frase de Ap 1.10 é colocada no sentido adjetivo “kuriakh nuera” (kiriakê
rêmera), que indica uma atribuição. Nesta frase temos uma atribuição deste dia
ao Senhor. Esta palavra era usada naquela época para designar algo que
pertencia ao imperador. Por exemplo, existia o dia de Augusto “seBasth nuera” (sebastê
rêmera), que era o primeiro dia da cada mês e esta estrutura atributiva era
usada. Pela estrutura ser comum na época, Dr Champlin acredita que este termo
de apocalipse fora utilizado por empréstimo lingüístico para indicar o domingo
como pertencente ao Senhor. A implicação deste termo nos escritos imediatamente
posteriores ao apocalipse pode ser visto em alguns escritos da igreja primitiva
como Didaquê 14 e em Inácio Magno 9, onde há a apresentação do domingo domo o dia
do Senhor. Além destes, temos muitos outros escritos primitivos que contém
informações de que a igreja se reunia no dia do Senhor, o domingo.