quinta-feira, 27 de maio de 2010

ESPERANDO CONTRA A ESPERANÇA – Lição 9

Esse é sem dúvida um dos assuntos que podemos dizer estar presente em quase todos os textos da Bíblia, porque o alvo principal das Escrituras é levar a verdadeira esperança a todos os homens. O apóstolo Pedro escreveu: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos" I Pe !.3.

A esperança tem o seu fundamento firme somente no Eterno e Soberano Deus, e é baseado nisso que Pedro nos diz que Ele nos proporciona uma viva esperança, pois procede de uma fé sincera no poder de Deus "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam..." Hb 11.1. A esperança edificada nos fundamentos da Palavra do Senhor nos faz olhar para o futuro crendo nas infinitas possibilidades de Deus, não levando em conta quaisquer circunstâncias existenciais que se apresentem para contrariar as promessas de Deus. A verdadeira esperança nunca "abre mão" da fidelidade de Deus, o patriarca Jó mesmo se encontrando numa situação de extrema adversidade e dor, na qual por mais que ele se esforçasse para encontrar respostas para justificar tal calamidade, permanecia sem entender, porém, nem assim "abriu mão" da esperança, pois disse "Ainda que Ele me mate Nele esperarei...Jó 13.15. E ainda mais adiante Jó nos revela o fundamento da sua esperança "Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. Jó 19.25, e assim observamos que Jó possuia uma esperança indestrutível, pois nem mesmo a morte poderia arrancá-la do seu coração assim como acontece com os pecadores, os quais não possuem uma verdadeira esperança, conforme o dito mundano "A esperança é a última que morre", e é verdade a esperança do incrédulo morre junto com ele, em Pv.11.7 está escrito " Morrendo o homem perverso perece sua esperança, e acaba-se a expectação de riquezas". Deus proporciona ao seu povo uma esperança Inabalável, e por isso nunca desistem, não murmuram, não permitem que suas forças esmoreçam, porque "...os que esperam no SENHOR renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão". Is.40.31, um pouco de conhecimento sobre os processos existenciais da Águia nos darão um amplo entendimento sobre a profundidade e extensão da esperança naquele que é fiel e tem poder para realizar tudo que promete.

CRENDO CONTRA A ESPERANÇA

Aparentemente essa expressão parece um tanto paradoxal, pois diríamos quem crer é porque tem esperança, todavia, se pensarmos em esperança relacionada ao ato de esperar em coisas puramente terrenas, limitadas e incertas, entendemos que essa esperança é tão limitada quanto seus fundamentos, e por isso que alguns pessoas muitas vezes chegam a infeliz conclusão, chega!, desisto! Já não existe mais esperança. Essa Esperança se desenvolve no plano horizontal e sempre circunstancial, efêmera e limitada. Todavia a Esperança que temos enfatizado até o momento é que denominamos de Esperança Vertical, porque o seu alvo é o Deus dos céus que está acima de tudo e todos. A esperança horizontal na maioria das tem se constituído num sentido que procura ofuscar e destruir a esperança vertical. Foi nessa perspectiva que o apóstolo Paulo escrevendo aos romanos disse que Abrão "Creu contra a Esperança", lendo os textos é fácil compreender o porque dessa figura de linguagem. "O qual, em esperança, creu contra a esperança, tanto que ele tornou-se pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência. E não enfraquecendo na fé, não atentou para o seu próprio corpo já amortecido, pois era já de quase cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus, E estando certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer." (Romanos 4.18-21). Deus havia feito uma promessa grandiosa a Abraão, prometendo-lhe que dele levantaria uma grande nação, para era preciso que primeiramente Abraão e sua esposa Sara gerassem filhos, pois para que isso aconteça existem alguns fatores biológicos que são imprescindíveis. A medida que os anos iam passando parecia que a promessa ai ficando cada vez mais distante, pois a esperança horizontal começava a colocar obstáculos, até que um dia ela disse não, não tem existem mais possibilidades para que isso possa acontecer, porque a idade avançada de Abraão e Sara era uma evidência muito forte para destruir a esperança horizontal "Por isso também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar." (Romanos 11.12). Mas exatamente nesse de extrema contradição que a esperança vertical prevaleceu e creu contra a esperança horizontal. Quando todas as possibilidades terrenas foram esgotadas muitas vozes falaram para que Abraão abdicasse da esperança, mas mesmo experimentando algumas angustias e crises existenciais, demonstrando pouca força em alguns momentos ele continuou crendo, se auto-superou e colocou o seu nome na Galeria dos heróis da fé (Hebreus 11), tornando-se o Pai da fé. Crer contra a esperança é deixar de olhar para baixo, para lados e começar olhar somente cima, no momento de angustia do patriarca o Deus da providência aparece para ele e diz "Então o levou fora, e disse: Olha agora para os céus, e conta as estrelas..." (Gênesis. 15.5). Quando utilizamos a esperança vertical, olhando para cima, para Jesus que o autor e consumador da nossa fé, nós aniquilamos a esperança a esperança horizontal, a esperança deste mundo que se opõe a nossa fé. Somente assim estaremos crendo contra a esperança.

O PROFETA JEREMIAS TAMBÉM CREU CONTRA A ESPERANÇA

O livro de Jeremias começa com Deus agindo para reanimar as esperanças do profeta, pois diante de um quadro tão caótico, no qual Jeremias via a sua nação caminhando para a destruição por causa da rebeldia à Palavra do Senhor. Talvez o profeta já estava se inclinando a pensar que aquele povo teria atingido o limite da paciência de Deus, assim como fizeram os homens de Sodoma e Gomorra e consequentemente trazendo sobre si a condenação definitiva. Todavia, é neste contexto de frustração e angustia que Deus aparece a Jeremias para entregar-lhe uma difícil missão e renovar-lhe esperança concernente as promessas que Ele mesmo tinha feito aos patriarcas, as quais para Jeremias pareciam estar muito distantes. Deus se apropria de uma metáfora a "vara de amendoiera" conforme Jeremias 1.11 "Ainda veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Que é que vês, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira." . Assim Ele estava relembrando a Jeremias que a nação haveria de florescer assim como floresceu a varão de Arão, "Sucedeu, pois, que no dia seguinte Moisés entrou na tenda do testemunho, e eis que a vara de Arão, pela casa de Levi, florescia; porque produzira flores e brotara renovos e dera amêndoas. (Números 17.8). Mais interessante ainda é sabermos que a Amendoeira durante o inverno passa por um processo chamado "sono hibernal", isto é, ela dorme durante o inverno, fica sem produzir frutos, com um aspecto não muito agradável, todavia ela é a primeira arvore a despertar e aparecer na primavera. E é por isso que depois que Jeremias disse estar vendo uma árvore de amendoeira, Deus lhe respondeu "Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la." Entendo que o Senhor estava dizendo que muitas vezes as circunstâncias parecem contribuir para colocar suas promessas no esquecimento, mas Jeremias não devia se deixar abater pelo quadro adverso, porque para quem sabe o que acontece para a amendoeira poderá ignorá-la quando ela estiver passando pelo sono hibernal, pensando que chegou fim e a mesma não florescerá mais. Deus fala para que Jeremias pudesse crer contra as evidências naturais, e isto é crer contra a esperança. Porque assim como acontece com a Amendoiera, diz o Senhor a Jeremias que ninguém poderá frustrar as suas promessas, ainda que os seus projetos fossem interrompidos por algum tempo, por causa da desobediência daquela geração, Ele iria fazer a aquela sair daquela da frieza e do sono espiritual, e não só isso, Ele a faria também florescer, porque as promessas dele não falham, e era necessário que a esperança do profeta estivesse fundamentada nesse aspecto do caráter de Deus.

sábado, 22 de maio de 2010

O PODER DA VERDADEIRA PROFECIA - Lição 8

As principais questões que afluem desse tema estão diretamente relacionadas com a palavra "PODER". A profecia de origem divina tem um poder irresistível e inquestionável, pois, conforme está escrito em Jr 43.13 "...agindo eu, quem impedirá?". A verdadeira profecia é fundamental como componente de sustentação e edificação da igreja do Senhor, sem a qual o povo de Deus perde todos os referenciais que conduzem a uma eternidade com Deus. A palavra profética é fiel e digna de toda aceitação (I Tm 4.9), porque por meio dela somos orientados sobre o projeto de Deus para as nossas vidas, para nos tornarmos habilitados à fazer a vontade do Senhor, mesmo que nos conside remos um tanto limitados para isso, obteremos força, segurança e certa de êxito, atentando a profecia do Senhor. O que Deus eterno fala é irrevogável "passarão os céus e a terra, porém minhas palavras permanecerão". O poder de influência da ação profética é tão impactante na vida das pessoas, que muitos têm procurado manipulá-la para tirar vantagens pessoais, que podem ser as mais diversas, tais como: destaque pessoal, riquezas materiais, manter pessoas sob o seu domínio, etc.

COMO DISTINGUIR A VERDADEIRA DA FALSA PROFECIA?

A primeira coisa que precisamos fazer é nos esforçarmos para vivermos como cristãos verdadeiros, isto é, viver uma vida de obediência e submissão aos ensinamentos da fé cristã que nos habilitam para sermos discípulos do Senhor Jesus, apresentando diariamente uma conduta humilde, disposição para amar o próximo e capacidade de renuncia. Essas virtudes e muitas outras que são pré-requisitos básicos da fé cristã determinam o nosso caráter, pois revelam a nossa semelhança com nosso divino pastor, demonstrando assim que somos suas ovelhas. Quando temos uma experiência de intimidade com o Senhor, somos conhecedores da sua fala "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem" João 10.27. Quando alguém dar ouvidos a vozes dos falsos profetas é porque talvez tenha se afastado um pouco do aprisco (o curral das ovelhas), e esqueceu o timbre das voz do pastor. As vezes colocamos toda culpa no falso profeta por termos enveredado por um caminho errado, porém, nem sempre as coisas são assim, pois na verdade o conselho errado foi apenas um pretexto para seguirmos uma tendência do nosso próprio coração.

Em segundo lugar temos que estar conscientes que a bíblia é a suprema palavra profética que foi dada a igreja, quando investimos tempo para estudá-la com o propósito de conhecermos o coração de Deus, descobrimos grandes verdades que estão encobertas para incrédulos, conforme nos diz o apóstolo Paulo "Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus." (I Co 1.9,10).

O conhecimento espiritual é o resultado de um processo marcado pela busca e persistência, do contrário estaremos agindo semelhante adeptos do Gnosticismo que ensinavam que o conhecimento espiritual acontecia por meio de uma iluminação especial, mágica e instantânea, isto é, uma experiência totalmente mística. Tem muitos crentes experimentando uma existência de fracassos porque tem negligenciado para com o conhecimento da palavra profética, a bíblia. Está escrito " Não havendo profecia, o povo perece; porém o que guarda a lei, esse é bem-aventurado." (Pv. 29.18). No nosso caso poderá até existir uma carência de profetas, porém nunca faltará a profecia, pois ela está diante de nós,em nossas mãos e em nossos corações, porém muitos de nós estão desprezando a verdadeira profecia, e por isso estão dão ouvidos a lobos devoradores, que estão somente querendo extrair a gordura das ovelhas. Esse patamar de corrupção e confusão doutrinária que tem se instalado nos dias atuais, deve-se a esse abandono da leitura e estudo da bíblia, "O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos." Não nos esqueçamos a ausência do estudo bíblico sistemático é um campo muito fértil para o nascimento das heresias e a promoção de falsos profetas.

O TEXTO ABAIXO É UMA COMPILAÇÃO (O que está por trás do G-12, Pr. Paulo Cesar Lima)

O PERFIL DE FALSO PROFETA

À luz das escrituras, um falso pregador tem sempre no seu perfil algumas características bem sistemáticas. Mas a Bíblia aponta como defeito principal do falso profeta o interesse pessoal (Jo 10. 10,12,13). Aliás, há pelos três tendências bem acentuadas na vida de um falso arauto:

PREGA POR GANÂNCIA. Ele transforma o Evangelho de Jesus em objeto de liquidação. Vende as pessoas um lugar no céu; não tem nenhum escrúpulo de cobrar quantias vultuosas por uma oração de libertação e cura. Praticam a simonia da forma mais gritante e escandalosa possível, e negociam os carismas de Deus para auferirem lucro financeiro. De acordo com o apóstolo Paulo, os que assim agem se tornam inimigos da cruz de Cristo, porquanto o seu Deus é o ventre, e sua glória a vergonha (Fp 3.18,19).

PREGA POR PRESTÍGIO. Porque visa apenas a projeção pessoal, o estrelato e a publicidade, não se importando em dar glória a Deus em tudo. Não se preocupar em beneficiar os seus ouvintes, mas, sim, com o que pode tirar de vantagem de cada um deles. Geralmente, não se importa com ninguém, a não ser consigo mesmo. Instrumentaliza a Palavra de Deus para proveito pessoal, roubando todos os méritos de Deus para si próprio.

PREGA PARA TRANSMITIR AS PRÓPRIAS IDÉIAS. Não se coloca na presença de Deus apenas como porta-voz de sua mensagem, deixando-a fluir como Palavra de Deus para o coração humano. Mas faz questão de se colocar como co-autor dessa mensagem. Aliás, todo falso pregador começa difundindo as suas próprias idéias a partir do que ele chama de uma "nova" revelação(visão) de Deus. A maioria das seitas e religiões falsas existentes usa dessa mesma estratégia para conseguir adeptos. Começam por uma visão que alguém diz ter recebido de Deus ou de um anjo, e depois saem apregoando o ocorrido pelos quatro quantos. Dái para frente, o que o que era até então apenas uma "experiência" fictícia, passa a ser a verdade de todo. (Pr. Paulo Cesar Lima)

CONCLUSÃO:

Quando o apóstolo Pedro afirmou que nenhuma profecia é produzida por vontade de homem algum "Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" (2 Pe 1.21), Pedro está se referindo a profecia verdadeira, a qual em tempo nenhum dependeu do querer humano. Porém, isso não tem sido considerado por muitos que vivem no meio evangélico com o propósito de conquistarem o "status de profeta". Existem pessoas que tudo que falam ou fazem procuram autenticar com a afirmação de que o "Senhor falou", devemos estar conscientes que Deus nem sempre fala quando nós afirmamos estar falando por Ele, por isso requer-se muito cuidado para não estarmos usando o Santo do Nome do Senhor em vão, porque em êxodo cap. 20 diz que ele não considerará tal inocente. O nosso profeta em foco, Jeremias vivenciou de perto essa experiência e não vacilou em denunciar os falsos profetas que estavam atuando em Israel (Jr 27. 1-22; 28.1-17). Aparentemente os profetas institucionais da época de Jeremias pareciam produzir uma profecia politicamente e históricamente correta, pois o povo precisava ser motivado para reagir aos inimigos, no fato de que o Deus que operou no passado também operaria no presente. Todavia, não era essa a profecia para o momento, eles estavam produzindo uma profecia para legitimar os seus interesses, por isso, é preciso julgar a profecia em todo plano das Escrituras. Para nos deixarmos seduzir por esses falsos profetas precisamos conservar uma visão biblicamente correta, segundo a vontade de Deus e não conforme a soberba dos homens.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

ASSEMBLÉIA DE DEUS OBTEVE UMA VITÓRIA EM CRISTO COM A SAÍDA DO PR. SILAS MALAFAIA?

Confesso que não me interesso muito por esses conflitos, porém, entendo que é importante que todas as pessoas tenham oportunidade de expressarem os seus sentimentos sobre tudo que acontece no seu universo. Tendo em mente a notícia que mais circulou nos últimos dias no meio evangélico-assembleiano, que foi a renuncia do Pr. Silas Malafaia do cargo de vice-presidente da CGADB, como também o desligamento da igreja que ele preside. Resolvi dar uma passada em alguns blogs para tomar conhecimento de algumas opiniões sobre o assunto, vale salientar, que encontrei postagens bastante interessantes, claro que digo disso a partir da uma perspectiva de um assembleiano-moderado.

Uma das postagens que li se destaca pela criatividade, pois, o autor apropriou-se de uma expressão que o Pastor Silas adotou como lema do seu ministério e agora também como nome da igreja "vitória em Cristo", para expressar objetivamente o seu pensamento sobre o fato. Nessa postagem o autor afirma que a Assembléia de Deus no Brasil, por meio de providência divina, obteve uma "vitória em Cristo" com saída do Silas Malafaia, pois isto significa uma vitória sobre a inconsistente Teologia da Prosperidade. Concordo parcialmente com a tese, pois não estamos livres da influência dessa teologia, não nos esqueçamos que a Bíblia de Dake contínua sendo divulgada e distribuída para os assembleianos de todo o Brasil. Eu gostaria que alguém me respondesse a seguinte questão: Quem contribuiu mais para divulgar a teologia da prosperidade nas Assembléias de Deus, Silas Malafaia ou a Bíblia de Dake (CPAD)? Olhando por essa perspectiva creio que a proclamada "vitória em Cristo" não foi completa, necessitamos pedir mais providência divina, porque a contradição permanece, as influências do Murdok e do Cerulo vão continuar mesmo sem presença do Silas Malafaia. Apesar de tantos protestos a venda da Bíblia Dake continua, porque foram priorizadas questões financeiras, será que ao fazer isso não estamos nos igualando aos profetas da prosperidade que só pensam em dinheiro?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O CUIDADO COM AS OVELHAS – Lição 7












No mundo atual temos observado que os falsos pastores têm se multiplicado de forma vergonhosa, de tal maneira a promover um certo desconforto para aqueles que foram chamados por Deus para exercer esse ofício. Porém, está situação não é nova para aqueles que lidam e conhecem a fundo a Escrituras Sagradas, pois, em tempos muito remotos na história do povo de Deus essa infeliz realidade já foi vivenciada. No texto da lição em apreço no livro de Jeremias cap. 23.1,2 diz: " Aí de vós pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor. Portanto, assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: vós dispersastes as minhas ovelhas; e as afugentastes, e não as visitastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor". Os pastores de Judá haviam se revelado como verdadeiros mercenários, agindo de maneira totalmente indiferente para com a responsabilidade que tinha sido colocada em suas mãos, isto é, como pastores e líderes espirituais negligenciaram em ministrar os devidos cuidados sobre o rebanho que estava sobre os seus cuidados, e por causa disso promoveram prejuízos incalculáveis para o povo do Senhor. Tais lideranças cometem uma grande loucura que lhes custará muito caro, pois não ficarão impunes, o Senhor lhes visitará para dar-lhes a retribuição de suas maldades.

- EXISTEM GRANDES SEMELHANÇAS ENTRE OS DIAS DE JEREMIAS E OS NOSSOS

Quando a reforma religiosa de Josias começou, Jeremias , que tinha estado profetizando por aproximadamente cinco anos, cooperou com ela, Mas então, começou a ver que, em essência, nada se modificava na vida espiritual da nação. Por decreto, Josias pôde eliminar os ídolos da terra, mas não pôde eliminá-los do coração do povo. Sabemos que o reavivamento foi apenas um movimento popular temporário em virtude do que aconteceu quando o rei Josias morreu e seu filho Jeocaz assumiu o trono. O rei novo levou o povo de volta ao pecado anterior, e o povo o seguiu alegremente. Isso explica por que Jeremias foi maltratado durante tantos anos e por que a sua mensagem foi rejeitada: ele compreendeu a falsa religião dos seus dias e ousou proclamar a verdade, apesar de isso significar solidão, perseguição e martírio. Para os profetas e sacerdotes, ele era herege; para os políticos e o povo, traidor. A maioria do povo de Judá aderiu à corrente religiosa, mas Jeremias seguiu outra direção.

A religião ortodoxa da época de Jeremias era incrivelmente parecida com o cristianismo ortodoxo dos nossos dias. Em primeiro lugar, o que o povo dizia acreditar fazia pouca ou nenhuma diferença quanto o modo de viver. Tinham a forma popular de piedade (reputação), mas nessa piedade não havia poder moral ou espiritual (caráter). A religião prosperava enquanto o pecado da nação se intensificava e o julgamento de Deus amadurecia. Uma outra característica da religião de Jeremias com a de hoje, é que naquele momento a religião era um "grande negócio" e o ministério do templo estava prosperando. Os sacerdotes e falsos profetas comercializavam a popularidade da religião que dava às pessoas experiência suficiente para torná-las felizes, mas não torná-las consagradas. Uma outra semelhança se refere ao fato dos líderes religiosos serem homens gananciosos que usavam a religião para obterem lucros pessoais. Gabavam-se da sua prosperidade e da prosperidade do templo e da nação. Afinal, não eram eles o povo escolhido de Deus, e sua riqueza não era prova de sua fidelidade e benção divina? Jeremias diz: "Porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à ganância, e tanto o profeta como o sacerdote usam de falsidade" (Jr 6.13 e 8.10). "Mas os teus olhos e o teu coração não atentam senão para sua ganância" (22.17).

- EXISTEM PASTORES QUE FAZEM MUITAS COISAS EXCETO CUIDAR DAS OVELHAS

O Pr. Ricardo Gondim no seu livro "Fim de Milênio: Os Perigos e Desafios da pós-modernidade na Igreja" nos proporciona um texto muito rico sobre as situações nas quais muitos pastores têm perdido o foco da missão. Segue o texto com algumas adaptações:

- O Risco da profissionalização

Muitos pastores têm permitido que o mercado defina suas funções ministeriais. Como igreja, para sobreviver, necessita entender o mercado, o grande risco que ronda o pastor é o de também se entender com um "businessman". Já que a sociedade lhe menospreza como homem religioso, ele passa a buscar sua afirmação como um astuto agente de marketing. Esses líderes incorporam mais a figura do executivo do que a postura de pastor. Necessitam de salários astronômicos para manterem um status social elevado. No Brasil existem casos de mega-pastores que andam com guardas-costas armados, pois temem serem seqüestrados, como qualquer empresário. Aqueles que agem assim passam a crer que o desempenho é mais importante que o seu caráter e que a encenação sob os holofotes do palco vale mais do que seus posicionamentos diante de Deus. Isso gera pastores confiantes em si quando deveriam estar chorando e clamando por misericórdia.

- O Risco de se Tornar Construtor de monumentos

Alguns pastores acham que no dia que pastorearem uma igreja que tenha o maior "templo do mundo" alcançarão a respeitabilidade que carecem. Depois de sacrificar os crentes, para que contribuam pesadamente para a construção de um "elefante branco" alguns pastores caem na real de que construíram exatamente isso, um "elefante branco". Isso provoca um desprezo da sociedade. O homem secular não compreende como uma construção caríssima daquelas passa dias e dias fechada sem qualquer uso comunitário. Ele vê os pastores investindo muito dinheiro em mármore e não entendem porque as igrejas não gastam em benefício do povo.

- O Risco da política Eclesiástica

Alguns pastores, vendo-se desprezíveis pela sociedade, voltam-se para o pequeno mundo eclesiástico que participam. Lá, sentem-se importantes, recebem tapinhas nos ombros, disfarçam o sentimento reprimido de rejeição. Assim, transformam a igreja numa arena política em que os cargos, as eleições e a respeitabilidade de suas nomeações farão dele o homem público que poderia ter sido no mundo secular. Cada disputa política se reveste dos mesmos contornos que eleições mundanas. Cooptação de votos, clientelismo, discursos oportunistas, tudo igual. Em algumas denominações, pastores e presbíteros são consagrados às pressas para garantir a eleição. Em outras, existem truques diversos. No final de todas as tramóias tentam legitimar suas atitudes usando o Santo nome do Senhor em vão, ao afirmarem: "essa é a vontade do Senhor". Quão desastroso é esse recurso político. Os pastores, perdem toda a sintônia com as necessidades e com o pulsar da comunidade; ganham cargos e se firmam como uma elite política mas perdem a unção na palavra. Recebem aplausos humanos, porém consternam o olhar de Deus. Embriagados pela exuberância de suas próprias palavras, crêem ser vitais para o reino de Deus, não percebendo que a própria igreja lhes rejeita.

O texto do Pr. Ricardo Gondim é muito apropriado para o tema em pauta, pois, de forma muito objetiva apresenta uma realidade que já vem se configurando em nosso pais por vários anos. Estamos perdendo a referência dos pastores que priorizavam em seus ministérios, as necessidades de suas ovelhas, que não permitiam a dispersão das ovelhas e ainda que uma ovelha se desgarrasse ele deixava tudo que estiva fazendo para ir em busca da ovelha desgarrada, pois a essência do ofício pastoral era cuidar da ovelha. Pastores com essa perspectiva ministerial são uma minoria diante da multidão daqueles que estão priorizando imagem pessoal, status eclesiástico, poder econômico, poder eclesiástico e outras coisas do mundo secular. Alguns dias passados ouvi de Pastor que verdadeiramente cuida das ovelhas, dizer: "Para que eu quero o uma igreja com 5 mil membros, se eu não posso visitar mil". As nossas igrejas estão cheias de pessoas que são membros a vários anos e nunca receberam a visita do pastor, porque na verdade eles não tem pastor, tem um empresário, um empreendedor, o qual esses membros tem que se contentar em vê-lo pela televisão ou ouvi-lo pelo rádio, pois, o pastor "papa evangélico" é inacessível. As ovelhas estão se dispersando, porém, muitos desses pastores presunçosos não estão nem aí, porque dizem eles "sai um, chega dez", "saiu do nosso meio, porque não era um dos nossos", é dessa forma que demonstram o cuidado pelas ovelhas.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O CULTO NO ANTIGO TESTAMENTO

Não se pode falar de antigo testamento sem falar no povo de Israel. O povo de Israel adorava ao Senhor de muitas maneiras e de várias formas, dependendo das diversas circunstancias passadas pelo povo. Neste ínterim, é necessária a observação de que os rituais de culto estavam presentes na vida deles e causavam impactos profundos. Porém cabem algumas breves considerações antes da formação do povo.

O CULTO ANTES DA LEI

Antes da formação do povo de Israel e da entrega da lei, já se tinham formas de adoração. Nas escrituras sagradas, a primeira menção efetivamente feita sobre um culto no antigo testamento é a de Gn: 4. 2 – 7. Não se sabe o tempo nem o local em que fora ofertado o culto, porém sabe-se claramente que o de Caim foi rejeitada e a de Abel aceito. Neste primeiro relato bíblico acerca de um ato efetivo de adoração, encontramos Caim trazendo uma oferta ao Senhor, fruto da terra, e Abel trazendo dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura (Gn: 4. 3, 4). Diz a Bíblia que a oferta de Abel foi vista por Deus, pois ele deu o melhor. Sobre esse episódio, o Dr. Russell Shedd comenta que a oferta de Abel agradou mais do que a de Caim, não porque tivesse cumprido as exigências materiais, mas porque o coração de Abel estava em harmonia com o coração de Deus. (SHEDD, 2001, p.46) Esta é uma indicação primitiva no texto bíblico que aponta para a necessidade de que o adorador adore em espírito e verdade.As escrituras não fazem nenhuma menção de como fora a liturgia deste culto: não é registrado se eles oraram, se cantaram, ou se falaram alguma palavra, mas, o mais importante está registrado: a atitude divina diante deste culto. Não se tem também nenhum registro de algum sacrifício antes deste episódio e desconhece-se tal atitude nesta época.

Há uma ligeira afirmação de que os sacrifícios passaram a ser a principal forma de adoração posteriormente a este episódio. Todas as citações de culto durante a vida dos patriarcas foram destacadas pela realização dos sacrifícios. Os patriarcas erigiram altares (Gn: 8.20; 12.7,8; 13.18; 26.25; 33.20; 35.1; 17.15), e consideravam também árvores e poços com sagrados. (Gn: 12.6; 35.4; 16.14; Dt: 11.30; Js: 24.26).

Apesar dos altares, não se tem menção da existência de sacerdotes formais no tempo dos patriarcas. Porém, tem-se registrado, um encontro de Abraão com um notável sacerdote misterioso: Melquisedeque. Alguns eruditos especulam que ele era um rei cananeu, procedente de Salém (Gn: 14.17 – 20). Neste encontro, em vez de se levantar um altar ou de oferecer um sacrifício de animais, Abraão lhe ofereceu o dízimo de tudo. Melquisedeque é o primeiro sacerdote mencionado nas escrituras. Haveria outros sacerdotes nesta época? Não se pode responder esta pergunta, mas este ministério era exercido pelos próprios patriarcas, pois eles mesmos ofereciam os sacrifícios.

O CULTO DEPOIS DA LEI

Moisés inaugurou uma nova etapa nas práticas de cultos dos primeiros servos de Deus. Começou quando ele conduziu o povo de Israel para fora do Egito, e se estendeu até a era dos juízes. Durante os tempos dos juízes, o povo de Deus ainda adorava em tendas e em tabernáculo. Somente quando Davi foi coroado rei, que se fizeram planos pára a construção de um templo. Houve uma série de atividades acrescentadas nesta nova etapa. Quando Deus entregou os Dez Mandamentos a Moisés, deixou bem claro o seguinte:

Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem. (Êxodo 20.3-5)

Neste texto encontramos as palavras encurvarás e servirás, as quais significam atitude de culto. O serviço como culto, traduzido do grego, significa serviço sacerdotal. Serviço também pode ser tradução de “latreia”, encontrado no texto de Mateus 4.10, quando Jesus rebate a Satanás, dizendo: “...Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele servirás”. Neste texto, o servirás vem de “latreuseis”, enquanto que o adorarás vem de “proskuneseis”, que é também uma palavra grega com significado de culto. Começa assim a descrição de uma série de outras ordens para a realização do culto pós-lei.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A SOBERANIA E A AUTORIDADE DE DEUS –Lição 6


INTRODUÇÃO

Este tema se apresenta para a igreja da atualidade como um alerta as consciências de cada um e ao mesmo tempo uma reivindicação para que doutrina da soberania de Deus seja considerada e praticada pelo povo Deus. Vivemos num mundo em que muitos confessam que Deus é Senhor, porém vivem de forma autônoma e indiferente ao querer de Deus para suas vidas. Situação muita semelhante com aquela que ocorria nos dias do Profeta Jeremias. Para relembrar a nação acerca da sua soberania, Deus manda que profeta Jeremias faça uma visita às instalações onde os artesãos produziam diversos artefatos de barro, pois, o Senhor vai utilizar aquele processo de produção para reforçar algumas verdades alusivas ao seu soberano poder. Jeremias desce a casa do Oleiro (Cap. 18) e lá chegando observa que o oleiro estava fazendo um vaso, porém, o vaso quebrou-se em suas mãos, todavia, ele o refez novamente, porém, de uma forma diferente. Essa situação nos proporciona diversas lições: 1) somos todos vasos nas mãos do oleiro, estamos em continuo processo de modelagem. Deus está trabalhando diariamente em nossas vidas com o propósito de moldar o nosso caráter à semelhança do caráter de Jesus Cristo; 2) O barro precisa se acomodar as formas propostas pelas mãos do oleiro para que ele obtenha o resultado desejado. Isso fala da necessidade de vivermos uma vida de total submissão a vontade do Senhor, permitindo que Ele cumpra em nós o seu plano de salvação, a falta de profunda dedicação a Deus, de nossa parte pode frustrar o seu propósito original para a nossa vida. (Jr 18.10). 3) Deus é soberano e tem autoridade sobre a sua obra, se o vaso se quebrar Ele pode fazer um outro da maneira que lhe parecer melhor, conforme a sua infinita sabedoria. Nesse ponto também aprendemos que na sua soberania Deus age para manifestar a sua misericórdia para conosco, pois, quando imaginamos que somos pessoas obcecadas e determinadas ao fracasso, ele nos mostra que é soberano para mudar a nossa história e nos transformar num vaso de honra, ainda que estejamos aos cacos, o Senhor junta os pedaços e faz um vaso novo, e isso significa uma vida conforme os seus sublimes propósitos.

A DOUTRINA DA SOBERANIA DE DEUS

A Soberania e sua relação com os Atributos de Deus.

O nome majestoso de Deus dado a Moisés em Êxodo 3.14, EU SOU, revela que Ele está acima do tempo. O salmista exclamou: "...de eternidade a eternidade, tu és Deus" (Sl 90.2b). Sua existência, para expressá-la de uma perspectiva humana, é da eternidade passada à eternidade futura. O apóstolo João cita o Senhor "Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso" (Ap 1.8). As mesmas declarações de eternidade brotam da boca de Jesus em Apocalipse 22.13. O Deus eterno é o doador da vida eterna através de seu Filho Eterno: "Aquele que tem o Filho tem a vida..." I Jo 5.12).

A soberania de Deus é fundamentada pelos seus atributos, tais como Onisciência, Onipresença e Onipotência. O profeta Jeremias fala "Ah, Senhor Deus! Eis que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder e com o teu braço estendido, coisa alguma te é demasiadamente maravilhosa..." (Jr 32.17). A grandeza do poder do de Deus é vista nas obras por Ele criadas. Vastidão do universo confunde a nossa imaginação, e os reinos microscópico e submicroscópico são igualmente complexos. Se pensamos como o corpo hmano foi tremenda e maravilhosamente formado, ficamos atônitos diante do Deus Onipotente. Seu poder criativo é tanto incomensurável como imcompreensível. Mas, além além deste, fica o mundo eterno e invisível, "...porque as coisas que se veem são temporais, e as que se não veem (a realidade espiritual) são eternas" (2Co 4.18). A partir dessas reflexões podemos dizer que o poder de Deus é manifesto em seu governo soberano sobre tudo. "Eis que as nações são consideradas por ele como pingo que cai dum balde, e como um grão de pó na balança..." (Is 40.15). A profecia bíblica relativa ao destino das nações tem tido um maravilhoso cumprimento, mostrando que Deus governa de fato os assuntos dos reis e autoridades humanas. "Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?" (Dn 4.33). O livro de Daniel é um comentário eloquente acerca da soberania de Deus sobre os reinos terrenos.

A Sobernia de Deus e o Livre-arbítrio do Homem.

Sem dúvida este tem sido um ponto muito polêmico no campo da teologia sistemática. Vejamos o que o apóstolo Paulo escreve em Efésios 1.4,5; "assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irreprensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade. Esta passagem parece inferir que tudo resulta da vontade de Deus. Por outro lado, no capítulo 22 de Apocalipse, João cita Jesus em seu último apelo ao homem. "... e quem quiser receba de graça a água da vida" (Ap 22.17b). Esta passagem diz claramente a água da vida está à disposição de qualquer um com base na escolha e livre-árbítrio humano. As doutrinas da eleição e predestinação se encontram indiscritivelmente na Bíblia. Por outro lado, temos as palavras de Jesus enquanto chorava sobre Jerusalém: "Jerusalém, Jerusalém... quantas vezes quis eu reunir os teus filhos... e vós não quisestes!"(Mt 23.37). De novo: "Contudo não quereis vir a mim, para terdes vida" (Jo 5.40). Outra vez: "Para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3,16).

A bíblia ensina, na verdade, as duas posições. Deus é soberano, mas não arbitrário. O homem tem liberdade de escolha e vontade, com certas limitações. Nossa incapacidade de reconciliar as duas posições não torna falsa uma ou outra posição. Nossa incapacidade de ver como ambas podem estar certas ao mesmo tempo deve-se à nossa compreensão humana finita. Deus pode ser soberano sem violar a liberdade essencial do homem.

O Dr. R.A. Torrey, apresenta a presciência como base para reconciliar a predestinação com a liberdade de escolha do homem. Vejamos as suas palavras: "As ações de Judas e dos demais foram incluídas no plano de Deus e portanto passaram a fazer parte dele. Isso não significa, porém, que tais homens não tivessem plena liberdade de escolha. Não agiram como o fizeram porque Deus sabia que o fariam, mas o fato de que agiram desse modo era a base para que Deus soubesse. A presciência não determina os atos do homem mais que o conhecimento posterior. O conhecimento é determinado pelo fato e não o fato pelo conhecimento... Deus sabe desde a eternidade o que cada homem fará, se irá render-s ao Espírito Santo e aceitar a Cristo. Os que o receberam estão destinados à vida eterna. Se alguém se perder é simplesmente porque não quis aceitar a Cristo e obter assim a vida (Jo 5.4). Quem quiser pode vir (Ap 22.17), e todos os que vierem serão recebidos (Jo 6.37)."

A Doutrina Providência : bases do Livre arbítrio

Esse é o título de um livreto do professor João Ferreira, no qual ele apresenta uma extensa argumentação para fudamentar sua tese. A Providência é definida como a doutrina que pretende explicar que tudo que ocorre no mundo, tanto no sentido físico, quanto humano e social, resulta da intervenção divina. Isto significa que Deus interfere continuamente nos fenômenos naturais e nos acontecimentos históricos e sociais.

Segundo o professor João Ferreira "A compreesão do Providência Divina como base do livre arbítrio, pode livrar os cristãos hoje de certos equívocos, divulgados por pessoas que têm tratado do tema da presdestinação sem um conhecimento apropriado do assunto, especialmente no âmbito bíblico, histórico e filosófico, contribuindo para que a religião, mais uma vez, seja usada como sustentação do absolutismo e do totalitarismo. É necessário que a formulação doutrinária tenha como fundamento a leitura da Bíblia no seu contexto histório e filosófico, para evitar as interpretações fixistas, que quando se transformam em doutrinas, resultam numa espécie de engessamento dos crentes, no lugar de desenvolver a liberdade de consciência, fundamento da maturidade cristã.".

"Precisamos entender que Deus é liberdade infinita, porque é infinito e eterno, enquanto o homem é liberdade finita, porque está preso ao tempo e ao espaço, mas o livre arbítrio do homem foi concedido por Deus no próprio ato da criação e se constitui o meio, pelo qual, a criatura responde ao criador. Sem livre arbítrio , não há consciência moral; sem consciência moral, não há salvação, o homem é um animal qualquer. Ligado ao livre arbítrio, está a consciência moral, a autodeterminação, a decisão pessoal, que torna o homem verdadeiramente homem".

A Soberania de Deus na História da Humanidade

O livro de Apocalipse relata a história dramática de um conflito entre poderes soberanos, a saber, entre a saberania de Deus, manifestada na história por Jesus Cristo, e a pretensa soberania de Satanás manifestada na história pelo poder imperial romano. Resolve-se o conflito com a derrota total Satanás e a vitória completa de Deus por meio de Jesus Cristo, seu agente. Neste livro logo no início, caps. 4,5 é apresentada a corte celestial e Deus como majestade exaltada sobre o trono do universo. Salienta-se a sua soberania com o culto que lhe prestam vinte e quatro anciãos, cada um dos quais é rei. O rolo na mão de Deus, que ninguém podia abrir, contém revelações de alguns dos grandes problemas da história. Somente o Cordeiro, que é também o Leão da tribo de Judá, é digno de romper os selos e revelar estes problemas, colocando-os em sua correta relação com o evangelho e com os propósitos de Deus. Suas revelações podem ser denominadas "O drama do sofrimento na história": 1) A conquista, 2) A guerra, 3) A fome, 4) A morte, 5) A morte do povo de Deus, 6) O fim da história. A Soberania de Deus sobre o mundo, em Jesus Cristo, foi proclamada na série de visões da ruptura dos selos, João demonstra que a soberania divina é fato consumado, confrontando os problemas do mundo que parecem negá-la. A sublime vitória de Cristo sobre seus inimigos, em conflitos históricos, se descreve em simbolos vívidos. Além disso , o Vidente de Patmos há de perscrutar os mistérios do mundo vindouro e pintar um retrato incomparável do novo céu e nova terra, e a vitória final do povo de Deus na nova Jerusalém.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A TEOLOGIA DO CULTO CRISTÃO

O culto cristão poderá ser simplesmente definido como uma forma externa de expressão da crença num único Deus, onde as especificidades são determinadas pelo cristianismo. Apesar de simples, esta definição resume toda a visão geral de um culto cristão. O ponto principal no entendimento das definições do culto cristão não está na adoração a Deus, mas no núcleo centralizador deste culto. É bem verdade que ninguém discorda da ênfase dada à primazia cristológica nos cultos cristãos. É com este entendimento que o professor Paul W. Hoon deu uma grande contribuição para os estudos doxológicos. Escrevendo por uma perspectiva metodista, Hoon enfatiza que o culto cristão por “definição é cristológico, e a análise do significado do culto também precisa ser fundamentalmente cristológica”. (apud WHITE, 1997, p.15). Assim, o culto cristão é extremamente encarnacional e prático. Todos os eventos relacionados a Cristo devem ser inseridos no culto. Com isto, percebe-se que a ‘exteriorização’ apresentada na definição acima, reveste-se de certa coerência estrutural.

Com aspectos muito próximos da visão apresentada por Hoon, Peter Brunner, teólogo luterano que lecionou na universidade de Heidelberg, tem uma certa vantagem conceitual. Através do uso da palavra alemã para culto (Gottesdienst), Brunner abre um leque para a compreensão do termo.

Esta palavra alemã conota uma idéia dual, que tem tanto o significado de serviço de Deus aos seres humanos, quanto o serviço de seres humanos a Deus (idem). Tanto uma como a outra, as visões acima apresentadas estão relacionadas no que pode ser chamado de história da salvação, onde há a participação de Deus em auto se revelar, e a participação do homem em ser o objeto de agregação desta revelação. Por mais uma vez, o destaque está sendo dado à praticidade.

O professor reformado Jaen-Jaques Von Allmen defende, como vigor, a centralidade de Cristo no culto cristão. Ele define o culto como o “resumo e confirmação da história da salvação cujo ponto culminante se encontra na intervenção encanada de Cristo” . Nestes aspectos, a culto seria a epifania da igreja, pela qual a igreja ganha a sua verdadeira identidade.

Uma teóloga de tradição anglo-católica aborda que o culto é uma resposta das criaturas ao eterno, trazendo assim uma nova concepção. Neste caso o culto cristão se caracteriza pela concepção do cultuante a respeito de Deus e sua relação com Deus. Longe de ser geral, o culto cristão sempre é condicionado e determinado pela crença cristã. Esta é a mesma idéia é defendida pela perspectiva ortodoxa.

Irineu já dizia que a santidade é a maior glorificação do ser humano a Deus. Assim a glorificação a Deus e a santificação do homem caracterizam o culto cristão.

Em todas as definições acima, a atenção à praticidade do aspecto dinâmico do culto cristão é destacado. Deste muito tempo a concepção de culto cristão esta atrelada às reuniões realizadas pelos cristãos nos templos. Porém esta visão está totalmente fora da real valor e do verdadeiro significado de tal atitude. A abrangência do conceito real de culto perdeu seu poder de compreensão a partir da separação entre a teoria e a prática do que era o culto cristão. Não se sabe quando fora alcançado esta separação, mas os surgimentos de novas teologias contribuíram com certeza para esta visão antibíblica.

Em termos devocionais pode-se afirmar que o culto é expressão à Trindade Divina - Pai, Filho e Espírito Santo. O culto a Deus deve se constituir num estado de espírito permanente na vida daqueles que reconhecem a sua soberania, desde o despertar até o adormecer, buscando a comunhão com ele. Sendo assim, o culto pode ter caráter individual ou coletivo, sendo este último caracterizado quando os cristãos se reúnem como igreja de Cristo para, em tempo e local pré-determinados, cultuar a Deus em conjunto.

PALAVRAS GREGAS PARA O CULTO CRISTÃO

Um dos vocábulos bíblico é o termo grego ‘latreia’, cujo significado principal é serviço ou culto, denota o serviço prestado a Deus. Os serviços realizados coletivamente e individualmente, tanto externos como internamente ao coração, também era designado por este termo. Aponta o culto formal oferecido à divindade através dos ritos e através do oferecimento integral da vida (Ex: 3.12; 10. 3 – 8; Dt: 6.13; Mt: 4.10: Lc: 1.74; Rm: 12.1).

Outro termo que deve ser analisado é ‘leitourgia’. Composto de duas palavras gregas: laos = povo; e ergon = trabalho, significando assim, ‘serviço do povo’. Em todo o antigo testamento, aplicava-se ao serviço dos sacerdotes oferecidos a Deus, mais especificamente quando apresentavam o holocausto sobre o altar. No novo testamento, a aplicabilidade deste termo é essencial ao serviço que Cristo oferece a Deus como o ‘liturgos’ dos homens (Hb: 8.2,6). Segundo o reverendo Arival Dias Casimiro, liturgia é o serviço que toda a igreja oferece a Deus à semelhança de Cristo (Rm: 15.16; Fp: 2.17; At: 13.2).

A palavra hebraica ‘shachah’ (adorar) fora traduzida na septuaginta como ‘proskunein’. Este termo grego também merece uma explicação. Originalmente tem o significado de beijar. Algumas vezes no antigo testamento designava a atitude de curvar-se: em homenagens a homens importantes e autoridades (Gn: 27.29; I Sm: 25.23); ou em adoração a Deus (Gn: 24.52; II Cr: 7.3; 29.29; Sl: 95.6). Em o novo testamento, aponta, exclusivamente a adoração que se dirige a Deus (At: 10.25,26; Ap: 19.10; 22.8,9). No seu emprego totalitário, implica em fazer orações, participar de um culto público, entoar hinos de louvor, designando o próprio ato externo, como também atitude interna correspondente (Jo: 12.20; At: 8.27; 24.11; At: 4.8 – 11; 5. 8 – 10; 19. 1 – 7).

Há também alguns outros termos não tão comuns nas escrituras, mas que podem oferecer um acréscimo ao que esta se explicando. Os vocábulos ‘eusebia’ (piedade) e ‘thresfeia’ (religião), aparecem no novo testamento para expressar a conduta do adorador através de uma vida piedosa (I Tm: 3.12; Jo: 9.9 – 35; At: 26.5; Tg: 1.26).